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História Pretend... (REPOSTANDO) - Capítulo quatro.


Escrita por: JauregayMills

Capítulo 4 - Capítulo quatro.


Lexa respirou fundo quando se viu sozinha, virou-se para pegar uma toalha de papel, enxugando as mãos em seguida. Não era leiga, muito menos distraída, percebera o clima que tinha se estabelecido entre as duas, quase beijou a Clarke, mas o seu bom senso a impediu de fazê-lo. Tinha que enxergar a Clarke como um negócio, sem envolvimentos.

Era uma mulher de negócios e madura, saberia muito bem lidar com uma atração física mesmo que fosse esmagadora. Sempre que estava perto de Clarke parecia que os seus hormônios agitavam-se enlouquecidos como uma adolescente descontrolada, fazia muito tempo que não se sentia assim por alguém... Desde Luna. E isso a surpreendia, tinha mantido contado com a Clarke apenas um dia e já estava se sentindo em combustão. Não compreendia essa necessidade que o seu corpo sentia e aclamava pela outra.

Estava a quanto tempo sem fazer sexo? Apenas duas semanas, não era muito tempo para o seu corpo estar agindo como se tivesse em abstinência por longos anos. Mas, era forte... Sabia que aguentaria a pressão, ou achava que sim.

Estava quase saindo da sala quando a Maya entrou com a expressão irritada.

– Você sabia que Clarke Griffin foi embora?

Lexa encostou-se na maca, cruzando os pés e encarando a sua funcionária.

– Sim, eu que autorizei a sua ida, como também autorizei uns dias de folga.

– O quê? – Maya perguntou transtornada, seu rosto ficando mais endurecido. Era uma mulher bonita com os cabelos curtos e escuros, corpo estrutural e seios fartos. O que mais chamava atenção nela eram os seus olhos negros. Mas, ela sabia ser aterrorizante quando bem queria. – Com permissão de quem? O fluxo da clínica ficará um caos! Clarke tem clientes exclusivas que querem apenas ela. O que eu vou fazer? Isso será um grande prejuízo, merda!

Lexa quase riu ao escutar o “com permissão de quem”. Maya era uma ótima funcionária, mas ás vezes, se esquecia de quem realmente era o poder ali dentro.

– Com a minha permissão, pelo o que me consta ainda sou dona da Equilibrium. – Lexa disse séria, observou os olhos de Maya se arregalarem e brilharem em arrependimento, deu alguns passos à frente. – Não gosto de ter as minhas decisões criticadas, principalmente por minhas subordinadas. Você é paga e muito bem, diga-se de passagem, para manter o equilíbrio e o funcionamento da clínica, apenas cumpra o seu papel. Clarke ficará de folga e você resolverá o problema com as clientes sem perdê-las para concorrência, ouviu-me bem?

Maya engoliu cada palavrinha com dificuldade, os seus olhos cintilaram em pura raiva, sentia-se humilhada por estar recebendo um esporro por conta de uma funcionária de nível inferior ao seu. A raiva em si não era pelo trabalho, mas pelo súbito interesse de Lexa por Clarke. Não era normal, ao contrário, era muito suspeito, nenhum patrão dava recesso ao seu empregado sem motivos.

– Oh meu Deus... Você está dormindo com ela! – Maya acusou com súbita lágrimas nos olhos. – Eu pensei que o que tínhamos era especial.

Lexa revirou os olhos.

– Não estou dormindo com a Clarke, e se tivesse, também não era da sua conta. – Lexa fez uma careta sem tirar os olhos de Maya. – O que eu e você tivemos foi apenas sexo casual, nada demais, e deixei isso bem claro para você.

– Mas Lexa, eu te amo. – Maya confessou se debulhando em lágrimas, o que espantou a Lexa.

– Eu não te amo, Maya. Por favor, contenha-se, não torne isso algo estranho. – Lexa pediu com a voz mais ponderada, não queria ser tão insensível, mas não conseguia ter paciência, tentou manter a calma, por respeito a morena.

– Por que não me ama? É o sexo? Porque se for, posso melhorar. – Maya a olhou como se fosse um cachorrinho perdido no meio do deserto.

– Porque não mandamos no coração, não tem nada a ver com sexo... O sexo com você foi satisfatório, mas não foi o suficiente para amarrar o meu coração. Não estou à procura de um relacionamento, entende? – Lexa acariciou suavemente o braço de Maya, em forma de conforto. – Você é uma mulher linda, com muitas qualidades, mas comigo não vai rolar mais do que sexo.

