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História Pride - Sheriarty - Visita noturna


Escrita por: 4N4_R0S4

Capítulo 1 - Visita noturna


Fanfic / Fanfiction Pride - Sheriarty - Visita noturna

"I've fallen in love for the first time, and this time I know it's for real"

Queen - I Want to Break Free.

 

 

 

 

 

 

Moriarty sempre fez o tipo de quem dorme cedo, e não era a primeira vez em que se via olhando para o teto de sua grande instalação subterrânea. Não era a primeira vez em que se sentia sozinho, no silêncio, no escuro. Raramente abria essa porta em sua mente, quase nunca realizou o pensamento de que estava, de fato, sozinho. 

Mas não podia reclamar, levava uma vida boa. Desde de que começou a ser consultor criminal, nunca lhe faltou nada, com sua inteligência e prestações de serviços, tinha tudo que quisesse, menos o que agora lhe fazia falta: alguém.

Ele achava tão irônico essa coisa de ser só. Desde sempre pensou assim, mas nunca se sentiu mal por isso. Jamais quis alguém ao seu lado, o atrapalhando, sabendo seus segredos e fraquezas. Nunca entendeu por que as pessoas normais ficavam tristes quando não havia ninguém do lado delas.

Mas só por não querer uma coisa, não significa que não precise dela, e nessa noite, Moriarty começava a se questionar sobre isso. Depois de quase uma vida se afastando e só vendo pessoas como objetos seus, ele finalmente percebeu que almejava a companhia de outro ser humano. Vivo, de preferência.

E por acaso, bem naquela noite, ele havia encontrado uma pessoa. Um gênio.

 

Em um encontro revelador na piscina, ele foi atrevido e assustou o pobre garoto, pôs uma bomba falsa amarrada ao peito do melhor amigo de seu alvo.


- Ah... Sherlock Holmes. - Suspirou, percebendo o doce som que saía de sua boca.

 

Estava mexendo com O Holmes Mais Novo, isso seria divertido. 

Mexendo com um detetive consultor que tem um blog. Patético.

Um anti-social, sociopata, um pensador intenso e incompreendido, um louco, exatamente como ele.

Só que Sherlock é um louco civilizado. E ele não.

 

Assim que Moriarty o viu do outro lado da piscina, sentiu lá no fundo, que olhava para a superfície de um espelho. Esse pensamento o animou de tantas maneiras, e pelo que viu, ele animou Sherlock também, lembrar disso faz seu rosto queimar em ansiedade.

É mais do que óbvio que ele não iria matar John, não o melhor amigo de seu maior alvo, seria broxante, assim logo de cara. Mas tinha de admitir, a expressão de medo em Sherlock estava boa de se apreciar, e apesar dele estar escondendo, era evidente para Moriarty. Ele sabia como o detetive borbulhava por dentro em excitação e ao mesmo tempo em dúvidas. Sim, Por mais incrível que seja, a mente de Sherlock nublou na presença de Moriarty. E o criminoso captou isso rapidamente.

 

"Eu vou te queimar. Queimar seu coração."

"Eu soube por fontes confiáveis que eu não tenho um."

"Nós dois sabemos que isso não é verdade."


Ele nunca havia aparecido para um adversário antes, não pessoalmente. Foi preciso ele sair de sua zona de conforto e ir pedir gentilmente para aquele poste ambulante parar de se intrometer em seus negócios. Com certeza esse valia a pena.

A primeira impressão que teve de Sherlock foi intimidante, não pôde negar. Um homem forte e bonito, com os olhos claros sempre em alerta que não desviaram de Moriarty um segundo sequer, era de se notar. Seus cabelos lhe davam a juventude e vigor que provava ter em sua personalidade. A postura perfeita e a escolha de palavras o tirava o ar.

De repente um pensamento martelou suas idéias e lhe deu arrepios, lhe dizendo que em hipótese alguma ele podia fazê-lo.

Mas era para isso que Moriarty existia, para criar novas hipóteses. Ele conhecia Sherlock muito pouco. Pouco o bastante para querer conhecer mais. Caminhou lentamente até o guarda-roupas pensando e repensando se seria mesmo válida a idéia. Pegou um de seus celulares e discou.

 

- Sherlock... hm... Holmes. - Ele se apresentou rouco e irritado, com a voz de quem é acordado no meio da madrugada por uma ligação de número desconhecido.

- Eu sei. - Moriarty lhe deu apenas um pouco de sua voz, deixou ele se virar para reconhecê-lo, o que não demorou.

- Não podia esperar amanhecer? Não gosto de jogos quando quero dormir.

- Ora, calma, não se precipite. Estou em missão de paz. 

- Não, não está.

- Juro que estou. - Ele se segurou um sorriso, um suspiro pesado e sem paciência invadiu seus ouvidos.

- O que você quer?

- Conversar. - Nem ele mesmo sabia responder aquilo, mas falou o que lhe veio a mente.

- Então por que raios me ligou?

- Com você, Sherlock, quero conversar com você. - Não estava mentindo, queria ouví-lo, e ficaria procurando qualquer assunto que fosse. Porém só houve silêncio do outro lado da linha. - O gato comeu sua língua?

- Eu não tenho tempo para isso, diga logo o que quer.

- Poxa, assim você me desvaloriza. Eu só quero trocar uma idéia com meu novo amigo.

- Não sou seu amigo, se não for explodir alguma coisa ou matar alguém, me deixe dormir.

- O que me diz de nos encontrarmos de novo? Agora mesmo. - Moriarty disse rápido para não lhe dar a chance de desligar.

- Achei que o limite de aparição de vilões era de pelo menos uma vez por dia. - Depois de uns segundos de mais silêncio, Sherlock respondeu.

- Não preciso ser o vilão hoje, se você quiser. - Sussurrou a última parte.

 

Sherlock notou o perigo que enfrentaria. Recordou de que viu Moriarty bem de perto, não reparou muito, pelo calor do momento, mas ficou fascinado, e ainda não sabia com o quê, porém, não deixaria sua curiosidade atrapalhar seu progresso. Esperaria o amanhecer, quando estivesse mais desperto e preparado:


- Amanhã eu vou, tenha uma boa noite.

