História Primeiro verdadeiro amor (Obamitsu) - Capítulo Quarenta e Dois

Tudo o que Daki falou foi sobre perdão e amor, apesar de seu jeito raivoso a garota era banhada disso desde que Michiko a adotou. No entanto, Mitsuri estava focada demais em sua barriga que fez um movimento estranho quando um dos bebês se mexeu, o que fez com que seu coração parecesse sair pela boca.

— Daki, espere um minuto... — Yzumi respirou fundo. — Nós não podemos fazer nada pra te ajudar.

— Você veio até aqui atoa. — Yaza cruzou os braços.

— Atoa não, me deu a oportunidade de olhar pro seu lindo rosto. — Inosuke sorriu enquanto passava a mão na barriga de Mitsuri. — Que tal fazermos um neném com a nossa cara?

Daki arregalou os olhos. — Garoto?!

— Vai ser lindo. — Inosuke garantiu. — O quê acha? Se meu beijo já é maravilhoso, imagine outras coisas...

— Isso é assédio! — Daki apontou para ele com raiva.

— Opa, assédio não, tô fazendo uma proposta, e outra, se tá incomodada, pode falar não a qualquer momento. — Inosuke retrucou ofendido. — Não elogio mais também.

Mitsuri continuou ignorando Daki enquanto acariciava a própria barriga, e de tão inebriada com seus próprios sentimentos e conquistas, pegou no sono com Inosuke acariciando sua barriga com mãos leves.

[🌸]

— Mitsuri — O nome da garota foi sussurrado enquanto cutucavam seu braço.

— Cinco minutos. — Mitsuri pediu e manteve os olhos fechados.

— Não. — A voz negou e Mitsuri abriu os olhos contra sua vontade, deparando-se com Nezuko. — Mitsuri princesa, o Obanai acabou de chegar.

— Legal... — Mitsuri murmurou ainda sonolenta.

— Ele estava conversando com Daki, acho que eles se deram bem, ela até o convenceu a conversar com Michiko. — Nezuko contou. — Inacreditável, né? Inosuke tá dormindo lá no seu quarto com Tanjiro e Zenitsu, se você não se importar...

— Espera — Mitsuri coçou os olhos. — O quê ela ainda tá fazendo na minha casa?

— Shhh, não briga não! — Nezuko repreendeu a amiga.

— Não estou brigando. — Mitsuri se arrumou no sofá, colocando a mão na coluna. — Aí, que desconforto. Acho lindo que meu homem ta sorrindo pra outra mulher enquanto eu tô aqui cheia de dor no corpo.

— Você quer problema? — Nezuko cruzou os braços.

— Eu não. — Mitsuri negou. — Tô irritada só, nada demais.

— Vou acordar os meninos pra gente ir embora. — Nezuko avisou. — Me espera aqui e não arruma briga, tá?

— Não vou brigar não doida, vai lá. — Mitsuri praticamente expulsou a amiga.

Mitsuri continuou sentada no sofá porque estava com sono, mas já estava irritada porque não havia simpatizado com Daki. Não gostou da forma que a garota chegou impondo sua presença, até porque Mitsuri odeia dividir seu espaço com pessoas desconhecidas, e para ela Daki nada mais é do que isso.

A garota de cabelos rosas se levantou e foi para o quarto, encontrando Nezuko, Inosuke, Tanjiro e Zenitsu. Zenitsu ainda estava deitado e Tanjiro também, enquanto Nezuko brigava com Inosuke sobre dar em cima de Daki descaradamente da forma que estava fazendo mais cedo.

— Vocês vão pra casa? — Mitsuri perguntou.

— Sim. — Nezuko respondeu. — Shinobu estava te procurando, ela quer companhia pra ir no shopping comprar um presente pro Tomioka.

— Hm... — Mitsuri balançou a cabeça em concordância. — Já que essa moça não quer sair do apartamento, eu me retiro por ela.

— Ah, você tá com ciúmes? — Zenitsu perguntou preguiçosamente.

— Incomodada é a palavra certa. — Mitsuri respondeu.

— Devia estar com ciúmes, porque veja só — Inosuke chamou a atenção dos amigos. — Ela é nova, bonita, gostosa, tá numa simpatia desgraçada com o Obanai, e não é querendo ser escroto, mas ela pode transar.

— Inosuke, existem dias em que eu simplesmente odeio você! — Nezuko o empurrou, fazendo-o cair na cama.

— Vê se isso é coisa que se fala?! — Zenitsu também brigou com ele. — Como assim "ela pode transar"? Cala a boca, menino!

Mitsuri somente ficou encarando Inosuke.

— Mi, não acredita nele. — Nezuko segurou o braço da amiga. — A Daki nem ta tão simpática assim.

— Ela é gostosa? — Mitsuri perguntou para Inosuke.

