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História Pressure - We Lost Everything Again?


Escrita por: ig2000

Notas do Autor


Olá, leitores!
Espero que gostem desse capítulo da história Pressure. Boa leitura!
Apresentação de alguns personagens:
Chris por Chris Brown
Emma por Lea Seydoux
Mackenzie Foster por Margot Robbie

Capítulo 3 - We Lost Everything Again?


Fanfic / Fanfiction Pressure - We Lost Everything Again?

O cheiro da cachaça estava pregado em mim e nos rapazes. Entramos em casa falando merda e mais merda, nada com nexo.

–Aqui está. –Chris jogou as duas mochilas de dinheiro na mesa de centro da sala.

–E tem mais de onde veio isso! –Acrescentou o Ryan e jogou o saco preto com jóias por cima das mochilas.

–E se vocês pensam que acabou... –Anunciei para minha platéia imaginária– Estão enganados! –Disse e por fim, joguei uma sacola cheia de jóias preciosas na mesinha.

Gargalhamos juntos de toda a palhaçada e nos jogamos no sofá.

–Estamos ricos! –Chris começou a despir-se ali mesmo no sofá.

–Ei! Tira essa meia pra lá, seu animal! –Ryan advertiu. Resumo: Estávamos loucos e chatos.

–Ou, ou, ou! O que ta pegando? –Tyga, que até então não estava conosco, apareceu, com a companhia do seu amiguinho Justin.

Os dois nos encaravam de braços cruzados enquanto balançavam a cabeça negativamente.

–Vão ficar só olhando ou vão ajudar? Tá difícil desamarrar o cadarço aqui! –Chris, todo sem jeito, tentava tirar o tênis.

–Beberam? –Justin perguntou.

–Não, porra, é sono! –Ryan  respondeu enquanto se acomodava entre as almofadas do sofá, pronto para dormir ali mesmo.

–Seguinte: Justin dá um jeito na Mackenzie e eu cuido dos outros dois. –Tyga disse.

–Eu não preciso de ajuda, eu to bem! –Recusei, mas nada fez com que o Justin parasse de andar na minha direção. Bufei e cruzei os braços negando sua ajuda. –Eu já disse que estou bem!

–Eu sei que está, agora fica caladinha. –Justin passou meu braço por seu ombro e me levantou em seguida. Eu cambaleei algumas vezes, admito. Estava muito tonta e sem total equilíbrio.

–Me solta! Eu já disse que estou bem! –Empurrei o braço do Justin com força e fiquei parada em frente à escada.

Não, eu não estava bem, eu estava esgotada e não conseguia dar nem mais um passo mesmo com sua ajuda, tudo aquilo era só charme. 

–Não vou perder a cabeça contigo. –Justin segurou minhas pernas e carregou-me. Fiquei com o corpo curvado em seu ombro e de cabeça para baixo.

–Justin, eu estou tonta! –Dei alguns murros em suas costas, mas o garoto sequer pareceu se incomodar com minha força. Começou a subir a escada sem dar a mínima para mim.

Decidi ficar quieta, pelo visto, nada que eu fizesse iria adiantar.

Após alguns degraus, chegamos ao meu quarto. Dei graças a Deus quando o ele me pôs sentada na cama.

–Aquietou? –Ele ficou agachado em minha frente e começou a tirar o meu tênis e meia em seguida.

–Eu estou um pouco enjoada... –Coloquei a mão na boca e fiz careta.

–Acontece. –Ele realmente não se importou.

–Justin eu vou vomi... –Não conclui a frase, o vômito saiu de minha boca e foi de encontro à sua jaqueta preta de couro.

PORRA, MACKENZIE! –Justin gritou e tirou a jaqueta do corpo de imediato. Abaixei a cabeça e encarei o chão por alguns segundos, minha visão estava turva.

Após recuperar a visão normal e a tontura passar, o que foi questão de segundos, levantei a cabeça e procurei o Justin. Ele não estava mais ali.

–Justin? –O chamei.

–Fala. –Sua voz veio do banheiro. Levantei-me com cuidado da cama e fui até lá, ele estava preparando uma ducha.

–É pra mim? –perguntei e mesmo sem saber a resposta, removi minhas roupas. Não senti vergonha nem nada do tipo. Afinal, nada além do que ele já não tenha visto. Certo?

–Facilita pra mim e entra logo aqui. –Justin sentou-se no mármore da banheira.

