1. Spirit Fanfics >
  2. Price Of Happiness - Taehyung and Jennie >
  3. Sessão 1 - 6

História Price Of Happiness - Taehyung and Jennie - Sessão 1 - 6


Escrita por: rayssasilva015

Notas do Autor


🔴 A idade dos personagens serão alteradas!

• Jennie: 18 anos
• Taehyung: 20 anos

Capítulo 6 - Sessão 1 - 6


Taehyung narrando:

ㅡ Taehyung... ㅡ Minha mãe chamou abrindo a porta do meu quarto.

Dei pausa no meu jogo e a olhei.

ㅡ Eu e seu pai vamos levar o Lucas na casa do lago amanhã pra passar o final de semana. Você quer vim com a gente?

Levei um tempo para encontrar uma resposta.

A última vez que meus pais me levaram à casa do lago eu tinha seis anos. Depois disso nem ele nem ela tiveram mais tempo. Muito trabalho, muitas responsabilidades...

Nos anos seguintes eles mandavam Linn me levar, mas eu entendia. Ele é dono de certa de cento e oitenta empresas espalhadas pelo mundo e ela é médica, diretora do hospital Sede da cidade. Isso realmente deve existir muito compromisso.

Acontece, que há quatorze anos eles não tiveram mais tempo pra mim, mas bastou Lucas ficar um dia na minha casa e eles já arrumaram tempo pra ele.

ㅡ Dispenso. Pode fechar a porta quando sair. ㅡ Voltei minha atenção para o jogo e apertei o play.

Minha mãe não saiu da porta. Eu sabia disso porque estava vendo seu reflexo na tela da televisão, mas fingi não me importar com sua presença ali.

Ela ficou me olhando pelo oque pareceu uma eternidade, então entrou no quarto e fechou a porta. A distração que me causou resultou minha morte no jogo.

Merda.

ㅡ Nós podemos conversar? ㅡ Ela perguntou se sentando ao meu lado.

ㅡ Estou ocupado. ㅡ Respondi dando replay.

Ela se levantou, foi até a televisão e a desligou.

ㅡ Não está mais. ㅡ Arqueou a sobrancelha pra mim, me desafiando a discordar.

Eu fiquei a olhando por um tempo, decidindo entre me levantar e religar a televisão ou me declarar vencido.

Suspirei, largando o controle.

Ela veio até mim e se sentou ao meu lado novamente.

ㅡ Me diga o que se passa na sua cabeça.

ㅡ Não. ㅡ Respondi sem olhar pra ela.

Eu não iria mesmo lhe mostrar minha vulnerabilidade. Gosto de mistério, especialmente quando ele esconde minha franqueza.

ㅡ Querido... o Lucas passou por momentos muitos difíceis na vida dele, tenta entender.

ㅡ Eu não tenho culpa. ㅡ Fui mais frio do que pretendia, mais não me importei.

Ela balançou a cabeça.

ㅡ Eu sei que você não tem culpa, mas ele também não tem! Taehyung, ele viveu em um orfanato por quatro anos, isso é a metade da vida dele. Você pode imaginar o tamanho da felicidade dele quando soube que agora terá uma família? Pode imaginar o quanto ele ficou feliz quando eu falei com ele lá no orfanato que agora ele tem um irmão?

Olhei pra ela, mas não respondi. Isso não justifica ele chegar do nada, roubar a atenção dos meus pais e pegar meu lugar na casa. Ele sobreviveu até agora, passou por coisas ruins, então isso significa que ele era capaz de continuar onde estava. Não é assim? As experiências não amadurecem o homem?

ㅡ Ele é um garoto incrível, Taehyung... ㅡ Minha mãe disse com uma voz dramática. Só faltava agora ela chorar por causa dele. ㅡ E mesmo você sendo tão arrogante, ele gosta de você. Ele disse que está feliz. Por favor, não estrague a felicidade dele.

Continuei calado.

Eu não sou um ser humano sem coração, mais não gostei de ter um novo membro na família. Não gostei de ter que receber da noite para o dia um menino na minha casa que nem conheço e ter que vê-lo como irmão. Não gosto de se é obrigado a aceitar coisas que me desagradam. Pra mim, esse garoto chegou com a única missão de arruinar completamente minha vida.

