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História Prisioneiro do Rei - Jikook (ABO) - Dissimulação


Escrita por: Anacarols2d

Notas do Autor


Boa madrugada armys!
Devido o covid-19 (coronga para os íntimos) eu estou sem aulas na faculdade ou seja, com tempo de sobra pra me dedicar às fanfics enquanto eu não morrer kk

Esse capítulo é uma continuação do sentido do terceiro (a junção entre simulação e dissimulação)

Como se trata de uma songfic em q as músicas expressam os sentimentos dos personagens (principalmente o JK) peço que ouçam a música do cap:
LOVELY - BILLIE EILISH FEAT. KHALID

Espero de Heartu que vcs apreciem a leitura
SEJAM BEM VINDOS AO REINO NUGDAE

Capítulo 4 - Dissimulação


Fanfic / Fanfiction Prisioneiro do Rei - Jikook (ABO) - Dissimulação

Dissimulação. 

Trata-se da ocultação, por um indivíduo, de suas verdadeiras intenções e sentimentos. O ato de dissimular-se engloba hipocrisia, disfarce e fingimento.

Muito frequentemente ligado à simulação, a encenação é uma alternativa viável para quem pretende esconder a verdade. 

 

👑👑👑

PARK JIMIN

 

Fui um tolo por cogitar a ideia de ter alguma ínfima liberdade acerca de meu próprio corpo. O príncipe me permitiu sofrer o baque dessa desilusão. 

No entanto, não posso sequer culpá-lo visto que ele se encontra em tanta angústia quanto eu. 

"Eloquência positiva é aquele que persuade com doçura, não com violência, ou seja, como um rei, não como um tirano." 

Minha Majestade escolhera bem sua estratégia de violência velada disfarçada de pacifista para jogar com a nobreza: demonstrar — expor — que seu filho herdeiro ao trono possui uma força impecável e poder de dominação acima da média. 

No Reino Nugdae é comum a aquisição de um escravo sexual por parte do herdeiro ao trono em seu aniversário como forma de ser presenteado pelo rei. Ou é isso que a população acredita. 

No entanto, as verdadeiras intenções começo a entender agora. O escravo serve apenas para comprovar a habilidade do herdeiro em manter alguém sob seu controle absoluto. 

Esse é mais um motivo para que eu tenha sido trazido apenas um dia antes da maioridade do Jungkook — coincidindo com o momento que ele entraria no cio. 

O rei Jeon planeja se gabar sobre o quão rápido seu filho pode fazer alguém se submeter a ele sem questionamentos. De fato, seria um plano brilhante caso Jungkook fosse tão sem escrúpulos quanto o pai. 

Apesar de estar levemente ferido emocionalmente com o poder de decisão que me fora tirado de uma só vez, percebo que o príncipe à minha frente não possui intenção de me machucar com uma marca forçada e não-verdadeira. 

Merda! Não é assim que eu imaginei que seria — ele diz. 

— Sinto muito, Jk — Seokjin o conforta. — O que farei agora vai contra a minha ética de médico, mas preciso antecipar em muitas horas a sua segunda dose de Neutralizantes. 

Viro-me subitamente para o homem de jaleco, esperando que explique por qual motivo ele estaria pondo a vida de seu futuro rei em perigo. 

— Não me importo. — Jungkook arregaça a manga do casaco, expondo sua veia. — Não quero ser um perigo ao Jimin.

Pisco algumas vezes, confuso. Sou incapaz de falar. 

Minha vida não vale sequer uma moeda de prata. 

Além disso, a evolução de vocês com toques enquanto no cio seria perdida ao aplicar o medicamento — Namjoon explica. — Seu cio complicaria o plano em todos os sentidos. 

Engulo em seco quando a agulha perfura a pele do monarca. Mais uma vez, um grito áspero emana de suas cordas vocais mal tratadas. 

Corro até ele, segurando seu corpo desacordado em meus braços. Não possuo forças suficientes para carregá-lo, apenas o deito em meu colo, sentando no chão. 

— Se esperássemos o cheiro dele se espalhar, você reagiria violentamente de novo, Jimin — Seokjin justifica. 

— Sim. — Não digo mais nada, sem tirar o olhar do rosto do mais novo. Parece frágil e vulnerável.

— É certo que ele está ouvindo cada palavra nossa embora não seja capaz de reagir, então não o esperarei retornar à completa consciência para explicar o plano. Peço que preste atenção. 

