História Príncipe do Fogo (JIKOOK) - Parte da família

“- Tae”. -Jimin o chama mais uma vez, enfim ganhando sua atenção. O outro respira fundo e vai até o livro que arremessou, o pegando.

- O que veio me perguntar? -Pergunta meio seco.

- V-vim perguntar se não queria jogar com a gente. -Pergunta, um pouco receoso.

- Um jogo? -Pergunta sarcástico, se virando para o loiro, um sorriso desacreditado no rosto. – O Hoseok está sequestrado e vocês estão jogando?

- Tae, eu sei que essa não é uma boa situação, eu também não queria isso. Mas não temos o que fazer por enquanto.

- Não temos ou você que não quer?! -Pergunta gritando. – Tem milhões de livros aqui, algum deles devem nos ajudar! Mas ao invés de procurar uma forma para salvá-lo, você prefere brincar de pique esconde?

Jimin estava assustado. Esta era a primeira vez que o loiro o via assim consigo. Mesmo assim, o que Taehyung falou o machucou ao ponto de fazê-lo perder a cabeça também.

- Eu não “prefiro” nada. Por mim eu trocaria de lugar com ele agora! -Fala alto, irritado e magoado. – Ele está preso por minha causa, e eu vou salvá-lo. Mas por enquanto não tem nada que possamos fazer. Você ouviu o que o Jeon disse! Não é enfurnado na droga de uma biblioteca que vamos achar uma resposta!

- Foda-se o Jeon! Tem que ter uma resposta diferente! -Grita mais alto. Em seguida baixa a cabeça, fazendo seu cabelo ir à frente de seu rosto, mas Jimin pode ver as lágrimas começarem a escorrer aos montes de sua face. – Não foi você quem o fez ser sequestrado. Foi por minha causa. Se eu não tivesse dito o que disse ele não teria saído da proteção. EU QUE DEVERIA TER SAIDO, NÃO ELE! -Diz gritando mais no final. Tae fica de cócoras, deixando suas mãos sobre seu cabelo, apertando os fios de cabelo enquanto pressionava a cabeça para baixo. – É tudo minha culpa.

Jimin vai até Taehyung, se abaixa e o abraça, mas isso o faz perder o equilíbrio, o fazendo cair de joelhos no chão enquanto Tae cai de bunda, ainda abraçados e ambos chorando.

- Não foi sua culpa. Não tinha como saber o que ia acontecer. A culpa é de quem está por trás disso. -Taehyung continua a chorar, agora agarrando o tecido nas costas de Jimin. - Ninguém estaria nessa se não fosse por mim. -Taehyung separa o abraço para olhar para Jimin. - Você também quase morreu, tudo porque me salvou. Se vocês não estivessem comigo naquela hora... Se vocês não me conhecem nada disso teria que acontecer com vocês.

- Jimin, eu já falei, a culpa não é sua.

- A culpa pode até não ser minha, mas ainda me sinto responsável. Se alguma coisa acontecer com vocês, vou me culpar até a morte. -Diz virando o rosto.

- Acho que te entendo. É como você disse. Se algo acontecer o Hoseok, vou me culpar mais ainda. Porque fui eu quem o levou a sair da barreira por causa... De algo que ele não tinha culpa.

Jimin segura a mão de Taehyung, tentando parar de chorar e abrindo um sorriso pequeno.  

- Eu prometo que vou encontrá-lo e trazê-lo são e salvo. Você confia em mim? -Pergunta o olhando no fundo dos olhos, imerso em confiança.

- ... Confio.

- Então vem comigo jogar um jogo enquanto esperamos. -Fala limpando o rosto. - Vai te fazer bem.

- Eu confio em você, mas prefiro continuar. Posso achar alguma coisa.

Jimin sorri ao entender o sentimento do amigo.

- Então eu fico com você.

- Não precisa. Alguém lá em baixo iria me odiar antes mesmo de me conhecer, e eu não quero sua irmã como uma inimiga. -O outro lhe oferece um sorriso acolhedor. – Vai conhecer melhor a sua irmã.

- Obrigado. -Jimin se levanta e vai até as escadas, mas antes de sair olha para o amigo. – Me conta se descobrir algo.

- Pode deixar.

 

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Os seis vão até o lado de fora do castelo, tendo uma linda vista do jardim de girassóis, o mesmo jardim que tinha de vista em seu quarto. Como Jimin instruiu, todos formaram uma fila, ficando um de costas para o outro, com exceção do primeiro. A sequência ficou: Seokjin, Namjoon, Agatha, Soo-min, Jungkook e Jimin.

- Jin, escolhe uma fácil a princípio, já que eles nunca jogaram.

