1. Spirit Fanfics >
  2. Pretty Boy >
  3. 05

História Pretty Boy - 05


Escrita por: only_army

Notas do Autor


Olá floquinhos
Primeiramente, gostaria que vocês lessem o jornal do link nas notas finais okay? Por favor, lá conseguirão entender tudo o que está passando comigo e porque o sumiço.
enfim, boa leitura

Capítulo 5 - 05


Fanfic / Fanfiction Pretty Boy - 05

Confuso, este era Park Jimin ao abrir os olhos e sentir uma pontada lhe atingir a nuca com força, fazendo com que as pálpebras se forçassem a fechar novamente.

O garoto até tentou pegar no sono mais uma vez, mas o peso do corpo frio do mais velho não deixou com que o ato fosse concluído e com calma, retirando os braços de cima de si, Jimin se viu livre do corpo alheio. Mas não dos pensamentos confusos.

Encarar um Min Yoongi adormecido, era totalmente diferente de conviver com a frieza do mesmo e, enquanto deixava parte da manta esquecida nos pés do colchão, por cima do jovem ainda de bruços, tentando assim lhe dar um pouco de calor, já que não estavam vestidos, Jimin não pôde conter a angústia que lhe tomará por completo.

O de fios coloridos desejava ter bebido tanto a ponto de esquecer a noite passada por completo mas, infelizmente, a história do Min ecoava em sua mente como um lembrete de que aquele pequeno homem era humano, muito mais até mesmo que seus familiares.

"Me desculpa." Jimin sussurrou, sem saber se pedia perdão pela brutalidade da noite que compartilharam, pela forma de tratamento que sempre usou, achando que Yoongi era só um garoto que precisava de dinheiro e somente isso, ou se pedia as mais sinceras desculpas por ter sido mais um à comprar o corpo de um jovem que não merecia nada daquilo que vivia.

Os dedos já acariciavam os fios escuros do mais velho enquanto os pedidos de desculpa continuavam a ser proferido cada vez mais baixo e quando, finalmente, o Min abriu seus olhos, sem entender o porque daquele carinho que recebia, somente conseguiu ver Park Jimin visivelmente triste pela primeira vez.

"O que aconteceu?" Questionou baixinho, sentindo a voz arranhar a garganta pela falta de uso.

"Posso te abraçar?" Se estivesse cem por cento acordado, provavelmente, estaria rindo do outro, se perguntando qual fora a bebida que o mesmo tomou, mas o sono era tanto que somente deu de ombros, notando que não era nenhum tipo de brincadeira pois Jimin realmente passou seus braços por entre seu tronco e fez o rosto do mais velho se encostar no pescoço frio da manhã.

 

§

O corredor, pela manhã, era repleto de hóspedes e empregados do lugar e Yoongi não pode deixar de se sentir incomodado em não conseguir responder nenhuma saudação em russo.

Quando Jimin lhe acordou pela segunda vez, não existiam mais braços em seu corpo e, felizmente, o Park explicou que não estaria presente no café da manhã, por isso estava lhe acordando.

Agora, passando por entre o caminho, levemente conhecido por si, o Min sentia que o sono ainda não fora completamente organizado e o fuso horário seria um problema bem comum nestes dias.

Yoongi não poderia negar que o toque do celular e o contato de Hoseok na tela do aparelho lhe haviam assustado, o medo de que algo de ruim viesse a tona durante a viagem era como rotina.

"Oi, Hobi." Disse finalmente atendendo a chamada, escondendo firmemente o medo que seria explícito em sua voz.

"Estou atrapalhando? Vi pela internet os horários aí, podemos conversar?" Questionou, fazendo um arrepio subir pela coluna do mais velho.

"Aconteceu alguma coisa?" Devolveu a pergunta, ignorando assim as do melhor amigo.

"Minha irmã vai se casar." E sem rodeios, Hoseok contou o que fizera sua noite não ser de sono e sim de preocupações.

Naquele instante, o moreno não conseguia sair da própria briga mental, onde tinha aquela novidade como o centro e foco.