A voz de Namjoon ressoa alto pelo recinto, me dando dores de cabeça. Gostaria de mandá-lo ficar quieto. Gostaria de não ter que seguir plano algum. 

Ele limpa a garganta antes de continuar: 

— O primeiro passo era neutralizar os hormônios e feromônios do Jungkook. O segundo virá a seguir: Jin fará uma análise dos cheiros de vocês dois e criará um elixir perfumado com uma mistura entre os aromas para dar a impressão de que a marca que o Jungkook supostamente deveria ter feito em você alterou os odores. 

Seokjin dá início ao segundo passo de forma incômoda. Ele se abaixa e cheira meu pescoço, aspirando o meu aroma. Engulo em seco mais uma vez, nervoso com sua aproximação repentina. 

— Que cheiro único... O que parece? — Jin tenta entender a essência que me pertence, franzindo o cenho. — Já sei! Pêssego e creme. 

Pêssego e creme? Por que tal afirmação soa familiar? 

Em seguida, ele se abaixa para cheirar o príncipe em meu colo e sua careta é ainda mais confusa. 

— Sempre soube que Jungkook possuía um cheiro confuso, mas baunilha e maresia? Tem até um toque de menta. São aromas diferentes: doce e frescor ao mesmo tempo. Não que seja ruim; muito pelo contrário. 

O médico levanta e escreve em uma prancheta. Provavelmente acerca da porcentagem de cada aroma que ele deve misturar. 

Pêssego, creme, baunilha, maresia e menta... Não parece uma boa combinação para um só elixir perfumado. 

— Já estou de saída, Joonie. Não esqueça de oferecer a bebida. Volto em uma hora. 

— Vou estar aqui, Jin. — O sorriso do analista corporal é amplo e adorável, deixando à mostra covinhas em suas bochechas.

O menino em meu colo se mexe lentamente, abrindo os grandes olhos negros. Seu cenho está franzido e o maxilar travado. 

— Como assim "oferecer bebida"? — Ele não está direcionando sua pergunta a mim embora seu olhar esteja preso ao meu. 

— Bebidas alcoólicas aumentam o nível de conexão com os instintos mais primitivos dos lobos. Ao nublar os sentidos humanos, na dose certa, poderão deixar os instintos guiá-los levemente sem colocar ninguém em risco. Aqui. — Namjoon nos mostra uma garrafa de Champagne e outra de Catuaba. 

Jimin, você já bebeu antes? — Jungkook pergunta, sério. 

Levanta-se e oferece a mão para que eu faça o mesmo.

— Não, alteza — respondo. — É um produto de preço elevado.

Abaixo a cabeça. De fato, não realizei durante minha vida adulta nenhum ato condizente com a maioridade.

— Vamos esquecer essa ideia, Namjoon. O Jimin é inexperiente. E se ele se sentir mal e vomitar? E se...

O mais alto o interrompe.

— Perdão, alteza. Não estamos falando sobre opções no momento. Durante sua festa serão servidas diversas taças de champagne e um convidado negar seria uma grande ofensa ao rei — explica, preocupado. — Jimin terá que beber essa noite. Por isso, eu trouxe Catuaba, uma bebida mais fraca e afrodisíaca, o que vai ajudar em nosso plano.

Enquanto eles conversam, eu ando até o local onde as taças foram postas e derramo a bebida arroxeada em uma, ingerindo-a completamente em um só gole. É adocicada.

Jungkook arregala os olhos e vai até mim, segurando o meu pulso.

— Vá com calma!

Não o respondo diretamente. Entrego a ele outra taça e a preencho. O moreno beberica, mantendo o olhar fixo na minha segunda vez bebendo o conteúdo total. 

Namjoon interfere, tirando a bebida da minha mão. 

— Ei, me devolve! — exijo informalmente. — Estou cansado de ser tratado como criança o tempo todo e de ser controlado. Já tenho que fazer isso quando estou em público, então por que está me tratando assim logo agora? Mas que merda! Devolve minha catuaba! 

Sinto-me levemente zonzo e deveras impulsivo. É como se eu não pudesse mais exercer total controle em minhas ações. 

Jungkook gargalha para Namjoon, que comenta desacreditado: 

— Não é possível que o efeito do álcool já tenha chegado em sua corrente sanguínea. 

Interessante. Que tipo de lobo é você, Jimin? — O médico aparece na porta de repente, atraindo olhares confusos para ele. — Podem continuar. Eu só vim pegar minha caneta. Deixei aqui sem querer. 