- Agora, Sherlock.

- Qual é o seu problema? Me deixe em paz, Moriarty.

- Noop.

- Vai morrer se eu não for? Porque está parecendo que vai.

- Bom, eu não vou morrer... mas não gostaria que outra pessoa tivesse que se sacrificar só para eu conseguir sua atenção, Holmes... - Ele teve certeza de que Sherlock revirou os olhos, nervoso. sorriu com sua vitória. - Pelo menos não hoje.

 

...

 

- Moriarty, se quer brincar, tem que fazer direito. Não pode chamar seu maior inimigo para tomar um chá se não for matá-lo ou coisa assim. - Assim que as portas do elevador abriram, o detetive encarou o corredor, já desperto e irritado por ter tido de tomar um banho gelado às duas da manhã. Jim estava no final do longo corredor, coberto por escuridão e encostado na parede, vestia uma regata folgada e um short que deveria ser conjunto de um pijama, desnecessariamente curto e colado; enquanto Sherlock... até o sobretudo e o cachecol ele estava usando.

- O que te faz pensar que é meu "maior inimigo?" - Jim tinha um pequeno sorriso satisfeito ao vê-lo vindo em direção à sí. Ele chegou a pensar que o outro não viria.

- Lógica. - Disse, tirando o cachecol.


Sherlock estava tenso e em território desconhecido, mas procurou se manter atento enquanto Moriarty andava consigo e o guiava para a sala de estar rústica de sua instalação.


- Não pense que te chamei aqui atoa, eu quero jogar com o senhor, Holmes. - Falou mais para chamar a atenção do outro, que estava analisando sua moradia, achando engraçado o modo que o detetive virou-se rapidamente para ele, com uma expressão de dúvida, - Mas do meu jeito.

- E que jeito seria esse? - Sherlock disse, depois que sentou em uma poltrona, enquanto o Moriarty ficou de pé, encostado em uma mesa a sua frente, já na sala principal.

- Já deve ter passado pela sua cabeça. - Jim inclinou a cabeça para o lado, como um cachorrinho curioso.

- Claro, mas já que foi você quem me chamou aqui, quero ouvir sair de sua boca.

- Quer?


O detetive fez sinal positivo com a cabeça.


- Então vem tirar. - Ele mordeu o lábio para não sorrir diante do revirar de olhos que recebeu.


Sherlock estava incrivelmente sem paciência naquela noite, ele se levantou e só foi preciso dar três passos em direção à Moriarty para ficar bem em sua frente, o pegou pela gola da camisa e o deixou na ponta dos pés sem muito esforço. Esbaforiu ríspido, fazendo questão de todo seu ar ir contra o rosto do criminoso.


- Não flerte comigo.

Moriarty sorriu, olhando maravilhado para aquele verde ameaçador, imerso. - Mas eu nem comecei. - Disse e foi largado de volta ao chão, ao qual voltou com as pernas bambas.

- Diga logo o que quer. Eu não posso simplesmente ficar de papo com você.

- É só adivinhar, como sempre faz.

- Eu não adivinho, eu observo, e não tem nada aqui para ler, a não ser você. - O silêncio de Moriarty foi o suficiente para a epifania. - Você quer que...?

- Até que enfim! Tava demorando! É isso aí, me lê.


Sherlock não entendia o porquê de fazer aquilo com ele, não que ele não tivesse examinado Jim no primeiro segundo que botou os olhos nele, tanto na piscina quanto ao chegar em sua casa. Mas não questionou, limpou a garganta e começou sem perder tempo:


- Pintou os cabelos anteontem, cortou as unhas e a barba, se não fosse pelo seu personagem no hospital, eu diria que se arrumou só para me ver hoje. - Sorriu convencido - Três gatos... - Os olhos em desdém corriam por Moriarty, que sentia seu corpo queimar com a exposição - O seu nariz... isso foi um soco, certo?

- Sim.

- Claro que foi, com esse estilo de vida irracional vai acabar morrendo... não que eu me importe. - Falou baixo, sendo ouvido pelo outro - Destro, olheiras recentes, está preocupado com alguma coisa e está armado.


A última afirmação não surpreendeu o detetive, mas sim Moriarty, ele não estava armado. Tossiu forçado e se virou discretamente para a mesa, fingindo estar interessado em alguma coisa nela.

O que podia dizer? Sherlock estava perto demais, o olhando como se ele não valesse nada, era desse tipo que Moriarty gostava.


- Também estou bastante ansioso para o começo do nosso jogo. Mas ao ponto de não dormir... seria exagero. Porém, com certeza você está bem mais ocupado pensando nisso, já que vai ser o meu condutor. - Sherlock continuou a falar e Moriarty ouvia atentamente, pensando na ênfase de cada palavra.

- Vai guiar meus passos até o final, até eu ter o quebra-cabeças de cima, a visão completa, resolvida. Você se diverte com isso e eu também. - Ele estava chegando ainda mais perto, Moriarty não se atreveu a olhar para trás.

- Você joga pistas em mim, me dá dicas, me mostra o caminho, usa pessoas inocentes como peças inúteis só para me distrair as vezes, mas logo depois me chama de volta para a trilha correta. E sempre, Moriarty, sempre... essa trilha irá me trazer para você.


O criminoso parou de respirar quando viu que estava preso dos dois lados pelos braços de Sherlock, que seguravam na mesa. Soltou o ar quando sentiu o calor em suas costas. O detetive estava incrivelmente calmo mesmo colado em seu corpo. Como ousava? 


- Sabe o que eu penso disso tudo? Quer saber realmente o que eu acho? Uma perda de tempo.

- Deve haver um engano, porque até agora eu pensava que estivesse se divertindo, Holmes. - Por mais que estivesse balançado, Moriarty não deixaria transparecer tão fácil. - Achei que estivéssemos tendo um bom tempo juntos. Apesar de eu quase implorar para parar de interferir nos meus negócios, foi você quem deixou bem claro que não largaria do meu pé.

