A luz do ambiente era suave como uma sala iluminada por velas, mas o clima que preenchia o local era escuro.
O som do sabre negro e das respirações eram os únicos ruídos ali presentes. O fôlego de Rey aumentava com os segundos que se passavam naquele silêncio traiçoeiro. Sim estava solta, mas desarmada e sentada de costas para o mais antigo dos usuários do lado sombrio.
Mas a sua frente estava Ben com seu sabre chiando como um demônio. Ele estava completamente atento a cada parte do copo do inimigo, mirando seus olhos afiados como uma adaga banhada em ouro.
Rey amoleceu os músculos do corpo e sentiu-se segura com a confiança que Ben transmitia. Tentou telepatia com ele, mas sua escuridão era de tamanha proporção que ela não conseguiu adentra-la para comunicar-se.
Ben apertou os olhos analíticos ao seu antigo mestre e percebeu um único sentimento - Medo - Mesmo sem demonstrar em sua face inexpressiva e soberana.
O silêncio foi cortado quando a voz grave de Ben inundou cada fresta do interior do templo:
- Esteve com medo de mim este tempo todo, não esteve? - emitiu um sorriso meia boca ao mesmo tempo em que erguia a luz negra apontada para Snoke - Sempre soube quem eu era, e no que me tornaria para o futuro da força.
- Se não fosse por mim meu jovem, continuaria sendo aquele Jedi fracassado e solitário. Até mesmo seu tio, não via futuro em você. - Snoke ironizava balançando o sabre de Rey em mãos - Mas fui eu quem o acolheu e treinou nas artes, que hoje as executa com maestria. Seus, olhos já dizem oque você é.
Rolou os olhos para a imagem de Ben que era de um Lord sombrio, o rosto coberto pelo capuz negro junto as vestes que cobriam seu corpo – expondo somente os músculos dos braços rígidos, segurando o objeto de maior poder para o lado sombrio.
Ben pigarreou e vociferou com poder:
- E como eu te agradeço por me ensinar. Mas agora você não é mais necessário, porque eu serei o único conhecedor do lado sombrio a caminhar pela galáxia.
Snoke sorri disfarçando o medo. Ficou muito surpreso como Ben estava seguro de si, e de como ele citava as palavras com desejo em destrui-lo.
- Lembro-me das últimas palavras de sua mãe. Ela deve estar...muito orgulhosa em ver no que se tornou. - atirou os olhos provocativos em Ben, analisando se ainda possuía fraquezas familiares.
Frases de sua mãe voaram dentro de sua mente, recordando-se daquele dia horrível de sua morte injusta: ´´Abandone tudo isso filho, vá para a luz´´ ... ´´ me promete?´´
O clima começa a ficar mais pesado.
Rey ficava atenta a cada expressão de seu amado, concentrada a qualquer movimento que iniciaria de ambos os lados.
Mas sua concentração foi cortada ao ouvir sussurros estranhos em sua mente. Começaram bem baixinhos como ecos no fundo de uma caverna, depois foram se intensificando. Seus olhos moveram-se de forma hipnótica direcionados a luz negra do sabre de Ben.
As vozes eram claras e repetitivas, de inicio não entendia, mas então percebeu que eram vozes de dois indivíduos.
´´ Equilíbrio,...equilíbrio...me pegue...me peque ´´dizia a voz masculina e misteriosa como um sopro da noite.
A outra lembrava a voz de Yoda:
´´ Confie na força, seja qual lado for, única ela é ´´
Snoke e Ben estavam tão envolvidos que não perceberam que os olhos de Rey estavam em transe.
Furioso com os ataques relacionados a sua mãe Ben esmagou sua arma apertando-a com força, lutando para repelir as recordações daquele dia. Sua respiração foi aumentando, aumentando, a beira de explodir e agir de forma irracional, como no passado quando matou Serehna.
Suas mão queimavam por dentro das luva de couro, estando prestes a ataca-lo quando sentiu sua arma vibrar de forma estranha, que o distraiu, e voltou ao modo racional. O sabre pareceu o ajudar o deixando lúcido de seus atos.
Desta vez Snoke não o enfraqueceria de forma psicológica. Apenas fechou os olhos por um segundo e respondeu com a voz tremula de tanto ódio:
- Com certeza ela ficará orgulhosa, quando eu explodir a sua cabeça.
Snoke solta um gargalhar lenta e zombeteira.