Ele recolhe seu objeto perdido e retorna à Enfermaria. Suas palavras ecoam no meu cérebro. O que ele quer dizer com que tipo de lobo eu sou? 

— Bom, podemos iniciar? — Namjoon junta as palmas. — Vamos começar de vagar, com algumas frases que demonstram controle e eu estarei vigiando suas reações e explicando de maneira simplificada o que estão fazendo de errado. 

Jungkook puxa-me até eu ficar de frente para ele. Seus olhos são intensos, os lábios estão ainda mais escuros devido a bebida arroxeada. 

Escravo Park Jimin, declaro você minha propriedade até o dia de sua... morte. 

Sinto-me irritado. Namjoon posiciona uma mão no alto de sua cabeça indicando que deveríamos escutá-lo. 

— Podem parar. Primeiro, vou comentar sobre o comportamento do príncipe. S1: pausa longa ao dizer "sua morte" e P6/B1: engolida em seco, demonstram medo. Um herdeiro não pode, de maneira alguma, demonstrar fraqueza. Sei que essa frase não lhe agrada, mas terá que se acostumar a dizê-la de forma imponente ou neutra, nunca temerosa. 

Jungkook suspira e aperta os olhos. Ele não deseja impor seu poder sobre mim? 

— Jimin, agora você. — Namjoon chama minha atenção. — Você fez um sinal muito claro de raiva; AU4: franzir as sobrancelhas. Não pode demonstrar contestação ao seu dono. Em frente às pessoas, pode ser considerado desrespeito e falta de submissão, que é justamente o contrário do que queremos aqui. Está proibido de desafiar ou questionar Jungkook. Ele é seu príncipe, seu dono e seu futuro rei, entendeu? 

— Eu vim preparado para lidar com tais títulos e obrigações, mas, por algum motivo, cada vez mais sinto que estou prestes a enlouquecer — respondo. 

O herdeiro olha para mim, comprimindo os lábios. 

Às ordens de Namjoon, repetimos a mesma frase vezes o suficiente para que aprendamos a simular a relação de submissão e dominação que todos desejam ver. 

— Excelente! Vamos para o próximo passo: toques. 

Engulo em seco e cruzo os braços na altura do peito. Vejo o moreno pelo canto dos olhos mordiscar o lábio, nervoso. 

— Alteza, vá em frente. Toque-o como preferir. 

O príncipe ergue a mão em direção ao meu rosto. Encolho-me. Ele acaricia minha bochecha com a ponta dos dedos. Solto o ar que não percebi que havia prendido. 

— Jimin, seus ombros estão muito tensos e o afastamento do seu rosto é incongruente. Jungkook, avance. Seja mais ousado — Namjoon instrui. 

Sua mão torna a acariciar os fios do meu cabelo e descer pela nuca. Inconscientemente, esfrego minha garganta.

B3: Gesto pacificador no pescoço. Indica que você está tenso e amedrontado. Medo é incompatível com confiança. 

Jungkook tira sua mão da minha pele e joga o próprio corpo no colchão, exausto por ter que se pressionar a dissimular-se. 

Namjoon? — ele sussurra. 

— Sim, alteza? 

— Estou cansado. Deixe-nos a sós por favor. 

— Mas... 

É uma ordem! — Mostra os caninos afiados, agressivo. Então suspira e retorna a um tom normal de voz. — Apenas saia. Retorne em 20 minutos com Seokjin para darmos continuidade ao nosso ensaio. 

Seu desejo é uma ordem. 

O analista realiza uma pequena reverência e sai dos aposentos reais, fechando a porta atrás de si. Esse é um ato de submissão? Ele estava contrariado. Todavia, acatou com as ordens do monarca. 

Sento-me ao seu lado, inquieto. O efeito forte de impulsividade da bebida alcoólica durou alguns poucos minutos.

Em cima da mesa à minha frente, há o celular do Jungkook. Sem perguntar, o recolho e entrego em sua mão. Ele ergue uma sobrancelha, confuso. 

— Música — digo, simplista. — Elas geralmente te conectam com os seus sentimentos mais profundos e te ajudam a aliviá-los de alguma forma.

Essa é uma observação que eu fiz acerca do príncipe. Sempre que precisa clarear seus pensamentos ou expressá-los de alguma forma, Jungkook ouve música pelos alto-falantes de seus aposentos. 

