História Presságios - primeira versão - Thirty One

A pequena festa de ano novo realmente levantou os ânimos da família. Os adultos se permitiram relaxar um pouco ao ver a alegria dos filhos e os adolescentes estavam mais do que contentes ao matar as saudades e passarem mais tempo juntos. Eles haviam se dispersado bastante nesse tempo separados.

Pansy e Hermione acabaram descobrindo que moram muito perto uma da outra e apesar do leve perigo ambas saíram frequentemente para visitar a Londres Trouxa ou simplesmente passarem as tardes juntas para conversar e ler. Draco não evitou comentar mais tarde para Harry que algo havia mudado com as duas.

Blaise e Neville já haviam se aproximado muito no segundo ano do grupo e nessas férias essa proximidade só aumentou, não fora exatamente uma surpresa quando ambos disseram que estavam tentando dar um passo a mais e ver onde isso resultaria. Ambos formavam um casal bonito e frequentemente eram vistos fazendo pequenas coisas para alegrar ou confortar o outro.

Theo não pudera vir, mas isso não o impediu de mandar uma carta para eles. Nela ele desejava feliz ano novo para todos e falou um pouco sobre a pretendente que seus pais haviam apresentado a ele naquele feriado. Apesar de não conhece-la bem, Nott a achou muito interessante e parecia disposto a dar uma chance para ela.

O grupo conversou por horas, colocando os assuntos em dia e se perguntando como seria a tal pretendente de Theo, provavelmente ela faria parte da rotina deles durante a escola e esperavam que tudo corresse bem. Eles ainda conversaram sobre a possibilidade da caçula Weasley entrar na sua rotina, afinal a ruiva fora bem comunicativa durante o resto das aulas e até mandou algumas cartas para eles durante as férias.

O ano que a recém começara prometia muitas mudanças para o grupo, eles ainda não tinham certeza se todas seriam boas, mas suas esperanças estavam altas e suas preocupações foram deixadas de lado enquanto eles lentamente adormeciam, juntos e observando as estrelas.

Os meses após o feriado passaram em um piscar de olhos e não demorou ´para que o grupo novamente se reunisse na plataforma e começasse as despedidas para entrar no trem. Não fora meses fáceis e os adolescentes decididamente não queriam se separar de seus pais. Voldemort estava cada vez mais insano e agressivo.

Sirius, James, Lilly e Remus saiam praticamente todo dia em missões atrás de comensais ou em chamados urgentes para acabar com algum ataque surpresa. Padfoot inclusive fora gravemente ferido em um dos ataques e havia ficado um bom tempo em repouso absoluto, o que o fez receber mimos e sermões do filho e do marido.

Os outros haviam sido feridos inúmeras vezes também, felizmente nunca fora algo muito grave e no mesmo dia eles já estavam curados e prontos para outra. Isso não impedia, no entanto que aqueles que ficavam em casa não se preocupassem. Era difícil vê-los sair e não saber como voltariam e na pior hipótese se voltariam.

Apesar de todos os ataques e riscos, Hogwarts se manteve aberta e as cartas para os alunos seguiram normalmente. Novamente haveriam aurores ao redor da plataforma e em todo o caminho até o castelo, alguns pais ainda lutaram para que eles mesmos deixassem as crianças na escola ou que o ano fosse adiado até que toda essa confusão acabasse.

Tanto Dumbledore quanto o Ministério rejeitaram as ideias, considerando que ambas traziam um grau grande de perigo para a comunidade. Afinal abrir as defesas de Hogwarts para que os pais aparatassem e entregassem seus filhos faria da escola um alvo para ataques e adiar o ano letivo faria inúmeros adolescentes indefesos e diminuiria o número de bruxos formados e disponíveis para ajudar nessa confusão.

Mesmo indignados, os pais não puderam fazer nada além de concordar e levar seus filhos até a estação. Muitas famílias e alunos estavam tensos e descontentes, muitos choravam ou se recusavam a soltar seus filhos ou pais. Era um ambiente desconfortável e depressivo, conflitos e guerras nunca eram fáceis para ninguém.

Harry decidiu parar de divagar enquanto olhava ao redor, voltando sua atenção para os amigos e família. Todos estavam se abraçando e passando conselhos. No meio da confusão de braços, ele pode ver que Blaise e Neville possuíam anéis iguais em sua mão esquerda. O moreno então não conseguiu segurar sua animação.

- VOCÊS ESTÃO NAMORANDO?

O casal virou sua atenção para o moreno ao mesmo tempo que o grupo virava seu olhar para eles. As outras pessoas na estação olharam brevemente para eles, atraídas pela fala alta do veela. Não demorou para que eles desviassem sua atenção, no entanto e foi nesse momento que Blaise e Neville se entreolharam antes de responder.

- Sim...- respondeu Nev, tentando não rir da expressão dos amigos. - Blaise fez o pedido anteontem.

Blaise sorriu e assentiu, abraçando o pequeno HufflPuff e se pronunciando também.

- Decidimos contar a novidade pessoalmente, já que iriamos nos encontrar aqui de qualquer forma.

Os amigos imediatamente cercaram os dois em um abraço grupal bagunçado, parabenizando-os e fazendo os adultos rirem da expressão do mais novo casal ao ouvir as piadinhas dos amigos e os conselhos mirabolantes que eles falavam sem parar. Quando o grupo finalmente se acalmou, só restava poucos minutos para se despedir e entrar no trem.

Eles se viraram para os pais, dando um último longo abraço neles antes de entrarem e começar sua procura por uma cabine. No caminho eles viram Gina, a mesma estava sentada junto a uma loira que parecia falar sobre algum tipo de criatura rara e junto as duas haviam algumas pessoas do mesmo ano que elas.

O grupo ficou feliz ao ver que a ruiva havia conseguido amigos e estava indo bem depois de tudo que havia acontecido. Eles seguiram seu caminho e acabaram por achar um compartimento vazio. Minutos após se acomodarem a porta abriu, por ela passou Theo e uma garota que eles ainda não conheciam.

O moreno apresentou a garota, seu nome era Astoria Grengrass e era a pretendente que Theo havia falado sobre durante todas as férias. Os dois se acomodaram e a conversa começou amena, Astoria facilmente se enturmou com eles e a viagem continuou tranquila até se aproximarem da metade do caminho.

Foi nesse momento que o trem parou e a porta do compartimento se abriu violentamente. Por ela passou um apavorado ruivo e logo atrás vinha uma criatura sombria, a temperatura descia conforme a figura se aproximava e não demorou para que ela estivesse flutuando em frente a porta, Harry só escutou Neville sussurrar uma palavra antes de tudo escurecer.

- Dementadores....