Sherlock pensou que aquilo até que fazia sentido, mas tinha que se manter firme em sua palavra.


- Confesso que adoraria me divertir com uma mente como a sua, mas eu me incomodo com o pequeno fato de vidas estarem sendo ceifadas como consequência do seu entretenimento. Bom, na verdade o John se importa, eu nem tanto. - Nenhum dos dois ousou se mover e nem Moriarty falou até o detetive continuar: - E é por isso que eu tenho que te parar aqui e agora.


Jim foi pego de súbito, só notou que Sherlock havia segurado seus cabelos, quando sua cabeça já havia se chocado contra a superfície da mesa, seu corpo ficando deitado por lá também, por baixo do outro.

Sherlock segurava seus pulsos forte demais atrás de suas costas, com certeza temia deixá-lo escapar. O detetive foi mais rápido do que ele pensava, com a mão que deixou seus cabelos, tirou um pequeno canivete do bolso e posicionou a lâmina gelada em sua garganta. Moriarty segurou um sorriso.


- Pára com isso. - Disse sem medo.

- Só deste jeito vamos chegar em algum lugar.

- Não vai conseguir. E além do mais, eu tinha algo bem diferente em mente para nos fazer chegar em "algum lugar".

- Você não faz ideia do tanto de gente que já matei, para me subestimar assim, Moriarty.

- Tô morrendo de medo.

- É sério! Você é louco ou o quê?

- Louco é o novo sexy, querido. Ou seria Morto? Enfim, eu acho que é impossível ser mais sexy do que já sou. Mas é você quem decide.

- Cala a boca! - Sherlock franziu o cenho para aquela citação desconfortável.

- Eu tô doidinho para você vir calar. - O detetive, depois de muita relutância, soltou a arma bruscamente e agarrou os cabelos de Moriarty novamente. Os puxou com força e um gemido foi solto de sua boca, o sorriso que estava segurando logo se abriu, satisfeito com a dor.

- Oh, Holmes... seja mais gentil.


Se aquilo doeu nele, em Sherlock causou um certo desconforto; uma aceleração em seu coração frio e obscuro, mas ele não ligou para aquilo.

- A princesa nunca levou um puxão?

- Muitos, mas como esse é o primeiro.

- Seria interessante se, entre esses tantos, fosse eu a te fazer cair.

- Não importa, você não vai conseguir de qualquer jeito. - Moriarty não poderia estar mais entusiasmado em uma conversa como estava agora.

- Quem disse que não? - Holmes parecia realmente convencido. Jim achava graça.

- Só seria capaz de me vencer se eu deixasse, Sherlock, devia saber disso.

- E você não fez outra coisa até agora que não fosse me deixar ficar por cima. - Sherlock se deixou levar pela emoção e já estava usando um tom desafiador contra o criminoso. Vendo o quão perto estava, ele o soltou e saltou para longe, corrigindo seu semblante para um mais leve. Moriarty ergueu-se e encarou Holmes:

- O que foi? Ficou com medo é?

- Óbvio que não. 

- Devia ficar. - Jim se aproximou e Sherlock se afastou, até que não podia mas recuar e só restou-lhe esperar. - Porque eu vou te fazer cair, não importa como. - Não poupou a agressividade quando puxou o detetive pelo sobretudo e bateu as cabeças uma na outra, as testas coladas, assim como os narizes. Ele não era de se exaltar fácil, mas Sherlock realmente o fez se sentir ameaçado.

- Gostaria de te ver tentar. - O detetive estava gostando de tirar Moriarty de seu papel.

- Não sabe no que está se metendo.

- Então me mostre. - No mesmo instante, a expressão de Jim mudou para um rosto sério, Sherlock se perguntou se tinha falado demais.


As mãos do detetive suavam como nunca dentro dos bolsos do sobretudo e ele estava paralisado com Moriarty face a face, tão perto quanto poderia estar. Queria saber o que se passava na mente daquele homem que parecia não ter limites, na tensão em que estavam, Sherlock tentou desesperadamente desvendar o próximo passo de seu inimigo, fracassando totalmente, de repente, Moriarty passou a ser imprevisível para ele. Então ele começou a se perguntar o que poderia dar a ele alí naquele momento? Exatamente naquele momento, o que Moriarty queria dele?

Esses pensamentos passaram tão rápido quanto um raio por sua mente, e se apagaram como a noite assim que Moriarty o beijou. O detetive arregalou os olhos e segurou os pulsos de seu rival, tentando afastá-lo, mas ele ainda estava agarrado ao seu sobretudo.


O que ocorreu foi um breve selar de lábios, onde Holmes ficou de olhos abertos, chocado, e Moriarty os manteve fechados, estava em um mundo bem distante enquanto tocava os lábios de Sherlock com os seus de forma tão simples.

Jim recuou, finalmente o olhou, com um jeito tímido que não havia sido visto por Holmes antes, e que por sinal era notoriamente atraente no criminoso.

 

- O quê... por que? - Sherlock parou para pensar no que diria a seguir, ao mesmo tempo em que tentava decidir se havia ficado irritado ou não. - eu achei que-

- Não ache, tenha certeza, porque eu tenho. - Moriarty ainda estava bem perto, de jeito nenhum ele deixaria ser afastado, não agora.

- Certeza? Certeza de quê? Por que fez isso?

- Por que uma pessoa beijaria a outra, gênio? - Soltou a roupa do detetive e procurou segurar em suas mãos mas Sherlock se desvenciliou. - É porque eu te quero. - Ele disse como se fosse algo normal de se falar à alguém.

- Não! Meu Deus, não! O que está tentando fazer? Isso não vai funcionar comigo de forma alguma.

- Ai, para de ser tão demodê, eu sei que você também me quer. Para quê viria na minha casa no meio da noite? É certo que foi debaixo de ameaças, mas eu precisei, ok? Para você perceber que também me quer. Eu realmente achava que poderia guardar tudo isso mas depois de te ver pessoalmente... eu não consigo evitar. É o único que me entende, e provavelmente eu nunca vou achar alguém assim desse jeito. - Moriarty estava botando para fora, talvez estivesse exagerando também, porém era a mais pura verdade dele, e ele queria convencê-lo.

