História Prision of Blood (Imagine Jungkook - BTS) - I don't bite

Os professores estavam contra mim, todos eles.

Todas as aulas que tive junto com Jungkook, ele estava sentado do meu lado e quando eu perguntava o porquê, ele apenas dizia que o professor tinha mandado. Ou seja, ele não perdeu tempo em começar a me provocar. Todos os outros nos encaravam na sala quando conversávamos, ou melhor, enquanto Jungkook conversava comigo. Ele não perdeu a oportunidade de provocar Alec, que sentava no fundo da sala de biologia.

 – Seu namorado não para de nos olhar. – Jungkook se inclinou na minha direção e sussurrou.

Meu corpo se arrepiou.

 – Ex. – falei simplesmente. – E pode, por favor, se afastar um pouco?

 – Como desejar. – ele riu. – Princesa.

 – Como é?

 – Muito bem alunos, prestem atenção! – o professor quase gritou. – Hoje, coletaremos uma amostra de sangue de cada um de vocês. Irei mostrar a vocês como identificar qual o seu tipo sanguíneo.

 – Merda... – murmurei e Jungkook me encarou confuso.

 – Cada um vai vir até mim, pegará uma lâmina dessas e eu farei um pequeno furo em seus dedos. – ele demonstrou com um dos alunos e eu senti meu estomago embrulhar. – O sangue que sair, vocês devem pingar na lâmina e depois, poderão ir para os microscópios.

Minha cabeça começou a girar e eu tive que me apoiar na mesa para não cair. Jungkook pulou de sua cadeira e logo senti suas mãos em meus ombros. Elas eram fortes e eu podia reconhecer o calor delas. Então era ele...

 – Professor! – Jungkook quase gritou e pude perceber que Alec estava do meu lado. – Ela está passando mal!

 – Tudo bem ________, vou te levar até enfermaria. – quando as mãos de Alec tocaram meu braço, senti repulsa.

 – Não encosta nela! – Jungkook empurrou Alec para longe com uma das mãos.

Alec e Jungkook começaram a discutir. Jungkook mantinha uma de suas mãos em meu ombro e eu a segurei o mais forte que pude. Jungkook parou e voltou sua atenção para mim.

 – Me tira daqui... – pedi, parecia que ia vomitar. – Por favor.

Na mesma hora, Jungkook me pegou no colo e me tirou da sala. Minha cabeça estava escorada em seu peito quente e musculoso e suas mãos me seguravam como se eu fosse a pessoa mais leve do mundo. Ele andava rapidamente pelo corredor e o balanço me deixava ainda mais tonta.

 – Jungkook, para. – ele parou. – Me põe no chão.

 – Não acho que seja uma boa ideia, você mal consegue falar. – eu conseguia notar a preocupação em sua voz.

 – Eu me apoio em você então, só me põe no chão. – ele o fez. Passou meu braço por cima de seus ombros e o seu pela minha cintura. Minhas pernas bambearam, mas Jungkook me firmou com facilidade. – Era você, não era?

 – Onde? – ele perguntou suavemente enquanto íamos até a enfermaria.

 – No jogo da semana passada. Foi em você que eu trombei quando estava chorando.

Ele parou novamente.

 – Como...

 – Suas mãos. – o olhei. – Seus olhos também são os mesmos, eu só... não tinha prestado atenção antes.

 – Por que estava chorando naquele dia? – ele perguntou preocupado enquanto voltávamos a andar.

 – Por causa do Alec e da minha melhor amiga. – suspirei e o Jungkook firmou ainda mais o aperto em minha cintura. – No final do jogo, quando tínhamos voltado para o meio do campo, um vídeo começou a passar no telão.

 – Espere aqui. – Jungkook me ajudou a sentar em um banco do lado de fora da enfermaria. – Eu já volto.

Assenti lentamente e o observei entrar na enfermaria. Minutos depois, ele voltou com um pano úmido e se sentou ao meu lado. Gentilmente, ele pressionou o pano na minha testa e eu tremi. O pano estava muito gelado. Jungkook passou seu braço pelos meus ombros novamente e sua mão me deu um aperto reconfortante. O calor que seu corpo emanava, me fez relaxar.

 – O vídeo mostrou algo que eu nunca imaginaria ser possível. – continuei. – Alec e Nila estavam... – engoli em seco. – Estavam tirando a roupa um do outro. Naquele dia, eu não sabia se chorava de raiva ou decepção. Eles eram as pessoas em que eu mais confiava. – Jungkook estava em silêncio e eu acabei rindo baixinho. – Desculpe te incomodar com os meus problemas.

