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História Primeiro verdadeiro amor (Obamitsu) - Capítulo Trinta e Sete


Escrita por: lollaszz1

Notas do Autor


Eu só queria dizer desde já que amo quando a Mitsuri fica brava.

Capítulo 43 - Capítulo Trinta e Sete


Fanfic / Fanfiction Primeiro verdadeiro amor (Obamitsu) - Capítulo Trinta e Sete

Mahina ficou minutos que pareciam horas olhando para o rosto de Obanai. — O que você quer, Obanai?

— Nada com você, sinceramente. — Obanai ofereceu um grande sorriso à ela. — Você não consegue desviar os olhos, não é? — Ele passou o próprio indicador por sua cicatriz. — Foi o último presente que essa família me deu. Não é agradável de se olhar?

Sanemi mordeu os lábios e desviou o olhar. Sabia o quanto Obanai odiava aquela cicatriz, e a forma com que Mahina olhava para ela lhe causava arrepios.

— Quem fez isso? — Mahina perguntou, a voz seca como sempre.

— Você não se lembra? — Obanai arqueou uma de suas sobrancelhas. — Eu me lembro muito bem de chamar por você enquanto sua mãe cortava o meu rosto com uma navalha. Você realmente não se lembra, Mahina?

— Irei voltar mais tarde. — A senhora de idade murmurou e se retirou rapidamente.

— Estamos atrás de Yaza. — Yzumi finalmente se pronunciou.

— Para que? — O olhar duro e severo de Mahina focou em Yzumi.

— Iremos leva-la embora daqui. Por isso estamos atrás dela. — Yzumi respondeu. — Não sabemos se ela vai querer ir embora, mas vamos tentar mesmo assim.

— Por que? — Mahina tirou os saltos que usava. — Ela parece bem aqui.

Obanai riu em deboche. — Bem? Aqui?

— Impossível. — Yzumi negou. — Você me vendeu, mãe! Você vendeu sua própria filha em troca de algumas moedas! O que te faz pensar que Yaza está feliz aqui? Ela sabe o que fizeram comigo e com Obanai!

Mahina cruzou os braços. — Eu não toquei em vocês.

— Misericórdia. — Sanemi sussurrou. — Minha senhora, não importa se não tocou neles, uma mãe de verdade não veria isso acontecer com seus filhos e ficaria em silêncio!

— Quem é você? — Mahina olhou para ele.

— Não te interessa! — Sanemi empinou o nariz e desviou os olhos.

— Você continua com o mesmo olhar de quando me vendeu, continua a mesma. — Yzumi disse. — Você nunca vai mudar, mãe? — A garota perguntou. — Se não queria filhos, então não devia ter nos deixado nascer!

— Yzumi — Mahina revirou os olhos. — Eu não tive escolhas, porque se eu tivesse, vocês realmente não teriam nascido.

— Engraçado — Obanai riu com deboche. — Pelo que me lembro de sua mãe falando por aí, você engravidou porque quis. Queria prender um homem rico, não é, Mahina? — Ele se aproximou da mulher alta. — O que se passou pela sua cabeça? Realmente achou que alguém ficaria com você? Uma prostituta?

Obanai segurou o pulso de Mahina com força quando ela tentou bate-lo.

— Eu não sou mais uma criança, Mahina. Se você encostar um dedo em mim, juro por tudo que é mais sagrado neste mundo que irá se arrepender. — Obanai soltou o pulso da mulher com brutalidade.

— Eu odeio você. — Mahina olhava para Obanai. — Eu odeio você com todas as minhas forças, Obanai. Odeio que você se pareça tanto com ele, odeio que tenha a voz dele, odeio tudo sobre você. — A mulher fechou as mãos em punhos fortemente. — Nunca consegui me aproximar de você, nunca consegui sentir empatia ou afeição por você. Simplesmente queria que você nunca tivesse nascido!

— Você é egoísta, Mahina, não estou surpreso por suas palavras. Nunca achei que a mulher que fez uma criança viver no inferno podia ama-la. — Obanai respondeu. — Olhe pra mim agora. Olhe para o meu rosto. Olhe pra tudo que você e sua família tiraram de mim, Mahina! E mesmo assim, olhe o quão diferente dessa podridão eu sou.