Deixei as peças de roupa no chão e caminhei até a banheira. Seu olhar estava cravado no meu corpo. Amarrei meu cabelo em um coque bem bagunçado e entrei na banheira.

A água estava quentinha. Meu corpo inteiro relaxou. Fechei os olhos e suspirei fundo. Nada melhor que um bom banho para relaxar o corpo.

–Ainda está aqui? –Perguntei ainda com os olhos fechados.

–Tô. –Justin respondeu. Abri os olhos devagar e o encarei, ele também me encarava.

–Não quer entrar também? A água está uma delícia! –Disse e ele negou com a cabeça. –Ah, qual é? Não vale recusar. –Salpiquei um pouco de água nele e gargalhei.

–Eu não quero entrar, valeu? –Ele segurou meus pulsos me impedindo de jogar mais água. Aproveitei a oportunidade e o puxei para dentro da banheira.

–Sabia que não conseguiria resistir! –Disse enquanto gargalhava.

–Porra, porra, porra, porra. Que vacilo, ninfeta! –Justin retirou-se rapidamente da banheira.

–Não, não sai! Volta pra cá, por favor! –Implorei.

–E o que eu ganho com isso? –Justin perguntou.

–Você me ganha! Serei toda sua, pode fazer o que quiser comigo! –Levantei os braços e ele riu da cena.

–Termina logo esse banho, tenho coisas para fazer.

–Está me achando muito oferecida? Eu não sou oferecida! Você é quem não me deixa escolhas, droga! –Comecei a falar minhas merdas, meu papel de bêbada.

–Aham.

–Olha... –Relaxei meu corpo na banheira e o encarei. –Eu gosto de você.

Justin ficou em silêncio. Não captei sequer uma mudança na expressão do seu rosto.

... –Não vai dizer nada? É o que eu ganho? Um grande nada? –Insisti em obter respostas.

–Bacana, Mackenzie. Terminou o banho? –Justin virou-se de costas e puxou uma toalha do box.

–Não quero papo com você! Sai daqui! –Cruzei os braços. Fiz pirraça.

–Deixa de birra, porra. Pega logo esse caralho e sai daí. –Sua voz soou firme. Senti impaciência em seu tom.

–Eu estou chateada! Chateada com você! –expus meus sentimentos.

Ele não disse nada. Bufei e saí da banheira, enrolei a toalha no meu corpo e saí batendo o pé do banheiro direto para o closet. Podia jurar que ouvi um riso abafado de alguém atrás de mim.

Saí do closet vestindo uma blusa e um short de algodão azul claro. Justin aguardava-me próximo ao criado-mudo e quando me viu, endireitou sua posição.

Joguei-me na cama e fiquei de bruços.

–Vai me ignorar agora? –Ele perguntou. Eu não respondi. Fechei os olhos e o desprezei.

Depois de pouco tempo senti uma respiração bater minha nuca. Virei a cabeça para trás e me surpreendi ao vê-lo agachado de frente para mim.

Meu rosto ficou bem pertinho do dele. Sua respiração estava serena e o cheiro do seu perfume invadiu minhas narinas. Suas pupilas estavam dilatadas. Ele acariciava meu rosto me encarando como se eu fosse algo raro e precioso.  

Seus lábios rosados e semi-umedecidos depositaram um beijo nos meus. Abri um sorriso gracioso após nossos lábios se afastarem e encarei os olhos que me encaravam.

–Isso não quer dizer que estou bem com você, entendeu?  –Eu disse. Ele riu pelo nariz.

–Converso com você amanhã, durma bem. –Ele se levantou. Apagou as luzes e saiu do quarto.

Puxei um lençol da cama e cobri meu corpo. De uma forma louca eu ia dormir bem naquela noite; por ele.

                                                 •••
Na manhã seguinte, acordei tarde a beça. Apenas o resultado de uma noite exaustiva. Tomei um banho ligeiro e troquei a roupa, em seguida, saí do quarto e fui direto para cozinha.

Marcela, como sempre, estava sorridente. E ficou ainda mais quando me viu atravessar a porta da cozinha.

–Bom dia, querida! –Ela segurou meu rosto e depositou um beijo em minha testa.

–Bom dia, Marcela! –Sorri de volta e sentei-me. –Onde estão os garotos?