Não sabia se deveria ficar feliz por ter certeza que, de qualquer forma, Hoseok já estaria em casa antes mesmo do casório ou; se ficava triste, pois era claro o desânimo na voz alheia.

O Min conhecia tão bem as manias e pensamentos do melhor amigo que sabia como o mesmo estaria agora se rebaixando pela profissão que seguiam.

"Yoon?" Hoseok chamou do outro lado da linha, estranhando o silêncio do amigo após dada a notícia.

"Ah, eu tenho um presente para você!" Desviou do assunto, rezando para que mesmo desanimado, o outro pudesse ficar pelo menos curioso. "Tudo aqui é escrito com essas letrinhas ao contrário, acredita?"

"Que presente?" Questionou caindo no plano do moreno que se deixou sorrir um pouco. "Seu sugar daddy não sabe traduzir essas coisas? Falando nele, ganhou muitas jóias?" E mesmo machucado, se sentindo mal por estar sozinho com seus demônios internos, Hoseok também se permitiu esquecer um pouco dos próprios problemas para conversar e ter essa companhia ajustada com o amigo.


§

Após mais uma reunião na sede da empresa familiar, ali mesmo em São Petersburgo, Seokjin perambulava por entre os corredores do hotel, tendo como destino o quarto onde os tios se mantinham hospedados; o jovem precisava conversar com ambos sobre a futura convenção no país e como teve que deixar o primo na empresa, decidiu vir pessoalmente.

Enquanto passava o caminho lendo e-mails e destinando vários à lixeira, o Kim não deixou de ouvir a voz de seu mais novo pretendente soar pelo grande corredor.

Yoongi aparentava estar animado com a pessoa coreana que conversava consigo, explicando sobre como as coisas eram bonitas naquele país.

Mas no meio daquela meia dúzia de diálogos bobos, alguns começaram a chamar atenção e o quase russo se viu ouvindo tudo de forma escondida, saindo do local somente após o fim da chamada suspeita.

"Bom dia, Yoongi!" Exclamou fazendo o corpo do Min chacoalhar de susto. "Está bem? Vejo que não tomou seu café da manhã, venha comigo." Estendeu a mão. "Nem pude conversar tanto contigo, mil perdões."

"Bom dia, hyung." Pelo pouco diálogo que manteve durante o jantar, Yoongi conseguiu absorver algumas informações, como a que aquele jovem de pele clara era mais velho que si. "Agradeço o convite, mas não desejo atrapalhar."

E a máscara da mentira se fez presente, sendo notada até mesmo pelo Kim, este que conseguiu ver como era diferente o modo de tratamento do outro consigo, comparado ao antes visto numa mera ligação.

"Não será incômodo algum, tenho algumas curiosidades sobre a época de vestibulando do meu primo." Seokjin sorriu, sem nem ao menos imaginar como o outro clamava por uma ajuda dos céus. "Ele nunca foi de ir às festas de irmandade ou isso é mentira? Meus tios sempre alegaram ter o Minnie como um anjinho!!" Explicou rindo da última quase afirmação.

"Bem, hyung, sabe como é, ele se transforma quando bebe demais, por isso evitava festas, e quando ia, acabava carregando os amigos, como eu, para evitar fotos e afins" Yoongi sabia mentir, o Park tivera sorte e tinha consciência disso desde o primeiro encontro; aquela afirmação poderia não ser límpida, mas tinha sua ponta de verdade.

"Estranho, nunca soube do seu nome junto dos festeiros do priminho, Jeongguk também não comentava." Se o sangue pudesse congelar nas veias e artérias, os de Yoongi estariam duros como pedra.

"Nunca quiseram me citar por ser irrelevante, e Jeongguk entrou um ano depois de nós, só fui conhecê-lo bem agora que retornei à Seul." Improvisou, Yoongi tentava a todo custo imaginar onde aquele homem desejava chegar com suas questões, mas não conseguia ver nada mais do que, puro interesse.