- E daí? - A resposta foi seca mas o rosto de Holmes começava a tomar cor pela declaração nada discreta.

- E daí? - Jim quase gritou. - Mas como assim e daí? Você é surdo ou o quê? - Sherlock começou a cogitar se haviam câmeras alí.

- Você é um ótimo ator, mas eu não estou aqui para isso, se for tudo, boa noite. - Empurrou de leve o outro, e foi em direção a porta, se controlando para não bater em Moriarty.

- Nem pense em me deixar falando sozinho, Sherlock. Não pode ignorar meus sentimentos.

- Você fala com se fosse capaz de ter algum. - O detetive disse de longe, quando estava para adentrar o corredor de onde veio; mas foi impedido ao que Moriarty segurou seu braço.

- Se acha mesmo que estou mentindo, então me deixe provar que é verdade. - O criminoso recebeu um olhar de como quem dizia "Que argumento mais vagabundo.", mas aquilo não o impediu de insistir. - Olha, eu não sou mesmo do tipo que implora, mas por favor, só uma chance.


Ele deu um sorriso fechado sem emoção, e notando que Sherlock não havia tido nenhum tipo de reação, resolveu arriscar; chegou perto novamente e se surpreendeu quando o outro deixou que se aproximasse até demais. Mesmo sentindo que iria levar um soco a qualquer momento, não podia desperdiçar a oportunidade.

Quando finalmente os lábios se encontraram, Moriarty primeiro esperou ser empurrado, mas nada do tipo aconteceu. Pelo contrário, Holmes parecia estar dando-lhe uma chance. Jim foi o que cautelosamente tornou aquilo mais sério, ele mordeu levemente o lábio inferior do detetive, provocando arrepios.


Sherlock abriu minuciosamente a boca, que imediatamente foi invadida por Moriarty e seu desejo incontestável. Jim se arrepiou inteiro diante a satisfação que era ter a boca de seu detetive à completa disposição, desfrutou do gosto de seus lábio macios e de sua língua, que mesmo que timidamente, respondia aos seu contato e aos estímulos que lhe eram feitos. Sherlock estava mesmo retribuindo ao seu beijo, concluir esse pensamento fez seu corpo todo tremer. Ele suspirou, entorpecido.

Aquele era um dos poucos beijos que Sherlock havia dado em sua vida. E com certeza, o mais perigoso, mas o que tinha de perigoso, tinha de bom, afinal, o proibido é sim mais gostoso.


Moriarty levou as mãos ao pescoço de Sherlock, que tomou sua cintura em seus braços, deixando seus corpos colados. O criminoso se derreteu com tal ação, estava mesmo sendo correspondido. A esse ponto, ambos conseguiam sentir seus corações batendo como se acontecesse uma festa dentro do peito.

Moriarty se viu envergonhado por estar sendo desmascarado por seu próprio corpo, ele não queria assustar o detetive, mas o que se podia fazer? Não parava em nenhum momento de sentir que qualquer que fosse o contato que tivessem, nunca seria o suficiente. Ele se amaldiçoou ao pensar em como baixou sua guarda tão fácil, e justo para quem não deveria.

E pelo visto, com Sherlock não era diferente. Aparentemente ele também havia parado de lutar contra aquele instinto que rondava a mente e o corpo de ambos, e apenas aceitou o que era inevitável.


Era inevitável desde que Moriarty viu uma foto do detetive pela primeira vez num jornal, e ficou curioso, quando acessou o blog de John, junto com as gravações e informações que Mycroft foi obrigado a fornecer, e por fim, sua curta reunião com Eurus. Foi ela quem lhe deu a largada da corrida de sua vida.

Ele estava pronto para enfrentar Sherlock Holmes com toda a potência que seu cérebro podia ter, com toda a sagacidade que lhe tinha pulsando as veias, estava decidido de que iria lutar até o fim.

Mas um imprevisto ocorreu, Moriarty nunca pensou que poderia chegar a esse ponto, pois bastou apenas uma conversa, uma troca de olhares, apenas um respirar perto dele, e já sabia que havia perdido. Esse foi seu erro fatal: achar que escaparia ileso de simplesmente, sentir.


Aquilo era químico, físico, mental... o que infernos fosse, era indiscutível, lutar contra seria impossível, psicologicamente exaustivo. Iria perder... perder para Sherlock Holmes.

Bom, nada mais justo.

 

Naquele exato momento, deixou o mundo todo cair ao seu redor sem se importar com mais nada, as ruínas de seu destino revelaram que ele tinha de suprir essa vontade, esse último desejo de sua alma. Uma súplica:


- Me deixe vencer hoje. - Pediu, ainda entre a respiração bagunçada, com o rosto colado no de Sherlock.

- Não... - Sherlock suspirou, pensando sobre o que aquilo poderia significar. - Não, não, chega! Eu não posso. Isso é um problema enorme. - Sua voz tendeu a se alterar.

- Bem, depende de qual for o seu conceito de problema... e você é muito chato para ser exigente assim.

- Por que? Por que você? Dentre tantas pessoas na... na Inglaterra, por que logo você? - Ele dizia quase beirando ao surto.

- Por que não? Confessa que no fundo você adora o fato de ser eu aqui, e não qualquer um.

- Qualquer um seria mil vezes melhor para mim. - Sherlock disse com veemência mas seus olhos denunciavam a mentira deslavada que era aquilo que falava.

- Eu vou fingir que não me ofendi. - Ele pausou e aproximou-se de seu ouvido - Mas pensa comigo: seria tão ruim assim foder o seu pior inimigo? Poder descontar toda a sua raiva em mim? Só a ideia já me dá um puta tesão! - Ele sussurrava de forma provocativa, suja; como se fosse impossível de se segurar.

- Não tenho raiva de você. - Ele engoliu a seco procurando não ceder quando Moriarty mordeu o lóbulo de sua orelha e distribuiu beijos por sua mandíbula, ainda sim não reagindo contra o criminoso, ele tentou pôr a cabeça no lugar, mas não conseguiu.