Ao notar que Ben moveu os pés centímetros de onde estava ativou seu sabre vermelho e o levitou, posicionando-o ao lado do pescoço de Rey.
- Chega de conversa. Me dê o sabre e a deixou viver!
...
Do lado de fora
Luke e Sirius estavam sentados frente à porta do templo meditando, mandando boas vibrações para a vitória da batalha que acontecia ali dentro.
O Jedi tentou adentrar o escudo protetor, mas tudo foi em vão, até mesmo técnicas mentais foram repelidas.
Só restando rezar para força.
O velho mestre Jedi meditava com dedicação quando sentiu uma energia acolhedora o aquecer. Abriu os olhos e notou que havia voltado a enxergar misteriosamente, e a primeira pessoa que apareceu em seu campo de visão foi seu pai - que o olhava com um sorriso benévolo.
Surpreso, olhou ao redor.
Afundou os dedos na terra e estremeceu corpo quando avistou Yoda, Qui-Gon Jinn, Obi Wan e outro mestre que desconhecia, usava um traje dourado e longos cabelos negros - que deveria ser de um longínquo passado, orientando Qui-gon que deu início a tudo dessa profecia esquecida.
Sirius curvou-se em respeito afastando-se lentamente sem dar as costas, deixando esse momento especial focado em Luke
O vivido mestre Jedi passou as mãos nos olhos sem ainda acreditar no que via, todos ali reunidos ao mesmo tempo. Voltou a olhar para o pai que estava com os braços presos para trás de forma calma, e aproximou-se do filho de forma paternal:
- Eles vão conseguir, chega de preocupações por hoje filho. Já os ajudou muito deixando Snoke ferido.
Luke sente o corpo relaxar com aquelas palavras, aliviado exalou um grande suspiro. Se jogou no chão para descansar suas ultimas horas de vida carnal. Seu pai sentou-se ao seu lado cruzando as pernas e continuou:
- Fez um bom trabalho filho. Como sempre fez...
Tocou o ombro de Luke que abriu os olhos relaxados ao toque:
- Realmente preciso de férias no paraíso. Seu neto me deu trabalho. - disse de forma brincalhona.
- Vou te esperar Luke, então poderemos aproveitar aquilo que nos foi tirado desde seu nascimento. - Anakin parou por alguns segundos e mudou a tonalidade da voz - Tanto para os pais de Ben.
Luke se emociona e volta a se sentar para esclarecer mais dúvidas, mas Anakin já havia desaparecido. O que ele queria dizer como ´´ Os pais de Ben?´´. Luke não queria pensar o pior, banindo de sua mente a possibilidade de seu sobrinho morrer.
Anakin tinha trazido tanto conforto nas palavras quando afirmou que conseguiriam realizar a profecia, mas todo essa alegria foi quebrada com essa frase. Luke olhou para o templo temeroso com o destino solitário que Rey e seus filhos poderiam levar sem ele.
...
La dentro.
Era difícil para Ben aquela situação, a vida de sua família e da galáxia estavam em perigo e ele deveria escolher quem salvar primeiro. Não esperava por uma situação dessas, e tampouco sabia como usar a cabeça para sair disso. O sabre negro em suas mãos o prejudicava usar o raciocínio, e estava louco para ataca-lo.
Nesse instante Ben sente algo estranho envolver o clima ali dentro. Seu sabre começou a tremer em sua mão parecendo querer sair. Ao cruzar seus olhos com os de Rey os encontrou amarelos, focada sem piscar no sabre negro.
Snoke percebe movimentos suspeitos e move o sabre para cortar a cabeça de Rey. Com a força ela puxa o sabre negro das mãos de Ben e o gira rebatendo o sabre vermelho, emitindo um som estridente seguido de um clarão.
O sabre vermelhou caiu desligado no chão.
Ben desligou-se do cristal negro num rosnar doloroso, e quase caiu de joelhos apoiando-se num pilar. Seus olhos voltam à normalidade, mas estava um pouco tonto, colocou uma mão sobre a cabeça e a abanou voltando à si.
Ben piscou várias vezes e então a viu...
Os fios bagunçados dos cabelos dela moviam-se junto a suas vestes claras numa brisa que rodeava seu corpo. Podia estar vestida de branco e ser a escolhida da Luz, mas sua face estava iluminada ao brilho negro da espada que a matou na outra vida.
Ben não entendeu de momento o porquê dela estar manuseando o seu sabre negro especial, não lembrava-se dessa possibilidade no passado. Era algo novo, e belo.