ㅡ Nós vamos sair amanhã bem cedo. Se você quiser ir, seu lugar está guardado. ㅡ Minha mãe me deu um beijo na testa e saiu do quarto, fechando a porta ao passsar por ela.

Respirei fundo. Eu nao queria ficar com raiva, mas ela simplesmente surgiu.

Raiva da minha mãe, por focar sua atenção e seu amor em Lucas. Raiva do meu pai por exigir tanto de mim, mas levar seu novo filhinho pra se divertir onde ele costumava me levar. Raiva de Lucas por invadir minha vida do nada, mas, principalmente, raiva de mim mesmo por não conseguir controlar meu maldito ciúmes.

Peguei o controle do xbox que estava do meu lado por impulso e o arremessei na tela da televisão com toda força.

Maravilha... Agora teria que comprar outra televisão.


Jennie narrando:

ㅡ Jen... ㅡ Soyoon me acordou, sacudindo levemente meu ombro.

ㅡ Hm...?

ㅡ Vá dormir na cama.

Levantei meu rosto e olhei para os livros que estavam abertos debaixo da minha cabeça. Eles variavam entre exercícios de quarto e quinto período.

Eu tinha colhido algumas matérias de livros que eu me possuía pra terminar meu trabalho, mas o que eu consegui, não cobria nem o terço do que teria conseguido com os livros que Taehyung arruinou.

De qualquer força, estava tudo sobre a mesa, provocando um tipo de bagunça típica de estudantes acostumados a perder noites de sono.

ㅡ Nya está dormindo? ㅡ Perguntei com a voz rouca.

ㅡ Claro. São cinco da manhã.

ㅡ Por que você está acordada?

ㅡ Levantei pra beber água. ㅡ Soyoon cruzou os braços. ㅡ Como você quer passar o dia no parque com Nya se nem dorme?

ㅡ Hm... Eu dormi. ㅡ Peguei a caneta novamente e aproximei um dos livros mais perto de mim.

ㅡ Você só pode está brincando, né?

ㅡ Por quê?

ㅡ Você não está se aguentando em pé, Jennie! Você precisa descansar.

ㅡ Eu estou bem. ㅡ Bocejei e recomecei a fazer os exercícios que meu sono interrompeu.

Soyoon ficou me olhando como se pensasse em alguma coisa, então tirou a caneta da minha mão.

ㅡ Vamos fazer o seguinte: você vai dormir e recompor as energias pra ao menos ter forças pra levantar quando amanhecer. Leve esses livros pra praça e faça seus trabalhos enquanto Nya brinca, depois brinca um pouco com ela. Problema resolvido.

Pisquei algumas vezes, levando mais tempo que o normal para registrar tudo o que ela disse.

ㅡ Você acha mesmo que eu vou conseguir me concentrar no meio de uma praça lotada de crianças?

ㅡ Bem, aí você decide. É isso, ou perder totalmente o ânimo quando amanhecer. Você não vai aguentar nem meia hora na praça se continuar aqui.

Precisei pensar mais um pouco.

Soyoon tinha razão. O cansaço iria drenar todas as minhas energias, como eu podia achar que teria condições de brincar o dia inteiro com Nya?

ㅡ Certo. Eu tento estudar por alguns minutos, depois brinco com ela.

Soyoon sorriu.

ㅡ Boa garota. Agora vá, já pra cama.

Obedeci sem hesitar.

(...)

Pôque isso, mamãe? ㅡ Nya perguntou observando a pilha de livros que eu acabara de depositar na ilha da cozinha.

Eu tinha dividido meus planos: tentaria fazer meu trabalho na praça com as poucas matérias que consegui juntar, e domingo, no dia seguinte, estudaria para as monitorias.

Tinha que dar certo.

ㅡ Vou te fazer um trabalho enquanto você brinca no parque.

Pôque?

Suspirei, pegando uma das bolachas que eu tinha colocado no pratinho lilás dela, que estava no chão entre suas perninhas.

ㅡ É uma longa história, amor.

ㅡ Hmm... ㅡ Nya se concentrou em comer por um tempo, então me olhou de novo. ㅡ Você não quer bincar comigo?

ㅡ É claro que quero. Só vou demorar um pouquinho, mas vou estar perto de você o tempo todo.