Sanemi só conseguia pensar em quão problemática a família de Obanai era. Com este pensamento, ele saiu da casa, pegando seu celular para enviar uma mensagem para Mitsuri, dizendo que não sabia se Obanai iria realmente conseguir lidar com tudo aquilo sozinho.

— Não viemos aqui tentando recriar laços. — Yzumi voltou a segurar a mão de Obanai. — Só queremos ver Yaza e então iremos embora.

— Yaza não chegará agora. — Mahina não olhava para nenhum dos dois. — Podem esperar lá fora se preferirem.

— Com muito prazer. — Obanai puxou Yzumi pela mão até o lado de fora da casa.

Eles ficaram no jardim junto com Sanemi. Estavam de pé um ao lado do outro e sentiam que podiam botar fogo em um ser humano somente com um olhar.

— Você tá bem, cara? — Sanemi perguntou para Obanai.

— Vou ficar. — Obanai respondeu enquanto olhava para os próprios pés. — Estar aqui me faz pensar em que tipo de pai quero ser para os meus filhos.

— Você vai ser um pai incrível. — Yzumi beijou o ombro do irmão com carinho. — Seus filhos vão adorar você.

— Mitsuri cuidará bem de você. — Sanemi sorriu para o amigo.

Obanai sorriu ao lembrar-se de Mitsuri. — Ela deve estar me matando mentalmente agora.

Sanemi sorriu travesso. — Duvido muito, ela te ama demais pra isso.

[🌸]


— Eu ainda acho que ele vai matar a gente. — Tomioka olhou para quantas pessoas estavam indo na parte de trás do carro. — E meu pai vai me matar se eu arranhar o carro dele.


— Fica quieto, fica. — Uzui rodou a chave do carro de seu pai no dedo indicador.

No carro que Tomioka ia dirigir iam Shinobu, Mitsuri, Rengoku e Aoi. No carro em que Uzui ia dirigir iam Zenitsu, Tanjiro, Kanao, Nezuko e Inosuke.

Todos haviam recebido uma mensagem de Sanemi explicando a situação e mandando a localização de onde estavam, pedindo para que fossem dar apoio para Obanai e Yzumi. Claro que Mitsuri foi a primeira a surtar e responder dizendo que logo estaria lá, a garota não se preocupou nem mesmo em trocar de roupa, só se preocupou em ajudar os amigos a pedirem os carros emprestados para seus responsáveis.

Todos pediram para Mitsuri ficar no apartamento esperando por eles, mas ela foi decisiva ao recusar. Iria encontrar com Obanai e ficaria ao lado dele, não importava o quão ruim a situação estivesse, ela permaneceria ao lado dele.

— Aqui Mi, seu casaco. — Shinobu virou-se do banco da frente para entregar o casaco preto grande para Mitsuri. — Acho que vai chover hoje.

— Parece. — Mitsuri olhou para o céu pela janela. — Gente, preciso de espaço pra abrir a perna.

— Aí você tá pedindo demais, Mi. — Aoi sorriu e tentou encolher-se mais ainda no banco.

— Obrigada. — Mitsuri agradeceu. — Rengoku-kun já dormiu?

— Estou quase. — Rengoku respondeu. — Quando chegarmos lá me acordem.

— Tá bom, amor. — Aoi beijou o rosto do namorado. — Gente, eu sei que não é hora de fazer fofoca, mas já fazendo, a Nezuko falou que estava ficando com outro pro Inosuke? Ele tava com a cara de cu feita.

— Contou. — Mitsuri respondeu. — Só não disse quem era.

— Já estou vendo Tanjiro, Sanemi e Inosuke saindo na mão. — Shinobu disse. — Eu vou rir, somente.

— Eu não vou separar. — Tomioka começou a dirigir quando o carro de Uzui passou em sua frente. — Gente, eu tô tirando carteira ainda, então por favor não me pressionem.

— Relaxa. — Shinobu colocou a mão na perna do namorado.

— Isso não me ajuda a relaxar, Shinobu. — Tomioka riu baixo.

— Só não perde o carro do Uzui de vista. — Rengoku disse de forma arrastada.

Mitsuri olhou para as próprias roupas de forma descontente. Estava tão apressada para ir até Obanai que nem pensou em se trocar. Usava uma calça jeans escuras própria para gestantes, um par de tênis pretos da Adidas e uma blusa branca de alças finas, os cabelos presos em um coque, mais embaraçados do que normalmente estavam.