Rey estava de pé no altar apontando o sabre na direção do Lord Sith de forma superior, com a extremidade da arma a centímetros de seu rosto. O Supremo Líder ficou a analisar de forma curiosa a garota que tanto se falava ser de pura luz.
Rey umedece os lábios com a língua, parecendo estar com sede de justiça:
- Devolva meu sabre, está o sujando com suas mãos sua criatura nojenta.
Rey o ataca antes mesmo de ouvir uma resposta.
Snoke desviou do seu golpe e puxou sua arma de volta ativando-a na defesa dos ataques de Rey. Ben ainda tinha sua espada Sith, então a retirou da bainha e partiu para a batalha para ajudar Rey a recuperar o outro sabre.
Seus movimentos eram todos calculados para não causar danos ao templo. Rey ataca do lado direito e Ben do esquerdo. Snoke tinha uma desvantagem, estava sem uma mão por causa da luta com mestre Luke.
Durante o duelo, Ben percebeu que estava se desconcentrando com facilidade. Sempre era o alvo de chutes e arremessos desferidos pelo inimigo.
Já Rey estava no controle e dominava Snoke com facilidade. O corpo da mulher era ágil e totalmente engenhoso com o sabre negro, o manuseando numa sensualidade fatídica. Snoke inibia seus ataques usando a força com sua única mão, em quando seus olhos manipulavam o sabre que levitava a atacando sempre pelas costas.
Rey impelia a luz vermelha rebatendo-a com seu sabre negro sem ao menos virar de costas. Desviava dos ataques corporais do Supremo líder com total controle do corpo, girando e saltando no ar como uma mestra. Ben lhe dava cobertura como um escudo, sempre que Rey era atacada ou atingida pela força e raios de Snoke.
Ben analisava seu momento para usar uma técnica em mente, mas foi quando Rey conseguiu capturar Snoke com a força arremessando-o contra a parede - quebrando umas das lâmpadas que espiraram faíscas.
Rey o segurava prensando contra a parede usando apenas uma mão, desligou o sabre e usou a outra mão para aumentar a força exercida sobre o inimigo. Ben fez o mesmo, fazendo Snoke urrar de dor pela forte pressão exercida contra seu corpo.
Snoke tentava se libertar forçando o corpo para os lados. Ben e Rey se aproximam dele com as mãos estendidas usando o máximo da força que conseguiam para aprisiona-lo. Se soltassem apenas uma mão fosse ele se libertaria. Ben apertou os olhos com vingança e atirou raios vermelhos, mas parou logo em seguida, quando se recordou-se que o sabre de Rey estava sobre sua posse no cinturão, podendo danifica-lo.
Os dois ficam a um metro de distância do corpo de Snoke que desistiu de lutar e os fitou rendido:
- Vamos lá, me destruam. Porque a demora? - olhou para Rey piscando um único olho.
Rey zanga-se e avança uma perna com dificuldade, por conta da força que exercia sobre ele. Queria recuperar o sabre preso a cintura do homem, e sem cessar a força numa das mãos deu mais um passo á frente esticando o braço na direção do sabre, faltando centímetros para recupera-lo.
Ben nota um sorriso tramóico no rosto de Snoke e tenta impedi-la de sua ação:
- REY NÃO!
Rey sente seu corpo ser jogado por Ben com numa forte investida. Caiu no chão e ouviu o som do sabre de luz ser ativado e o grito de ataque de Ben.
Apoiou-se nos braços e virou a cabeça. Rolou os olhos atentos ao redor para ver oque tinha acontecido, então viu Ben com o sabre de Serehna recuperado e ativado em suas mãos. Não entendeu o porquê ele tinha a jogado para fora da luta, piscou várias vezes sem entender e se colocou rapidamente de pé.
Ben manuseava o sabre da luz com leveza, era um mestre sombrio com o conhecimento e honra para manusear o lado da luz.
Rey pegou o sabre negro nas duas mãos e o analisou:
´´ Acho que entendi, conseguimos o equilíbrio agora. Eu atingi certo ponto da luz, que agora tenho capacidade de controlar o lado sombrio sem me desviar da minha verdadeira natureza. O mesmo vale para Ben, ele atingiu certo ponto da escuridão, mas sabe usa-la com sabedoria.´´
´´Mas pera ai´´ - olhou temerosa para luta travada dos dois
´´Eu atingi meu equilíbrio quando defendi a morte certa do mestre Luke, então quer dizer que... Snoke planejara um golpe mortal contra mim e não conseguiu. Ben me salvou arriscando-se. ´´
Rey sorriu para si em quando acariciava o metal negro em suas mãos. O manipulou entre os dedos e o ativou para auxiliar Ben a destrui-lo de uma vez por todas. O dois lados lutariam juntos para restaurar o equilibro.