Ela pensou por alguns segundos, então, não muito confiante, fez que sim com a cabeça.

Mais tarde, quando chegamos ao parque, me surpreendi com o número de crianças que se divertiam nos brinquedos.

ㅡ Posso bincar, mamãe? ㅡ Nya perguntou antes de soltar minha mão.

ㅡ Claro. ㅡ Eu disse abrindo a bolsa, peguei seus ursinhos (José e Jisoo) e a entreguei. ㅡ Cuide bem deles.

Ela sorriu e balançou a cabeça, correndo em direção à casinha do escorregador.

Fiquei a olhando por um tempo. Ela conseguiu fazer uma amiguinha em menos de trinta segundos, então as duas começaram a brincar com os ursos dentro da casinha.

Nya é boa em socializar.

Me sentei debaixo de uma árvore com a livre visão pra minha irmã e cruzei as pernas, encostando as costas no tronco. Claro que eu não era ingênua o suficiente pra pensar que seria fácil me concertar, mais eu não tinha outra escolha.

Respirei profundamente, peguei os livros e os abri.

Deus me ajude nessa missão.


Taehyung narrando:

ㅡ Yura pode tirar o dia de folga hoje. ㅡ Eu disse quando a encontrei na cozinha.

ㅡ O que? ㅡ Ela perguntou se voltando pra mim.

ㅡ Vá pra casa, faça compras, sei lá. Se divirta, quero ficar sozinho.

ㅡ O que você está tramando, Taehyung?

ㅡ Eu? ㅡ Coloquei a mão no peito e fingi estar ofendido. ㅡ Acha que eu faria qualquer coisa no mundo que pudesse criticar você?

ㅡ Eu não sei. Soube que seus pais levaram Lucas pra casa do lago hoje cedo, talvez você ficou zangado e queira colocar fogo na casa.

Eu ri.

ㅡ Você me deu uma ótima idéia.

ㅡ Taehyung. ㅡ Wee San entrou na cozinha. ㅡ Acabei de passar no seu quarto, a televisão está quebrada.

Ótimo. Agora é permitido os empregados invadirem a privacidade dos outros.

ㅡ Você também, Wee San. ㅡ Falei me virando pra ela. ㅡ Will e o motorista, onde ele está?

ㅡ Nós o que? ㅡ Wee San perguntou.

ㅡ Tirem o dia de folga. Você por exemplo, aproveite pra dar uma passada no salão e hidratar seu cabelo.

Ela arregalou os olhos.

ㅡ Me chamou, Taehyung? ㅡ Wendel, o motorista, entrou na cozinha.

Eu amo a competência deles. Pelo menos empregados meu pai sabe escolher.

ㅡ Sim. Não quero ninguém aqui hoje, voltem amanhã oito horas. Fiquem tranquilos que nada será descontado do salário de vocês.

Bin deu um passo a frente, pela primeira vez abandonando sua posição dura.

ㅡ Senhor Chanyoung nos deu ordem de não deixar a casa.

ㅡ As ordens do Senhor Chanyoung não valem nada se ele não está aqui. Preciso sair agora, mas quando eu voltar quero a casa vazia, beleza?

ㅡ Taehyung, não é por mal... mas não é você que paga nosso salário. ㅡ Yura disse quase temerosa pela minha resposta.

Me aproximei dela e coloquei as mãos em seus ombros.

ㅡ Fique tranquila, amor. Eu prometo que ninguém nunca nem vai saber que vocês desobedeceram as ordens do Poderoso chefão. Confiem em mim. ㅡ Dessa vez me referi a todos. ㅡ Cumpram minhas ordens. Se divirtam por hoje, então todo mundo sairá ganhando.

Eles se entreolharam, mas o silêncio foi total.

ㅡ Volto em algumas horas. Pelo bem de vocês, não estejam mais aqui. ㅡ Então eu saí.

(...)

ㅡ Vou dar uma festa lá em casa, hoje. ㅡ Eu disse enquanto dirigia em direção ao centro da cidade, com Jimin ao meu lado no banco do passageiro e Yoongi e Hoseok no banco se trás.

ㅡ Uma festa na casa de Kim Taehyung? ㅡ Yoongi se animou. ㅡ Caraca, eu me perguntava quando ia ouvir isso.