— Espero que esteja tudo bem. — Mitsuri suspirou e manteve suas mãos na barriga. — E espero que não tenhamos que parar o carro muitas vezes, porque eu tô muito enjoada hoje.

— Ah meu Deus! — Tomioka parou o carro no encostamento.

— Pode vomitar, Mi. — Shinobu saiu do carro para ajudar a amiga a sair também.

— Nunca mais levo uma grávida no carro. — Tomioka se lamentou.

Uzui também parou o carro mais a frente, notando que Tomioka havia parado atrás.

— Acho que a Mi-chan foi vomitar. — Kanao olhou para trás.

— A gente só não pode encontrar a polícia no caminho. — Uzui pegou seu celular.

— Hoje não é nosso dia de sorte, mas vamos na fé. — Zenitsu disse enquanto tomava sua lata de refrigerante.

— Ela entrou no carro de novo. — Tanjiro avisou.

— Vamos lá, então! — Uzui entregou seu celular para Zenitsu e voltou a dirigir.

[🌸]


— Que horas são? — Yzumi perguntou para Sanemi.

— Cinco e quarenta. — Sanemi bocejou enquanto respondia. — Acho que vai chover.

Obanai olhou para o céu. — Que bom que estou de casaco.

— Que bom que todos estamos. — Sanemi disse. — Ei, gente! Tem uma baixinha vindo nessa direção!

Yzumi se apressou em andar na direção da garota e correu quando notou que realmente era Yaza ali. A outra garota de cabelos negros soltou as bolsas que segurava para abraçar Yzumi assim que a viu. Não se encontravam fazia anos, mas nunca iriam esquecer como se pareciam. Sentiam saudades uma da outra, sempre foram melhores amigas e faziam tudo juntas antes de serem separadas.

— Você não vai lá? — Sanemi perguntou para Obanai.

— Não. — Obanai respondeu. — Me sinto bem vendo as duas no mundinho delas.

— Vai dar tudo certo. — Sanemi apertou o ombro de Obanai. — Até porque, estou aqui com você. Pique guarda-costas.

Obanai olhou para Sanemi. — Ui, desculpa aí, bonzão.

— Eu senti tanto a sua falta! — Yzumi abraçou Yaza com mais força.

— É você mesmo? — Yaza se afastou para segurar o rosto de Yzumi com carinho. Ela sorriu, lágrimas escorrendo por suas bochechas. — É você mesmo, Yzu! Meu Deus, é você! — Ela voltou a abraçar sua irmã fortemente.

Quando Yzumi foi vendida, um tempo depois Yaza fugiu. O último a ter liberdade foi Obanai, e foi o que mais sofreu, também.

— Viemos buscar você. — Yzumi afastou-se e segurou as mãos de sua irmã. — Eu encontrei nosso irmão, e então viemos buscá-la.

Yaza arregalou os olhos. — Obanai está aqui?

— Sim! — Yzumi sorriu feliz.

— Eu fugi e o deixei sozinho, Yzu... — Yaza mordeu os lábios fortemente. — Eu abandonei ele.

— Ei, claro que não! — Yzumi apertou as mãos de Yaza com força. — Ele sabe que não tivemos culpa, Yaza! Foi difícil para todos nós, mais ainda pra ele que ficou sozinho, mas mesmo assim, ele nos entende também. — A garota começou a puxar Yaza na direção em que Obanai e Sanemi estavam. — Vem, ele quer te ver também!

Yaza chorou mais ainda quando viu Obanai em sua frente, e sentiu-se acolhida quando ele a abraçou com todo o carinho do mundo. Não se lembrava de tê-lo abraçado muitas vezes, já que suas tias e avó o mantinham preso no porão, mas as poucas vezes que o abraçou, lembra de se sentir amada e protegida.

— Eu vou te levar embora. — Obanai beijou os cabelos de Yaza. — Nós não vamos nos separar de novo.

— Me desculpa, por favor, por favor... — Yaza agarrou a blusa de Obanai com força, ainda o abraçando. — Eu senti tanto a sua falta, irmão...

— Que alívio que tá tudo bem agora. — Sanemi sorriu tranquilo. Ele caminhou até onde as bolsas que Yaza deixou cair estavam e as pegou do chão, voltando para onde Obanai e suas irmãs estavam.

— Você vai com a gente, né? — Yzumi tocou os cabelos de Yaza.