- Pode deixar. – Responde sorrindo. Ele pensa no que fazer, então tem uma ideia.

Todos se viram, com exceção de Namjoon. Seokjin fecha sua mão e passa a mesma da direita pra esquerda no rosto, simulando lambidas. Não demorou nem um pouco para Namjoon “descobrir” o que era. Então ele se virou e tocou o ombro de Agatha.

Namjoon joga os braços atrás do corpo e simula assas, em seguida para o gesto de umas das mãos e leva a outra ao rosto, fazendo o mesmo movimento que Seokjin, simulando lambidas. Agatha “entente” e se vira, tocando Soo-min. Ela cora até as orelhas e fica de quatro, logo fazendo uma acrobacia para trás, usando sua magia para flutuar no ar por alguns segundos. Soo-min “entente” e logo vai a Jungkook.

Soo-min usa sua magia que a faz ficar leve e então flutua até Jeon, ficando envolta de seu pescoço enquanto “brincava” com o brinco na orelha do maior. Jungkook sorri e fala que descobriu. Por fim faz Jimin se virar, sorrindo enquanto o olha, ele se aproxima do loiro passa a lateral de seu rosto no do outro, depois fecha a mão em um punho frouxo, a colocando no rosto de Jimin, em seguida leva seus lábios próximos ao rosto de Jimin, lambendo com a ponta da língua o canto da boca de Jimin, o deixando arrepiado.

- O que tá fazendo?!

- A mímica.

- É mímica, não safadeza. -Diz, extremamente corado.

- Mas o que eu peguei faz isso.

- A única coisa que eu conheço que faria isso é você! -Jungkook sorri e o ignora, e começa a simular lambidas em sua mão. Jimin o olha e percebe. – Já sei, você é um gato. Tudo isso por causa de um gato?!

- Na verdade é um Neko-zi. -Jungkook responde.

Jimin olha para Seokjin.

- Eu pensei em um gato, mas realmente é mais legal um Neko-zi.

- O que é um Neko-zi?

- É um tipo de gato, só que tem asas e duas caudas.

- É tudo da mesma família. -Namjoon diz. – Acho que dá pra considerar.

- Eu gostei muito desse jogo. -Jungkook diz, sorrindo malandro para Jimin. – E então, quem é o próximo a escolher?

Jimin rapidamente se arrependeu do jogo escolhido.

 

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Todos estavam na mesa de jantar, agora com a presença da rainha e de Taehyung.

- Não entendi porque quis trocar de jogo. -Jungkook murmura, emburrado.

- Até parece que íamos continuar com aquele! -Jimin responde, em seguida comendo um pouco da refeição em seu prato.

- Pelo jeito se divertiram hoje. -A rainha diz, sorrindo.

- Sim! Foi muito divertido, mamãe. -Soo-min diz, sorrindo. – O irmãozão nos mostrou algumas brincadeiras do seu mundo e todo mundo jogou. Foi muito divertido.

- Acredito. E então, como está se sentindo estando em casa, Jimin? -Ela pergunta sorrindo carinhosamente ao menor. Jimin fica envergonhado, mas responde.

- Aqui é muito bonito. Estou adorando.

- Que bom ouvir isso. Ainda há muita coisa, espero que se divirta descobrindo cada uma delas. O palácio é bem extenso.

- Irmãozão, depois do jantar você quer... -A rainha a interrompe.

- Depois do jantar uma certa garotinha precisa ir pra cama.

Soo-min sorri malandra.

- Era isso que eu ia falar. -Ela volta seu olhar a Jimin, o típico olhar de uma criança do qual irá pedir algo. Se fosse ser comparada a algo Jimin diria que ela parecia a cópia fiel do Gato de Botas. – Você pode me contar uma história antes de dormir?

Jimin fica surpreso, mas logo um sorriso surge em seus lábios, encantado. Jamais negaria.  

- Claro.

- Então, quais são seus hobbies, Jimin? -Naomi pergunta, em seguida tomando um gole de vinho.

- O irmãozão dança muito bem!

- Podemos fazer um baile. Adoraria ver você dançar.

- O irmãozão dança mesmo sem um parceiro. É incrível! -Soo-min diz, encantada.

- Eu estudava dança no meu mundo. -Jimin diz, um pouco envergonhado pelos elogios.

- Ele é um dos melhores! -Seokjin se prontifica em dizer. – Tinham que ver, a universidade toda o considera uma lenda.

Uma curiosidade, que não era de hoje, perpassa a cabeça de Jimin, o levando a fazer uma pergunta a Naomi.

- Meu pai... -Ele a olha um pouco envergonhado pela pergunta. – Também gostava de dançar?

A rainha sorri com a pergunta e parece ficar imersa em memórias enquanto pensa como responder.

