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História Priori Incantatem - Capítulo Onze - Desconfiança


Escrita por: Aimii_

Notas do Autor


Oi, gatinhes! Como estão?
Trouxe mais um cap e detalhe: ele é BEM importante! Por isso, prestem atenção nos detalhes e nas falas, que farão diferença no futuro.
ATENÇÂO: próximo cap teremos momento sasuhina aaaaaaaaaaaa quem amou? Eu amei e to berrando, então se preparem!
Boa leitura 💜💜

Capítulo 12 - Capítulo Onze - Desconfiança


O homem de grandes cabelos brancos estava impassível, mas ainda assim não tinha uma postura rude. Pelo contrário, o bruxo nunca foi conhecido por um temperamento difícil de se lidar e sim como alguém doce. Seu exterior não condizia nada com o que era em seu interior; a criança carismática gritava e gargalhava em seu peito.

No entanto, sua expressão era quieta, serena, enquanto via os seus dois melhores amigos discutirem veemente sobre algo que estava lhe dando mais dor de cabeça do que gostaria.

Olhou para cima, o alto pé direito da sala começava a ser iluminado pelos raios de sol que entraram pelo vasto buraco no meio do teto. Muitos consideravam como uma grande janela, porém bem mais inclinada do que o normal. Direcionados à esta “janela” estavam inúmeros telescópios, posicionados de maneira específica para que os alunos tivessem melhor visão e interpretação dos astros no céu. As paredes eram pintadas de um tom mais escuro do que o resto do castelo, pois assim ninguém seria prejudicado com reflexos ou algo que pudesse atrapalhar durante as aulas de Astronomia.

Podia ter ficado horas observando a beleza do local se as vozes altas e alteradas de Tsunade e Orochimaru não tivessem preenchido o ambiente. Levou uma das mãos até a ponte do nariz, pressionando-a a fim de se livrar da sensação de estresse e voltou seu olhar para os dois à sua frente.

— Isso é ridículo, já faz quase um mês e nada! — A loira abraçava o próprio corpo, balançando a cabeça de um lado para o outro; um sinal claro de nervosismo que o platinado conhecia muito bem. — Nenhuma resposta, nenhuma pista!

— Olha, Senju, sei que deve estar sendo difícil para você, porque ele era da sua família — Orochimaru revirou os olhos, enquanto cruzava os braços na altura do peito; a cobra roxa sempre em volta de seus ombros, atenta a tudo que diziam —, mas já está na hora de você se acalmar...

— Como eu posso me acalmar se o assassino do meu avô está por aí, livre e agindo como se nada tivesse acontecido?! — A voz da loira tremulava por conta do choro preso na garganta. Demorou alguns segundos para que ela se recompusesse e assumisse um tom de certeza, porém com um pouco de timidez: — As estrelas me disseram que...

Tsunade foi interrompida pela risada quase ensurdecedora do moreno de cabelos longos. Jogava o corpo para trás, enquanto a mão na barriga e a boca arreganhada demonstravam o quanto estava se divertindo com aquilo. Parou poucos instantes depois, olhando à amiga com uma feição acusatória.

— Talvez esse seja seu maior problema, Tsunade, acreditar que estrelas podem falar alguma coisa. — Uma sombra de riso ainda estava presente em sua face quando zombou: — Ainda que falassem, já imaginou que elas podem ter mentido para você?

— As estrelas nunca mentem! — A loira bateu uma das mãos em sua mesa, que apesar de ser de madeira maciça, ainda balançou com a pancada. — Elas mostram a verdade e a verdade é que o assassino ainda está aqui!

Não era surpresa para ninguém a força que a Senju tinha. Conhecida como uma das maiores artilheiras de quadribol da história de Hogwarts, Tsunade conseguia atirar a goles para fazer um ponto e ainda levava o goleiro e o arco junto. No entanto, ainda era surpreendente ao vê-la usar de tal força para intimidar Orochimaru. O professor não era flor que se cheirasse, mas ainda era um dos melhores amigos a loira, quase como um irmão, portanto, socar a mesa para intimidá-lo fez com que ele e Jiraya contraíssem os cenhos, confusos com aquela atitude.

O diretor se aproximou da amiga, ficando na frente do moreno, para que se acalmassem. A Senju se ajeitou na hora, voltando a envolver o corpo com os braços, como se estivesse se protegendo de algo invisível e desconhecido. Ela balbuciava frases como “eu sei que está por aqui” e “ainda está a solta”. Jiraya apoiou as mãos no ombro de Tsunade para que ela o encarasse. Ainda querendo entender suas reações, perguntou:

— Como pode ter certeza disso, Tsunade?

Foi perceptível o embaraço da professora quando suas bochechas assumiram o tom de um rubro intenso, os olhos meio arregalados e sem conseguirem se focar no diretor. Abriu a boca algumas vezes, tentando formular uma frase, mas desistia assim que via a feição desconfiada dos dois homens. Mexeu com os dedos pela roupa, não se importando se ficariam amassadas no processo. Desviou o olhar e suspirou, decidindo por fim soltar a verdade de uma vez.