Vejo seu polegar direito procurar dentre uma listagem extensa uma melodia que possa lhe acalmar. Respira fundo e pressiona "Lovely - Billie Eilish feat. Khalid" 

Desta vez, essa é uma letra que representará seus sentimentos até mais que os meus — ele diz.

Estamos sentados lado a lado, as mãos no colo, mas os olhos fixos no rosto do outro. Uma melodia suave e melancólica começa a reverberar. 

— Piano e violino são meus instrumentos favoritos. Já ouviu falar deles? — pergunta. 

— Sim, alteza. Mas, não saberia apontar quais eram se não me dissesse. 

Ele sorri, triste. 

A voz sussurrada de uma mulher se faz presente. Jungkook canta baixo com ela.

 

Thought I found a way 

(Achei que tivesse encontrado um caminho) 

Thought I found a way, yeah 

(Achei que tivesse encontrado um caminho, sim)

But you never go away 

(Mas, você nunca vai embora)

So I guess I gotta stay now 

(Então, acho que tenho que ficar agora)

 

Uma voz masculina começa a ser ouvida junto à feminina. Ambas suaves, calmas, tristes. Embora estejam cantando juntos, estão solitários.

 

Oh, I hope someday I'll make it out of here

(Oh, Eu espero que algum dia  consiga sair daqui)

Even if it takes all night or a hundred years

(Mesmo que demore a noite inteira ou cem anos)

Need a place to hide but I can't find one near

(Preciso de um lugar para me esconder, mas não consigo achar um próximo)

Wanna feel alive, outside I can fight my fear

(Quero me sentir vivo, lá fora posso enfrentar meu medo) 

 

Algum dia eu quero sair daqui? Preciso de um lugar para me esconder, mas não consigo achar? Sinto meu ínfimo se encolher diante das verdades ditas por essa letra. 

Não mais uma simulação ou dissimulação. Jungkook e eu estamos nos permitindo a sinceridade absoluta nesse exato momento. 

Novamente a menina canta partes sozinha em voz sussurrada, intercalando com o homem.

 

Isn't it lovely? All alone

(Não é adorável? Ficar sozinho)

Heart made of glass, my mind of stone

(Coração feito de vidro, minha mente feita de pedra)

Tear me to pieces, skin to bone

(Rasgue-me em pedaços, pele em osso)

Hello, welcome home

(Olá, bem-vindo ao lar)

 

Um frêmito percorre minha espinha, me fazendo tremer diante do melancólico príncipe cantando para mim. Seus olhos — geralmente intensos — estão lacrimejando, mergulhados em uma funda piscina de solidão.

 

Walking out of town

(Andando para fora da cidade)

Looking for a better place

(Procurando por um lugar melhor)

Something's on my mind

(Há algo em minha mente)

Always in my headspace

(Sempre ocupando o espaço da minha cabeça)

 

Começo a cantar a próxima parte junto com Jungkook pois se trata de uma repetição que eu já havia internalizado não só em minha mente, mas também no meu coração.

 

But I hope someday I'll make it out of here

(Mas, eu espero que um dia eu saia daqui)

Even if it takes all night or a hundred years

(Mesmo que leve uma noite inteira ou cem anos)

Need a place to hide, but I can't find one near

(Preciso de um lugar para me esconder, mas não consigo encontrar um próximo)

Wanna feel alive, outside I can fight my fear

(Quero me sentir vivo, lá fora posso enfrentar meu medo)

Isn't it lovely? All alone

(Não é adorável? Totalmente sozinho)

Heart made of glass, my mind of stone

(Coração feito de vidro, minha mente feita de pedra)

Tear me to pieces, skin to bone

(Rasgue-me em pedaços, pele em osso)

Hello, welcome home

(Olá, bem-vindo ao lar)

 

Jungkook deixa escorrer uma lágrima pela bochecha. Sem pensar, levo meu dedo até a sua pele, secando-a. A lateral de sua boca se eleva em um pequeno sorriso. 

— Um dia, você poderá ir embora, Jimin. 

— Perdão? O que disse? — Não interrompo o contato, acariciando sua bochecha. 

— Quando eu for rei, me esforçarei para abolir a escravidão. Assim que eu conseguir, você estará livre, Jimin. — Segura minha mão e fecha os olhos como se quisesse prolongar a sensação de me ter tocando-o tão ternamente. 

— Por que você faria isso? — pergunto. — Por que aboliria a escravidão? Ela te garante riquezas e luxo. 

— Seres humanos perdendo suas vidas sem nada em troca não é um motivo bom o suficiente para me manter luxuoso. Libertarei todos, a começar por você. 