ㅡ Mandem mensagem pra todo mundo. Não, todo mundo, menos a Linn. Não quero aquela garota na minha casa.

ㅡ Iiih, nem se casaram e já estão se separando? ㅡ Jimin riu.

Revirei os olhos.

ㅡ Estou tomando nojo daquela menina. Quero carne fresca.

ㅡ Então hoje você vai conseguir muita carne fresca, meu amigo. Yoongi pegou seu celular no bolso. ㅡ Preciso do seu endereço.

ㅡ Vou mandar por mensagem pra vocês três. Vocês convidam o povo e eu cuido do resto. Vamos começar sete horas.

Digitei a mensagem sem parar de dirigir, dividindo a atenção entre a rua e as letras na tela do celular.

Quando estacionei na frente do salão de Yoongi, eles já tinham enviado mensagem pra faculdade inteira. Se não foi pra faculdade inteira, foi pra metade dela que com certeza sairia espalhando. Então, de uma forma ou de outra, a faculdade inteira saberia em menos de dez minutos.

ㅡ A cabeleireira é uma delícia, vocês vão gostar dela. ㅡ Yoongi disse saindo do carro.

ㅡ Deixa eu adivinhar... Você se identificou porque ela também tem cabelo vermelho?

ㅡ Vá zuar sua mãe, Hoseok. ㅡ Yoongi levantou o dedo do meio pra ele e todos riram. Menos eu.

ㅡ Vamos logo, quero conhecer o piteuzinho. ㅡ Jimin já disse entrando no salão.

Hoseok e Jimin o seguiram, mais eu permaneci do lado de fora. Provavelmente ninguém percebeu, mas a verdade é que nem eu mesmo estava ligando para minhas ações.

Minha atenção estava totalmente focada na praça do outro lado da rua, onde uma garota tentava se concentrar ao máximo em alguns livros que estavam em seu colo.

Louca. Com certeza, agora eu sabia. Me negou monitoria, chamou Linn de vaca, parou na faixa de pedestres em plenas duas horas da manhã sendo que não vinha nenhum carro, e agora tentava estudar numa praça totalmente infestada de criança. Só podia ser louca.

Mesmo assim, por algum motivo, eu não consegui controlar meus reflexos.

Antes que eu percebesse, meus se moveram automaticamente em direção à Jennie.


Jennie narrando:

ㅡ Se não conseguia estudar por causa de uma festa, me admira que consiga cercada de crianças agitadas.

Uma onda de surpresa e raiva me atravessou quando ouvi a voz de Taehyung atrás de mim.

Me virei de repente, dando de cara com sua imagem espetacular de playboy metido a besta.

ㅡ O que você está fazendo aqui?

Um canto da sua boca se ergueu em um sorriso torto e ele se abaixou ao meu lado.

ㅡ Eu poderia te fazer a mesma pergunta.

ㅡ Não te devo satisfações da minha vida.

ㅡ Nem eu. ㅡ Suas sombracelhas se ergueram como se ele tivesse acabado de me dar xeque-mate.

Fiz careta e desviei os olhos, tentando fingir que sua presença não me afetava.

ㅡ Por que está estudando aqui? A "aréa de reunião de nerds" está fechada?

ㅡ Não é da sua conta.

Ele riu.

ㅡ Eu acho que seria mais interessante se estivéssemos no meu quarto.

Quem esse garoto pensa que é?

Eu o olhei com a sombraselha erguida.

ㅡ Você se acha a última Coca-Cola do deserto, né? Você não é tudo isso.

ㅡ Os sinais que seu corpo transmite dizem que você está mentindo. ㅡ Seus olhos pareciam mais escuros, e sua expressão me desafiava a discordar.

Bufei desviando os olhos.

Que ridículo.

ㅡ Eu jamais entraria no seu quarto.

ㅡ Tem certeza? ㅡ Ele sussurrou no meu ouvido com uma voz quente, sensual.

Um calor que eu ainda não conhecia atravessou meu corpo, provocando uma série de arrepios.

Me afastei por impulso.

ㅡ Você está louco? ㅡ Quase gritei.

Um sorriso travesso brincou em seus lábios.

ㅡ Você corou.

ㅡ Você é um idiota.