— Sim! Claro que sim, Yzu! — Yaza olhou para ela. — Mas para onde?

— Por enquanto eu estou na casa do nosso irmão. — Yzumi sorriu. — Mas não sei se ficaremos lá por muito tempo.

— Por que? — Yaza olhou para Obanai mais uma vez. — Você mora com alguém?

— Conversamos sobre isso depois, primeiro vamos arrumar suas coisas e ir embora desse lugar. — Obanai afastou-se de Yaza.

— Sim! — Yaza olhou para Sanemi. — Oi, prazer em te conhecer. Yaza.

— Sanemi. — Sanemi se apresentou. — Pode deixar que eu levo essas bolsas pra você.

— Obrigada. — Yaza agradeceu. — Você viu a avó ou a mãe?

— Só Mahina. — Obanai respondeu. — Faz quanto tempo que está aqui?

— Eu estive estudando e trabalhando por algum tempo, mas acabei ficando sem dinheiro e voltei pra cá porque não tive escolhas. — Yaza contou. — No começo eu só consegui sentir medo, não queria estar aqui, e acabei pensando, "e se meu irmão ainda estiver lá?", mas agradeci muito quando vi que não estava.

— Elas te trataram bem? — Yzumi perguntou.

— Nossas tias não falam comigo sobre nada além de obrigações da casa, mas Michiko não mora aqui e sempre que vem me trata bem. Me esforcei para não saber em que elas ainda trabalham, mas a mãe fica mais em casa do que na rua, assim como a avó. — Yaza respondeu. — A avó também não fala muito comigo, ela só perguntou onde estavam meus irmãos e quando eu disse que não sabia ela voltou a me ignorar.

— Entendi... — Yzumi suspirou.

— Tem uma mesa ao lado da poltrona dela. Um porta-retrato, um copo d'água e um lenço branco. — Yaza contou. — Ela não deixa ninguém tocar nas coisas dela além da mãe.

— Eu acho melhor a gente sair ou chamar alguém pra exorcizar. — Sanemi disse. — Mas se não quiserem ta bom, só vamos embora então.

Eles entraram na casa e Yaza subiu as escadas rapidamente, dizendo que ia pegar suas coisas para que eles pudessem ir embora antes que ficasse mais tarde e suas tias chegassem em casa.

No entanto, Obanai nunca teve sorte e não se surpreendeu quando viu as seis mulheres entrarem pela porta da sala enquanto conversavam entre si.

— Aí, papai — Sanemi se abanou. — Agora eu tô com medo.

— Se você tá, imagina eu. — Yzumi sussurrou para ele.

— Oh, vejam só... Os filhos de Mahina voltaram. — Uma das mulheres largou a bolsa no chão e tirou seus sapatos.

— Quem são vocês? — Sanemi perguntou.

— Michiko. — A mulher de cabelos loiros que foi a primeira a falar com eles apontou para si mesma.

— Mieko. — A de cabelos longos e pretos disse enquanto tirava os sapatos.

— Estou tendo que me apresentar na minha própria casa? — A de cabelos curtos resmungou. — Miho.

— Manami. — Outra de cabelos loiros se apresentou.

— Masa. — A mais séria de todas se pronunciou enquanto cruzava os braços.

— Mitsuko. — Ela sorriu e acenou. — E então, o que os filhos de Mahina estão fazendo aqui?

— Não me digam que mamãe finalmente atravessou o corredor da morte e vieram se despedir? — Mieko perguntou com deboche.

— Ou estavam com saudades da mamãe? — Michiko riu. — Olhe só para você, Obanai, mesmo com a cicatriz continua bonito.

Sanemi sentiu todos os pelos do corpo arrepiarem. Não via nada nos olhos daquelas mulheres, e isso assustou-o.

— Viemos buscar Yaza. — Yzumi respondeu. Conseguiu manter o tom firme e agradeceu por isso.

— Poxa, Mahina está sendo abandonada de novo. — Miho resmungou com uma falsa expressão de tristeza.

— Cale a boca, Miho. — Masa suspirou. — Vocês parecem bem. Fico feliz por isso.

Obanai tentou controlar a risada. — Aposto que sim. Virou arquiteta?

— Como? — Masa franziu o cenho.

— É que se bem me lembro, você gostava de decorar o porão com as cinzas do seu cigarro mesmo que eu não conseguisse respirar. — Obanai fingiu tentar se lembrar. — Nossa, você realmente era boa em ser desnecessária pra caralho.

