Novamente Lycan Mon partia com sua nave ao encontro com Snoke, em busca de novas informações do paradeiro da garota.
Desde aquela batalha em Korriban, aguardava especialmente por esse dia. Seu espírito animal estava totalmente desvairado para enfincar as garras na carne daquela menina e ensina-la a ser uma boa Jedi; isso antes de sacritica-la. Ela era especial, e além do mais, portava a Jóia mais preciosa do universo. Ao captura-la, conseguiria duas coisas ao mesmo tempo, vingança e a destruição da Mensageira da força. ( Assim era conhecida a Jedi Serehna era )
Sua nave rasgava o espaço como um lupino em meio a uma caça, destacando o brilho âmbar de sua íris na negridão do interior da espaço nave. Na ida, colocou a nave no piloto automático em quanto relaxava; com os olhos fechados e o rosto coberto pelo capuz, tentava aquietar a euforia de seu espírito. A voz crua de Darth Kerbero o infernizava ainda mais dia após dia, ecoando em sua mente como uma besta inquieta, mordendo seu crânio louco para se libertar.
Mas antes disso tudo, Lycan Mon era um homem comum, Até o dia que abriu a tumba antiga do Lord Sith, tocando no Holocron ambiciosamente. Imediatamente sendo consumido pelo espírito canídeo de Kerbero, que mordeu seu coração em desespero, se apossando em seguida de seu corpo. Kerbero necessitava de um corpo com um nível considerável de Midi- Chlorians, e ele, apareceu na hora certa. De brinde, possuía um corpo material robusto e resistente - acompanhado de um carácter nada honesto.
No começo Lycan Mon tinha o controle. Os sussurros do Lorde Sith apenas eram ouvidos em meditação, ajudando Snoke com o paradeiro da Jóia Negra. Kerbero sabia sua real localização, pois foi ele quem a escondeu a muito tempo atras. Só com o tempo lembraria o local exato.
Agora ele estava com ela em mãos, e Snoke a sua espera.
Em quanto sua nave rasgava o cosmos em busca de poder e sangue, algo a mais real e delicado o rasgava dentro daquele homem.
Seu passado.
Esse homem de cabelos brancos se chamava Janson.
Janson, o caçador de relíquias; assim era conhecido. Nunca foi um humano correto, matava por trabalho, seja lá que missão que fosse designada. Seu único elo emocional era com sua filha e mulher; que não as via desde quando foi consumido em Korribam.
Kerbero abominava-o quando tais sentimentos tomavam conta do coração de Lycan Mon, o som do rosnar furioso da besta o ameaçava constantemente. No começo, ele se orgulhou em ser apossado pelo espírito e ganhar poderes inimagináveis.
Mas com o passar do tempo, Janson se esquecia cada vez mais de sua vida; e Kerbero se usufruía ainda mais de seu corpo, retomando as memórias da vida passada com mais detalhes. Mas isso, não impedia da alma de Lycan Mon ficar inconsciente completamente, via todos os atos de Kerbero quando tomava total domínio do corpo.
Era a pior de todas as prisões que já passou. Estava esgotado. Continha o poder nas mãos, mas, não tinha controle sobre ele mesmo. E com o tempo, já não tinha mais o poder de controlar a si mesmo como antes, sendo um verdadeiro escravo da criatura dentro de si.
Cansou de tudo.
Irritado com essa fraqueza, Kerbero apressava-se em recuperar seu corpo real.
Lycan tentava lutar contra Kerbero nesse momento de relaxamento dentro da espaçonave; que urrava dentro de sua mente parecendo salivar de tanto ódio:
´´ Quando eu recuperar meu corpo novamente você será o primeiro que irei devorar, é terrivelmente doloroso quando a face daquela pirralha surge em sua mente´´
- Farei de tudo para dar errado, seu vira lata filho da puta!!! - murmurava com os dentes cerrados.
´´ Você não passa de um brinquedo, que logo irei quebra-lo. - rosna prazerosamente - Tome cuidado com sua língua ou irei arranca-la.´´ - o ameaça com solidez.
Lycan resolve se aquietar, sempre que lutava na resistência de tomar o controle acabava totalmente arrasado. Ele sentia como se Kerbero queimasse sua alma com ácido. Até mesmo o torturando com cortes desferidos em seu próprio corpo, o forçando a pedir com misericórdia para que parasse.