Maya a olhou por uns segundos, mas se recompõe ao limpar as lágrimas e balançar a cabeça em positivo, juntando o pouco de dignidade que a tinha sobrado, respondeu:

– Tudo bem, senhorita Woods, vou voltar ao trabalho, com licença.

Lexa voltou a respirar fundo, era por isso que não envolvia negócio com prazer porque sempre acabava com uma dor de cabeça. As pessoas confundiam um momento junto com sentimentos desnecessários e tudo se tornava uma imensa bagunça. Tinha dormido com a Maya apenas uma vez, e a mesma já estava se declarando. Mulheres, ás vezes, eram complicadas. Só esperava que Maya fosse profissional o suficiente para não deixar que a vida pessoal atrapalhasse a profissional.

Não precisava desse drama em sua vida...

 

(...)

 

Clarke terminou de pentear os cabelos de Marina, já tinha a banhado e colocado a sua roupinha de dormir. Estava quase na hora da menina dormir, a colocava para dormir cedo para gerar bons hábitos. Era oito horas da noite, a tolerância máxima era até oito e meia.

Felizmente, Marina estava sem febre e parecia mais animadinha. Tinha brincado com os seus ursinhos e falado a língua estranha dos bebês, o que rendeu um vídeo filmado pelo celular. Clarke amava filmar e tirar fotos de sua filha... O seu coração explodia de amor sempre que a olhava. Como resistir as bochechas salientes e os olhos esverdeados?

– Você é um grande pedacinho de algodão doce. – Clarke falou como amor, segurando levemente as bochechas da filha que riu. Por fim, deu um beijinho na pontinha do nariz de Marina que a fez gargalhar, riu junto com a filha. – Gosta disso, não é? – Repetiu o ato.

Marina soltou mais uma gargalhada, mantendo os olhos fascinados na mãe. Clarke amava escutá-la gargalhar, soltou as bochechas da pequena e fez carinho na cabecinha cabeluda, acariciando os fios lisos e castanhos.

– Não cresça nunca, ok? Continue sempre pequenina, promete pra mamãe?

Marina não entendia nada, mas balançava os bracinhos animada. Clarke deu outro beijo, agora na testa da filha e a pegou nos braços.

– Hora da papinha, e depois caminha. – Informou indo para a cozinha com a sua filha.

Marina segurou uma boa quantidade dos cabelos de Clarke e pronunciou: – Mama, mama, mama.

– Sim, meu amor, é a mamãe. – Deu outro beijinho, agora na bochecha.

Pegou a mamadeira de Marina em cima da pia, voltou para sala. A televisão estava ligada no jornal, sentou-se no sofá, estendeu as pernas para cima do centro. Os seus pés estavam destruídos e doloridos. Ajeitou a Marina no colo, e deu a mamadeira para a menina, enquanto, a ninava. Marina colocou as mãozinhas gorduchas na mamadeira, e começou a mamar lentamente.

Apesar de estar com os olhos fixos na televisão, Clarke não prestava atenção no noticiário. Estava tensa, não ficaria em paz até entregar o cheque para o homem cujo não sabia nem o nome. Enquanto não pagasse a dívida do seu pai, não se sentiria segura e temia muito pela segurança de sua filha.

Marina era o seu bem mais precioso, seu bem maior, a coisa mais importante de sua vida. Era a sua luz, a sua paz. Enlouqueceria se um dia alguma coisa de ruim acontecesse com a sua pequena. Olhou para a princesinha que já estava com a expressão sonolenta, mantinha os olhos abertos com grande dificuldade.

– Eu te amo. Jamais deixarei que alguém faça mal a você. – Murmurou com os olhos amorosos.

Não demorou muito para Marina terminar de comer. Clarke retirou a mamadeira da menina, e ficou a ninando até dormir. Quando constatou que Marina já dormia, levantou-se com cuidado e a levou até o quarto, deitando-a no berço, ajeitou o corpinho no colchão, depois a cobriu. Marina gostava de dormir de barriga pra baixo. Fechou o mosqueteiro e voltou para a sala.

Estava exausta, emocionalmente e fisicamente. Os seus pés estavam repletos de bolhas, o seu joelho doía apesar dos cuidados de Lexa. Foi até a cozinha preparar alguma coisa para fazer... Optou pelo mais rápido: miojo. Abriu uma garrafa de vinho, uma taça não iria fazê-la mal. Voltou para sala com a taça de vinho numa mão e o prato com o miojo em outra, sentou-se no sofá e preocupe-se em comer. A primeira refeição digna do dia, já que quando chegou em casa, preocupe-se em arrumá-la e reforçar a segurança das portas e janelas com pedaços de madeiras.