— Uau! Uma criança conseguiu te deixar sem palavras, Masa! — Mitsuko continuou sorrindo. — Isso é humilhante, não é? — Ela prendeu os cabelos vermelhos em um coque. — Você vivia reclamando dos filhos de Mahina, e logo um deles consegue calar sua boca com uma só palavra.

— Cale a boca, Mitsuko! — Masa praticamente rosnou.

— Tenho tudo comigo! — Yaza desceu as escadas rapidamente enquanto segurava duas mochilas e uma mala, sem contar com a bolsa de ombro. — Oh, olá, tias.

— O quê está fazendo, Yaza? — Mahina apareceu.

— Eita, caralho. — Sanemi começou a roer suas unhas.

— Indo embora. — Yaza desceu o resto das escadas e ficou ao lado de Obanai. — Vou embora com meus irmãos, mas agradeço pelo tempo que me deixou ficar aqui.

— Seus filhos te odeiam, não é? — Miho perguntou para a irmã e suspirou. — Pelo menos eles podem sair desse inferno.

— Não graças à você, Miho. Não graças à alguma de vocês. — Obanai disse. — Se acha que odiamos Mahina, não tem idéia do quanto odiamos o resto de vocês.

— Você não é o único. — Manami disse de forma lenta. — Eu me odeio também, Obanai. Você era só uma criança, assim como suas irmãs. — Manami curvou-se. — Sei que não pode me perdoar, mas quero que saiba que me arrependo das coisas que fiz com vocês todos os dias.

— Acho pouco. — Yzumi murmurou, as mãos tremiam de nervosismo. — Não viemos aqui em busca de perdão ou explicações. Só quero que saibam que achamos pouco todo sofrimento que passam, ainda é pouco perto do que fizeram a gente passar.

— Nós vamos embora. — Yaza disse.

Obanai pegou a mala de Yaza e foi o primeiro a se afastar, tendo o pulso segurado por Michiko.

— Me desculpe. — Ela sorriu para ele. — Você parece muito com o seu pai, espero que puxe o caráter dele também.

— Engraçado você dizer isso, Michiko. — Mahina bufou. — Afinal, você queria tanto ter um filho dele.

Michiko olhou para Mahina com desprezo. — Eu teria cuidado dos filhos dele melhor que você.

— Você não cuidou nem dos seus sobrinhos! Seres humanos são seres humanos, Michiko! — Mahina apontou para a irmã. — Eu nunca toquei n-

— Cala a porra da sua boca, Mahina! — Obanai gritou. — Todas vocês, calem a boca! Eu não aguento ouvir a voz de vocês, não aguento olhar pra vocês! — Ele apertou a mala com força. — Vocês podem olhar para o meu rosto? Olhem pra ele! Eu me lembro todos os dias, e me pergunto o que eu fazia de errado!

Michiko soltou Obanai e olhou para o rosto dele. — Não faça isso, Obanai. Você não fez nada, nunca fez nada, garoto. Você era só uma criança, e nós deveríamos ter cuidado de você. E seu rosto é lindo. Incrível, tão bonito, Obanai.

— Michiko — Mitsuko segurou o braço da irmã. — Deixe ele ir, prendemos eles aqui por muito tempo.

Obanai abriu a porta e saiu da casa, sendo seguido por Sanemi, Yaza e Yzumi. Todas as outras mulheres também saíram da casa, incluindo Mahina.

— Viemos te buscar, bebê. — Obanai se assustou quando Uzui desceu do carro.

— Finalmente chegaram. — Sanemi respirou aliviado.

Mitsuri desceu do carro e bateu a porta com força. A garota andou rapidamente até Obanai e o abraçou com força, deixando-o mais chocado ainda por vê-la ali.

— Você tá bem? — Mitsuri se afastou para segurar o rosto de Obanai. — Aí, meu Deus, eu estava tão preocupada com você.

— Eu estou bem. — Obanai sentiu todas suas barreiras sendo derrubadas quando sentiu os braços de Mitsuri em volta de si. — Só que ver você me deu vontade de chorar.

Mitsuri fez biquinho e o abraçou mais uma vez. — Vai ficar tudo bem, amorzinho, nós estamos com você.

— Vamos embora. — Obanai sussurrou, o rosto escondido no pescoço de Mitsuri. — Me leve embora, por favor.