Jason, abandonou tudo. Era forçado a esquecer sua própria filha e esposa pelo bem de todos. Estava sem as luvas em forma de garras de metal enegrecido, deslizava a mão com pressão contra sua face se arranhando com força; como que se quisesse arrancar uma máscara invisível. Lembrou da última vez que viu o rosto de sua filha, sorridente, correndo para abraça-lo antes de partir em sua nova missão á trabalho; que era obter o pergaminho Sith. Onde tudo começou.
Nesse instante, o outro braço de Mon se move em direção a seu rosto. Kerbero se apossa novamente do corpo e soca seu próprio rosto; fazendo saindo um filete de sangue do nariz. Os olhos lupinos se abrem lentamente como caninos afiados desejando carne. Toca com os dois dedos o sangue que escorria, e o prova, joga o capuz pra trás em um movimento rápido exibindo o sorriso maléfico que se escondia. Se inclina para frente apoiando as mãos na base da cadeira:
- Acho que você está precisando fazer uma visita a sua filha.
Chegando no planeta gelado aonde Snoke se mantinha escondido. Ele desce a rampa impetuosamente a passos pesados em quanto colocava os braceletes repletos de spykes curvados para trás, encaixando-os por fim nos punhos e as garras de metal.
Ele pausa o corpo na entrada da caverna, jogando seu manto de pelagem negra para o lado, fica ali por uns segundos - até as marcas fundas de suas pegadas na neve se desmancharem, com uma rajada de vento repentina, erguendo os flocos de neve aquietados sob o solo rochoso.
Retira a Jóia debaixo das vestes e a olha pensativo, volta a esconde-la por dentro da armadura e adentra pelo longo corredor da caverna. Se aproxima do aparelho colado em um estalactite e digita uma senha, o portal escuro se abre lentamente em movimentos circulares, fazendo os cabelos brancos do homem se movimentarem em direção do vórtice.
Logo manifestando-se apenas a face apodrecida de Snoke em meio a distorção criada pelas ondas do portal.
Lycan começa:
- Supremo Líder. - reverencia apressando - Eu cheguei aonde o mapa levava a Jóia, mas ela sumiu. - mente, pois no último encontro prometeu traze-la quando retornasse.
A caverna começa a vibrar, fazendo pedaços de gelo desgrudarem e espatifarem no chão em mil pedaços. Os olhos de Snoke estavam negros, parecendo estarem envolvidos em alguma especie de névoa escura. Furioso, não emitia som algum, quase conseguindo sair do portal. Mas repentinamente ele se acalma, fecha os olhos e tudo se aquieta.
Lycan olha ao redor, caçando alguma deformidade no ambiente que pudesse impedir sua saída; mas sente a brisa vinda da entrada esfriar sua face. Volta seus olhos de lobo para seu Líder que lhe aponta o dedo esticando o longo braço corroído para fora do portal:
- Lycan Mon, você anda falhando demais. A algo que eu não saiba? - pergunta a voz gélida e amarga de Snoke.
- Esse maldito corpo, as energias dele já estão se esgotando. - rosna olhando para o próprio corpo.
- Hum. Então de um jeito nisso logo. - murmura de saco cheio.
Lycan resolve jogar verde, e menciona a garota na esperança se descobrir seu paradeiro:
- Em um determinado momento, senti a energia daquela garota mestre.
- Eu já sei aonde ela se encontra. - respira fundo de uma forma lenta - Queria justamente conversar com você sobre.
- Sou todo ouvidos mestre, vamos me diga aonde ela está, que a trago até aqui. - arranha a parece ferozmente surgindo faíscas na ponta das garras e fecha os punhos na altura da cabeça.
Ele precisava de Rey para o ritual de sangue, para trazer seu real corpo de volta. E claro, banir a luz dessa Jedi da galáxia:
- Se está tendo dificuldades em possuir a Jóia, imagine trazer a garota. - zomba de seu potencial por contra das várias falhas.
Lycan Mon aperta os punhos e desvia o olhar para o lado envergonhado, mas fervendo ódio atira seus olhos a Snoke e diz com firmeza:
- Se eu falhar, peço que me mate. Para um verdadeiro Sith é demais vergonhoso falhar dessa forma.