"Ouvi meu nome?" Jeongguk passou os braços pelos ombros do primo, sorrindo como se tivesse passado a melhor noite de sua vida, tendo sido, provavelmente, fodido pelo namorado via skype.

"Bom dia." Yoongi forçou um sorriso, que era mais de alívio do que de felicidade ao ver o outro e estar, finalmente, conversando com alguém em sua língua nativa. "Estávamos comentando sobre como o Park era chato para festas, mas logo se soltava com algumas doses."

"Verdade! Falando nisso, vocês saíram ontem, né? Como foi aguentar o bêbado safado depois de tanto tempo?" O Jeon tinha escutado aquela versão da história vindo de Jimin, o amendoado explicara que havia ficado anos sem ver o Min, e que essa viagem serviria para matar a saudade e não apresentar o outro para sua família, como Jeongguk desejava.

"Engraçado, mas bom, ele não bebeu muito". Yoongi conversava abertamente com o mais novo, ignorando completamente o Kim à sua direita.

"Concordo, nem ouvi a cama bater na parede." Se Yoongi tivesse a capacidade de corar quando o assunto tivesse um duplo sentido evidente, assim faria. "Vamos para o café? O Jiminnie hyung está assinando papéis na empresa, podemos guardar uns biscoitinhos para ele!" Brincou o mais novo, sem nem perceber que Seokjin não sorria consigo e o Min.

"Talvez ele queira sair com Yoongi após a reunião." Alfinetou, ouvindo a risada bem humorada de Jeongguk, mas focando somente nas expressões de Yoongi, estas que endureceram.


§

“Nós vamos sair.” A porta se abriu, assustando assim Yoongi, este que acabara de conseguir se livrar de Jeongguk e Seokjin, mas agora, já tinha a visão de outro primo para lhe importunar.

“O que?” Não conseguia entender este grau de de autoridade que Jimin possuía, mas não gostava nem um pouco da sensação de ter mais uma noite em boates secretas, sendo este o provável destino deste passeio.

“Consegui um carro, vamos, e vista algo quente.” O Min continuava sem entender, mas, a visão do Park se abaixando para pegar uma roupa na mala enquanto retirava as peças de seu corpo, fez a chama da curiosidade retornar aos olhos do mais velho.

Seria mentira negar a vontade de encarar mais de perto os traços desenhados no corpo alheio, então, sabendo de seu crime, Yoongi continuou encarando a tatuagem que agora estava bem mais ‘cuidada’ do que na primeira vez que a viu.

"O que significa?" Questionou, vendo Jimin lhe encarnar brevemente até entender o porque da pergunta.

“Ah, é liberdade.” Sussurrou, sentindo o rosto esquentar pela observação fixa do mais velho no fim da sua coluna, onde as seis linhas de arame farpado se dissolveram, se tornando uma a uma, diversos pássaros livres, como ele nunca poderia ser. “Meus pais nem imaginam que tenho isso, na verdade no dia em que acordei sóbrio e lembrei dela, me senti um retardado.” Explicou, se sentindo leve em compartilhar algo.

“Você fez uma tatuagem enquanto estava bêbado? Nossa, quem diria, seus primos me contaram que o mais arriscado que você fez foi pular um muro para retornar à aula porque o portão da escola se fechou.” Provocou, notando que o Park já estava devidamente vestido e ele ali, sentado na cama.

“Fazer a tatuagem não foi a coisa mais arriscada que fiz" Trazer você aqui foi a coisa mais arriscada, completou mentalmente. “Vou para a recepção, te espero lá"

Explicou, pensando que Yoongi poderia estar precisando de privacidade para se vestir.

Mas no fim, o mais velho somente tentava fazer com que sua mente trabalhasse.

Após alguns minutos de espera, Jimin pode ver o outro se aproximar em sua direção, se perguntando mentalmente como aquele jovem poderia ser tratado como um prostituto qualquer, sendo que em vestes de luxo, seria tratado como um ator ou, até mesmo, modelo.

