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História Princess Of The Fallen Reign - Village


Escrita por: itscatarinaa

Notas do Autor


Oi mais uma vez! Aqui vai outro capítulo para vocês.

Capítulo 2 - Village


POV Millie

 

Já se passaram três dias desde o ataque a Flowerfield e ainda não paramos para descansar. De ter passado o caminho todo a chorar, já não me restam lágrimas, meus olhos estão secos. Ava está cansada e com fome, para além dela me lembrar sempre disso, dá para ver no seu pequeno rosto assustado. Por outro lado, eu não sinto nada, nem fome, nem sede, nem sono. Como poderia? Não penso em mais nada a não ser o sangue derramado, o sangue deles, da minha família. Porquê? Me pergunto. Qual o motivo para tudo isto? Está claro que não vou obter respostas tão sedo.

Estamos no meio de um bosque, árvores por todo o lado. Mas não consigo contemplar a sua beleza, não depois de tudo aquilo. Se não tivesse a percorrer um estreito caminho de terra, diria que nos tínhamos perdido e começado a andar em círculos. Tudo parece igual, as mesmas árvores, os mesmos galhos no chão…

De repente vejo fumo, vou me aproximando e vejo vários pontinhos, mais um pouco e vejo casas. É uma aldeia. Alegro-me, talvez alguém nos possa ajudar, dar comida, guarida e talvez alguma informação útil.  Apresso-me para chegar lá. Talvez haja alguma esperança.

À medida que passo pelas pequenas casas, as pessoas olham-me com ar suspeito. Afinal de contas não é todos os dias que se vê duas moças a cavalo, ambas despenteadas, sujas, com olheiras e vestidos de realeza. Ninguém nos reconhece, não sei dizer se é pelo nosso aspeto, se nunca tinham antes visto as princesas de Flowerfield ou se nos julgam mortas.

Reparo numa placa, a dizer “Ben’s”, em cima de uma de uma porta grande vermelha, dela saiam risadas, música e vozes embriagadas. Presumo que seja uma espécie de bar. Talvez haja comida. Salto do cavalo e pego em Ava, amarro as rédeas de Storm a uma espécie de poste. Quando entramos ninguém perece reparar em nós, sentamos-nos numa mesa e em seguida um homem vem ter connosco.

- O que vão querer? – devia ser o responsável pelo estabelecimento

- Alguma coisa para comer.

Ele assente e vai-se embora.

No canto da sala estava um homem jovem, alto, cabelo e olhos castanhos. Desde que chagáramos ele não tinha tirado os olhos de nós. Isso assustava-me. Podia ser outro rebelde infiltrado no meio da população para dar informações, podia nos ter reconhecido…

Ele aproxima-se, engulo em seco. Sentasse à minha frente e diz:

- As meninas não são daqui, pois não?

Não respondo.

- Desculpem. Que indelicadeza a minha, me chamo Joe. E vocês?

- Porque quer saber?

- Vocês são forasteiras, têm muito mal aspeto e parecem estar a precisar de alguém que cuide de vocês. E acho que vos posso ajudar.

- Ajudar em quê, exatamente?

- Sou dono de uma estalagem aqui perto. A pensão não é muito cara.

- Não temos dinheiro.

- Mas tendes esses vestidos. Não parece que vão precisar mais deles. Você podia vende-los em troca de uma cama confortável.

O homem interrompe-nos e coloca um prato com pedaços de pão na mesa. Ava agarra-os e ingere-os rapidamente.

- Tinhas mesmo fome! – reparo que ele faz comentários desnecessários.

- Desculpe, mas onde estamos exatamente?

- Estamos em Jortedin, uma aldeia de Rockland.

Rockland era um dos reinos que fazia fronteira com Flowerfield. Pelo que aprendi nos livros da biblioteca do palácio, Rockland era governado pelos Wolfhards. Flowerfiled e Rockland tinham uma aliança antigamente, porem, à cerca de 100 anos, John Brown, príncipe de Flowerfield, foi acusado de matar a sua esposa Diana Wolfhard. Claro a partir daí a aliança desfez-se. 

Acabamos de comer e ele coloca umas moedas em cima da mesa e saímos.