Tudo fica em silêncio, apenas o som do vento cantava pelo longo corredor, trazendo o consigo flocos de neve que colidiam nas costas de Mon, que aguardava temeroso por uma resposta. Sabia que Snoke não faria isso, dependia demais dele para ergue-se novamente. Então o velho abana a cabeça de uma forma sutil e desvia o assunto:
- Mas...o maior perigo não é a garota, nem o Skywalker.
Mon arregala os olhos, surpreso com a respostas. Dá um passo a frente e pergunta curioso:
- Mestre? - aguarda resposta
- Kylo Ren, nos enganou. Ele está vivo e com, ela!
Mon cerra os dentes e olha ao redor com os olhos agitados:
- Não é possível, como ele conseguiu me despistar? - joga os braços com força para trás encarando Snoke assustado.
Enraiveceu quando percebeu que seus sentidos falharam e nem ao menos sentiu a faceta de Kylo Ren em momento algum. Para um Sith poderoso como Kerbero, isso era extremamente torturador - não possuir seu verdadeiro corpo para manifestar com força total suas habilidades.
Snoke parecia muito incomodado:
- Isso não importa agora Mon, vamos, preciso sair daqui o quanto antes. - se posiciona na base do portal, ficando mais nítida sua presença:
- O senhor está bem recuperado? - pergunta com receio. Fingindo preocupação pelo mestre.
- Sim, vamos atrás da Jóia o mais rápido possível. Vamos, me ajude. - estende os braços para fora do portal aguardando Mon o puxar dali.
Lycan foi pego de surpresa, tudo isso não estava em seus planos. Queria matar Snoke, mas agora descobriu que o desgraçado de Souls estava vivo, levando consigo a tão desejada espada. A ambição de Mon tomou conta de seus olhos, não conseguiu disfarçar sua ambição em trair Snoke - que não era burro, analisar os sentimentos pelos olhos dos indivíduos era sua especialidade.
Mon fica ofegante. Ignorando seu pedido, desvia o olhar de seu mestre e pergunta demonstrando insegurança:
- Aonde eles estão supremo líder?
- A caminho da verdade. - o analisa minuciosamente.
- Não. - murmura assustado.
Mergulhado em sua ambição, Mon abaixa a guarda. Fazendo Snoke percebe a traição de Kerbero abocanha-lo com irracionalidade. Animais podiam ser ferozes e arrojados, mas eram péssimos em usar o raciocínio em uma batalha; cujo o inimigo fosse superior a sua inteligência.
Snoke agarra nos ombros de Mon e o paralisa com o uso da força, ele emite um rosnado, tentando se libertar da técnica com um grande choque de olhares.
A Jóia das trevas começa a levitar do pescoço de Mon, ficando exposta aos olhos de Snoke; que sorri aliviado com a presença magnífica que era aquele objeto refletir a escuridão em seus olhos. Lycan afunda as garras no braço de Snoke diminuindo a potência da força desferida sobre ele. Mon solta uma das mãos do braço de Snoke e captura a Jóia, a pressionando contra mão, fecha os olhos e usa o total poder da Jóia.
Antes que Mon conseguisse, o ancião Sith emite um som tão alto que ecoou pela caverna, deixando Mon atordoado. O homem cai para trás com as mãos nos ouvidos, enxergando em tripla imagem. Aperta os olhos e sacode a cabeça para os lados resistindo ao ataque, ao abri-los, nota que o corpo de Snoke; estava pela metade do portal. Se levanta rapidamente segurando a Joia em mãos, joga os braços para frente com força empurrando seu mestre de volta ao portal espiritual.
A força era chocante, fazendo os estalactites caírem aos poucos. Um pedaço grande se desprende e cai na direção de Moon, mas este o explode em mil pedaços antes mesmo que chocasse contra sua cabeça, sendo algo do poder da força descomunal que ele emitia ao redor.
A força era arrasadora.
Lycan move os olhos para o lado e usa a força para destruir o aparelho que criava o portal, o quebrando com facilidade. Snoke olha o objeto derreter envolto a faíscas de eletricidade, volta os olhos furiosos ao traidor e diz as últimas palavras:
- Traidor, tomara que Souls arranque sua cabeça! - emite em voz esgotada.
- Nada ficará em meu caminho. Com isso em mãos! - mostra-lhe a Jóia que emitia uma luz negra cintilando em neon.