A maior batalha pela força começou com os dois sabres notáveis voaram melodiosos em direção ao ser que sujava a galáxia com sua energia imunda.
A luta começou. E o antigo Lord Sith estava perdendo suas forças, repelindo seus ataques com o sabre vermelho e o uso força. Ben e Rey lutavam em sintonia em suas habilidades, e Snoke decaindo a cada ataque combinado desferidos com eficácia.
Ben e Rey lutavam como um só, como uma dança mortal e justiceira. Saltos pelo teto e paredes á voadoras e manobras maestrias com suas armas. Snoke foi decaindo e decaindo sua defesa, o poder do equilíbrio dos dois era poderoso demais, e já havia sido ferido por Luke.
Levou um soco na cara de Ben, seguido de um chute giratório de Rey desferido em seu peito, que o arremessou a outra extremidade do templo. Snoke balançou a cabeça meio tonto, voltando os olhos atentos para frente. Então viu uma rocha pontiaguda, e a moveu em direção de Rey que corria para lhe desferir um golpe mortal.
A pedra bateu contra seu tornozelo torcendo seu pé. Rey apoiou o joelho no chão emitindo uma expressão de dor no olhar âmbar. Ben a fitou preocupado, e voltou sua atenção a Snoke com determinação em sua vitória.
A luz que o envolvia por conta do sabre cegava Snoke, que o atrapalhava nos ataques. A Joia da luz nas mãos de Ben era mortal para ele. Ben o desarmou puxando sua arma das mãos e a desintegrou em sua lâmina luminosa.
Deu um passou rápido a sua frente, ao mesmo tempo em que afundou a luz no peito de Snoke. Rey comemorou num sinal de mãos e Ben sorriu apreciando a vida nos olhos de Snoke sumir.
O medo da morte era claro naqueles olhos soberanos e tão familiares a Ben, os mesmos olhos que o enganaram sua família por anos. O prazer em enfincar aquele sabre de luz em seu peito foi maior que qualquer coisa que já vivenciou.
Agora Snoke não passava de mais uma vitima que atravessou no caminho de Kylo Ren, uma de suas criações.
Ben aproximou o rosto fadigo de seu inimigo, estampando um sorriso vitorioso sobre ele:
- Isso é pela minha mãe, e por todos que,.. foram alvos de seus atos baixos e covardes. – disse lutando para tomar fôlego.
Snoke estava paralisado a luz do sabre, a Joia parecia desintegrar aquela sombra que vestia aquela rouba de um alien pálido e completamente derrotado. Seu corpo trema, e ele encontrou forças para dizer suas últimas palavras:
- Acredito, que, também fiz algo em nome de suas vitimas, Kylo..Ren... - mirou seus olhos fraquejados no espinho venenoso que o atingiu no pescoço.
O mesmo veneno que matou Leia e não existia uma cura. Só Snoke poderia tirar o veneno do corpo, ele foi o inventor daquele liquido.
Ben sabia que tinha sido atingido, entrou na frente aquele momento para salvar Rey. Mas ficou aliviado, pois conseguiu matar Snoke antes de morrer pelo veneno.
Ben estreita os olhos, e nada diz a respeito as palavras de Snoke, apenas enfincou mais fundo o sabre na carne do Sith que urro de dor curvando seu corpo para trás. A lâmina de luz pulsou e desintegrou pela metade, na segunda vez os olhos do homem desintegraram numa luz e explodiu.
O interior do tempo foi tomado por uma luz forte, Rey tapou os olhos da claridade que levou apenas alguns segundos - foi diminuindo, diminuindo ate voltar a forma do sabre de luz.
Exausto, Ben retraiu o sabre e caiu de joelhos, depois apoiou as mãos no chão para não cair por completo. O veneno estava fazendo efeito e Rey não estava ciente deste fato.
Rey correu até ele e o ajudou a se levantar0, que com muito esforçou se colocou de pé disfarçando a ação do veneno em seu sangue, e a abraçou.