–Ah, você não foi a única quem se atrasou para o café hoje, Mackenzie, o Chris até agora não desceu para se alimentar. Mas o resto, já passou por aqui mais cedo. –Ela contou. –O Justin e o Tyga estão dentro do escritório e o Ryan está lá fora no jardim.

–Lá fora? Vou até lá vê-lo! –Roubei um sanduíche e uma pêra da mesa e saí pela porta dos fundos.

Andei um pouco na varanda até encontrar o Ryan deitado de forma despojada em uma das espreguiçadeiras. Sentei-me em outra bem ao seu lado.

–Olha só quem resolveu acordar! Bom dia, fiona. –Ryan fez uma de suas piadinhas e eu ri.

–Bom dia! –Mordi o sanduíche e relaxei o corpo na espreguiçadeira. –O que temos para hoje? Outro assalto?

–Não, hoje não.

–Então o que?

–Racha. Hoje vamos curtir um racha. Mas só vamos apostar, ta ligada? –Ryan piscou para mim.

–Não temos dinheiro para apostas, temos? –Questionei.

–Vamos com uma boa quantia em mãos. Não pretendemos gastá-la. Se fizermos uma aposta inteligente e o cara em quem apostarmos vencer, o valor do dinheiro apostado dobra. Se der certo, voltaremos para casa com o dobro. E se der errado, você já sabe. –Perderíamos tudo, estava claro. Era tudo a base da sorte.

As horas correram. Logo anoiteceu.

 Chris, Ryan e eu já estávamos preparados. Estava usando um vestido azul marinho que caía perfeitamente em mim juntamente com um salto alto da mesma cor. Minhas madeixas estavam soltas, como de costume. E no rosto procurei pôr uma maquiagem bem discreta.

–Onde está o Ryan? –Perguntei ao Chris, ao entrar em seu carro. Ele deu de ombros.

–Estou aqui. –Ryan entrou no carro e sentou-se nos fundos.

Chris deu a partida e seguimos em direção ao racha.

–Uh, eu adoro essa música! –aumentei o volume do som. – hold that cup like alcohol, oh let go like alcohol.

A música a tocar era 7/11 da Bey.

–Hold that cup like alcohol. –Chris completou. Obviamente cansado de me ouvir cantar essa música.

Em questão de segundos, Ryan juntou-se ao nosso coro, e cantamos juntos até a música acabar. 

Quando me dei conta, estávamos no local do racha.

 Saí do carro e os rapazes acompanharam-me. Chris deu a volta no veículo e posicionou-se ao meu lado assim como o Ryan.

–Sejam espertos, lembrem-se que estamos aqui pelo dinheiro e não por diversão como costumávamos vir. –Ryan disse. Eu assenti e o Chris fez o mesmo.

–Serei esperta, pode deixar. –Assegurei.

De cara consegui ver várias vadias dançando, todas pareciam despreocupadas com qualquer coisa. Eu era assim. Uma hora dessas, há uns meses atrás, eu estaria aqui, dançando loucamente sem me preocupar com nada, pois eu já tinha tudo. Mas o mundo é um lugar perverso, quando há algum sinal de felicidade, ele destrói. E ele destruiu o meu sonho, o sonho que eu estava vivendo, isso é tão cruel.

Saí dos meus devaneios quando ouvi gritos. Gritos comemorativos. Corri meus olhos por todo o local, tentei localizar de onde vinham as boas vibrações. Detive meu olhar ao ver uma porção de traficantes em volta de uma mesa de madeira. Notei que eles estavam fazendo suas apostas. Ryan e Chris também estavam lá, resolvi ir atrás.

–E aí? Como estão as apostas? –Perguntei assim que encostei ao lado do Ryan.

–A maioria está apostando no Jake Willy, acho que nossa aposta vai ser nele também. –Ele estava pensativo.

 Qualquer erro nosso nos levaria a perder toda a grana que conseguimos na joalheria.

Ryan estava nitidamente apreensivo. Chris apenas observava as apostas, posicionado do outro lado da mesa.

Os caras ao redor eram traficantes barra pesada, perto deles éramos fichinha. E pensando nisso, meu sangue ferveu de raiva da Ruby, por nos deixar desse jeito.

–Tá feito! –Após pensar bastante, Ryan pôs a maleta de dinheiro na mesa, fazendo sua aposta no Jake.

Eu estava apreensiva. Tentei demonstrar confiança ao Ryan, não queria vê-lo tão preocupado. Mas estava difícil contando que eu também estava preocupada.