Sua cabeça girava, não sabia se deveria demonstrar compaixão, como fizera com o abraço, ou continuar lhe tratando normalmente como fizera ao adentrar no quarto que dividiam no hotel, mas, quando Yoongi finalmente parou em sua frente, Jimin somente terminou de se doar à névoa de sua mente e segurar a mão do outro, levando dessa forma, o mesmo até o carro alugado.

O dinheiro leva a tudo, e o Park tinha certeza disso, pois, ao sair da empresa, com seus planos já em mente e seguindo até uma loja de veículos para aluguel, mostrou sua habilitação coreana e algumas notas para o gerente do estabelecimento, assim conseguindo o carro desejado para ir até seu lugar favorito em toda a Rússia.

Yoongi nem mesmo disse uma palavra, entrando no veículo e passando o cinto de segurança; para o mesmo, qualquer lugar onde o outro quisesse lhe levar, teria de ser acatado já que Jimin pagava por tudo isso, e a quantia não era pouca.

Jimin terminou de acomodar alguns objetos necessários para o passeio, e outros que viriam em breve, e logo voltou ao interior do carro, podendo assim observar que o Min tinha sim, um fascínio em encarar a paisagem por fora do carro, era a terceira vez que conseguia observar aquele ato e em todas, o Park desejava ler os pensamentos alheios.

Depois de chegar quase no fim de São Petersburgo, pelo que o GPS informava, estavam em seu destino.

A neve era espessa naquela região, e sabendo desse fato, Jimin correu os olhos pelos bancos traseiros do carro, puxando um guarda chuva mediano e colocando o mesmo por cima de si e do outro quando estavam por fora do veículo.

"Bem vindo ao lugar mais lindo da Rússia, bem, ele é lindo na primavera." Explicou o mais novo, caminhando até se ver parado numa bilheteria, onde Yoongi teve de ser deixado de lado.

Enquanto o outro se mantinha afastado, o olhos de Yoongi procuravam algo que não fosse somente branco, tendo a única visão de algumas janelas iluminadas.

"O que é este lugar?" Questionou finalmente, uma mulher agora já cedia a passagem para que o mesmo caminhasse até se sentir num labirinto sem fim, ouvindo somente o riso baixo de Jimin.

"Palácio de Catarina." Respondeu tentando segurar a alegria de poder pisar naquele espaço novamente.

Jimin se lembrava muito bem do dia em que seus pais lhe trouxeram pela primeira vez naquele que era quase um patrimônio histórico do país; na época, as grandes árvores junto ao vento, soltavam suas folhas e pétalas por entre toda a caminhada na parte externa das antigas acomodações dos czares, mas, a beleza monótona do branco cobrindo seus troncos e telhados não poderia ser dada como melhor ao olhar do Park.

"O que estamos fazendo num palácio?" Yoongi continuava sem entender onde o outro desejava chegar, e até tinha medo de achar que o mais novo desejava transar consigo ali.

"Visitando hyung, estamos visitando meu lugar favorito na Rússia." Finalizou deixando a sinceridade transbordar por entre suas palavras, logo acariciando a mão do mais velho que segurava o guarda chuva, tomando a mesma para si enquanto também seguia o caminho com o acessório acima de si, desta vez, com sua guia.

Respirar fundo, esta era a reação do Min quando teve sua mão entrelaçada e mesmo com medo do que poderia ser aquilo, se sentindo um peixe fora d'água de tão pobre pisando num lugar tão sofisticado.

Caminharam por diversos cômodos, e em cada um, Jimin fazia um pequeno monólogo sobre o porquê de objetos e pinturas existentes no mesmo, por ter visitado o palácio tantas vezes, conhecia cada piada, mistério e história ao redor do lugar.

O objetivo não era simplesmente caminhar por cômodos como o que estavam no momento, este coberto por semi jóias e espelhos, e sim, chegar até o fim da caminhada para que ambos pudessem desfrutar do jardim congelado.

Se encarando por entre os espelhos de tom âmbar, Yoongi sentiu um nó se formando em seu peito; o Min estava adorando ver e descobrir mais sobre aquela cultura colonial, mas, junto do conhecimento, veio também as vontades, o desejo de ser como o Park estava estampado agora em sua face.