- Eu sei que não.


Sherlock estava se envolvendo, se deixando levar pela lábia de seu inimigo, ele sabia disso e lamentava pelos problemas que iria lhe causar, mas queria ir em frente, lá no fundo ele sabia que queria. No fim, não ligou se estava sendo egoísta ou fraco. Seu abraço em Jim que estava quase se desfazendo, foi reforçado com o aperto em volta do corpo do menor, o detetive não acreditava no quão era delicioso sentir o calor do corpo de um homem que emanava desejo e luxúria para com ele.


- Eu tenho que ir embora daqui, mas eu não quero. - Sherlock murmurou - Você é um desgraçado, Moriarty.

- É, eu sei, obrigado... mas agora o que importa é que você é meu.

- Bem que você gostaria. - Sherlock riu anasalado.

- Quero que me pertença, - Ele voltou a susurrar, desta vez, à milimetros de sua boca, - e que faça o que quiser comigo. Me castigue por ser um desgraçado.

- É uma oferta tentadora. - Sherlock não disfarçava em olhar para os lábios atrevidos de seu inimigo, agora, foi ele quem tomou a iniciativa de beijá-lo, sendo correspondido com pressa por parte do criminoso, Holmes foi guiado cegamente por Jim até outro cômodo, e, ao desfazer-se do beijo, viu que era um quarto. Ele lançou um olhar de dúvida sobre Moriarty.

- Rápido demais? - Disse - Desculpe, não posso esperar, não aguento mais.

- O que quer dizer? - Ele perguntou e o outro apenas ergueu levemente as sobrancelhas. - Moriarty, não podemos ir além disso.

- Sim, podemos e queremos. - Sherlock estava pronto para argumentar, sendo interrompido por Moriarty, que pôs o indicador na frente de seus lábios. - Agora cala a boca e me beija. Esquece de todas essas consequências e me beija bem gostoso. - Disse como se esperasse a atitude do outro, mas foi ele mesmo quem roubou o beijo de Sherlock, que se deu por vencido facilmente.


Moriarty tirou rapidamente o sobretudo de Holmes e empurrou o detetive na grande cama macia; Sherlock recuperou o ar com pressa ao ver que Jim estava tirando a camisa e se ajeitando em cima de seu corpo, um arrepio eriçou sua nuca quando o criminoso tirou seus cabelos enrolados de sua testa e sorriu com aquele olhar que só ele tinha.

Um olhar que fez seu ventre formigar e um suspiro entalar na garganta.


- Você é rápido. - Ele se esforçou muito para não gaguejar.

- E você é bem devagar. - Moriarty atacou sua boca com desejo enquanto sentava em seu colo. Sherlock levou a mão aos cabelos alheios e puxou com certa força, a outra, timidamente subiu pelo peitoral do criminoso, tateando sua pele e arrepiando-a, enquanto ele se concentrava em desabotoar a camisa roxa de Holmes.


Desfrutaram daquele beijo por longos minutos, sentindo o gosto único um do outro, apenas alí, num lugar onde tudo aquilo era certo.

Pararam para respirar e se entreolharam, riram, Sherlock riu de nervoso, e Moriarty, por finalmente estar se derretendo nos braços de quem desejava. Tudo que o criminoso podia discernir que estava acontecendo era que estava sentado sobre a ereção alarmante de seu detetive, no momento essa era a sua deliciosa verdade. 

Já havia chegado a duvidar se Holmes realmente o queria, mas para seu alívio, Sherlock estava tão imerso quanto ele, a prova era notável, estava crescendo e invadindo o espaço de Moriarty, que ficava cada vez mais inquieto ao sentí-lo.

Moriarty desceu até poder tirar a calça do outro. Sherlock, apesar de estar extremamente receoso, não o impediu. Deixou que a removesse e voltasse para cima de sí, o beijou novamente, até que sentiu a mão de seu inimigo o envolver por cima da cueca.


- Pervertido. - Murmurou entre o beijo.

- Tão quanto você.


Ele adentrou sua roupa cegamente e massageou o membro já duro de Sherlock, que prendeu a respiração e fechou os olhos, parando de beijá-lo, Moriarty achou adorável tal reação, aquilo só fazia ele ficar mais louco por ele.

Os beijos viajaram por seu corpo até o criminoso dar de cara com o que mais queria, o segurou bem perto de seu rosto, deixando tocar em sua bochecha, olhando para Holmes o tempo todo


- Devo? - Provocou com um falso sorriso inocente.

- Sim.

- Pede com jeitinho, vai.

- Não abuse, Moriarty.

- Estou esperando.


Após a relutância, se rendeu:

- Por favor.

- Por favor o quê?

- M-me chupa!

 

Jim agradeceu aos céus por ter sido fácil. Sherlock segurou os lençóis ao sentir a boca o envolver, Moriarty não foi nada tímido, e fazia um ótimo trabalho sendo assim, sua língua acariciava as veias da carne quente e pulsante, seus lábios o apertavam e a saliva deixava Sherlock encharcado, a sensação de deslizar para dentro e tocar sua garganta toda vez que ele ia até o final e o mantinha lá dentro até se engasgar, era de outro mundo.

Quando parou, Sherlock abriu os olhos e o procurou, Moriarty estava tirando o resto das roupas na sua frente. Assim que tirou aquele shorts que o marcava tão bem as coxas, gruniu em alívio, sendo observado atentamente pelo detetive, que rapidamente se sentou na beira da cama, puxou Moriarty para perto e encarou sem jeito o pênis que apontava em sua direção, como se implorasse para ser domado por ele.


- Não precisa fazer isso.

- Eu sei. Farei porque quero.


A resposta rápida chocou um pouco o criminoso. Sherlock o teve em mãos depois de tomar uma dose de coragem, o pôs na boca e chupou com incerteza, sendo seguido pelo olhar de um Moriarty extremamente apreensivo, Sherlock repetiu o que foi feito em sí, em um ritmo bem mais lento, fez de novo, de novo, e de novo...