Desesperada ela deslizou suas mãos preocupadas pelo rosto e cabelos, beijando-o por todo o rosto demonstrando estar muito feliz:
- Você conseguiu.
- Não, nós conseguimos.
Beijou-a de forma vagarosa, acalmando-a com movimentos amorosos de seus lábios quentes sobre os dela. O beijo era intenso, amoroso, como e fosse o primeiro, ou... o último.
Ben cessa o beijou virando o rosto para tossir, se desvinculou dela e caminhou em direção ao altar:
- Va-mos, logo com isso.
Rey notou que tinha algo errado, parecia manco, e em nenhum momento trocaram olhares. Seu tornozelo já tinha sido curado por ela, e o seguiu se colocando na outra extremidade do altar.
Duvidosa, Rey analisou-o de cima em baixo e perguntou:
- Oque foi Ben?
- Estou bem. Deve ser porque manuseei o sabre da luz, não estou acostumado.
Rey o conhecia bem e não se convenceu, depois conversariam sobre. ´´ Coitado, aquela conversa com Snoke trouxe más recordações.´´
Rey inclinou-se sobre o altar acariciando-o no rosto:
- Depois que tudo isso acabar prometo que farei uma boa massagem e aquele lanche de que você adora.
Foi devastador ouvir aquela voz doce e celosa, o homem controlou-se para não chorar. Retirou as luvas e tocou na mão dela com suavidade, sentindo todo aquele calor de sua pele.
Depois a retirou do seu rosto num sorriso forçado, ela o sentiu tremer.
Algo definitivamente estava errado.
Olhou para cada canto do corpo dele e não viu um arranhão, nem mesmo uma gota sequer de sangue. Apenas suor e terra nas roupas.
Ben cortou logo o clima e abriu o sabre de luz, retirando a Joia da luz e a entregando para Rey. Ela fez o mesmo e retirou a Joia negra do sabre e lhe entrego.
Colocam as duas gemas no meio do altar e deram as mãos. Soltaram um longo suspiro e fecharam os olhos, concentrando-se para conectar a Força, depois mais uma vez respiraram fundo - sentindo a força do equilíbrio os envolver como uma árvore da força invisível que crescia sobre aquele altar.
Podiam sentir o aroma doce das folhas e o vento fresco que ela proporcionava. Foi crescendo e crescendo ate envolver a antena no topo do templo, com isso o escudo em torno do templo foi quebrado.
Luke e Sirius perceberam e se levantaram, mas então Luke sente seu corpo formigar e hesitou, não entraria lá, poderia atrapalhar o processo caso Rey o visse.
Ben e Rey começam a citar com deliberação as palavras de poder, que seriam manifestadas por toda a força na galáxia.
Cada pedra, rio, cidade, criatura sentiriam as mudanças. Os extremos diminuiriam com o tempo e os maléficos desapareceriam, tanto quando Jedis que poderiam estar escondidos em algum lugar com suas crenças passando adiante.
A voz alta dos dois ecoaram pelo templo harmonicamente:
´´ Não há o bem sem o mal, mas o mal não pode prosperar.´´
´´ Não há mal sem o bem, mas o bem não pode prosperar.´´
´´ Há apenas a força, e ela se transformará a sua maneira em cada canto da galáxia´´
´´ Nela há paixão, luz, dor, sofrimento, serenidade, sabedoria...Amor e ódio! ´´
´´ Dia e Noite´´
´´ Somos os manejadores da chama, os protetores do equilíbrio´´
De repente ficam em silêncio quando ouviram um rugido do maquinário. Depois ambas Joias começaram a brilhar e levitar no meio deles numa dança, entre as mãos dadas.
Então continuam.
Rey apenas sita a frase:
- ´´ Eu sou a detentora da tocha, iluminando o caminho´´- Joia da luz parou na frente de Rey e brilhou mais forte.
Ben diz em seguida:
- ´´ Eu sou o protetor da chama, soldado do equilíbrio ´´ - a Joia negra fez o mesmo ficando estática a sua frente.
E os dois terminam juntos:
´´ Somos os escolhidos pela força, os representantes dela manifestados na matéria.´´
As Joia param de girar e o som da máquina mudou de ronco para um zumbido baixo, as escrituras da parede brilham num tom azul formando lindos desenhos por todo interior do templo.