- Ele sempre foi muito positivo e energético. Adorava os bailes, principalmente as danças. Era muito divertido se juntar a ele no salão de dança. Você se sentia acolhida e encorajada por seus braços, enquanto seus pés se moviam com velocidade e agilidade. Foi ele quem me fez criar tamanho afeto por momentos simples como uma valsa lenta. Revi adorava todo tipo de arte. -O olhar afetuoso de Naomi recai sobre Agatha, que fica envergonhada pelos olhares que recaem sobre si de repente. – Também foi Revi quem incentivou Agatha a pintar, e graças a isso podemos ver belas obras. Claro, quando Agatha não está e invadimos seu quarto. -Diz rindo, deixando a outra mais constrangida.

- Tia! -Diz, morrendo de vergonha.

Jimin ri baixo e sorri fitando o cálice a sua frente, vendo seu próprio reflexo.

- Ele devia ser incrível.

Naomi lhe observa, um sorriso triste em seu rosto.

- Você ainda poderá conhece-lo...

Jimin a olha e sorri fracamente.

- Você tem razão.

- Você me lembra ele. -Naomi diz. – Não digo apenas na aparência, mas no jeito que fala e age. Vocês são iguais.

Jimin sorri ao imaginá-lo, sem perceber que os olhares de todos na sala recaiam agora sobre si, todos pensando o quão fofo o loiro estava.

 

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Jimin e Soo-min já haviam ido ao quarto da menor a alguns minutos para faze-la dormir, como também Agatha e Naomi, deixando apenas Jungkook, Taehyung, Seokjin e Namjoon no cômodo.

- Vou para a biblioteca. -Taehyung anuncia para ninguém em específico.

- Tae. -Seokjin o chama, fazendo-o parar, sem se virar ele apenas vira a cabeça, o olhando. – Você devia descansar. Está enfurnado nessa biblioteca o dia todo. Você pode voltar amanhã.

- Eu realmente não entendo como vocês podem estar tão calmos. -Diz com remorso. – Ele é seu irmão, Seokjin. Seu irmão foi sequestrado e o que você tem feito? Tem lido livros de espécies e plantas diferentes e jogando jogos idiotas. Você e o Jimin são amigos dele, não entendo como podem estar tão tranquilos. Ele pode estar morto. Pode estar sendo torturado. Ou pior, podem ter destruído sua alma! Então me diz, Seokjin, como pode estar tão tranquilo?

O outro o olha sério e calmo. Fica em silêncio por alguns segundos antes de responder.

- Porque sei que só atrapalharia. Sei quando sou necessário, e também sei que não vai ser me enfurnando em uma biblioteca por dias que encontrarei a resposta. Também sei que me irmão, mesmo não tendo o mesmo sangue, não se renderia fácil. Ele está bem, sei que está. Ele é inteligente, e tem um ser astral puro. Eu tenho fé nele, acredito que ele aguentaria de tudo pra poder voltar, então porque você não tem?

- Eu tenho fé nele. Só não tenho nas pessoas que estão com ele. -Diz e antes de voltar a andar, mas Jungkook rapidamente se põe em sua frente, o impedindo de andar.

- Sei que está ansioso. Mas, como Seokjin disse, tenha mais fé. Não apenas nele, mas nos seus companheiros. -Ele faz uma pausa, vendo as sobrancelhas unidas em confusão de Taehyung antes de explicar. – Quando ele foi sequestrado eu criei algumas borboletas trocadoras. Elas podem trocar de lugar com algum objeto.

- Não poderia usar ela para transportar alguém? -Seokjin pergunta, esperançoso.

- Não, só funciona com objetos mágicos. Além de fazer essa troca, depois de “colada” a quem eu ordeno eu sei de tudo sobre a pessoa. Como está a saúde, onde está.

Taehyung exasperadamente segura seu braço, a respiração pesada, seus olhos repletos de ansiedade.

- Ele está bem?

- Sim, ele está bem. -Fala com a voz firme e calma para acalmá-lo. – Ele está no castelo do Reino das Sombras, então não podemos ir lá assim. Confie em mim, estou esperando o momento certo para atacar, mas esse momento não é agora. Vou ajudá-lo a fugir de fora. Eu enviarei uma pedra de transporte. O Reino do Fogo são especialistas na criação delas. Já fiz o pedido a rainha Naomi, ela mesma está encarregada de produzi-la. Quando ficar pronto colocaremos o plano em prática. Pode deixar que no dia em que farei isso eu te aviso, poderá esperar comigo.

- Mas e se não der certo?

- A borboleta também nos dá a localização exata. Na pior hipótese, nos invadimos o Reino das Sombras. Já enviei um comunicado ao meu pai e estou movendo tropas pra isso. -Jungkook toca seu ombro, indo para a saída. – Como eu disse, precisa ter mais fé em seus companheiros.