Lycan faz um movimento firme e circular com os braços os impulsionando com as mãos abertas em direção a Snoke, o jogando para dentro do portal com violência. A espiral começa a girar e se fechar aos poucos, emitindo flashs e ruídos de trovão.
Mon espera o portal se fechar por completo para ter certeza que o velho não escaparia. Com a onda de energia, muitas rochas de desprenderam do topo do da caverna, Mon as desviava com arranhões e chutes, que caiam com força ao seu redor.
O portal se fecha, e um grande estrondo é ouvido. Então tudo começa a desabar.
Mon diz palavras estranhas, manifestando o poder do Deus com Garras em seu corpo - evocando um espírito animal bem resistente e veloz. Ele firma os pés no solo rochoso e impulsiona o corpo para frente, que dispara como um tiro de blaster em alta velocidade - quebrando as rochas em seu caminho com grande felicidade, como se fossem sacos de farinha.
O final já estava fechado por rochas, ele diz mais umas palavras e joga os braços para frente abrindo um grande buraco para o lado de fora.
Aos sentir o ar frio da parte externa, ele abre os olhos e para o corpo bem a frente de um abismo. Olha para trás e vê a caverna desabar, levantando muita poeira e rochas.
Mon sorri, esconde a Jóia por dentro da roupa e solta uma enorme gargalhada.
(...)
Nesse momento Ben dormia tranquilamente, em um súbito, ele acorda sentindo um alto nível de obscuridade no ar - assustadoramente familiar; Snoke. Alguma coisa tinha acontecido, um pesadelo? Ele corre para a janela e foca o olhar nas estrelas. Fecha os olhos e tenta procurar o foco desse distúrbio, que se aquietava com o passar dos minutos, dificultando a localização. Ben soca a parede e xinga em voz baixa. Desliza as mãos nos cabelos preocupado, sai para fora do chalé e foca o olhar na direção do quarto de Rey, para checar se estava tudo bem; e estava, dormia feito menina despreocupada.
Então sente um pequeno ponto se deslocar pelo longínquo universo. Era irritante e nojento, a mesma sensação que sentiu quando conheceu aquele sujeito; o aprendiz de Snoke. Estava distante, mas o sentiu como se estivesse bem ali a sua frente, exalando aquele mal cheiro de cachorro molhado. Ben cerra os dentes e teme o pior, alguma coisa estava acontecendo para estarem de manifestando tão audaciosamente dessa forma.
Mas estranhamente sentiu paz, algo o aquietava. Sua preocupação foi se desmanchando e ouve a voz de seu avô : ´´ Controle-se, paciência meu neto, ele virá até você. Fique aonde está. ´´ e o contato desaparece.
Uma dúvida que sondava Ben é jogada no lixo com essa mensagem, o príncipe não estava envolvido com Snoke nem com seu aprendiz. Mas mesmo assim, poderia a vir ser.
(...)
Lycan Mon adentra a atmosfera de outro planeta, arenoso e montanhoso. Esse local era o seu planeta natal, aonde continha o mais famoso comércio de escravos da galáxia. Estavam no topo da lista, tinham alto valor, por serem bem primitivos e fáceis de escravizar, humanos de com uma resistência invejável.
Lycan era um desses escravos, ele e sua família que morreram de fome.
Mas ele não voltava ali para rever sua cidade natal, e sim era Kerbero, que prometeu fazer uma visita a sua esposa e filha.
Era tarde, o sol estava se pondo, quando avistou a silhueta da humilde casa de madeira no horizonte. Pousou a nave próxima a um penhasco, e caminhou a passos lentos ao encontro da família de Janson. Ao se aproximar, nota que sua mulher estava ali na varanda, curiosa, usava uma vestido humilde de cor marrom cheio de remendas - tinha cabelos negros e cacheados, era muito bonita, mas desarrumada por contra dos maus tratos. Seus olhos atentos analisavam-no de cima em baixo, tentando identificar o rosto do estranho que se aproximava.
O homem retira o capuz deixando o rosto amostra. Ela coloca as mãos sobre a boca não acreditando que era seu marido. Estava muito diferente, aquela armadura afiada e agressiva, parecia alguém da elite, não o simples caçador que ela conhecia.