–Relaxa, parceiro. Vai dar certo. –Chris o confortou e foi buscar uma bebida.

–Eu vou com você. –Disse ao segui-lo.

Ao chegar ao bar, pedi uma Heineken ao barman. Sentei-me em um banco em frente ao balcão e aguardei o pedido. Apoiei meus cotovelos na madeira da bancada e abaixei minha cabeça.

Onde eu fui parar?

–Mackenzie? –Era a voz da Emma. Ergui a cabeça e abri um sorriso triste quando a vi.

–Oi. –Disse sem nenhuma empolgação.

–Já te vi em dias melhores. –Ela disse. Eu concordei com a cabeça.

–É, esse com certeza não é um dia tão bom. E para falar a verdade, ultimamente nenhum dia tem sido. –Ela me encarava com um pesar no olhar.

–Garota, eu não quero te ver assim, supere. –Emma disse e deu de ombros.

–Superar? Acha que é assim tão fácil? E se fosse tão simples, acha que eu já não teria conseguido? –Meus olhos encheram-se de lágrimas. –Emma, eu estou perdida, ela me deixou uma ferida enorme que eu tenho medo que nunca cicatrize.

Emma abaixou a cabeça.

–Eu não sei o que te dizer.

–E você não precisa dizer nada, nada que você diga vai mudar o que eu sinto. –Eu disse e ela consentiu.

–Vou passar lá para te ver qualquer dia desses. –Emma entrelaçou os dedos no meu cabelo e acariciou minha nuca. –Se cuida, garota.

Em seguida, se foi.

Flashback.

Estávamos rindo alto por todo o salão da festa. O álcool por fim estava fazendo efeito.

–Essa é a Emma de quem te falei. –Uma garota de cabelos azuis curtos estendeu a mão para mim.

–Ah, olá Emma. –Sorri e apertei sua mão. Ela riu.

–Ela está bêbada? –Emma perguntou.

–Eu? Eu não! –Respondi e tropecei no meu próprio pé ao falar. Quase ia caindo pro lado quando a Ruby me segurou.

–Quer sair daqui? –Ruby perguntou-me. Aceitei a proposta.

Saímos juntas do salão de festa que a família da Emma estava dando. Subimos algumas escadarias e fomos para o terraço. A vista era linda. O céu estava super estrelado.

–Isso é tão lindo! –Girei de braços abertos no terraço. Emma e Ruby riram atrás de mim. –Olha só! Tem um colchão aqui!

Apontei para um colchão no chão e ele não pareceu surpresa para Ruby nem para Emma.

–Eu e a Emma fugíamos para cá quando brigávamos com nossos pais. –Ruby contou.

–Isso acontecia duas vezes ao dia de todos os dias da semana. –Emma completou e nós três rimos.

Joguei-me no colchão e encarei o céu.

–O que estão esperando? Venham! –As convidei para deitar-se comigo.

Elas deitaram no colchão também.

–E aí? Vocês têm mais histórias para me contar? –Perguntei e Emma soltou um riso abafado.

–Uma vez a Ruby pegou no sono aqui. –Ruby, que estava de bruços no colchão, riu, provavelmente ao lembrar-se da história. –E aí, quando a acordei, ela achou que tinha sido abduzida por aliens.

Gargalhei alto.

–O que a droga não faz? –Ela defendeu-se.

Rimos juntas e terminamos o resto da noite contando histórias engraçadas do passado, até por fim, adormecermos ali mesmo.

Flashback off.

–Jake Willy vai correr! –Um cara passou correndo ao meu lado, alertando a todos.

Segurei a garrafa de Heineken e desci do banco. As pessoas movimentavam-se em direção à grade, intencionalmente para ver melhor a corrida. Atravessei toda a multidão e acomodei-me em um lugar entre dois caras grandes como uma muralha.

Os carros já estavam na pista. Os motoristas estavam se preparando para entrar. De um lado, Jake estava cercado por alguns homens que estavam o incentivando, na certa, todos ali apostaram nele e não queriam perder o dinheiro. Do outro lado, o Marcus ouvia incentivos de outras pessoas.

Dei um gole na minha bebida e desejei internamente que o Jake vencesse, aquele filho da puta estava com nossas vidas na palma da mão.