- Por que está fazendo tudo isso? Você mal o conhece. -Taehyung pergunta, confuso.

- E eu preciso de algum motivo para ajudar uma pessoa boa, que por sinal é um grande amigo do meu noivo? Acho que o estranho aqui é a sua pergunta. -Diz, indo sair novamente, contudo, antes de sair da sala, a voz baixa de Taehyung foi alcançada por Jungkook.

- Obrigado.

Ao colocar o primeiro pé para fora da sala Jungkook olha para Namjoon, confirmando algo com a cabeça antes de enfim sair da sala. Jungkook fica em seu quarto, o qual pertencia a Jimin, mas após muito tempo sem notícias do outro começa a se preocupar.

- Jung-eun, onde vocês estão? -Pergunta a ninguém no quarto, preocupado.

- Estamos no quarto de Soo-min. -A coelhinha responde em sua mente. – Acho melhor o mestre vir aqui.

Jungkook fica mais preocupado e tenso, principalmente porque Jung-eun não o deixava ver o que estava acontecendo, então pula da cama e apressa os paços até chegar ao quarto da pequena cunhada. Antes mesmo de bater, sua guardiã o alerta.

- Não bata.

Então Jungkook entra no cômodo, logo percebendo que o quarto estava com as luzes principais apagadas, tendo apenas uma fraca luz azul clara para iluminar o ambiente. Ao se aproximar da cama, o maior retira o tecido que protegia quem estava dentro da luz e se depara com a cena mais fofa que já vira:

Jimin dormindo com alguns enfeites fofos presos em seu cabelo, além de alguns desenhos de coração e estrelas em seu corpo. Ele dormia profundamente com Soo-min agarrada ao mesmo, com a cabecinha na barriga do outro, suas pernas se cruzando nas de Jimin. Mesmo dormindo ela segurava firme a mão de Jimin, enquanto a outra usava para abraçá-lo. Já a mão livre de Jimin estava na cabeça da menor, provavelmente fazia carinho na mesma antes de cair em um sono profundo. A expressão de ambos era a coisa mais fofa do mundo, estando totalmente relaxado com a boca entre aberta. Claramente eram irmãos.

Jungkook sorri e cora os observando, levando a mão a bochecha do loiro adormecido, a acariciando delicadamente.

- Humm... -Murmura e acaba segurando a mão de Jungkook, o surpreendendo. – Kook... -O chama baixo e manhoso, surpreendendo Jungkook, mas logo ele percebe que o outro ainda dormia, lhe fazendo sorrir mais largo ainda.

- Eles se divertiram? -Jungkook pergunta mentalmente a Jung-eun, já que não queria acordá-los.

- Sim, Soo-min estava muito animada e Jimin também. Mas quando ela pediu para que ele contasse sobre histórias da sua vida Jimin pareceu ficar cabisbaixo.

- E o que ele disse?

- Acho melhor perguntar a ele.

- Péssima hora para te deixar fazer o que quiser com ele sem eu vigiar.

- Se fosse algo essencial para a vida do nosso amado Jimin eu te contaria. -Diz estufando o peito.

- “Nosso” amado Jimin? Desde quando eu divido?

- Ele é tão meu quanto seu. -Diz mostrando a língua.

- Você não vai se casar com ele.

- Se continuar agindo como um pervertido, nem você.

- O Jimin anda normal? Ele parece estar escondendo algo.

- Também percebi isso. Mas quando estou com ele não vejo nada. Mas também já sai algumas vezes a serviços seus, então não estou o tempo todo com ele.

- E a rainha?

- A rainha Naomi e a duquesa Agatha vieram deixar eles aqui, mas não ficaram muito tempo. Só vieram dar boa noite e ter certeza de que não aconteceria nada ao Jimin até você aparecer.

Jungkook olha o loiro e tira uma mecha de seu cabelo de seu rosto.

- Vamos pro quarto. -Fala baixo.

Jungkook arruma Soo-min em um canto da cama, a tirando de cima de Jimin. Em seguida pega o loiro no colo e o leva até seu quarto para depois se deitar ao seu lado e dormir com o menor.

 

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Muito longe de onde seus amigos estavam, Hoseok esperava pacientemente alguma coisa, mas como nada acontecia ele apenas lia seu livro. Já haviam se passado quatro dias desde que fora sequestrado, e mesmo sendo estranho de se dizer, ele havia feito amizade com seu sequestrador.