Puxo minha mão de volta, fazendo-o abrir os olhos, espantado. 

— E então? O que será de mim? — Minha voz treme. 

— Perdão? — Sua confusão é evidente. 

— Quando me libertar, não serei mais escravo. Mas, o que serei? Não tenho dinheiro para me sustentar, meus pais me abandonaram, não possuo terras para morar ou alimentos para comer, Jungkook. Não basta apenas libertar; se não der uma estrutura para a sobrevivência, os escravos apenas morrerão ainda mais rápido. 

Ele arregala os olhos. Aparenta não ter se atentado a esse detalhe até então. Sua boa intenção é admirável. Todavia, não viera acompanhada de planejamento lógico e racionalidade. 

— Eu... Não sei o que fazer, então. Nunca havia pensado no assunto para ser sincero — admite. — Refleti apenas sobre o quanto você sente desprezo por mim. 

— O quê? — É a minha vez de expressar confusão. 

— Hoje, tentando te tocar, você não recusava, mas fechava os olhos com força. Estava com medo de mim e no ápice da sua bebedeira, disse que está cansado de ser controlado o tempo todo. Se não fosse meu escravo, seria livre e não teria que fingir suportar minha presença, minhas ordens e meus... toques

Abro a boca diversas vezes para tentar falar as palavras que estão presas em minha garganta. O ar à minha volta é capaz de me engolir. 

Embora tenha estado triste com o príncipe e não confiar plenamente em seu humor por ser deveras mutável e inconstante, suas palavras me ferem. 

Por mais que eu não quisesse estar na posição de fantoche ou peão do jogo de interesses da nobreza monárquica, sua mágoa me entristece. 

Mesmo que Jungkook seja o único lobo Alfa Lúpus existente, tornando-o extremamente perigoso, não sinto medo dele dessa forma. 

— Alte... Jungkook? — Nesse momento, o moreno à minha frente não é um príncipe, é apenas um garoto ferido. 

Desconheço o motivo pelo qual me importo com os seus sentimentos, mas é inegável que nosso laço — embora extremamente recente — é o mais forte que já senti em toda a minha vida. 

Não estou disposto a abandoná-lo como minha mãe fizera com a alfa cujo DNA eu carrego.  

Ergo a mão, levantando seu queixo com os dedos. 

Não tenho medo de você — sussurro. 

Jungkook segura meu rosto delicadamente e se aproxima, inclinando o corpo em minha direção. Para a si mesmo quando seu nariz toca o meu, a respiração fresca batendo contra minha pele.

Fecho os olhos e entreabro os lábios, apoiando minhas mãos nos cabelos macios de sua nuca. 

Sinto a suavidade de seus doces lábios encostando nos meus. Meu coração dispara como se eu estivesse correndo pela minha vida. Estou a correr por Jungkook, no entanto. 

Ele abre um pouco mais a boca e sinto sua língua tocar a versão mais tímida da minha. Seu sabor varia entre o frescor da menta e algo doce ao fundo. Posso me embebedar em seu beijo mais que em suas garrafas de champagne. 

O príncipe aperta os cabelos da minha nuca e os puxa levemente para trás. Solto um arfar surpreso quando nossos lábios descolam e meu pescoço fica exposto para si. Seu nariz sente meu aroma, me fazendo engolir em seco, para depois os lábios deixarem um selar na pele arrepiada. 

Retorna a me beijar, dessa vez com mais urgência e necessidade de sentir meu toque em si. Traz minhas duas mãos para seu peitoral como no banho. 

— Substitua sua memória ruim por uma boa, Jiminie — ele sussurra entre o beijo. 

Acaricio os músculos fortes, descendo lentamente até seu abdômen. Se antes eu sentia aversão a tocá-lo de tal forma, agora desejo tê-lo por inteiro. Tomo seus lábios contra os meus, dessa vez guiando-o. 

— Tem certeza que é seu primeiro beijo? 

Shh! — Calo-o com minha boca, tocando sua nuca suavemente. 

Jungkook geme contido em meio ao ósculo quando arrasto a ponta das unhas em suas costas. 

— Acho que chegamos na hora errada. 

Afasto-me no mesmo momento em que a porta fecha atrás de Seokjin e Namjoon. Respiro fundo, prendendo o ar para que não escape dos pulmões. 

— Ou chegamos na hora certa. Eles não precisam mais de supervisão para os toques, Namjoonie. Só não esperava ver o principezinho gemendo.