Ambos abrem os olhos de forma instintiva e pegam as Joias no ar. Precisam agora encaixa-las nas escrituras entalhadas na parede. Rey pega na mão de Ben e sorri, e o puxa para irem juntos coloca-las, mas Ben sente um forte desconforto e cambaleia para frente quase caindo.
No reflexo Rey o segura antes de cair, Ben sorri para transmitir que estava tudo bem e diz:
- Estou esgotado, vou precisar descansar bastante depois disso tudo.
Rey desliza as mãos nas costas dele como amparo, ele se coloca firme de pé e caminham até as escrituras. Ambos colocam as Joias ao mesmo tempo sem hesitar, encaixando-as no dentro da gravura.
O templo começou a tremer.
Aliviado, Ben se jogou sentado no chão. Não tinha mais forças para ficar de pé, o veneno estava queimando suas pernas, não as sentia mais. Rey abaixou-se ao seu lado e notou que algo realmente não estava bem, e temeu por um segundo que ele poderia desaparecer nesse processo.
Lá fora.
As nuvens carregadas começaram a se dissipar, dando espaço ao céu noturno forrado de estrelas. O centro da galáxia era facilmente visto com toda sua espetacular luminosidade. Percebeu tambem que antena do templo estava bem alinhada á ele.
Luke viu um grande raio de luz branca e negra atirar para o céu rumo ao centro da galáxia. Sentiu uma grande paz envolver seu coração naquele momento, olhou para seus pés e eles já haviam desaparecido. Sirius arregalou os olhos quando percebeu, passou o braço em torno no ombro de Luke o consolando.
O Jedi solta um suspiro de alivio:
- Finalmente terei paz companheiro Zabrack.
- Você sempre esteve com a força, apenas retornará para sua verdadeira casa.
Luke sorri e solta um suspiro:
- Agora que tudo deu certo, preciso me despedir deles.
Sirius o apoia nas costas e o leva até a porta do templo, mas ela se abre no mesmo instante e a imagem preocupada de Rey surge na porta.
Ao ver Luke começando a desaparecer ela congelou, seus olhos ficaram vidrados nas pernas que ele não possuía mais. Seu corpo desaparecia num pó branco que logo sumia como uma fumaça.
Sirius passa por Rey que ficou sem reação, e o leva até o interior do templo o colocando sentado apoiando as costas num pilar.
Rey não conseguia tirar os olhos dele, os mesmos começaram a encher-se de lágrimas ao vê-lo daquela forma:
- Mestre Luke! - disse ela chorosa logo o abraçando . - Não acho isso certo, você é uma boa pessoa.
Luke fechou os olhos e a abraçou envolvendo-a num único braço:
- Quando tudo parecia perdido para mim você apareceu aquele dia em Ahch-to. Me trouxe alegria e esperança quando só existia abismo ao meu redor. E o melhor, trouxe meu sobrinho de volta.
Procurou seu sobrinho em meio as pilares do interior do templo, então foi que o viu. Ben o fitava de longe entristecido, escorado num pilar parecendo criar forças para se aproximar do tio. Luke então notou que Ben parecia doente, e lembrou-se do que Anakin lhe alertou.
Apenas fechou os olhos e continuou:
- Não sei como lhe agradecer menina, ou melhor,...a escolhida da luz.
Rey se afasta e o olha nos olhos, estavam tênues e serenos. Muito mais calmo e conformável com seu destino do que ela, que era a criadora de toda essa profecia milenar. Mas tinha algo que não desapareceria nesse processo, o carinho e amor que sentiam um pelo outro. Boas lembranças de viagens interestelares á brigas e risos.
Ben soltou o corpo e deslizou as costas pelo pilar até cair sentado no chão. Olhou para o tio e abaixou o capuz para olha-lo melhor. Na troca de olhares Ben fez um sinal na direção do pescoço, que seu tio que captou a mensagem na hora.
Luke sorri para o sobrinho, logo em seguida desaparecendo numa fumaça branca e luminosa.
Rey que o abraçava no momento não o sentiu mais em seus braços, abraçou o ar. Algumas gotículas molharam o chão do templo, apenas a saudade era o sentimento maior no coração dela. Sabia que ele estaria com a força, partiu com coragem e confiança em sua fé.
Ao se virar para Ben notou que ele estava deitado, parecendo estar com falta de ar. Sirius estava ao seu lado chegando oque podia estar havendo.
Rey correu e se jogou de joelhos ao seu lado,...Não ele não!