- Como você pode não gostar de cofficat?! -Hoseok pergunta, abismado, sua expressão mostrando seu desgosto com a informação.  – Eu posso nunca ter visto um pessoalmente, mas esses seres são incríveis! Eles são fofos, tem cheirinho de café e brilham no escuro! -Fala contando nos dedos, o tom indignado.

- Mesmo se eu gostasse de café, ainda assim, não gostaria deles. -Fala fazendo pouco caso.

- Porque?!

O outro vira o rosto, levemente corado.

- ... gat** me ****am... -Murmura inadiavelmente, então Hoseok se aproxima mais fazendo uma careta com o cenho franzido enquanto tentava ouvi-lo.

- O que?

Yoongi vira o rosto e o olha em um lapso de coragem, ficando mais corado ainda quando fala alto e desajeitado.

- Eu tenho medo de gatos! -Hoseok o olha em silêncio, até cair na gargalhada, fazendo o outro ficar tão envergonhado que cora até as orelhas. – É por isso que eu não conto isso pra ninguém. -Diz, baixinho pela vergonha.

- Desculpa, desculpa. É que isso foi inesperado. -Diz limpando as lágrimas nos cantos dos olhos.

- Porque? Por eu ser um sequestrador com um medo desses?

- Não, é mais por ter um guardião que é um tipo de tigre. -Diz honestamente, olhando o animal aos pés de Yoongi.

Hoseok demorou a conhecer o guardião de Yoongi, só a vendo um dia depois que fugiu. Yoongi disse que ela foi fazer algo pra ele. O engraçado para Hoseok era que Yoongi o deixava vê-la direto, não a escondendo, isso o deixava mais confortável. Além de que a tigresa era bem amigável com ele, o adorando, então lhe fazia.

O guardião de Yoongi olha para Yoongi, confuso.

- A Tolk é diferente. E ela não é um gato. É um Algoz.

Hoseok arregala os olhos.

- A Tolk é uma Algoz? -Pergunta ainda surpreso.

Algoz são um tipo de guardiões localizados no Reino do Fogo, contudo são extremamente violentos e ninguém consegue firmar um pacto com eles. Elas possuem diversas formas e dons, sendo eles devastadores. Pode-se dizer que são os opostos de seres astrais puros. Se Yoongi pudesse ver sua Mujigae e conseguisse identificar que ela é um ser astral puro ele poderia estar com problemas? Será que os dois seres não podem brigar? Mas eles já estão juntos a três dias e não aconteceu nada, além disso sua guardiã era muito amigável com Hoseok, então não deveria acontecer nada, certo? Mas por precaução era melhor deixar Mujigae escondida.

A Algoz de Yoongi, sua guardiã, era uma mine tigre, sendo apenas um pouco maior que um gato, sendo preta com listras azuis claras e os olhos azuis da mesma cor.

- Incrível, não é? -Pergunta orgulhoso, perdendo a vergonha que até tão pouco tempo estava.

- Sim! É muito incrível! -Hoseok sai da cama, mas tropeça em sua corrente e cai no chão por conta do nervoso, preocupando Yoongi que em reflexo se levanta para pega-lo, mas sua guardiã é mais rápida. Hoseok vê sua preocupação e sorri. – Eu estou bem, só tropecei. -Ele olha a tigresa e seu sorriso aumenta. – Ahh Tolk é minha salvadora de quedas! Muito obrigada.

Hoseok se senta no chão enquanto fala, e Tolk nem pensa antes de ir até Hoseok, não esperando uma permissão de Yoongi, o que o deixa confuso. Hobi, quando Tolk já está deitada em suas pernas cruzadas, começa a acariciar Tolk gemendo baixo de êxtase.

 – Você é a coisa mais linda do mundo. -Ele faz carinho no pescoço da felina, a fazendo ronronar. – Você realmente é como uma gat... -Ele para de falar ao se lembrar de Yoongi, rindo consigo mesmo ao imaginá-lo com medo da sua própria guardiã. – guardiã.

Yoongi analisa melhor Hoseok quando o mesmo cruzou as pernas, logo percebendo que seu joelho sangrava. Então ele vai até uma de suas gavetas e pega uma pomada, logo voltando a Hoseok.

- O que é isso? -Pergunta quando vê o outro se aproximar com uma caixinha em mãos.

- Pomada. Você cortou o joelho quando caiu. A Tolk não foi uma salvadora tão boa assim. -Diz a olhando firme, fazendo a outra virar a cabeça o ignorando. Yoongi se agacha, logo passando a pomada. Ao tocar a pele de Hoseok, o maior geme por conta da ardência. – Aguenta só mais um pouco.

Enquanto Yoongi passava a pomada com demasiada atenção, Hoseok olhava seu rosto pensativo.

- ... Porque está fazendo tudo isso? -Pergunta baixo, mas alto o suficiente para ser ouvido pelo outro que estava tão perto de si.