Morava em Parnamirim, era uma cidade amigável, bem próxima de Natal. A sua cara era pequena, apenas uma sala, um quarto, uma cozinha e um banheiro. Nem um quintal tinha, apenas um terraço pequeno. Mas estava ótimo, era solteira e Marina era pequena, não precisavam tanto de espaço.

Tinha acabado de comer quando o seu celular tocou. Torceu a boca ao ver quem estava a ligando. Atendeu furiosa:

– Como pode fazer isso comigo, papai? Como pode fazer isso com a sua neta? Marina tem apenas um ano e dois meses e foi ameaçada de morte por sua inconsequência e seu egoísmo por pensar em si mesmo! – Clarke bufou, não deu tempo para o seu pai responder. – Dez mil reais? O senhor ficou louco de vez? Pra que precisou de tanto dinheiro?

– Keke... – Kane começou, sempre usava o apelido de infância dela quando queria um perdão rápido. – Sei que está irritada... – Foi interrompido.

– Irritada não, estou furiosa! A vida da minha filha está em risco por sua causa. Como se sente sendo o responsável pelo mal-estar de um ser tão puro e indefeso como a Marina?

– Sinto-me péssimo, eu não queria que isso tivesse acontecido, estou correndo atrás dessa grana, mas não estou tendo sorte e o João está me pressionando. – Kane tinha a voz arrasada.

– Não me diga. – Clarke falou ironicamente. – Você queria que isso acontecesse sim. Caso contrário não teria falado de mim e Marina pra esse canalha! Ele praticamente me sequestrou para dentro do carro e começou a me ameaçar como um psicopata. Por que pega dinheiro com essa gente? Existem bancos!

– Ele descobriu, na realidade, arrancou as informações de mim. – Kane lamentou. – Os bancos não me emprestam mais dinheiro, estou endividado com eles, então, tive que recorrer a agiotagem, estava precisando mesmo dessa grana. – Clarke fechou os olhos com força, sentindo a sua dor de cabeça aumentar. – Não peguei dez mil, foram cinco... Os cinco mil extra foram de juros.

– Ladrão. – Clarke resmungou. – Mas o senhor não me explicou para que precisava desse dinheiro!

– Para minha cirurgia de vesícula. – Seu pai respondeu e boa parte da raiva de Clarke foi embora. – Estava tendo muitas crises de vesícula e minha cirurgia no hospital público sempre era remarcada, não tive muita opção, não estava suportando mais de tanta dor, então, fui no médico particular que cobrou esse preço, não tive muita opção, mas se eu soubesse que iria sobrar pra você e minha netinha, não teria pedido nenhum dinheiro emprestado, preferiria morrer com a vesícula estrangulada. – Kane dramatizou.

Ao menos, o dinheiro não foi gasto com jogo. Menos mal.

– Sente-se melhor?

– Sim, estou bem. Não totalmente por essa situação que estamos, mas, filha... Você tem o dinheiro pra pagar?

– Felizmente tenho. – Clarke trocou o celular de mão. – Amanhã darei o dinheiro pra aquele crápula, mas só lhe digo uma coisa, papai: Nunca mais fale de mim e de Marina pra ninguém, absolutamente ninguém. Não temos culpa e muito menos responsabilidade pelos seus atos ou dívidas. Irei pagar essa, por estar sendo coagida, não existirá uma próxima vez, entendeu?  

– Certo. Certo. – A voz de Kane parecia dez tons mais alta. – O importante é que você tem o dinheiro e que todo mundo sairá bem. Prometo que ninguém irá mais cobrar nada a você. Eu te amo, Keke, obrigado por isso. – E desligou.

Clarke revirou os olhos e encarou o seu celular. O seu pai deveria ganhar o prêmio de maior cara de pau do ano, fora apenas pra se certificar que ela tinha o dinheiro que ele ligou. Jogou o celular em cima do sofá e concentrou-se em tomar o seu vinho. Sua mente foi invadida por grandes olhos esverdeados... Verdes esmeraldas... Olhos de Lexa.

Será que o destino tinha colocado a dívida do seu pai em seu caminho para que ela fosse obrigada a aceitar a proposta de Lexa e no final das contas, ficarem juntas?

Clarke deu uma risada cética. O vinho estava começando a fazer efeito...

 


Notas Finais


Perdoem-me os erros.


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