Ei, senhor espelho. O senhor consegue me ouvir?
Bom, provavelmente não.
Mas sabe quem é essa que reflete em você?
Eu não reconheço essa menina. Quem é?
Essa menina, ela não sou eu. Eu não sou essa menina.
Por que ela está sendo refletida, e eu não?
Eu também sou gordo, igual a ela. Parecemos ter a mesma altura. O mesmo tamanho e corte de cabelo. Os mesmos estigmas psicológicos e traumas sociais.
Mas, realmente, quem é ela?
Por que ela copia meus movimentos quando eu me mexo?
Eu não consigo entender mesmo.
O que devo fazer?
Por favor, me ajude, querido espelho meu.
Por que não se dispõe a me explicar?
Essa menina, porque eu a toco quando me toco?
De onde ela veio? Eu estou muito confuso.
Eu estou neste corpo? Eu o habito? Eu o possuo?
NÃO! NÃO!
Algo deve estar errado! Algo tem que estar errado!
Eu... Não sou uma menina.
Então por quê? Por que você está me mostrando isso, espelho? Esse não sou eu.
Já sei! O senhor está brincando comigo, só pode.
Isso é muito rude.
Estou tão aflito. Não brinque assim comigo.
Eu sou apenas um menino preso aqui.
Dentro do espelho.
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