- ... Acabei. -Diz e se levanta, guardando a pomada.

- Meu amigo pode morrer. Se não ele, eu. Ou até mesmo você. As pessoas pra quem você trabalha são cruéis. Então porque está fazendo isso?

Yoongi se vira ao outro, seu rosto com uma expressão incomodada, o punho tão fechado que chegava a começar a ficar branco.

- Não é como se eu quisesse isso!

- Então me ajuda. -Pede o olhando com firmeza.

- Você não entende, não é fácil assim.

- É sim. Você precisa tentar! Sem você, muita gente pode morrer.

- Você não me conhece! Não sabe nada sobre mim.

- Sei que você acorda muito mal-humorado pela manhã. Quando dorme parece um gato enrolado. Seu café da manhã favorito é arroz e peixe. Você gosta de ler, principalmente sobre animais e seres espirituais. Você escova o pelo da Tolk duas vezes por dia. Você não gosta de café, já que vomitou quando tomou um golinho do meu por engano. Você tem medo de gatos. E você é atencioso e atento com as pessoas, ao menos é comigo. As pessoas para quem você trabalha ao menos sabem disso? -Pergunta o olhando profundamente.

Yoongi se vira. O olhar do outro era muito pesado sobre si. Querendo algo dele. Algo que ele não podia dar.

- Desculpa, eu não posso.

- O rei pra quem você tanto trabalha, pra quem você arrisca sua vida por nada em troca, é terrível! Uma pessoa que massacra um clã, que tenta matar sem motivo, que prende uma garotinha desde criança e não a deixa ver o irmão...

A última parte chama a atenção de Yoongi, o fazendo se virar a Hoseok com os olhos arregalados e a respiração acelerada.

- O que você disse?

Hobi fica confuso e surpreso. Não achou que ele reagiria assim agora.

- Que ele é cruel?

- Não, depois. Que garota é essa? Do que você tá falando?

- Quando eu fugi acabei encontrando uma passagem secreta. -Explica, confuso. – Quando eu entrei nela achei uma garota. Ela disse que está presa à anos e estão a usando para chantagear seu irmão.

- Qual é o nome dela? -Pergunta ansioso, seus olhos arregalados.

- Se não me engano era Terena. -Yoongi fica pasmo, sua boca entre aberta, e alguns segundos depois cai de joelhos no chão, as lágrimas escorrendo uma após a outra de seus olhos. – O que ouve? Yoongi? -Pergunta preocupado e confuso até finalmente se dar conta.

- Terena... é minha irmã.

 

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Jimin acorda sentindo um carinho em seu rosto. Ainda sonolento e de olhos fechados aproxima seu rosto da mão que o acariciava, contudo, ao ouvir a voz rouca de Jungkook, o loiro desperta rapidamente.

- Meu bebezinho gosta de carinhos matinais...

Jimin se senta e se afasta um pouco, corado levemente até as orelhas.

- Nem pra me deixar acordar em paz você deixa. -Reclama murmurando.

- Mas você parecia estar gostando do carinho. -Jungkook sorri ladino. – Jimin-ssi, deveria ser mais honesto consigo mesmo. -Ele leva a mão ao rosto de Jimin, acariciando com o dedão a bochecha do outro, que fecha os olhos com o ato, mas logo os abre e se levanta, consequentemente se afastando do outro.

- Você deveria parar com essas coisas. -Diz colocando o roupão e indo ao banheiro fazer sua higiene matinal. Mas, antes que fechasse a porta, Jungkook põe o pé a impedindo de fechar.

- Kook... -O chama, o olhando com os olhos estreitos.

- O que foi, querido? -Pergunta sorrindo largamente, provocativo como uma criança.

- Tira esse pé antes que eu corte ele. -Fala sorrindo.

- A cada dia que passa sinto que está mais à vontade comigo. Já está até me ameaçando. E a cada dia te amo mais por isso.

- Você está louco. -Diz e o ignora, entrando e começando a escovar os dentes. Então Jungkook entra no banheiro também.

- Não precisa ter tanta vergonha. Nós até já fizemos amor juntos, o que é escovar os dentes na frente do outro?

Jimin cospe um pouco de pasta de dentes e começa a tossir. Ele se vira a Jungkook e segura sua camisa.

- Escuta aqui, não fizemos nada até eu dizer que isso signifique algo. Então não toca no assunto.

- Então quer dizer que você ainda vai dizer que significa algo uma hora? -Pergunta se aproximando do outro, sorrindo. – Quando?

- Significar pode significar que eu me arrependo amargamente. -Diz virando o rosto, corado, limpando a boca com água da pia e pois a secando.