Moriarty estava ciente de que iria ser torturado, o outro não iria ir rápido nem se pedisse. E ele não iria pedir.


- Ah, Sherl... - Murmurou, levando a mão aos cabelos do detetive, ditando movimentos mais rápidos, ao mesmo tempo em que investia contra a boca que o chupava tão bem. Suspirou frustrado quando Sherlock parou, mas foi surpreendido quando ele levantou e o beijou com uma vontade que o deixava irreconhecível.


Foi jogado na cama e suas pernas separadas o suficiente para Sherlock se intrometer entre elas, voltando a chupá-lo com gosto, Moriarty revirou os olhos e deixou um gemido arrastado escapar.

O criminoso passou a segurar seus gemidos ao mesmo tempo em que queria deixá-los sair com todo ar que tinha em seus pulmões. Holmes desceu para as coxas brancas e macias, as olhou com sede, era como se convidassem seus dentes a marcá-las.

Sob o olhar do criminoso, não hesitou em apertar a pele frágil e alva entre seus lábios e chupar com força, Moriarty gemeu alto sentindo uma pontada de dor, tapando sua boca logo após. Sherlock mordeu outro local, desta vez gentilmente, mas o suficiente para o fazer fechar os olhos a cada mordida, sua língua o anestesiava após cada chupão que deixava em vermelho, e já eram muitos, Sherlock estava perdido, não sabia mais com quem estava lidando, se era com ele mesmo, ou um novo ele, alguém que não conhecia.


As pernas de Jim tremiam, Sherlock sorriu diante desse comportamento tão não dele, e só então olhou para cima, viu as bochechas coradas, ele mordia o lábio com força, o peito subia e descia sustentando uma respiração descompassada, e o homem que possuía essas características tão adoráveis, aparentemente permanecia sereno e calmo, olhando fixamente para Sherlock com os olhos nublados em excitação.

Isso despertou o fogo que Sherlock não sabia que podia ser aceso, o fogo que nunca pensou que pudesse ser influênciado a ter.


- Vem. - Moriarty o chamou com autoridade, uma corrente elétrica passou por todo seu corpo, de imediato engatinhou até o encontro dos lábios de seu inimigo.


Seus corpos se encaixaram como peças de quebra-cabeça, as bocas misturavam seus gostos, as línguas se esfregavam com um afeto que se fez existente alí, sem pressa, sem rudeza, era tudo tão certo.

Moriarty cercou a cintura do outro com as pernas e gemeu assim que seus membros se tocaram, Sherlock quis sentir aquilo de novo, então passou a roçar um no outro o máximo que podia, àquele ponto, sua cueca já havia se perdido pelo quarto sem ele nem perceber. O detetive as vezes tentava parar por um tempo razoável para respirar, mas Moriarty não deixava e sempre o puxava para outro beijo afoito, sem paciência para pausas. Apesar de ser um tanto sufocante, ele não achava ruim, não mesmo. Estava amando ter aquele corpo quente se mexendo em atrito com o seu, era uma delícia, envolvente, hipnotizante. Ele sabia mesmo como tirar Sherlock do sério, em todos os sentidos.

Durante os repetitivos movimentos, seu membro desceu para entre as nádegas de Moriarty, que fez questão de abrir mais as pernas enquanto o beijava, deixando o detetive louco.


- Sherlock... - Moriarty o afastou e lançou um olhar sugestivo.

- Certo. Desculpe. Eu nunc-

- Relaxa, é só colocar. - Não conseguiu segurar o riso pela falta de experiência do outro. Simplesmente adorável. - Eu te ajudo. - Ele estimulou Sherlock lentamente, como uma massagem, e passou a glande no lugar certo, fazendo ambos suspirarem. Sherlock fez um pouco de força para entrar, Moriarty o assistia. Foi mais difícil do que pensava, pois parece que seu amigo criminoso não seguiu o próprio conselho de relaxar, porém aquilo deixou tudo ainda mais gostoso. Moriarty não parava de o apertar, mesmo que não confessasse que estava ansioso ou até mesmo nervoso, mas Sherlock notou. A satisfação de deixá-lo apreensivo era como um troféu para ele.

 

Estava na metade, quase lá, ouvindo os arfares baixos de Moriarty como uma melodia viciante, quando percebeu que não dava mais.


- Não tem...? - Sussurrou envergonhado, não conseguindo completar a frase. O outro assentiu e olhou para as gavetas ao lado da cama. Sherlock pegou o frasco que achou e pôs um pouco em sí, tendo certeza de estar coberto pelo gel, também passou em Moriarty, se demorando em massagear a entrada apertada que queria tanto preencher, o criminoso contraia em deleite com o carinho íntimo.

Holmes se inclinou até estar perto do rosto de Jim e iniciou um beijo calmo, demonstrando todo seu cuidado. 


- Vou ir devagar, para você não sentir dor.

- Que convencido você é.

- Eu só não quero te machucar.

- Para quem queria me matar, você muda de ideia bem rápido.

- Não é de hoje que você me faz mudar de ideia.


Sherlock vagarosamente entrou completamente, Moriarty apertava seus ombros, arranhando-os com suas unhas curtas. Ao olhar para cima, os olhos famintos de Sherlock o analisavam, quase fechando, o detetive estava se sentindo muito bem vindo ao novo ambiente.


- Ainda acha que vai me machucar? - Lançou um olhar malicioso para Sherlock, o mesmo assentiu, e sendo tomado pelo desejo, se retirou, para depois entrar novamente em um só movimento. - Porra! Sherlock, vai devagar! - Gruniu, depois de sua voz travar pela dor, Sherlock riu.

- Se pedir com jeitinho, talvez eu pense no seu caso.


Moriarty podia jurar que teve um orgasmo só de ouvir aquela voz tão perto de seu ouvido, era grave e dominadora, suave, porém ativa, exatamente como ele sempre quis. Foi a vez de Sherlock chupar o lóbulo de sua orelha, o fazendo entregar o jogo de vez. - Quer que eu peça o quê? Para fazer amor comigo? - Debochou.


- Se é isso que quer. - Retrucou.

