História Presságios - primeira versão - Twenty Seven

Harry desceu rapidamente até o escritório do tio, dando de cara com os amigos esperando em frente a porta. Todos pareciam abatidos e preocupados, principalmente ao ver o rastro das lagrimas ainda presentes em seu rosto. Suspirando ele se aproximou e bateu levemente na porta para avisar ao seu tio que estavam ali.

Severus não demorou a abrir, estranhando o rosto inchado e vermelho do afilhado assim como as expressões dos amigos atrás dele. Passando os olhos pelo grupo ele percebeu que um certo loiro estava faltando. Juntando as peças o mestre de Poções sentiu seu coração parar ao perceber o que provavelmente tinha acontecido.

Apesar de sua vontade de correr até a enfermaria ele sabia que estar ali também era importante e o moreno confiava o suficiente nos cuidados de Pomfrey. Apressando as crianças a sua frente ele indicou os sofás para que todos se sentassem e começassem a conversa. Neville e Blaise sentaram no sofá de dois lugares, o negro consolando o moreno que ainda estava em choque por achar o amigo petrificado.

Hermione e Pansy sentaram em outro sofá de três lugares, a cacheada deitando no colo da morena e colocando as pernas por cima do colo de Theo, que havia a cutucado para dar espaço para ele. Já Harry esperou Severus se sentar para se acomodar em seu colo, apesar de estar determinado a acabar com tudo que estava acontecendo ele ainda estava abalado pelo estado do namorado e precisava de um porto seguro naquele momento.

Com todos acomodados, Harry respirou fundo e começou a falar.

- Eu pedi por essa reunião pelo que aconteceu hoje no duelo.

A curiosidade estava estampada no rosto de todos ali.

- Quando o Weasley conjurou aquela cobra....... Eu consegui entender ela, consegui ouvir e saber o que ela falava. – Todos arregalaram os olhos porem esperaram para que o moreno continuasse. – Hoje enquanto eu estava... com Draco, eu percebi um papel na mão dele. Lá estava escrito sobre uma criatura, uma cobra gigante que consegue matar qualquer ser que olhe em seus olhos.

Severus estremeceu, lembrando do ocorrido de 50 anos atrás.

- Um basilisco...

O sussurro do professor chamou a atenção dos adolescentes que olharam questionadores para o mais velho que somente fez um gesto de que explicaria depois. Segurando suas perguntas, Harry continuou sua história, estava no fim de qualquer forma.

- Sim, um basilisco. Na folha Dray escreveu a cura para os petrificados e a forma como o basilisco se movimenta. Enquanto vocês estavam na biblioteca eu achei o livro que a caçula Weasley carrega para todo lado.

Todos olharam para o livro preto na mão de Harry, porém quando ele virou o livro para mostrar melhor aos amigos Severus se assustou. Em letras douradas e pequenas o nome Tom Marvolo Riddle se destacava entre a negritude da capa, o nome do seu ex-Lord e no momento seu maior inimigo.

- Esse livro...- Todos focaram sua atenção nele. – Ele pertenceu a Voldemort.

O choque tomou conta de todos ali, eles não faziam ideia do que esperar agora que sabiam a quem pertenceu mas sabiam que não deveriam mexer demais com aquele livro. Rapidamente Harry entregou o livro ao tio, que fez sinal para que o garoto levantasse para que ele pudesse guardar ele em algum lugar seguro.

Suspirando, Harry se virou para ficar frente a frente com os amigos.

- Alguém achou algo sobre a tal sala secreta?

O grupo se entreolhou, negando com a cabeça. Haviam pesquisado bastante sobre as criaturas, mas nenhuma mencionava uma sala secreta em Hogwarts. O moreno estava quase sem esperanças quando Sev se pronunciou, assustando as crianças que não haviam visto ele voltar.

- Eu não deveria estar contando isso para vocês, mas é melhor do que deixar vocês saírem por aí procurando sozinhos. – Ele se sentou antes de continuar. – Há 50 anos atrás tivemos um evento parecido na escola, a diferença foi que daquela vez uma estudante morreu. Um monstro que um aluno cuidava em segredo foi culpado pela morte, porém ao investigar melhor anos depois foi notado que seria impossível ser tal criatura.

Todos olhavam concentradíssimos para o professor, que continuou sua narrativa.

- Quando essa conclusão foi apresentada, surgiram rumores de que poderia ser um dos animais que Salazar cuidava, na época em que ele era vivo a tal criatura nunca causara problemas e era muito leal a ele. – Sev esfregou os olhos, sentindo uma dor de cabeça começar. – A teoria era que algum de seus descendentes descobriu sobre a criatura e a usou para causar o caos em Hogwarts, olhando as anotações deixadas por Slytherin foi descoberto que a entrada para a toca da criatura é no banheiro, hoje interditado, das meninas. Porém nunca soubemos onde exatamente está dentro do banheiro.

O grupo ficou pensativo, tentando lembrar de alguma coisa que pudesse ajuda-los, até que Harry finalmente se lembrou do fantasma que habitava o banheiro. Em um pulo ele se levantou, indo em direção a porta e sendo seguido por seu tio e seus amigos, que mostravam sua confusão com a atitude repentina.

Porém antes que sequer saíssem do cômodo a porta se abriu em um rompante, do outro lado estava Trelawney, a professora de adivinhação.

- Severus! Uma aluna sumiu! Foi levada até a câmara secreta!

Horas antes, Torre Gryffindor

Os alunos da casa vermelha e dourada estavam reunidos em grupos na sala comunal. Apesar dos acontecimentos recentes na escola os alunos ali se recusavam a deixar o pânico e o medo tomarem conta do clima. As conversas amenas e algumas brincadeiras era tudo o que poderia ser visto ali.

Isso sem contar uma pequena garota ruiva que se esgueirava no canto mais afastado e discreto da sala, seus olhos estavam desfocados e ela não trajava nada além de um pijama fino naquela noite fria. Sua baixa estatura e os passos silenciosos permitiu que ela saísse tranquilamente sem interrupções ou perguntas.

Todo o seu trajeto até o banheiro interditado das meninas fora tranquilo, muitos alunos ainda estavam no Grande Salão ou já haviam ido para suas comunais. Nada estava ou ficaria em seu caminho. Assim que chegou ao banheiro, ela retirou um pote de tinta vermelha do bolso e escreveu algo na parede.

Após isso a ruiva seguiu até a pia, ignorando os avisos e o choro do fantasma que aparecera ao seu lado. Os olhos desfocados e a mente vazia chamaram a atenção da fantasma que olhou impotente a garota sumir escada abaixo. Murta rodeou o banheiro, ansiosa para que alguém percebesse a aluna desaparecida e viesse ao banheiro.

Enquanto a garota fantasma esperava, Gina chegou ao final de seu trajeto. Olhando ao redor e notando um garoto mais velho e até que bonito estendendo a mão em sua direção. Ela chegou mais perto, alheia a enorme cobra que deslizava atrás de si, e pegou na mão que era estendida a si. Foi então que a escuridão tomou conta de sua visão, deixando gravado em sua mente o sorriso bonito e perverso do adolescente a sua frente.