História Primeiras Vezes. - O primeiro término;

CAPÍTULO DEZESSETE: O primeiro término; 

Ele estava sem tempo. 

Era difícil ver o Jun nos últimos dias. Ele tinha acabado a faculdade e se dedicava ao trabalho na gravadora. Eu terminava a faculdade de dança e tentava entrar em alguma academia ou escola para dar aulas. 

Se nos víamos duas vezes em uma semana era muito. 

As ligações também ficaram escassas com o tempo. Não tínhamos tempo sequer para mandar mensagens. 

Mas eu ainda o tinha ou pelo menos achava que tinha.

Por mais que nossa vida estivesse corrida, eu sempre tentava algum contato, marcar qualquer coisa para distrai-lo, e quando a semana das provas finais passou e Jun teve um pequeno recesso, eu achei que poderíamos passar juntos. 

Era dia 11 de junho.

Seu aniversário tinha passado, mas havia mais uma coisa para comemorar. 

Ou eu achei que havia.

Ele não ligou, nem respondeu as minhas cinco ligações. Não visualizou as minhas mensagens e tampouco me deu alguma explicação no dia seguinte.

Ele esqueceu.

De mim e da nossa data.

Foi bem difícil. Talvez a época da minha vida mais complicada. 

Jun sempre foi alguém essencial na minha vida, namorando ou não. 

Mas aí eu percebi que ele não sentia a minha falta, então eu parei de sentir a dele também. 

Era como se o copo agora estivesse meio vazio e não meio cheio.

Por fim, quando me mudei pro apartamento do Soonyoung, feliz por ter um novo lar e um novo emprego na mesma academia de dança que ele, Jun bateu na porta.

"Você se muda e não me avisa, Hao?!" Ele já entrou se jogando no sofá. Que era novo e eu tinha gastado uma nota pra comprar. Aquele sofá era minha vida - e valeu bem mais do que ela, diga-se de passagem.

"Eu tentei, mas você aparentemente não pega seus recados com a Sica." Respondi, ainda de pé perto da porta.

"Foi um mês corrido, Hao." Ele abaixo a cabeça. "Desculpe."

"Tudo bem." E estava mesmo. Agora estava tudo bem.

"Então, como você está?"

Eu estava apreciando toda sua vontade de puxar papo comigo, até consegui sorrir, mas aí lembrei de mim mesmo no dia 11.

Aquela coisa de amor próprio que te bate de vez em nunca, sabe?

"Dia 11." Falei mais pra mim do que pra ele. "Dia 11 foi há um mês."

"Que dia 11?" Ele olhava pra mim com aqueles olhos fofos e confusos. "Ah! Meu aniversário! Mas meu aniversário é dia 10, Hao."

"Mas nosso aniversário de namoro era dia 11."

Então ele entendeu.

"Você não me ligou..."

"Liguei. Mandei mensagem. Sinal de fumaça e código morse."

"Hao..."

Ah, esse amor próprio que bate de vez em nunca.

"Vá embora Jun."

E aquela foi a primeira e única vez que terminamos.