Yoongi nunca fora bom em demonstrar reais sentimentos, mas não conseguia deixar de notar que no fundo, ali, em seu próprio olhar, a tristeza residia de forma eterna, sempre se mostrando presente para evitar com que o mesmo pudesse dar passos para si, e não para o bem familiar ou dos outros.

Oras, estava ali para prol do melhor amigo, e mesmo sabendo que seria ótimo ver um sorriso na face de Hoseok, desejava notar o mesmo em si também.

Notar aquele sorriso realizado que Jimin tinha estampado, mostrando que não era o monstro que aparentava, lhe machucava pelo simples fato de não saber como ele estava se sentindo, desejando um pouco daquela realização para si, nem que por alguns segundos.

"Hey? Tudo bem?" Jimin notou que o moreno ao seu lado continuava vidrado ao próprio reflexo e, achando estranho a expressão tão perdida do mesmo, decidiu lhe chamar para irem, finalmente, até o jardim. "Yoongi?" Tentou novamente, vendo o mais velho sair do transe e literalmente soltar o ar preso nos pulmões.

Não era a primeira vez que Jimin notava a vulnerabilidade do garoto de programa, mas aquela fora o primeiro momento que pode ver Min Yoongi transbordar e se afogar nos próprios sentimentos abafados.


§

O jardim imenso e recoberto pelo branco mórbido criado pela neve era observado com cuidado pelos únicos pontos de cor que passavam por ali, sendo estes Jimin e Yoongi, ambos sendo acompanhados do acessório protetor.

Para chegarem a saída do grande palácio, teria que ser feita uma bela caminhada por entre o foco dos visitantes e turistas: o jardim dos fundos, que pela primavera, abrigava milhares de flores exóticas, mas agora, eram de um único tom.

Jimin, que mantinha o guarda-chuva acima dos corpos, tentava dividir sua atenção entre Yoongi e toda a paisagem que tanto venerava até mesmo em dias cinzentos, o moreno se perdia dentro do casaco e parecia menor ao se encolher pelo frio a cada passo que davam.

O mais velho continuava calado desde o questionamento durante a visita ao quarto âmbar, e o Park pagaria a quantia que fosse para saber a causa de todo aquele silêncio.

Após chegarem até o carro e se acomodarem dentro do mesmo, Jimin notou que agora era ele o foco dos olhares e quando ambos fixaram-se uns aos outros, fora como se todos os pêlos do corpo do mais novo se arrepiarem um por um, como num choque térmico, onde o calor bate de frente com o frio.

"Obrigado." Disse finalmente, o Min. "Pelo passeio." Completou, quebrando o contato visual e deixando com que a cabeça pendesse para a janela fechada, como sempre fazia.

O peso de não merecer nada daquilo ainda pesava no peito do garoto de programa, mas de que adiantaria se mostrar chateado sendo que adorou conhecer um pouco do lado bom da vida?

E por conta daquele pensamento, Yoongi decidiu agradecer sempre o que viesse do Park, pois mesmo que lhe machucasse como o ocorrido na balada, era necessário mostrar gratidão pelos  gestos do outro, já que em sua mente, Jimin não lhe deixaria livre das mentiras que cercam o hotel por bobeira e sim, bem-estar mútuo.

Jimin não conseguia ter uma boa visibilidade lateral por conta da neve que atingia o veículo com força naquela área, mas com a ajuda dos parabrisas, notou onde estavam passando e estacionou pela segunda vez notando que já era tarde.

Após pegar o celular, o Park simplesmente saiu do carro, deixando assim, Yoongi confuso com o ato, se perguntando onde errou.

"Mas?" Questionou consigo mesmo, soltando um riso nervoso ao pensar que o jovem que lhe contratara poderia ter acabado de lhe abandonar como os homens ruins fazem com animais de estimação.

A única coisa que pode fazer foi sair do carro e tentar achar o mais novo, notando que o mesmo, por sorte, não estava longe do veículo mas, aparentemente, se localizava numa posição perigosa do local.