- Eu quero que você me foda, Sherlock. É isso que eu quero.


O rosto de Holmes enrubeceu como um tomate. Não disse mais nada, desta vez não foi grosseiro, começou com calma o vai e vem desajeitado, Moriarty apertava os dedos dos pés como forma de tentar aliviar a pequena dor que sentia, enquanto Sherlock ia cada vez mais rápido, perdendo aos poucos a lucidez para o calor que nascia alí em baixo e se espalhava por seu corpo, até chegar em uma parte perigosa: seu cérebro.

 Moriarty sabia que não duraria muito, ele esperou por isso há um bom tempo, e agora que finalmente tinha, tudo que podia fazer era apreciar aquela invasão gostosa que estava ficando cada vez mais rápido, mais quente. Se esforçava para não derreter por inteiro. Ele odiava com todas suas forças que entrassem em seu caminho e o tirassem do controle, mas se fosse aquele Holmes, ele sinceramente não dava a mínima. Com certeza Sherlock devia se sentir honrado pelo tempo em que tinha posse de toda a situação, ele tinha Moriarty em suas mãos.


- Está gostando? - A voz de Sherlock o fez abrir os olhos e vê-lo com uma expressão de dúvida.


Como podia ser tão adorável perguntando algo tão idiota? Talvez a culpa fosse de Moriarty, que sempre se relacionou com pessoas que não se importavam realmente com o que estava sentindo, por escolha dele mesmo. Não estava acostumado com perguntas tão levianas, então não respondeu.

Sherlock admitiu que estava confuso, tudo que ele queria era agradar o homem que confiou o prazer de seu corpo a ele, e esse homem agora estava se fazendo de difícil, mesmo sendo ele quem o levou a aquele estado de loucura. Porém, teve o fim de suas dúvidas, pois seus rostos estavam bem perto, Sherlock podia ouvir orgulhoso os gemidos de Moriarty, ele não tinha como disfarçar que estava gostando, seu corpo não o deixava mentir.


Holmes o beijou enquanto acariciava sua bochecha, depois levou a mão para trás de sua cabeça e afagou seus cabelos, percebendo o outro se arrepiar e gemer manhoso pelo carinho.

O beijo de seu inimigo era maravilhoso, e ainda mais numa situação dessas, beijá-lo era um ato proibido que o deixava extasiado, relaxava seu corpo, e ao mesmo tempo dava-lhe uma adrenalina que pulsava incessantemente. Desceu os lábios até o pescoço alheio, arrepiando Moriarty e automaticamente o fazendo erguer a cabeça, dando passagem livre para o outro, que cheirou o local como se distinguisse uma cena de crime, tendo em mente de que não queria sentir esse aroma de novo em nenhum outro ambiente trágico, caso contrário, estaria em apuros.


Identificou um perfume fraco, mas notável, foi posto alí de propósito, era óbvio que ele queria que Sherlock notasse que se preparou para isso, que pensou muito na noite de hoje, que estava apenas esperando o momento em que não aguentaria mais tanta vontade reclusa, o momento em que sua mente ficaria cheia e sobrecarregada de pensamentos que o atormentariam a noite, tirariam seu sono e o fariam tomar decisões das quais não se orgulharia no dia seguinte.

Sherlock amou aquilo, aquele cheiro. Dentre tantos que já havia listado, nunca sentiu um como esse antes. Aquele era seu perfume favorito agora.

 

Moriarty se arrepiava a cada vez que ele fazia trajetos com a língua por seu pescoço, deixando um beijo no final. Ele apertava Sherlock entre suas pernas e o prendia dentro de sí de propósito. Não dando outra saída a ele, a não ser continuar a mover-se, e Sherlock nunca iria parar se fosse pelo prazer do criminoso, e claro, pela visão de seu rosto suado, com a boca entre aberta de onde saía sons que só aumentava a inquietação em seu ventre.

O detetive estava perdido em seus impulsos, concentrado em morder e chupar sem pena alguma a pele frágil de seu pescoço e continuar a meter no ritmo apressado, quando sentiu o interior de Moriarty o apertar alarmante. Jim levou a mão ao próprio pênis com pressa, para se masturbar, a cena deixou o detetive com água na boca. Sherlock ergueu-se e segurou as duas pernas de Moriarty, as deixando bem separadas e investiu sem cerimônias, com força, como lhe fora pedido antes, entre os sussurros sôfregos que ouviu só para sí. Os gemidos eróticos que pela primeira vez estavam altos, fizeram sua cabeça, ele queria ouvir mais, muito mais.


Ia rápido, com celeridade, como nunca achou que agiria na presença de outra pessoa. A vergonha tinha se escondido em algum lugar de sua mente, não ligava mais, tudo que queria era fazer Moriarty gozar e implorar por seu nome.

A expressão de prazer de Jim durante o ápice é a imagem que com certeza iria guardar na memória, seus olhos brilharam ao encontrar o olhar do detetive, seus gemidos manhosos e provocativos propositalmente projetados para lhe enlouquecer, sua boca vermelha e sedenta por seus beijos... era demais para Sherlock, não podia mais segurar, era sua hora também. Ia se retirar para desfazer-se mas o outro o impediu:


- Não. Não saia, eu quero dentro de mim. - Mesmo com a respiração descompassada de pós orgasmo, a voz arranhada de Moriarty era prepotente, e mesmo se não fosse, seu pedido era irrecusável, - Dê tudo para mim, Sherlock. - ele ordenou, com os lábios ressecados, e logo Sherlock estava fodendo-o de novo, usando seu corpo quente como abrigo e gozando dentro dele, abafando seus gemidos no pescoço do criminoso, que ofegava a respiração quente em sua orelha. - Ah... isso, bom garoto. Bom garoto, Sherlly. - O criminoso emaranhava seus dedos nos cabelos bagunçados de Sherlock e se deliciava com o corpo trêmulo do detetive em cima de sí.

- Meu Deus, Moriarty. - Cerrou os dentes e engoliu a saliva que se juntava em sua boca, pensando em como Jim podia soar tão perverso ao ponto de fazê-lo gostar de cada palavra que era proferida de sua boca.