— Eu conversei com os centauros.

— Falou com os centauros?! — Orochimaru praticamente gritou, o sorriso debochado ainda presente. —Realmente, você está no fim da linha. Uma professora de astronomia que precisa de opinião daqueles bichos...

— Ora, sua cobra nojenta, acha que eu tive outra opção?

A loira o interrompeu, era perceptível que estava furiosa. Tsunade se aproximou do moreno sem pensar duas vezes, o que fez Manda se erguer do corpo de Orochimaru e abrir sua enorme boca, mostrando-lhe as presas afiadas. Isto, porém, não intimidou a professora, que continuou avançando e buscando a varinha dentro de suas vestes.

 — Você não tem ninguém, não sabe como estou me sentindo!

— Já chega, os dois!

Jiraya se alterou minimamente, chamando a atenção dos outros. Apesar da aparência tranquila, o diretor falava sério, com uma imponência que nenhum outro possuía. Sua voz ecoou pela sala, vibrando como um aviso no ouvido de Tsunade e de Orochimaru.

O professor de transfiguração ficou sombrio, com o olhar perdido, quase nostálgico. A expressão melancólica não passou despercebida por Jiraya, que sabia do passado penoso do melhor amigo. Apertou os lábios, transformando-os em uma linha fina enquanto focava sua atenção em Tsunade. Ele parecia mais nervosa ainda, afastando as lágrimas que teimavam em escorrer pelos olhos.

— Imagino que saiba que o que disse foi algo muito ruim — falou, recebendo um aceno de cabeça vindo da loira.

— Desculpe-me.

Tsunade pediu, com embaraço, a Orochimaru. O moreno se encontrava muito sério; a cobra desenrolando do dono como se fosse para o chão. Ele não respondeu, apenas a encarou com os olhos cerrados.

Vendo que não falariam mais nada, Jiraya se aproximou novamente, exausto pela situação. Sentia-se cansado não apenas pela discussão, mas também pela investigação da tragédia que aconteceu no castelo e que estava indo para o segundo mês. A loira tinha razão em ficar chateada; perder um familiar era tão doloroso quanto ter uma estaca enfiada no coração, sem nenhuma pisca de quem podia ter sido o culpado, ouvindo dos melhores aurores do ministério que “tudo ficaria bem”, mesmo sem saberem nada. Contudo, descontar suas amarguras nas pessoas próximas só fariam mal à ela.

— Também não estou dizendo que está certa por ter ido escondida até a floresta, Tsunade. — O olhar penoso da mulher pairou sobre si. — Como professora, imagino que saiba os problemas que podemos ter se um aluno tiver visto você.

Ela travou a respiração, como se não pudesse inspirar. Tinha sido imprudente e sabia disso. Se um professor é visto indo até a floresta, qualquer aluno mais desajuizado passaria a achar que tinha a mesma capacidade e isso poderia levar a desastres inimagináveis. Existe um motivo pelo qual o nome do lugar é “Floresta Proibida”. Antes que pudesse responder, o diretor continuou:

— No entanto, não vou te julgar por buscar ajuda. — A sombra de um sorriso cúmplice era vista em seu rosto. — Essa demora também não está me agradando — admitiu. — Estou apenas surpreso com o fato de que os centauros resolveram te ajudar.

Tsunade desviou o olhar para o chão e andou alguns passos para trás, como se quisesse se esconder. Inspirando fundo e mordendo o lábio inferior, ela sabia que precisaria terminar de contar os fatos.

— Não foi fácil, eles me pediram algo em troca.

— O que você ofereceu? — Jiraya perguntou, erguendo as grossas sobrancelhas platinadas.

Tsunade sentiu os olhos enxerem de lágrimas outra vez, os lábios tremendo ao segurar o choro iminente. Com a canhota, a loira puxou a manga do vestido que cobria seu braço direito, mostrando o pulso sendo contornado por linhas em espirais, os quais prendiam sua mão e pulso como um grande bracelete.

— Eu tive que jurar que não os colocaria perigo e que não usaria isso contra o bando.

As finas linhas brilhavam como sangue de unicórnio, serpenteando toda a extensão do braço de Tsunade. Seria lindo de se ver, se o motivo não fosse trágico. Ninguém deveria ser insensato o suficiente para enganar um centauro.

— O que acontece se quebrar o juramento? — Orochimaru falou pela primeira vez depois de vários minutos, mas sua feição ainda era indecifrável.

— O braço dela apodrece, como uma fruta mordida e esquecida - Jiraya respondeu, calmamente, como se aquilo não fosse algo perigoso.