Jungkook arremessa um travesseiro no rosto do médico. 

— Se eu não precisasse de você, já estaria preso nas masmorras, Kim Seokjin — ameaça, entredentes.

 

👑👑👑

 

— Então, qual cor você quer? — Seokjin me pergunta. 

O médico vaidoso me mostrara um tipo de tonalizante de cabelo temporário. Segundo ele, sairia com um shampoo específico cujo estoque pertence ao Jungkook. 

Eu poderia pintar meus cabelos sempre que quisesse, porém com algumas regras. A coloração nunca deve destoar completamente do meu dono. 

É uma forma de eu poder cuidar da minha aparência e mudá-la a meu desejo sem perder a conexão com o príncipe. Sinceramente, não ligo para as cores que o mesmo preferem. É o meu cabelo, afinal. As regras do castelo ainda me causam incômodo. 

— Azul escuro. 

O médico sorri e me puxa para o banheiro do príncipe, que nos segue e diz:

— Também vou pintar os meus de azul para combinar. Só as pontinhas. 

 

👑👑👑

 

Finalmente arrumados com as roupas enviadas pela estilista, a maquiagem pronta e os cabelos penteados, encaro a minha imagem tão próxima de Jungkook ou qualquer outro nobre com exceção de apenas um item: a coleira. 

Meu cabelo está completamente tingido de um tom escuro de azul, possuo anéis enfeitando os dedos, brincos, maquiagem esfumada em volta dos olhos felinos. 

Estou vestido com tecidos caros e luxuosos. Uma blusa social branca coberta por um blazer acizentado com apenas um botão fechado. Há um bolso no local do coração onde colocar um guardanapo de pano e botões na lateral das mangas. É também a primeira vez que uso uma gravata. 

Jungkook também está estonteante. Os olhos estão contornados, deixando-os ainda mais profundos e os lábios avermelhados chamam atenção. 

Apenas as pontas de seus cabelos negros esbanjam luzes azuladas. Ele usa muitos brincos de argola e piercings. 

Assim como eu, o moreno veste uma blusa social branca. No entanto, seu blazer escuro está aberto, dando foco para a gravata borboleta preta. 

Se não fosse pela minha coleira indicando que sou seu escravo, eu poderia dizer que estamos vestidos no mesmo nível: realeza. 

Ah, tão lindos! Taetae vai amar Seokjin exclama, animado com sua criação já que Jungkook dispensou os maquiadores e cabeleireiros ao confiar no amigo para cuidar de nossa aparência. 

Só falta uma coisinha. Namjoon tira do bolso um spray. O elixir com o aroma de vocês dois misturado. 

Eu o recolho e espirro em meu corpo, principalmente no pescoço e entrego a Jungkook, que faz o mesmo. 

Inspiro profundamente, sentindo-me realmente curioso para saber como ficou. Assim que o o aroma percorre minhas narinas, sinto o coração acelerar e perder seu compasso normal. 

A bebida cujas doses aumentamos antes do banho contribuem para que meu lobo consiga entrar em contato com minha mente de forma quase mais consciente que minha própria humanidade. 

Não o deixe ir. Não o deixe. Nunca o deixe.

Vamos? Assinto para o chamamento de Seokjin, prestes a ser apresentado aos nobres na festa de maioridade do Jungkook.


Se eu ganhasse uma moeda de prata cada vez que me surpreendo com o poder dos instintos primitivos do meu lobo quando estou perto de Jungkook, poderia comprar minha alforria.


Notas Finais


Ain 😍 to romantiquinha hoje gente
Alguém me beija igual eles dois 😍😍

Alguns detalhes importantes foram abordados bem rapidinho mas o foco desse cap foi realmente o romance entre eles e como lidam com a pressão

Obs: geralmente análise de expressões faciais é bem objetiva mas como o Namjoon conhece as peças, ele sabe exatamente o que tava causando aquelas emoções

Tô MT animada com essa fanfic. O próximo cap já ta planejado na minha cabeça e já aviso que a treta vai começar logo logo
Mal posso esperar! 😆

Espero que estejam gostando e que eu possa continuar interagindo com vcs pelos comentários pq eu adoro isso

Finalmente descobrimos a fixação pelo cheiro do Jimin heheh alguém percebeu?

Se cuidem e venham ler fanfic Nesse tempo de quarentena pra não morrer de tédio
KISSUS DE PESSEGO, CREME, BAUNILHA (dá ate pra fazer um bolo), MENTA E MARESIA


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