Ben esforçava-se para manter um sorriso no rosto para deixa-la mais calma. Rey o checou de cima em baixo e puxou a gola de seu traje, então foi que viu um furo no pescoço, e as veias ao redor dele estavam estufadas e escuras.
O homem nota o desespero nos olhos de sua amada e agarra seu pulso para acalma-la:
- Me perdoe.
- Oque foi que aconteceu Ben?! - perguntou afoita
- Apenas defendi minha família.
Foi ai então que Rey teve um flash, lembrou-se daquele momento que a empurrou da batalha.
Rey começou a abanar a cabeça insistentemente não aceitando. A Joia poderia cura-lo, mas estava sendo usada naquele momento para a realização da profecia.
Ela olhava para ele e para a Joia ao mesmo tempo.
Ben a segurou com força para não se erguer dali e arrancar a Joia do parede - puxou-a contra seu corpo estirado no chão e a abraçou. Rey desaguou nesse momento o xingando com todos os nomes possíveis.
Sirius se entristece retirando-se dali para deixa-los a sós.
Abraçada com ele, Rey sussurrava inconformada no ouvido dele:
- Isso não está certo, precisa ficar vivo pela profecia...por mim ... e, seus filhos. - emitia a voz trêmula.
- Talvez seja melhor, poderia não ser um bom, pai.
Rey se afasta e o fita com reprovação:
- Pare de dizer bobagens, como seria um pai ruim?
Ben hesita em dizer num engasgar da saliva, e desvia os olhos dela:
- Pelo o que e fiz com meu próprio pai, como contaria sobre o avô deles?
Rey pisca várias vezes e abana a cabeça negativamente:
- Pare com isso Ben Solo! - soa num ar de bronca - Sabe muito bem que foi manipulado, e Han se matou para te salvar!
Ben fecha os olhos de forma dolorosa, segurando as lágrimas que martelavam de seus olhos para derramar:
- Se a força assim desejou esse destino para mim...- ele pausa e toma ar, contendo gemidos da dor que só crescia - Meus pais morreram por minha causa, muitas pessoas inclusive...talvez eu não mereça a paz, se, eu as tirei de muitas pessoas.
- Pare...pare... - implorava num gemido de choro, acariciando lhe no rosto. – Preciso muito de você aqui.
Ben estremece os lábios e aperta os olhos desafogando seus sentimentos em água, que escoriam por seu rosto e caiam no chão de pedra:
- Não serei um bom exemplo a meus filhos Rey. - murmurou em sofrimento.
- Mas você salvou a galáxia, será que a força não vê isso? - olhou ao redor contrariada.
- Era o mínimo que eu devia fazer por tudo oque fiz.
- NÃO!
Rey se ajoelha desesperada ao lado dele e toca em cima do ferimento, usando a técnica de cura com todo seu potencial.
Ben a impede segurando seu pulso:
- Esse foi o mesmo veneno, que, matou minha mãe, ele,... n-não tem cura. - disse ele com a voz trêmula.
- Cala a boca... cala boca... - dizia a si mesma resmungando entre lágrimas e tentando cura-lo.
Ben rosnou alto com a dor forte que sentiu no coração, contorceu-se agarrando-se a Rey:
- R-ey, por favor! – grunhia de dor apertando os olhos - Diga a meus filhos que o pai deles, amava demais a mãe, deles... - tossiu de forma descontrolada.
Rey entra em desespero e tenta usar a cura novamente como Serehna fez, até mesmo com Felicia. Ela o beijou passando grande quantidade de energia, mas ele se contorcia e era difícil fixa-lo parado.
Seria insuportável viver sem ele, por mais que podia ser iluminada e conhecedora da força ela tinha filhos. Parecia um teste do lado sombrio sob suas filosofias, Rey não entendia mais nada.
Era seu sonho constituir uma família com ele, e ele com ela. Pensou por um instante que para ele devia ser mais doloroso, não poderia estar ali, vê-los crescer, brincar e curtir cada momento.
INJUSTO, pensou ela.
A familia de Ben foi destruída antes mesmo dele se corromper pelas garras de Snoke. O causador de tudo isso já tinha tomado seu destino, e o menos culpado ali era Ben, que foi vitima.
...Silêncio....
Rey não o ouviu mais gemer, nem respirar, muito menos lhe tocar...
Não tinha forças para olha-lo, apenas toca-lo. Deslizou suas mãos pelo corpo dele apalpando a direção até seu rosto, encostou o rosto no peito dele e chorou.
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