— Vou te levar pra casa. — Mitsuri garantiu. — Vamos embora, Sanemi-kun.

— Ok! — Sanemi concordou.

— Obanai vai no carro do Tomioka — Uzui disse. — Alguém vai ter que ir no colo...

— Yzumi vai no colo da Yaza, mas vai ficar bem apertado. — Sanemi disse. — Não faz mal, né?

— Não. — Yzumi respondeu.

— Meu carro é maior. — Uzui disse. — Então da pra levar vocês três sem problema, mas Obanai vai com a Mitsuri, antes que ela mate alguém.

— O quê está acontecendo? — Ao ouvir aquela voz, Obanai manteve o rosto escondido no pescoço de Mitsuri. — Mahina, o que está havendo?

— Yaza está indo embora, mãe. — Mahina respondeu.

Os amigos de Obanai rapidamente olharam para aquela senhora de idade. Sabiam que havia sido ela à deixar a cicatriz no rosto dele, e sentiram vontade de manda-la diretamente para o inferno.

— O diabo finalmente apareceu. — Mieko revirou os olhos.

— Mãe! — Uma garota tropeçou quando se aproximou rapidamente de Michiko. — O que foi, mãe? Quem são essas pessoas?

— Puta que pariu — Yzumi arregalou os olhos. — Mãe?!

Inosuke tropeçou enquanto saia do carro. — Aí, porra!

— Cala a boca! — Nezuko puxou Inosuke de forma rápida, tentando não chamar atenção.

— Essa é a Daki — Michiko apontou para a filha. — Daki, esses são seus primos. Mas, a pergunta que não quer calar, o que você está fazendo aqui?

— A senhora não tem voltado pra casa faz um tempo. Meu pai e meu irmão me mandaram vir te buscar. — Daki jogou os cabelos para trás. — Não vai voltar hoje?

— Claro que vou. — Michiko revirou os olhos. — Volte pra casa e diga para seu pai e seu irmão que já estou voltando, só preciso resolver alguns problemas.

— Tá bom. — Daki virou-se para Obanai e suas irmãs. — É um prazer conhecer vocês. A gente se vê!

— Odeio jovens. — A idosa segurou sua bengala com mais força. — Já disse para não trazer Daki aqui, Michiko.

— Eu não a trouxe, nunca faria isso. — Michiko bufou e então olhou para Obanai que permanecia abraçado à Mitsuri. — Obanai, eu nunca tive um porquê para fazer tudo que fazia com você, mas quando eu adotei meus próprios filhos e vi o quão indefesa era uma criança, notei o quão ruim fomos para você. Eu sei que perdoar é difícil, mas eu realmente estou arrependida.

— Eu quero ir embora... — Obanai sussurrou para Mitsuri mais uma vez. — Mitsuri, eu quero ir embora...

— Estou ouvindo a voz de Obanai. — A idosa disse, chamando a atenção de todos.

— Ela é praticamente cega agora. — Yaza disse para os irmãos.

— Deus castiga mesmo... — Tomioka sussurrou para si mesmo.

— Àquela criança — A idosa bufou. — Onde será que está agora, Yaza?

— Não estou aqui. — Obanai segurou o pulso da irmã, mas manteve o rosto escondido. — Não estou aqui, Yaza.

— Ele não está aqui. — Yaza respondeu. — E eu estou indo embora.

— Parece que vai chover. — Masa olhou para o céu. — Não prefere ficar essa noite, Obanai?

Obanai se engasgou. Estava em choque pela coragem que Masa tinha em lhe perguntar aquilo.

— Obanai está ou não aqui? — A idosa bateu a bengala fortemente no chão.

— Não. — Obanai afastou-se de Mitsuri rapidamente e entrou no carro em que Rengoku, Aoi e Shinobu estavam, fechando a porta com força.

Yaza teve ajuda de Uzui para colocar suas coisas no porta malas e então logo ela e Yzumi também estavam dentro do carro.

— Você é o que dele? — Mahina segurou o pulso de Mitsuri antes que ela tivesse a chance de se afastar.

Mitsuri olhou para ela enquanto se questionava se devia ou não responder a pergunta.

— Deixe-a ir embora, Mahina. — Manami tocou o ombro da irmã.

—Você está grávida. — Mahina olhou para a barriga de Mitsuri. — O que exatamente você é de Obanai?