— Um pouco — Inosuke foi empurrado por Zenitsu dessa vez.

— Você diz como se eu não fosse. — Mitsuri continuava o encarando.

— Você é! Mas você tá grávida. — Inosuke coçou a nuca de maneira desconfortável.

— Por estar grávida eu não estou gostosa? — Mitsuri arqueou a sobrancelha esquerda.

— Não! Tipo, tá! Ah, Mitsuri, qual foi? — Inosuke se irritou.

— Ah! — Mitsuri bagunçou os próprios cabelos nervosamente. — Estou surtando, Nezuko! Estou ficando completamente louca! Inosuke me deixou paranoica!

— Epa, eu não! — Inosuke negou rapidamente.

— Com licença — Yaza entrou no quarto. — Obanai está te chamando lá na sala, Mitsuri-chan.

— Eu preciso parar de andar de pijama por aí... — Mitsuri resmungou enquanto ia até o guarda-roupa. — Fala que eu já vou.

— Tá bom. — Yaza sorriu e saiu do quarto.

Mitsuri pegou um short e uma camiseta, saindo do quarto para ir se trocar no banheiro. Aproveitou para escovar os dentes e lavar o rosto mais uma vez, e então prendeu os cabelos em um coque, prendendo a franja com um pequeno grampo que estava ali. Sem muita vontade de ir até a sala, a garota praticamente se arrastou até lá, encontrando Obanai se despedindo de Daki na porta.

— Oi. — Mitsuri chamou a atenção deles.

— Eu queria me despedir. — Daki deu um sorriso falso para Mitsuri.

— Vai com Deus, até nunca mais. — Mitsuri se despediu com um revirar de olhos.

— Meu Deus... — Obanai balançou a cabeça. — Ok, pensarei sobre tudo que me disse, Daki. Tenha uma volta tranquila pra casa.

— Obrigada, Obanai. — Daki acenou. — Tchau, até logo!

Quando Daki saiu e Obanai fechou a porta, Mitsuri o encarou. — Até logo?

— Ela vai voltar com Michiko, mas não vou conversar com elas aqui. — Obanai suspirou. — Eu mal processei as coisas que ela disse, estou cansado desse assunto...

Mitsuri concordou com um aceno de cabeça. — Os bebês se mexeram.

— Oi? — Obanai arregalou os olhos. — Agora?

— Não, um pouco mais cedo, mas foi bem esquisito. Mexe tudo aqui dentro. — Mitsuri passou a mão em sua barriga. — Você vai sentir da próxima vez, tenho certeza.

— Espero que sim. — Obanai tirou as bandagens de seu rosto. — Por que você está irritada?

— Não estou. — Mitsuri negou.

— Está sim, talvez seja porque tirou o pijama, já que você ama ficar de pijama o dia inteiro. — Obanai ficou pensativo. — Se não for isso, então realmente não sei o quê é.

— Eu não estou irritada, estou pensativa. — Mitsuri revirou os olhos. — Não podemos fazer sexo até os bebês nascerem.

— Ok... Você quer falar sobre sexo com esse tanto de gente no apartamento mesmo? — Obanai sentiu as bochechas quentes.

— Estamos de saída, na verdade. — Nezuko apareceu.

— Obrigado por deixar a gente ficar aqui. — Zenitsu deu um abraço em Mitsuri. — Amanhã estamos de volta no mesmo horário.

— Ok, vou esperar vocês. — Mitsuri sorriu e abraçou todos eles para se despedir, menos Inosuke.

— Ei! Por que eu sou sempre tão maltratado? — Inosuke apontou para si mesmo.

— Talvez porque você disse que Daki é gostosa. — Nezuko revirou os olhos. — Até amanhã, Mi. Tchau, Obanai-kun!

— Dê um beijo nas suas irmãs por mim. — Inosuke sorriu.

— Sai da minha casa. — Obanai abriu a porta.

— Tchau! — Tanjiro acenou para eles e então eles saíram do apartamento enquanto conversavam.

— Voltando ao tópico inicial — Quando Mitsuri começou a falar Obanai riu, achando graça do assunto vir a tona tão repentinamente. — Ah, melhor deixar pra lá, né?!

— Você já ia surtar por ciúmes, né? — Obanai abraçou Mitsuri e beijou o rosto dela de forma carinhosa. — Fofa. Amo muito você, muito, muito, muito.

Mitsuri ficou envergonhada. — De onde veio isso? Hã? Você não fez cara feia pra mim hoje e ta falando que me ama muito... Você tá doente?!

Obanai negou. — Não estou, eu realmente te amo muito.

— Hm — Mitsuri franziu as sobrancelhas. — Estou de olho em você, Obanai Iguro.

— Percebi... — Obanai sorriu com deboche.

Um fato era engraçado, Obanai realmente não sabia de onde Mitsuri tirava seus loucos motivos para sentir ciúmes.