E mesmo indo contra todos seus princípios de não se importar com quem lhe pagava, somente zelando pelo prazer do mesmo, o moreno andou em passos rápidos até se situar ao lado de Jimin, sentindo-se um idiota por se preocupar com o garoto que só estava distraído, tirando fotos das casas existentes no oposto da grande vala.

Jimin sentiu o outro se aproximar, mas continuou focado em colecionar mais memórias daquele país, ignorando completamente que a corrente de neve fina que antes caía sobre si, desaparecerá de sua cabeça.

Se estivessem num drama clichê, o momento em que o Park sorriu para o outro que se molhava com a neve enquanto dava o guarda chuva para si, teria como trilha sonora uma música romântica, seguida de uma cena apaixonada onde ambos se beijam.

Quando a mão do mais novo tocou a do Min, segurando não somente o objeto como também a destra alheia, dando um passo para evitar o resfriado de Yoongi como ele mesmo fazia com aquele ato, Jimin se sentiu um idiota por desejar viver um dorama ou, até mesmo, um romance qualquer.


§

Hoseok tentava ligar para o celular do melhor amigo, mas o mesmo nem mesmo chamava, caindo diretamente na caixa postal, somente demonstrando que o aparelho continuava desligado desde a ligação que fizera horas antes.

Estava com problemas, dos grandes e precisava, pelo menos, duma opinião antes de fazer alguma loucura contra a própria vida, pois, o Jung preferia morrer do que contar aos pais o que fazia para ganhar dinheiro.

A mãe do jovem havia entrado em contato novamente consigo, desta vez, dizendo que precisaria ir até Seul para organizar alguns aluguéis de vestidos e roupas sociais para a família e, como não conhecia o lugar, usaria o filho como guia e seu apartamento como hospedagem durante os preparativos matrimoniais.

O problema era que Hoseok não poderia hospedar a mãe no apartamento de um cômodo que dividia com Yoongi, e muito menos ser guia da mulher já que somente tinha conhecimento da Seul noturna e seus pontos.

Durante as inúmeras tentativas, o celular voltou a chamar com o típico intervalo de sons, e antes que a linha pudesse cair novamente, uma voz diferente do timbre do Min soou no outro lado.

"Sim?" Questionou, ainda se perguntando mentalmente o porquê de ter atendido o celular alheio.

"Posso falar com Min Yoongi?" Devolveu com uma pergunta, por sorte, Hoseok reconheceu a voz alheia, ficando um pouco mais aliviado ao continuar o diálogo e não desligar como faria com desconhecidos.

"O hyung foi para o banho, tem algum recado?" Jimin disse, haviam acabado de retornar ao hotel, as cenas ainda eram frescas e repassadas na mente alheia, o Park se sentia melhor em não tratar o outro tão friamente, mas, ao mesmo tempo, se sentia um tolo já que o Min ainda lhe observava como um dono que lhe alugou por uns dias.

"Não, amanhã retorno, obrigado." E antes de finalizar a chamada, o mais novo tomou coragem para tirar aquela dúvida de sua mente.

"Porque ele é tão submisso com tudo?" Exclamou, sentindo raiva daquela personalidade tão monocromática.

"Senhor Park, somos prostitutos e não acompanhantes, isso faz parte do nosso emprego."


§

Seokjin teclava rapidamente no notebook que se mantinha fixo na mesa livre do cybercafé que encontrará pelo caminho até a casa que, infelizmente, residia com o pai.

O jovem se sentia num filme policial ao estar usando um dispositivo público para verificar álbuns e postagens antigas nas redes sociais dos primos.

Para si, era necessário encontrar algo sobre Min Yoongi no passado dos mesmos, e só conseguiria dormir em paz quando tivesse alguma prova de que o belo rostinho jovem fosse mesmo um amigo do Park.

Jimin sempre conseguiu tudo o que o mais velho sempre desejou, tinha pais compreensivos e uma casa recheada de amor, amigos interessantes e confiáveis, um cargo não tão chato e, até mesmo, um quase namorado invejável.