— Você não quer saber demais? — Mitsuri respondeu com outra pergunta.

— Tire a mão dela. — Obanai mal notou que estava fora do carro mais uma vez e agora segurava o pulso de Mahina. — Tire a porra da sua mão, Mahina.

— Ei! — Yaza saiu do carro rapidamente.

— O quê está pensando, Mahina? — Michiko se aproximou também.

Mitsuri manteve o olhar em Mahina, encarando a mulher com a mesma intensidade ao qual era encarada.

Shinobu saiu do carro rapidamente. — De tantas pessoas pra essa mulher mexer, ela quer mexer logo com a Mitsuri...

— Devemos ir lá? — Kanao se aproximou de onde Shinobu estava.

— Melhor não, gente. — Nezuko quem respondeu. — Querendo ou não, Mitsuri meio que faz parte da família né.

— E que família viu... — Ouviram a voz de Aoi.

— Quem é você? — Mahina perguntou para Mitsuri.

— Oh maluca, já deu do show! — Mitsuko também se aproximou.

Obanai afastou Mitsuri de Mahina e manteve a garota de cabelos rosas próxima à si. Antes só queria ir embora, mas agora estava puto de raiva.

— Quem você pensa que é? — Obanai perguntou para Mahina. — Não te interessa quem ela é, não quero que saiba sobre nada!

— Você vai ser pai? — Mahina olhou para Obanai. — Você só tem dezoito anos, Obanai!

— Cale a porra da sua boca! — Obanai gritou. — Isso não é da sua conta, Mahina! Minha vida não é problema seu, nunca foi! Você viu seu filho ser surrado e usado e nunca se importou, e agora quer saber se serei pai? Isso realmente é problema seu? — Ele apontou o indicador no rosto de Mahina. — Você deveria se envergonhar disso, deveria ter vergonha de olhar pra mim, mas vejo o quão filha da puta você é!

— Me respeite, Obanai! — Mahina aumentou o tom de voz. — Eu ainda sou sua mãe!

— Infelizmente! — Obanai gritou de volta. — Infelizmente é minha mãe! Eu só sinto nojo e desprezo por você, sinto nojo da sua mãe, sinto nojo por em minhas veias correr o mesmo sangue que corre nas suas! — Apontou para ela com mais raiva ainda. — A única entre vocês que realmente merece perdão é Michiko, porque é a única que realmente parece arrependida. O resto de vocês eu espero que queime no fogo do inferno, principalmente você e sua maldita mãe!

— Eu vou perguntar só mais uma vez, Obanai. — Mahina disse de forma lenta. — Quem é essa garota?

— Eu sou Mitsuri Kanroji. — Mitsuri segurou o braço de Obanai com cuidado. — Sim, estou grávida, e sim, Obanai é o pai. Terminou, senhora? Tem mais perguntas para fazer? — A rosada arqueou a sobrancelha. — Lamento lhe informar que não pode nos dar uma lição de moral sobre paternidade, porque você sentou e observou enquanto torturavam seus próprios filhos. — Mitsuri sorriu de forma falsa. — Mas bem, foi um enorme desprazer te conhecer e espero nunca mais vê-la em minha vida, irei me assegurar de ser uma mãe melhor para os meus bebês.

— Bebês... — Mahina murmurou. — Mais de um bebê...

— A maldição dos trigêmeos. — Masa suspirou.

— Foi um desprazer conhecer todas vocês, na verdade. — Mitsuri sorriu para elas. — Vamos, Obanai.

Mitsuri deixou que Obanai entrasse no carro para voltar rapidamente até onde Mahina estava, ficando em sua frente de forma defensiva.

— Só mais uma coisa, Mahina — Mitsuri disse lentamente, como se fosse uma ameaça.

— Mitsuri do céu... — Shinobu, Nezuko, Kanao e Aoi olhavam para a amiga embasbacadas.

— Eu juro por qualquer divindade, que se você respirar o mesmo ar que Obanai ou se pensar em se aproximar dos meus filhos, eu acabo com você. — Mitsuri garantiu. — Eu posso ser jovem, mas eu protejo quem eu amo, e nunca tive medo de nada.

— Quem você pensa que é? — Mahina quase rosnou.