- Não acho que signifique isso. Posso ser novo nisso, mas tenho certeza de que você adorou, e como. -Fala rouco na orelha do outro, fazendo o loiro se arrepiar por inteiro.

Jimin cora mais e o empurra fraco, passando pelo outro e vai até o closet enorme do cômodo, que era praticamente outro quarto enorme, e começa a procurar algo para vestir. Jungkook o segue e apoia metade do corpo na parede, observando Jimin.

- Jimin, que história você contou a Soo-min ontem?

- ... -Jimin continua sem olhá-lo, procurando uma roupa. – Se está me perguntando, Jung-eun manteve a promessa de não te deixar vigiar sempre.

- Eu mantenho minhas promessas.

- Na verdade quem manteve foi Jung-eun, você mais é que foi obrigado a isso.

- De qualquer jeito, o que você contou?

- ... Foi apenas uma história, Jungkook. Nada demais. -Jimin diz, a voz no volume normal, contudo, para Jungkook era como se ele tentasse esconder algo em seu tom. Mas achava melhor não insistir por hora.

- ... Como quiser. -Compreende, desistindo por enquanto visto que era melhor não insistir.

 

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Jimin andava pelo jardim do castelo perto de onde ocorria o chá da tarde. Foi uma luta fazer Jungkook deixá-lo passear sozinho. Tiveram que por uma barreira entorno de todo o jardim onde ninguém com más intenções pudesse ultrapassar, tendo sido feita pela rainha e por Jungkook. Jimin não sabia o porquê, mas se sentia protegido no castelo do Reino do Fogo. Contudo, antes de perceber se afastou demais.

- Droga, Jungkook vai me matar.

Antes de voltar ao encontro dos demais, Jimin ouve a voz de alguém. Então a segue.

- Por favor, não se mexa. Estou quase terminando. -Agatha pede com a voz baixa e gentil a um cervo. O cervo era lindo, alto e castanho claro com branco com algumas flores nos chifres, dando mais vida ao animal. O animal parece entende-la e permanece parado, então ela volta a sua tela, reproduzindo o que via com exatidão.

Jimin se aproxima devagar da outra, observando impressionado a pintura. Contudo, quando estava a uns cinco passos de distância Agatha o percebe, logo se virando surpresa ao loiro que também arregala os olhos com o susto.

- Príncipe... -Ela fala, ainda surpresa e em seguida usa sua magia para deixar a pintura invisível.

- Porque a escondeu? -Jimin pergunta, se aproximando mais.

A outra vira o rosto, envergonhada.

- Tenho vergonha de mostrar. Ainda mais para alguém como você. -Diz baixo.

- Um forasteiro? -Pergunta sem se ofender, se sentando na grama ao lado dela.

- Não! -Ela logo o corrige, preocupada. – Eu quis dizer o príncipe herdeiro. Mesmo sendo parte da família real há uma grande distância entre nós dois.

- Mas você parece bem afeiçoada a Soo-min. Vi hoje o quão preocupada você é com ela, sempre está a cuidando. Como se fosse sua própria irmã.

Agatha sorri pequeno, provavelmente se lembrando de algo agradável.

- Eu sempre tive dificuldade em conversar com os outros, desde nova. Meus pais faleceram quando eu tinha cinco anos, então seu pai me criou como uma filha. Quando Soo-min nasceu ele ficou muito feliz. Mas achei que perderia meu “posto” de filha, então tratei de me afastar. Eu já queria tratar dos assuntos da família, mesmo com apenas doze anos. -Diz sorrindo boba. - Mesmo assim ele logo percebeu e me fez começar a cuidar de Soo-min, dizendo que eu era uma criança e que deveria agir como uma.

Ela sorri mais e olha para o céu por alguns segundos, nostálgica.

- Ele disse que eu deveria cuidar bem da minha irmãzinha. Soo-min era como ele, mesmo sendo um bebê ela adorava minha companhia e sempre que chorava era eu quem a acalmava. A tia Naomi também sempre fez de tudo para que eu me sentisse parte da família, mas mesmo assim muitas pessoas ainda me olham feio por eu estar abusando da bondade da sua família. -Diz cabisbaixa.

- Isso não é abusar. Posso não ter conhecido meu pai, mas tenho certeza de que ele deve ter realmente te considerado uma filha.

- Mesmo que eu adorasse sua companhia, eu sabia e sei meu lugar. Agora que você retornou Soo-min tem seu irmão mais velho verdadeiro, e eu sairei dessa posição. -Diz cabisbaixa, deixando uma lágrima cair de seu olho, em seguida a limpando com velocidade. – Me desculpa.

- Agatha, você não vai deixar de ser irmã da Soo-min. Na verdade você é mais irmã dela do que eu.