Era isso, ele havia cedido. E o incrível era que não se arrependia nem um pouco. Todos os pensamentos de repúdio e rejeição que tinha se dissiparam. Ele aproveitou o sentimento que o convencia de que era para ele estar exatamente alí naquele momento, e que podia durar o tempo que eles quisessem.

Na verdade, o tempo que Moriarty quisesse.

 

...


Após minutos em silêncio de apenas os dois regulando a respiração e acalmando os nervos, com Sherlock ainda meio que por cima de seu corpo, Jim se afastou lentamente e levantou, foi acompanhado pelo olhar do outro, que observava admirado as suas curvas, fazendo Moriarty corar um pouco.


- É melhor você ir agora. - Disse, vestindo sua cueca e indo para sala. Logo o outro se vestiu completamente e o seguiu.

- Já está arrependido? - Caçoou.

- Mais que isso, estou desejando minha morte nesse exato momento. - Suspirou cansado, arrumando o cabelo com a mão.

- Não diga isso, você não morreria nem se quisesse.

- Claro, claro.

- E agora? - Ele parou no meio da sala, Moriarty ficou bem à sua frente.

- Agora o quê?

- O que a gente faz agora? Digo, você gosta de mim ou coisa assim? - Franziu a sobrancelha e comprimiu os lábios, constrangido porém animado, ele sabia que o outro ficaria furioso.

- Ah, tenha dó! É claro que não! - Moriarty piscou várias vezes, nervoso. - É muito pelo contrário. Eu te odeio, ok? Pelo amor de Deus!

- Ah é? - Sherlock segurou a vontade de rir, chegando mais perto.

- Óbvio! Porque se intrometeu no meu caminho feito o idiota que é, e agora estou quase me matando para te despistar sempre que vou fazer alguma coisa. - Jim estava recluso, talvez estivesse com medo de estar deixando transparecer demais. Sherlock se aproximou de seu rosto, gostando de deixar ele naquele estado. Não resisitiu e deixou um selinho nos lábios do mais baixo, acalmando o semblante agressivo de Moriarty, lhe beijou mais numa vez.

- Não quero ir.

- Isso não é problema meu.

- Sim, é. - Trocaram olhares que alternavam entrem seus olhos e bocas, Moriarty o beijou. O criminoso bagunçava seus cabelos ondulados enquando Sherlock o agarrava pela cintura. Como em uma briga por território, só que a batalha era cercada por desejo e fúria, uma fúria que ardia, queimava, derretia e fundia os dois corpos em um só através de um simples beijo.

Ao se separarem, Moriarty descansou a cabeça na curvatura do pescoço do detetive.

- Nunca pensei que gostaria de te beijar. - Sherlock disse.

- Já pensou sim.

- Está bem, está bem... já pensei. - resmungou, derrotado.

- E olha que só falou comigo por cinco minutos.

- Cala a boca.


...


Moriarty pensou em acompanhar Sherlock até sua casa, não sabia para quê, só queria ficar perto dele, para, talvez conversar sobre algo não tão sério, ou apenas encarar ele por mais tempo. Também quis questionar se estaria livre um outro dia para quem sabe, tomar um chá na padaria, assistir ele resolver algum caso que não envolvesse o problema deles, dar um oi pro John e pedir desculpas por ter posto aquela bomba nele... Mas não.

Eles nunca poderiam ser vistos juntos. Seria um desrespeito moral ao equilíbrio entre o bem e o mal da sociedade britânica e até mundial,  não que Moriarty se importasse com isso, mas se Mycroft ou John soubessem que estavam na companhia um do outro, isso poderia tomar caminhos muito diferentes e bem mais complicados. E mais complicado do que já estava era difícil de ficar, então, não. Ele se contentou em despedir-se dentro de seu esconderijo, deixando Sherlock para se virar com o elevador.

 

- Escuta, se... eu vier aqui te procurar, não vou te achar, né? - Perguntou já sabendo a resposta.

Nop. - Moriarty sorriu como se aquela resposta o deixasse feliz, o que era completamente o contrário.

- Você não precisa fugir assim.

- Já acabou? Tenho mais o que fazer. 


Sherlock pôs a mão em seu rosto, Moriarty de início tomou um leve susto, mas deixou, ele alisou sua bochecha com o polegar e chegou bem perto até encostar os narizes, Moriarty prendeu a respiração.


- Entendo. - Ele beijou sua testa, algo completamente estranho para Moriarty, mas ele com certeza havia gostado. - Você não me chamou aqui à toa, eu sei que não. - Sherlock levou a outra mão ao queixo de Jim, seu polegar se arrastava pelos lábios do criminoso, causando arrepios e tirando um suspiro de Moriarty, que beijou a digital ainda olhando em seus olhos. - Pelo menos não só para uma noite.

Ele definitivamente não queria deixá-lo ir.

O detetive entrou no elevador com o orgulho ferido, porém feliz, iria embora depois de uma noite inesquecível com seu melhor inimigo.


- Sherlock. - Chamou, o fazendo se virar, - Eu... - Moriarty se calou, mas claramente estava com muitas coisas em mente. Como sempre.

 

Havia uma única frase que transpassava sua arrogância, seu ego, sua pose. Brilhava em seu rosto e fez suas bochechas avermelharem ao ser percebida. Uma frase que ele nunca se atreveria falar. Nunca.

Sherlock sorriu fechado antes de responder; um sorriso triste, decepcionado, não com Moriarty, e sim com ele mesmo. Trocaram olhares pela última vez, Holmes apertou o botão se mantendo na esperança de convencê-lo a ficar, mas eles sabiam que aquilo não daria certo. Nem em um milhão de anos daria certo:

- Não quero parecer precipitado, Moriarty. Mas acho que... eu também.

 

Quando as portas se fecharam, o verdadeiro jogo havia começado.

 

 

 

 


Notas Finais


E depois disso, tudo acontece como aconteceu na série, só desgraça e morte mesmo, sinto muito não atirem pedras em mim :)

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Obg por ler até aqui, até a próxima


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