— Um ser humano melhor que você. Não te julgo por vender o corpo em troca de dinheiro, não te julgo por ter nascido, te julgo por ser um ser humano terrível! Te julgo por ter visto crianças sofrerem e não ter feito nada. Não diminuo a culpa de suas irmãs, mas me é mais doloroso saber que uma mãe viu tudo isso acontecer e não fez nada. — Mitsuri disse. Sentia o corpo inteiro tremer de raiva. — Você é podre, Mahina.

— Você não sabe de nada! — Mahina irritou-se, aumentando o tom de voz.

— Fala baixo porque eu sei falar tão alto quanto você. — Mitsuri apontou o dedo indicador no rosto de Mahina. — Minha vontade é virar seu rosto do avesso, mas estou tentando ter algum respeito por você. Então, vou repetir mais uma vez para que entre na sua cabeça, senhora. — A garota de cabelos rosas respirou fundo, tentando se acalmar. — Fique longe do Obanai.

— Ou o quê? — Mahina ergueu o rosto. — Eu sou a mãe dele, e você não passa de uma criança.

Mitsuri gargalhou. — Criança, jura? Amor, faça-me o favor né. Impossível uma criança como eu ter mais maturidade que você, acho que minha idade mental deve ser evoluída.

— Eu vou voltar lá. — Obanai disse.

— Não vai não. — Rengoku segurou Obanai dentro do carro. — Está tudo bem, Obanai, é sério. Fica aqui, tá? Você já enfrentou muita coisa hoje.

— Vamos lá, Shinobu. — Aoi saiu do carro e Shinobu também.

Nezuko, Kanao, Yaza e Yzumi também saíram do carro rapidamente.

— Vamos embora, por favor. — Yaza tocou o braço de Mitsuri com cuidado.

— Mitsuri, Obanai está esperando por você no carro. Vem. — Shinobu chamou pela amiga.

— Não ouse aumentar a voz comigo, garota. Você não me conhece, então não brinque comigo. — Mahina apontou o dedo no rosto de Mitsuri.

— Mahina, você enlouqueceu?! Ela é uma criança, para com isso! — Masa repreendeu a irmã.

— Tire o dedo do meu rosto. — Mitsuri sentiu as bochechas quentes, irritando-se mais ainda. Movida pela irritação, a garota empurrou a mão de Mahina com força.

— Mãe, por favor — Yzumi praticamente implorou. — Ela é importante pro meu irmão, por favor, para com isso, por favor...

— Mahina, Obanai já te odeia o suficiente, para com isso! — Michiko pediu. — Mulher, pelo amor de Deus!

— Nunca mais fale comigo como você bem entender, garota. Não sabe nada sobre mim, então não venha até aqui que- — Mahina foi interrompida.

— Hipócrita. — Mitsuri disse. — Você fala com todos do jeito que bem entende. Agora quer que eu fale mansinho com você? Acha realmente que pode exigir isso? Uma pessoa que faz coisas como as que você fez mesmo sendo mãe, não merece empatia nenhuma.

— Mãe, olha pra mim! — Yzumi segurou a mão de Mahina. A garota tremia de medo, não queria estar perto daquela mulher, mas queria evitar qualquer situação ruim. — Por favor, pelo Obanai, não faz nada impensado.

— Pelo Obanai? Por ele? — Mahina olhou para Yzumi com escárnio.

— Você é uma filha da puta. — Mitsuri cuspiu.

Shinobu foi rápida em puxar Mitsuri para trás quando Mahina quase voou sobre ela.

— Está mostrando as asinhas? Pois saiba que é crime bater em uma grávida, mas saiba que vou adorar vê-la na cadeia. — Mitsuri provocou-a, ainda tendo o braço segurado por Shinobu.

— Mitsuri! — Obanai havia finalmente conseguido que Rengoku o deixasse sair do carro. — Entre no carro. Vamos pra casa.

— Ok. — Mitsuri preferiu não discutir com Obanai. — Eu realmente não estou brincando, Mahina, então pensa bem nas coisas que eu te disse.

Dito isso, Mitsuri virou as costas e finalmente entrou no carro.


Notas Finais


As emoções não acabaram viu, gente?

A Daki apareceu 💞💞💞💞 Agora ela vai aparecer mais vezes, Michiko também.

Agora só falta a gente esperar o pai do Obanai...

Acho que nunca escrevi um capítulo com tantas mulheres juntas. Gente, no total são SETE MULHERES em uma só família, e eu surtando só com a minha mãe e irmã dentro de casa.


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