Mas o sentimento do reencontro é tomado pela raiva, ela desde a pequena escada da varanda e corre na sua direção. Kerbero deixa Janson tomar as rédias, armando o palco aos poucos para o grande espetáculo - sem o drama familiar não teria graça para finalizar a brincadeira com uma chuva vermelha e quente, tingindo o cenário de vermelho.
Com os olhos marejados, se aproximava eufórica. Irritada bate as mãos na lataria da armadura peitoral dele, movendo os olhos agitados para os mínimos detalhes do corpo dele.
Toca o rosto dele o analisando, que por fim o da um tapa com muita força:
- Idiota, irresposável! - grita chorosa.
Ele contem a mulher a segurando com força nos ombros, dando-lhe um tranco para que acalma-se:
- Ei, ei! Pare com isso, AGORA! - grita por fim a olhando próxima aos olhos.
Ela então nota que agora o marido tinha olhos. ( Os perdeu com uma chibatada que levou quando era jovem, por roubar comida a seus pais. Quando esteve em Korribam em seu treinamento, matou um lobo a pedido de Snoke, arrancou-lhe os olhos fazendo-os de bom uso no lugar dos seus.)
Agora possuía olhos que não era humanos, pareciam de algum animal - completamente amarelos, ausente da cor branca. Perdida, ela desaba e o abraça soltando sua angústia contida a meses:
- Você foi embora e...não voltou mais. Sua filha perguntava de você todos os dias e...isso faz mais de um ano.
- Marah. - murmura fechando os olhos sentindo pela esposa.
- Aquele emprego que te ofereceram, iria nos tirar dessa miséria. Me disseram que você ficou com a grana e nos abandonou! - o olha irritada novamente, com um olhar querendo acreditar no melhor. - E parece que é verdade, aquela nave de luxo...essa armadura...idiota!
Ela tenta se soltar, mas ele a beija a força a prendendo atrás da cabeça. Ela desfaz o beijo o empurrando, e ele a solta quando sente alguém abraçar sua perna. Seu coração dispara e ele ouve a voz doce e infantil de sua filha. ( com seus 8 anos de idade)
- Eu sabia que voltaria. - o abraça com mais força o puxando para si.
Marah não gostando muito da situação desvia o olhar do contato dos dois. Ela era ingênua demais para notar que o pai realmente os abandou.
O choque em receber sua filha o deixou paralisado, ele retira uma das luvas afiadas e toca os cabelos de sua filha com uma carícia sutil. Mas para logo. Lembrando o que realmente Kerbero desejava fazer com as duas.
Ele desperta do choque e empurra bruto a menina para a mãe:
- Peguem suas coisas e entrem naquela nave e vão embora! - diz eufórico.
Marah cruza os braços não entendo o desespero do marido:
- O que? - pega na mão da filha que ficou assustada. - O que aconteceu nesse tempo Janson? - pergunta mais calma.
Ele se aproxima agressivo, levantando um braço na ameaça em agredi-la, e diz em voz alta:
- Peguem suas coisas agora, entrem naquela nave e... VÃO EMBORA! - vociferou.
Assustada, apenas confirma com a cabeça, e ambas correm para pegar suas coisas. Ofegante, Janson tinha a esperança que conseguiria controlar Kerbero.
Sua filha aparece primeiro com uma trouxa de roupas pendurada na costas, correndo em sua direção. Janson fica com medo e se afasta a passos lentos para trás, ele notou que ela olhava um brinquedo jogado na terra, posicionado entre os dois. Ambos estendem a mão juntos para retira-lo do chão, mas ele o pega primeiro e estende para ela que o pega e abraça feliz:
- Aonde você esteve todo esse tempo papai?
Ele evita olhar nos olhos dela e apenas da-lhe a mesma ordem, curto, frio e grosso:
- Entre naquela nave menina!
- Não entendo. Porque está agindo assim? - eles então trocam um breve olhar. - Pai...seus olhos?
Rapidamente coloca o capuz escondendo o rosto para não assusta-la.
Ele não suporta tratar sua filha com grosseria e se abaixa para ficar a sua altura. Ela o olha entristecida, acariciando-o próximo aos olhos, os olhando com um certo medo. Ele fecha os olhos em um momento de fraqueza, tomado pela emoção - esse momento foi o cenário perfeito para Kerbero se manifestar.