Jake e Marcus entraram em seus carros. No telão, começou a contagem regressiva de trinta segundos. Uma mulher bem gostosa segurava uma bandeirinha vermelha, ela estava bem à frente do ponto de partida. Os motores estavam rangendo, a hora era aquela.

–DEZ, NOVE, OITO, SETE... –As pessoas contavam  em conjunto. –SEIS, CINCO, QUATRO, TRÊS, DOIS, UM.

A gostosona levantou a bandeirinha vermelha dando início à corrida e os carros saíram dali cantando pneu. A torcida ficou ainda mais forte.

Fiquei ali parada por alguns minutos, apenas tentando pensar no melhor.

Dei o último gole em minha bebida e encarei o telão. De fato, eu estava impacientemente nervosa. 

Porra, eu precisava daquele dinheiro, meus amigos precisavam daquilo.

–OLHA LÁ! ELES ESTÃO VINDO! –alguém anunciou. Todos se curvaram na grade para tentar vê-los.

Ouvi alguém dizer que o Marcus estava na frente e calafrios percorreram todo o meu corpo. Tentei ver como estava a posição dos carros, mas não consegui, muitas pessoas estavam em minha frente.

–JAKE WILLY ATRAVESSOU A LINHA DE CHEGADA PRIMEIRO, PORRA! –Um homem em minha frente comemorou.

Arregalei os olhos e corri para longe dali, a procura do Ryan e do Chris.

Ryan estava junto com outros caras que fizeram apostas a favor do Jake, dei um abraço forte nele em comemoração.

–Conseguimos! –Disse enquanto o abraçava.

–Conseguimos esse caralho! –Ryan me apertou. –Cadê o animal do Chris?

Dei de ombros.

–Não o vi desde que fomos ao bar e encontrei com a Emma. –Contei.

–A Emma ta aqui? –Ele perguntou.

–Está.  Você sabe, se quer encontrar a Emma tem que freqüentar lugares como esse. –Eu disse.

–Vamos atrás do Chris! –Ryan saiu andando e eu fui atrás.

Juntos, começamos uma busca pelo Chris Brown. Estava difícil andar naquele lugar, muitas pessoas estavam bloqueando o caminho.

Olhei ao redor e nada do Chris. Onde aquele garoto estava?

Parei de procurá-lo e fui até o bar, pedi outra Heineken e sentei no banco em frente ao balcão. Onde quer que ele estivesse, ia aparecer uma hora, e provavelmente estava ocupado demais comemorando a vitória bebendo.

Eu estava errada.

Uma grande multidão formou-se há alguns metros de distância bem atrás de mim. Estava claro que era uma briga quando um dos caras que estavam ao redor do que quer que fosse gritou: “Acaba com ele.”

Franzi o cenho e levantei do banco. Empurrei algumas pessoas da minha frente a fim de ver o que estava acontecendo ali e simplesmente me deparei com a cena do Chris confrontando o Travis.

–Faça-me rir! Você é uma piada, Brown, seu reinado e o da puta gangue que segue o Bieber acabou por aqui! –Travis disse firmemente para o Chris que o encarava com tremendo ódio no olhar.

–Prova que você é melhor, desgraçado, prova isso! –Chris o desafiou. Eles ficaram cara a cara compartilhando raiva num só olhar.

–Chris, para com isso! –Me coloquei entre os dois e empurrei o Chris para trás.

Travis era o arqui-inimigo da gangue. Eles tinham rixa há anos. Travis alega ter seu território roubado após a chegada do Bieber, o que de fato era verdade, nós deixamos o cara com os negócios lá embaixo, no subsolo. Perdi as contas de quantas vezes o Travis atrapalhou nossos esquemas, enfurecendo todos nós, o desgraçado não sossegava.

–Vá se aposentar, cacete! Deixa os negócios com quem consegue dar conta. –Chris continuou com suas provocações bestas. Travis ficou ainda mais enfurecido com o insulto.

–E quem consegue dar conta? –O cara grande como uma muralha riu como se aquilo fosse uma piada. –Você e o resto dos seguidores fiéis do malandrinho lá? –Travis perguntou referindo-se ao Bieber.

–Sofremos um golpe, filho da puta! –Chris grunhiu.

–Estão sem a cadela chefe? O gibi humano não ta mais no bando? Ah, qual foi? Cadê a vadia que prestava serviços sexuais para o primeiro que aparecesse? –Travis fez referência à Ruby. Meu sangue ferveu de ódio.