Sigo-o com Ava numa mão e as rédeas de Storm noutra. Ele dirige-nos para um edifício de dois andares. No andar inferior está uma espécie de loja de roupa. Entramos.

- Bom dia, Margot. Queríamos trocar estes dois vestidos por roupas mais práticas.

Ela olha para mim com um ar interrogativo. Como uma moça suja e despenteada daquele jeito poderia ter um vestido digno de princesa? Mas ela não faz perguntas, assente e dirige-se para a parte de traz da loja. Joe senta-se numa espécie de sofá e cruza as pernas como se estivesse em casa. A mulher volta a aparecer, entrega-me umas roupas e aponta para um biombo no canto da sala. Dirijo-me até lá tiro o vestido e visto a roupa nova. Saio de traz do biombo vestida com umas calças justas de couro e uma camisa.

- Uau! – exclama Ava – Agora é a minha vez.

Margot sorri e entrega-me um vestido pequeno. Atrás do biombo outra vez ajudo a minha irmã a vestir-se. O vestido dela é desnutrido de cor, leve e simples. Mas mesmo assim parece que ela adorou.

Saímos, entregamos os vestidos e recebemos em troca um pequeno saco de moedas. Conto-as, ao todo são trinta. Nunca achei que um vestido meu valesse tanto.

- Ainda não me disseste o teu nome.

- Sou a Millie, e esta é a Ava.

Instalou-se o silêncio. De seguida fomos para a estalagem, o edifício era grande porem estava vazio. Percebi porquê ele estava no bar, para além de não ter trabalho, estava a tentar encontrar clientes. Ele deu-me uma chave e disse:

- O jantar é às oito por isso não se atrasem, comemos aqui nesta sala. – E apontou para uma espécie de sala de jantar onde cabiam umas quinze pessoas. – O vosso quarto é o primeiro à esquerda depois das escadas.

Ele acabou de me dar todas as informações precisas e subi para o nosso quarto. Era pequeno e frio. Tinha duas camas e um armário, não sei para quê já que não tínhamos mais roupas do que as que vestíamos. As paredes tinham, no fundo, umas manchas pretas, como se alguém lhes tivesse chegado fogo. A janela também era pequena e tinha cortinas que pareciam que tinham sido feitas à pressa. Agora começava a perceber porquê não era um sítio muito concorrido.

Quando dei por mim, Ava já estava deitada numa das camas e dormia profundamente. Então tentei fazer o mesmo. Deitei-me, fechei os olhos e deixei todo o tipo de pensamentos invadir a minha cabeça.

Comecei por pensar nos motivos do ataque. Será que tinha sido por causa do casamento, por alguma decisão que os meus pais fizeram. Era estranho porque a minha família sempre se preocupou com o bem-estar doa súbitos. Às vezes até fazíamos uma espécie de votação para tomar algumas decisões. Nunca ninguém se queixou e muito menos se manifestou.

Durante estes devaneios retiro a pequena adaga do cós das minhas calças novas. Brinco com ela esperando que algumas respostas me venham aos pensamentos. Até que a lamina faz um corte incisivo no meu dedo, não doí, mas o sangue jorra rapidamente. A lâmina era afiada, o punho tinha cabedal gasto à volta, e havia um símbolo esculpido na junção dos dois extremos. O símbolo é me familiar, acho que já o vi num dos livros da biblioteca. Pertence a Meirstone, o reino governado pela família Apatow.

 Os Apatows faziam parte de um grupo de famílias que se opunham a algumas decisões do meu pai, nomeadamente com o casamento de Paige e Eduard. Era isso eles estavam com medo de nos tornarmos um reino ainda mais poderoso e então decidiram atacar-nos disfarçadamente, acabar de uma vez por todas com a ameaça que Flowerfield se podia tornar. Estava escandalizada, como alguém poderia acabar com uma família só por problemas políticos e ainda fingir que tinha sido uma mera revolução. As saudades começaram a fazer-se sentir, tinha saudades da mamãe, do papai, do Charlie, da Paige. Tinha saudades de casa, de Jacob provavelmente nunca mais o vou ver. Acabo por adormecer com as lágrimas nos olhos e a arma na mão…


Notas Finais


Espero que tenham gostado


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