Janson sente sua cabeça levar um golpe forte de marreta, coloca as mãos em volta da cabeça contendo um urro de dor. A menina assusta e da passos para trás. Seu pai a olha desesperado, usando toda a força que tinha lutando com kerbero mentalmente:
- Corra vá logo! - rosna
- Você não está bem papai, precisa de um médico. - o abraça chorosa e muito preocupada.
Com isso Kerbero urra de dor ao sentir a luz da menina, o amor de pai e filha era um de seus piores pesadelos que carregava usando aquele corpo. Janson ganha e desperta, conseguindo dominar Kerbero, mas, percebeu que era tarde demais, quando sentiu seu braço atravessar o peito de sua filha já morta, com o rosto encostado em seu peito.
A dor de Janson foi tão terrível que ele se entrega completamente, deixou-se ser apossado por Kerbero, que se levanta com o corpo da criança pendurado pelo buraco. Ergue o corpo pequeno para cima e fecha os olhos vagaroso e prazeroso; sentindo a onda sombria de ódio que tomou Janson. Um sangue inocente pingava em sua face, sentia o sabor dele. Todo esse prazer foi cortado com o grito da mãe que corria em sua direção com uma arma em mãos, atirando descontrolada.
Kerbero joga o corpo para o lado e cria um escudo bloqueando os disparos.
- Seu demônio! - gritou ela.
Ele cessa o bloqueio e a paralisa com a força. Retira a arma das mãos dela com o uso da força, jogando-a abismo abaixo. Nesse momento que Marah percebeu que aquele não era seu marido, algo realmente tinha acontecido nesse tempo:
- Ja-son..gr. - sufocava - Cadê m-meu marido?
Ele se aproxima com ferocidade e cola seus olhos nos dela, que a deixaram arrepiada de medo - É um demônio! - foi única lógica que passou em sua cabeça.
A agarra pelo pescoço e a lança para o abismo. Logo fazendo Jason volta a consciência ao ver sua mulher voar em direção ao abismo. Ele prende a respiração, era monstruoso. Jamais pensou que todo esse poder lhe custaria tão caro. Não tinha mais nada a perder, o mais importante de sua vida foi esquartejado sem piedade.
Então decide se matar.
Corre e pula no abismo com um mergulho para a liberdade do espírito. Com o braço estendido em direção a mulher. Ela entendeu. Marah o olhou com compaixão, viu o desespero e sofrimento no olhar do marido, ela apenas fechou os olhos suavemente e morreu por conta da perda de sangue do ferimento no pescoço.
Janson solta um urro e usa a força para puxa-la para si, e a captura nos braços já sem vida.
- Marah, Marah...me perdoe. - encosta sua testa na dela.
Kerbero sentiu o perigo, perderia seu corpo quando este se esmagaria ao colidir nas rochas. Lutou para tentar tomar o controle, mas não conseguia, a luz no coração do homem e o perdão da mulher foram mais fortes do que tudo do que havia acontecido..
A medida que se aproximava das rochas, a Jóia começa a pulsar; da mesma forma que a Jóia da luz protegia Rey em momentos de risco de vida, a das trevas fazia o mesmo. Ela pulsa com força o envolvendo em uma aura maligna, criando uma fenda na luz para que kerbero conseguisse tomar seu posto.
E foi instantâneo.
Ele solta o corpo da mulher que colide em uma rocha. Se coloca de pé firmando o corpo no ar, enfinca as garras nas rochas, e salta de uma rocha em outra, amaciando sua queda aos poucos, até chegar próximo ao solo. A medida que descia mais, tudo ia se escurecendo, e a neblina o atrapalhou em suas manobras. Então estende as mãos para baixo e usa a força contra o solo.
Por fim , cai no chão, levantando um circulo de rochas ao redor por causa da força que ele emitia.
Agora Janson tinha morrido, e nunca mais iria atormenta-lo novamente com melosidades familiares. Ele solta uma gargalhada alta, que ecoa sinistra entre as rochas, espantando os animais do local que corriam assustado sumindo entre a neblina:
- Quem é o Sith mais poderoso Snoke? - pergunta olhando ao redor com os braços estendidos.
Gospe no chão e solta um suspiro:
- Agora só preciso daquela espada para sacrificar aquela vadia da Jedi. - ri baixinho - Depois disso, Souls ficara fraco, e terei a oportunidade certa em mata-lo, usando meu corpo original.
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