ㅡ E você é marrenta.

Olhei distraidamente para Nya. Ela estava na casinha do escorregador, brincando com um menino que talvez tivesse a mesma idade que ela. A menina que ela tinha feito amizade anteriormente tinha ido embora, mas ela logo arrumou outro com quem brincar.

ㅡ Vou dar uma festa na minha casa hoje. ㅡ Taehyung disse chamando minha atenção de novo. ㅡ Você quer ir?

Eu ri.

O que levava esse babaca a acreditar que eu iria em qualquer lugar que ele me convidasse?

ㅡ Não.

ㅡ Por quê?

Olhei pra ele indiferente.

ㅡ Porque eu não gosto de você. Esse seu jeitinho de dono no mundo me enjoa. ㅡ Minha voz tremeu, algo que só acontecia quando eu mentia.

Se eu tivesse mentindo, queria bater minha cabeça na parede.

Ele sorriu torto e desviou os olhos. Tentei imaginar o que ele estava pensando, mas cheguei à conclusão de que era melhor mesmo eu não saber.

ㅡ Eu realmente estou curioso em saber por que escolheu o lugar mais barulhento da cidade pra estudar. ㅡ Ele disse depois de um momento.

ㅡ Talvez meu trabalho poderia estar pronto, caso você e seus amiguinhos não tivessem molhado os livros que eu ia usar.

Ele comprimiu os lábios colocando um dedo na frente da boca e eu soube que estava tentando esconder seu sorriso.

ㅡ Nós atrapalhamos seus planos, então?

Quase não consegui me segurar ao perceber que tudo não havia passado de uma piada pra ele.

Então era isso? Ele achava engraçado arruinar livros que eu não tinha nenhuma idéia do preço nem de como eu iria conseguir pagar?!

ㅡ Sabe o que eu acho? ㅡ Perguntei calmamente. ㅡ Que vocês pensam que podem tudo por causa do dinheiro que possuem. Precisam prejudicar e humilhar outras pessoas apenas para se sentirem felizes. Acham que tem o mundo aos seus pés e isso basta, posso ser sincera, Taehyung? Vocês não passam de seres completamente desprezíveis que não conhecem a beleza real da vida e não sabem o que existe atrás do muro da fortuna. Pensam que são capazes de comprar o que não tem preço e que dinheiro é a felicidade. Se ocupam em manter as aparências, quando a essência de vocês são lixos. ㅡ Balancei minha cabeça para os lados. ㅡ Por dentro vocês são todos vazios.

Ele não respondeu. Qualquer sombra de sorriso que existia em seu rosto havia desaparecido, e ele me olhava como se eu tivesse acabado de lhe jogar um balde de água fria.

ㅡ Mamãe! ㅡ Meu coração gelou e eu olhei pra frente de repente quando ouvi a voz desesperada da Nya. ㅡ Mamãe. ㅡ Ela soluçou correndo pra mim, com seus braços estendidos e as lágrimas escorrendo fartas pelo seu rosto. ㅡ O Igo pegou meus usinhos.

Me levantei depressa e a peguei no colo, sem me importar com o olhar surpreso de Taehyung.

Enquanto tentava acalmar minha irmã andando em direção à casinha do escorregador onde o menino estava brincando, eu não olhei pra trás.

É claro que o fiz devolver os ursinhos preferidos da minha irmã, mas quando voltei, Taehyung tinha ido embora.


Taehyung narrando:

Mãe. Aquela menininha chamou a Jennie de mãe. Eu não estou doido.

Ou estou?

Okay, esse conversa não foi nem de longe o que eu esperava se fosse, mas o fato é que eu não estava preparado pra isso. Não mesmo.

PQP, ELA TEM UMA FILHA!!!

Eu não consegui me mexer imediatamente depois que ela saiu levando a garotinha chorando no colo. Não conseguia nem pensar direito, só me vinha na cabeça a imagem daquela menina correndo e chorando, chamando Jennid de mãe.

Fiquei a olhando conversar com o pequeno menino que olhava pra ela amedrontado. Sim, ela parecia a mamãe leoa protegendo seu filhotinho.

Pesquei algumas vezes sentindo meu cérebro voltar ao normal.