 – Não incomoda. – ele falou finalmente. – Só estou tentando segurar a vontade de voltar na sala e arrancar a cabeça do seu ex.

Acabei rindo.

 – Eu gostaria de ver isso.

 – Não, não gostaria. – seu tom de voz era sombrio. – Podemos falar sobre outra coisa, por favor?

Tentei pensar rápido, mas minha cabeça ainda estava girando um pouco.

 – Parabéns por entrar no time. Eu assisti o seu jogo, você foi incrível.

 – Minha irmã me repreendeu por me exibir tanto ontem, achei que ela fosse me matar! – ele riu. – O treinador quer me eleger como o novo capitão do time.

 – Não me surpreende. – segurei o pano em minha cabeça e endireitei a postura. – Depois do seu desempenho no teste e do jeito que fez Alec parecer um idiota, o papel de capitão lhe cairia muito bem. – retirei o pano da cabeça. – Ele esquentou.

 – Muito bem. – ele pegou o pano da minha mão e o devolveu na enfermaria. Quando voltou, me estendeu uma mão. – Consegue ficar em pé?

 – Acho que sim. – segurei sua mão e me levantei lentamente. Quando desequilibrei, ele me segurou rapidamente. – Ótimos reflexos.

Me afastei e sai andando na frente.

 – Você fez de propósito? – ele perguntou e me alcançou.

 – Não sei do que está falando. – tentei esconder o riso, mas foi meio impossível.

 – Espertinha, estou preocupado e você brincou com minha preocupação. Será... – ele parou na minha frente. – Que estava fingindo estar mal para ficar sozinha comigo?

 – Como é? – corei na hora e Jungkook riu. – Não é verdade! Eu estava mesmo mal!

 – Se quisesse ficar sozinha comigo era só pedir. – ele continuou rindo.

 – Eu te odeio. – murmurei e passei por ele.

 – Mentirosa! – ele falou alto e eu apressei ainda mais o passo.

***

Estava me alongando na frente do grande espelho quando ouvi a porta ser aberta. Amanda entrou correndo por ela e colocou suas coisas perto das minhas. Acenei para ela e voltei a me alongar. Ela amarrou o cabelo em um rabo de cavalo e logo me acompanhou no alongamento.

Deixei que ela escolhesse a música que queria coreografar para ensaiar. Quando escolheu, ouvimos a música e fomos encaixando os passos aos poucos. Depois de duas horas, a coreografia de ensaio estava completa. Amanda era uma ótima dançarina, cada movimento que fazia era como se estivesse dançando no ar. Ela tinha muita habilidade. Ela começou a guardar suas coisas e depois, se despediu de mim.

Eu queria ficar mais um tempo, igual precisava esperar o dono voltar para entregar-lhe as chaves. Assim que ele veio, peguei minhas coisas e saí. Peguei meu celular e disquei o número de um táxi qualquer, até eu ver um carro familiar estacionar na minha frente.

 – O que está fazendo aqui? – desliguei assim que o vi sair do Porsche.

 – Vim te dar uma carona até em casa. – Jungkook se aproximou de mim. – Amanda me falou que sairia mais tarde, então decidi vir te buscar. Me diga o endereço e eu te levo.

 – Não precisa, vou chamar um táxi. – falei, novamente discando um número.

 – Qual é, _______. – ele riu. – Meu carro é mais cheiroso do que um táxi e a viagem é de graça. O que é? Tem medo de andar comigo?

 – Não é isso! – falei rapidamente e Jungkook sorriu. – Quero dizer... Eu não quero que você se sinta obrigado a fazer todas essas coisas. Eu não quero ter que retribuir cada vez mais, já basta o que fez por mim hoje de manhã.

 – Deixa de frescura. – ele abriu a porta do carona para mim e me fez entrar no carro. – Pra onde?

Falei o endereço e ele fechou a porta. Ele tinha razão, seu carro era muito cheiroso. Quando ele se sentou no banco do motorista, ligou o carro e logo começou a dirigir.

 – Quero retribuir de alguma forma. – falei olhando pela janela.

 – Sabe que não é necessário, já disse isso. – senti seu olhar em mim. – Você tem um belo corpo...

O olhei assustada, pega de guarda baixa.

 – Olha para a estrada! – coloquei meu casaco na frente do corpo e me encolhi no banco.

Ele riu com a minha reação.

 – Eu não mordo, ________. – ele falou. – Só se você pedir.