Tsunade empalideceu, engolindo em seco, e Orochimaru expressou a primeira feição diferente desde a discussão, soltando uma silenciosa risada. O moreno caminhou até uma parte do chão que era iluminada pela forte luz solar. Levantou a cabeça, olhando pela enorme janela redonda de onde tinha visão ampla do céu. Apesar a energia negativa, o dia podia ser considerado muito bonito, sem nenhuma nuvem.

— O que as estrelas diziam? — perguntou.

Apesar de ter sido o professor de transfiguração a ter feito o questionamento, Tsunade olhou para o diretor, agindo como se fizesse uma súplica. Aproximou-se uma outra vez, agarrando as mãos gélidas e as mantendo entre as suas.

— Eu sei que não vai acreditar em mim, Jiraya, mas elas falaram que o culpado está entre nós.

— Não seja ridícula! — Orochimaru voltou seu olhar à ela. — Com esse tanto de aurores em Hogsmeade e dementadores cercando o castelo, como seria possível?

— Eu sei o que eu vi e os centauros concordaram! — Tsunade levantou a voz, totalmente irritada com a falta de crença sobre si.

— Basta. — Jiraya estava um pouco mais calmo, mas ainda impotente. Levantou uma das mãos, indicando que os outros dois parassem de falar. — Eu acredito em você, professora Senju.

— Acredita?! —perguntaram ao mesmo tempo.

— Acredito e ainda acho mais — sorriu —, penso que você deveria falar suas descobertas para a professora Yuhi.

Tsunade ficou encantada com a ideia, as lágrimas de alegria rolando por seu rosto. No entanto, Orochimaru pareceu não ficar nem um pouco feliz. Os olhos de tom amarelado se arregalaram, como se o diretor tivesse falado um absurdo. Com escárnio e achando falsa graça da situação, ele riu nervoso.

— Adivinhação, sério?! Primeiro as estrelas e agora bolas de cristal? — Inclinou a cabeça para trás, desacreditado. — Ora, Jiraya, você já foi mais racional...

— E qual o problema, Orochimaru?

O platinado vinha observando, até então, as atitudes do amigo, mas devia admitir que seu nervosismo tinha o impressionado. De repente, o moreno pareceu ter ficado muito mais preocupado que o normal, como se escondesse algo. Jiraya sabia que Orochimaru tinha seus segredos, porém sempre soube lidar com eles muito bem. Então, por que parecia que agora ele ia vomitar a qualquer momento?

— Não, não, problema nenhum! — Suas mãos balançaram em frente ao seu rosto, tentando normalizar a situação. — Só acho que talvez possa ser uma perda de tempo.

— Não ouse insultar minha matéria na minha frente!

Tsunade soltou o ar pelo nariz; estava possessa, mas mais controlada que minutos antes. Ainda assim, não deixaria que um colega — e amigo íntimo — falasse mal do que e como lecionava. Jiraya concordou, ainda observando as ações do outro homem.

— Realmente, Orochimaru, não tem motivos para isso. — Caminhou até ficar em frente ao moreno. Cruzou os braços na altura no peito e pendeu a cabeça para a esquerda, analisando-o. — Também te achei muito preocupado com a ideia. Tem alguma coisa que deseja nos contar?

Neste momento, o sinal para as aulas da manhã tocou e logo a sala de Astronomia começou a ser invadida pelos alunos, que estranharam ao ver os três professores reunidos ali. Orochimaru fechou a cara antes de responder com a voz mais séria que conseguia:

— Não, nada.

Mesmo desconfiado, Jiraya resolveu dar uma chance ao melhor amigo, virando-se e o chamando para se retirar. Os alunos começavam a se sentar, ainda vidrados nos três melhores professores da escola. A Hyuuga estranhou desde que botou os pés na sala de Astronomia. Há alguns dias vinha discutindo hipóteses com Ino e Sasuke sobre o que teria acontecido e vê-los desestabilizados e conflitando era um tanto quanto suspeito.

— Pois bem, vamos então, que a professora Senju precisa dar sua aula — Jiraya disse, encerrando a discussão.

Na mesma hora, Hinata procurou por Sasuke, que já a encarava. O olhar do Uchiha era marcante e Hinata se sentiu corar levemente, mas não abaixou a cabeça. Aquela situação podia ser a favor da sua teoria, então seria um ponto para ela. Uma troca de olhares foi o bastante para que os dois entendessem o que queriam dizer: precisavam se encontrar depois na Sala Precisa para conversarem e decidir o que fariam a seguir.

O diretor se despediu dos alunos com um sorriso amigável enquanto os desejava uma boa aula, parando vez ou outra para brincar com um sexto-anista. Orochimaru passou por entre as mesas sem falar nada, seu rosto não tinha nenhuma expressão e os passos eram rápidos.

Tsunade limpou o rosto rapidamente e chamou a atenção dos alunos para si, dando as primeiras instruções para que começassem a aula.


Notas Finais


Vejo vocês no próximo!


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