–De quem você está falando? –Soltei o Chris. As lágrimas chegaram rapidamente em meus olhos.

Todos ao redor estavam concentrados na discussão. Que vergonha daquela situação. 

Travis analisou-me da cabeça aos pés.

–E você é o bichinho de estimação da vadia, acertei? –Ele abriu um sorriso diabólico.

Segurei as lágrimas e respirei fundo. Eu precisava me segurar. Não podia demonstrar fraqueza. Chris posicionou-se ao meu lado. Ele estava ofegante da discussão e quase não conseguia ficar de pé sozinho por causa da bebida.

–Eu não era um bichinho de estimação de ninguém. Eu não sou um objeto! Não pode descontar em mim toda sua raiva. E sabe por que você sente tanto ódio? Por que no fundo você sabe que se chegamos até aqui, é porque somos bons no que fazemos. No fundo você admite a si próprio que para você já deu, esse é o fim da linha, o SEU reinado chegou ao fim. Qual foi a última vez que você conseguiu alguma coisa por mérito próprio? Quando foi a última vez que conquistou alguma coisa sem precisar passar por cima dos outros? –ele se preparou para responder, mas eu o interrompi– Não me venha com suas mentiras filhas da puta, você é um merda! Um desgraçado! E eu vou acabar com você por ter dito coisas ruins sobre ela. –Parti para cima do Travis. Admito, sem pensar duas vezes. Um cara apareceu das cinzas do inferno e me segurou. Que bom.

–Ela não te amou, ela te usou. Nada a impede de estar ao seu lado agora, e ela não está, é escolha dela. Você é uma porra de um nada. –Aquelas palavras doeram mais que qualquer dor física que eu poderia sentir naquele momento. Eu sabia, no fundo, bem no fundo, que aquilo era a mais pura verdade. Mas eu não tive tempo de revidar.

Um clarão enorme tomou conta do local. Todo mundo gritou e começou a correr. Olhei para trás e fiquei completamente aérea. O que estava acontecendo dessa vez? Tornei a olhar para frente e o Travis não estava mais lá. Percebi que o Ryan e o Chris haviam sumido outra vez e corri direto para o local da grande explosão.

 Eu estava literalmente correndo contra a corrente. Todos estavam seguindo direções opostas à minha.

Quando cheguei ao local, vi apenas escombros. Restos de carro. Ryan estava agachado de frente para um corpo no chão. Lágrimas percorreram meu rosto ao ver que era o Chris que estava ali.

Corri na direção deles enquanto chorava e me joguei ao lado do Ryan.

–O que aconteceu? –Perguntei assustada.

–Eu não faço ideia. Chris estava muito tonto e eu resolvi trazê-lo para o carro... –Ryan estava tremendo e havia alguns ferimentos em seu rosto, seu casaco estava rasgado e seu nariz machucado também. –Antes de chegarmos ao carro, ele explodiu. Chris apagou na hora. T-tá entendendo? A explosão seria com a gente lá dentro, porra! Planejaram nossa morte, Mackenzie!

–Acorda, Chris! Acorda! –Sacudi o corpo do Chris diversas vezes enquanto derramava lágrimas. Logo o ele foi dando sinal de vida. Abriu os olhos e moveu-se um pouco. –Ryan, vamos embora daqui! –Eu estava visivelmente apavorada com a situação.

–Não temos carro, Mackenzie! Não temos nada! O dinheiro –Ele abaixou a cabeça e balançou a mesma negativamente. –O dinheiro estava dentro do carro, se eles não levaram, o fogo levou.

–Não! –pus as mãos na cabeça e pressionei os olhos com força. Ao redor, algumas partes do carro ainda pegavam fogo, estávamos apenas nós três ali, ainda mais perdidos que nunca.

–Vamos dar o fora daqui, deu por hoje. –Ryan disse.

–Ryan, não temos um carro, como vamos voltar para casa? 

–Vamos a pé, você conhece essas ruas melhor que ninguém. Estou certo? –Pisquei e encarei o asfalto, ele estava certo, eu conhecia muito bem.

Juntos, carregamos o Brown. Ele conseguiu dar uns passos e isso ajudou bastante. Seguimos de volta para casa, surpresos com a repercussão da noite e também, decepcionados.

Estando onde estou, tenho apenas uma pergunta para fazer: Como eu vim parar aqui? 


Notas Finais


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