Não que aquele sentimento fosse movido à raiva, Jin nunca soube explicar de onde surgiu a inveja intensa que sentia de seus familiares residentes ainda da Coréia, mas todos tinham sorte demais e, pelo menos, se Jimin continuasse deixando o seu tal amigo de faculdade de lado, teria que arcar com a consequência de vê-lo com outro.

Uma atendente se apresentou, questionando se Seokjin desejava algo e tendo alguns itens como resposta, anotando os mesmos e avisando no dialeto russo que em poucos minutos retornaria com o pedido.

"Vai ser uma longa tarde." Comentou consigo mesmo, sorrindo para a tela.

 

§

A água quente batia no corpo do garoto de programa e estranhamente, os pontos arroxeados não estavam doloridos quando a mão com sabonete passeou pelos mesmos, algo estranho para o Min, já que todas as marcas feitas em si, ficavam sensíveis por até mesmo dias após o ato.

Mil coisas passavam ao mesmo tempo na mente do jovem, desde a saudade do sorriso aberto do melhor amigo até mesmo da vontade de deitar e dormir até o fim dos tempos.

Seria mentira afirmar que nunca pensou em desistir da vida medíocre que mantinha, que nunca tentou mudar, mas acabou fracassando, Yoongi era basicamente o que sua mente moldou durante anos, um fracasso, o erro irreparável que ainda tentava ser bom em algo, falhando até mesmo com Jimin.

Era errado se culpar por negar tudo? Era errado mesmo não conseguir simplesmente se divertir numa viagem como esta? Era tão cruel ver aquela rua simples e escura onde o carro parou e o Park saiu para fotografar, ser melhor vista como seu lar do que o enorme palácio?

"Yoongi hyung?" A voz do Park tirou o moreno de seus pensamentos. "Hoseok ligou e disse que vai retornar amanhã."

"Certo." Respondeu sentindo-se mal por nem ser útil ao amigo. "Pense no lado bom!" Sussurrou consigo mesmo, desligando o registro para colocar a camisa que cobria sua roupa íntima pela madrugada.

Ao sair do banheiro, e deixar a toalha branca junto dum cesto específico no canto do quarto, Yoongi encarou brevemente o mais novo, este que lhe observava de volta enquanto mantinha as costas na cabeceira e pernas retas por cima do lençol.

O moreno estalou o pescoço com um movimento e deu meia volta, indo até a cama onde se sentou estrategicamente, por cima das pernas de Jimin, deixando as suas paralelas ao tronco do outro.

"O que você está fazendo?" Perguntou o mais novo, se perdendo novamente nas orbes vazias do Min.

"O que seu corpo e mente desejam." Respondeu, soltando um pouco mais do peso por cima da intimidade recoberta pelo moletom alheio, colocando com cuidado os braços pelo pescoço do mais novo.

"Não." Jimin sussurrou, sentindo os lábios traiçoeiros do garoto de programa já em seu pescoço, procurando assim lhe instigar.

Desta vez, pareciam estar numa situação contrária onde quem despejava as frustrações no corpo alheio, buscando por reações falsas e ensaiadas, era Yoongi e não o mais novo.

"Yoongi, não." Jimin tomou os pulsos do moreno com cuidado, mantendo a voz baixa também para não assustá-lo. "Você é submisso, não é?" Perguntou vendo o cenho franzido de Yoongi se formar. "Se eu pedir algo, você vai fazer, não?"

"Sim" A resposta saiu tímida, uma ponta de medo existia no timbre do Min, este que tinha pânico de descobrir o que acabará de despertar no que lhe contratara.

"Então, durma." Pediu finalmente, segurando a lateral do corpo alheio e deixando o mesmo na cama, deitado, enquanto se levantava com a culpa lhe corroendo.

E enquanto se mantinha observando Jimin caminhar para fora do cômodo, Yoongi nem imaginava a guerra que o mesmo travava mentalmente.

 


Notas Finais




Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...