- Não diga isso! -Ela fala, nervosa. – Você é o único irmão de sangue vivo da princesa. Mesmo sem ter sido criado no castelo, você é e sempre será seu irmão, o príncipe herdeiro do Reino do Fogo.

- Se esse é o caso, mesmo sendo novo nisso, espero que possa me considerar um irmão também. -Jimin diz, envergonhado. – P-posso estar sendo presunçoso, mas acho que poderia aprender muito com você. E, por ser mais velho e de outro mundo, eu posso te ensinar algumas coisas também.

Agatha o fita, surpresa, e fica levemente corada.

- Eu adoraria, príncipe.

- Poderia começar a me chamar de Jimin? Além de família não se chamar por um título, não estou acostumado com essa coisa toda. Jimin é bem melhor.

- Como quiser, Jimin. -Diz sorrindo um pouco envergonhada, mas se divertindo. Antes que os dois possam conversar sobre alguma outra coisa, o cervo que Agatha pintava começa a andar, a fazendo gemer e suspirar. – Ahh, eu estava quase terminando.

O animal caminha até Jimin e para a sua frente. O loiro se abaixa, ficando a sua altura, e então, o cervo o olha com firmeza até que esfrega seu rosto no de Jimin, o fazendo rir.

- Oi para você também.

Agatha os fita e seus olhos parecem brilhar com uma ideia.

- Não se mexam! -Ela pega suas coisas e fica de frente para os dois, um pouco mais afastada, e em seguida começa a pintar. O cervo se deitou ao lado de Jimin, apoiando sua cabeça na perna do outro. Após alguns minutos, Agatha fala mais alto, com alegria. – Terminei!

- Posso ver? -Jimin pergunta, realmente curioso.

- Como você foi minha musa, acho que terei que abrir uma exceção. -Diz rindo um pouco, bem como corada pela vergonha.

Jimin acaricia uma última vez o cervo e se levanta, indo até o quadro. Ao vê-lo seus olhos brilham. O cenário era lindo, com a vista do lago mais a frente em um lindo por do sol, com Jimin e o cervo mais à frente, a pintura extremamente realista e bela.

- Está lindo! Nunca achei que gostaria tanto de uma pintura minha. -Diz verdadeiramente emocionado.

- Você ficaria belo em qualquer pintura. -O elogia. – Mas realmente, eu também adorei esse quadro.

- Mas você não estava quase terminando de pintar o cervo antes? Como não há vestígio dele? -Pergunta curioso.

- Magia. Incrível não? Se chama reflyp, eu posso fazer um objeto voltar no tempo em algumas horas, então só voltei a hora em que não havia começado a pinta-lo. Essa magia era a preferida da minha mãe. -Agatha conta, sorrindo largamente.

- É realmente incrível. A magia e o quadro. -Jimin se dá conta de que está fora a muito tempo, tanto que o dia está quase no fim, deixando o céu com um misto de rosa e laranja cortando o horizonte, tendo também a presença de ambos sol e lua. – Meu deus, o Jungkook. -Jimin diz, assustado.

- O que há com ele?

- Ele deve estar preocupado que não voltei.

- Ele já sabe onde você está. -Jung-eun avisa. -Ele ficou preocupado e te viu através de mim.

- Obrigado, Jung-eun. Principalmente por não deixá-lo mais me vigiar vinte e quatro horas por dia.

- Não há de que!

- Está falando com quem?

- É a guardiã do Jungkook. Ela me avisou que ele já sabe onde eu estou. -Diz sorrindo.

- E-então quer dizer que ela esteve nos vigiando esse tempo todo? -Pergunta extremamente envergonhada.

- Provavelmente. Ele é o pior tipo de stalker que já conheci. -Diz suspirando.

- Que vergonha... -Agatha murmura, corando até as orelhas.

- Porque?

- Além de ter visto minha pintura ele ouviu tudo o que eu disse. -Explica com a cabeça baixa pela vergonha.

- Mas você me contou também.

- Bem, sim, mas eu não estou acostumada a falar tanto assim com as pessoas. Normalmente não falo nada.

Jimin fica curioso.

- Então porque me contou tanta coisa?

Agatha levanta a cabeça, ainda corada.

- Você me lembra a ele... Ao Revi. -Ela faz uma breve pausa, sorrindo pequeno. - Me senti segura pra falar com você.

Jimin sorri e antes que possa falar algo um pássaro colorido surge em sua frente, as penas coloridas sendo rapidamente reconhecidas por Jimin.

- Mujigae. -A ave pousa sobre a mão que Jimin estende a mesma, e o loiro percebe algo em uma de suas patas. Havia um bilhete assinado para Jimin. Após ler seus olhos se arregalam. – Hobi.

...