Eu não sei porque fiquei tão surpreso. Há muito tempo eu ouço dizer que as quietinhas são as piores, mas mesmo assim, eu jamais imaginei que ela pudesse ter uma filha.

Me levantei quase sem sentir o chão embaixo do meus pés. Eu não estava fugindo, só não queria que ela voltasse e visse o quando eu fiquei chocado com a informação.

Okay, talvez eu estivesse fugindo sim...

ㅡ Taehyung, o que houve? Parece que viu um fantasma. ㅡ Jimin disse quando entrei no salão.

ㅡ Nada. Só... ㅡ Pensei por alguns segundos antes de continuar. ㅡ Deixa pra lá.

ㅡ Pode me contar, cara. Recebeu alguma ligação do banco?

Olhei em volta. Hoseok estava admirando a bunda da cabeleireira que pintava o cabelo de Yoongi. Os três estavam totalmente alheios à mim e ao Jimin.

Pensei mais um pouco. Eu confiava nele. Sabia que ele não sairia espalhando por aí, então resolvi contar.

ㅡ Ela tem uma filha.

ㅡ Quem?

ㅡ Jennie. A menina que me negou monitoria. Ela tem uma filha de uns... dois ou três anos.

Jimin arregalou os olhos.

ㅡ Sério?

ㅡ Sim, eu vi.

ㅡ Talvez você viu errado. Sei lá, talvez seja irmã dela.

ㅡ Quantas crianças você conhece que chama a irmã de mãe?

ㅡ Hm... ㅡ Ele olhou pra cima, tentando recordar. ㅡ Nenhuma.

ㅡ Pois é. Nem eu.

ㅡ Mas tem certeza que foi isso oque você ouviu?

ㅡ Eu não sou surdo, Jimin. Ela chamou a Jennie de mãe duas vezes na minha frente!

ㅡ Calma, cara, relaxa. ㅡ Ele riu. ㅡ É nessas horas que a gente percebe o quanto estamos atrasados. Até uma nerd tem uma filha e nós não.

Fiz uma careta.

ㅡ E prefiro continuar assim.

ㅡ E vocês, gatinhos... ㅡ Nos viramos quando percebemos que a cabeleireira estava falando com a gente. ㅡ Querem retocar o visual?

ㅡ Não. ㅡ Jimin riu. ㅡ Eu gosto do meu cabelo do jeito que tá, valeu.

ㅡ Você corta cabelo? ㅡPerguntei.

ㅡ Faço oque você quiser, meu bem. ㅡ E ali estava o sorriso safado que eu me acostumei a receber. ㅡ Vanha, sente-se aqui.

(...)

Depois de deixar os meninos em casa, fui ao supermercado e comprei tudo oque iria precisar pra essa noite. Mandei entregar as bebidas em casa, só levei no carro os alimentos - que não eram muitos. O problema é que, mesmo tentando preencher totalmente minha mente com essas tarefas, Jennie e aquela criança não saíam da minha cabeça.

Droga, o que tinha de errado comigo?! E daí que ela tem uma filha, isso não é problema meu!

Quando cheguei em casa, encontrei ela vazia. Sorri. Eu estava me tornando mais autoritário que meu pai ali dentro.

Guardei os alimentos na geladeira e nos armários e subi. Tranquei o quarto dos meus pais e o meu. Pensei em trancar o do Lucas também, mas reconsiderei minha idéia e o deixei aberto. Se os outros seis quartos de hóspedes fossem ocupados, com certeza alguém iria querer usá-lo.

Olhei a piscina e fiquei satisfeito ao perceber que ela tinha sido limpa recentemente. Acho que isso era tarefa do jardineiro que ia lá em casa uma vez por semana, mas eu não tinha certeza.

Conferi a hora. Já passava das cinco...

Depois de receber as bebidas e garantir que tudo estava preparado pra chegada dos convidados que eu nem conhecia, entrei no banheiro pra tomar uma ducha.

Os fios que eu já tinha me acostumado a sentir escorrendo pela minha testa na hora do banho não escorriam mais, mas eu gostei da minha imagem com cabelo estilo Joãozinho.

Enquanto a água escaldante caía sobre minha cabeça é escorria sobre meu corpo, meus pensamentos não paravam de viajar na Jennie.

Será que ela viria?



Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...