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História Prisoner. - A vingança é vazia.


Escrita por: Wolf-b

Capítulo 29 - A vingança é vazia.


Fanfic / Fanfiction Prisoner. - A vingança é vazia.

Sasuke nunca teve o costume de pensar no que acontecia após a morte e mesmo passando a vida inteira para vingar a morte do seu clã, ele nunca tinha pensado realmente na morte.

Muito menos na sua morte.

Ele só tinha um objetivo em sua vida e desde que soube a verdade por trás do que tinha acontecido, Sasuke não parou para realmente pensar no que aquilo queria dizer. Era covarde demais para admitir para si mesmo – mesmo em pensamentos – que tudo o que o tinha motivado por todo aquele tempo era ódio infundado a pessoa que mais tinha se sacrificado.

Sozinho durante todo aquele tempo, carregando para si uma culpa que não era só dele, o ódio por aquele que tinha sacrificado tudo e ainda continuava pensando nele.

Depois de ouvir tudo aquilo, mesmo que por fora ele se mantivesse de pé, lutando, Sasuke se sentia morto por dentro e a cada clone que ele matava mais certeza daquilo ele tinha e por isso a morte não passava pela cabeça dele.

Já estava morto, então por que se importar? Nada o fazia ter apreço ou gosto pela vida.

A vingança tinha sido sua ruína, mas era única coisa que o manteve de pé.

Até saber que Sakura estava viva, saber que ela estava viva mudava tudo.

A morte não era justa para todos e era dolorosa para Sasuke. Todo seu corpo doía como se tivesse sido espancado sem direito a defesa, seu chakra fazia uma pressão enorme sobre seus portões, querendo fluir por seu organismo, mas algo impedia, em especial nos seus braços.

Mesmo sentindo seus membros pesarem, ele tentou movimentar seu braço para tentar se livrar do desconforto.

— Olha, a princesa voltou.

O que?

Aquela era a voz do Suigetsu? Aquele idiota também tinha morrido? Seu inferno era acompanhado por ele?

Sasuke ouviu uma movimentação, mas quando abriu os olhos não conseguiu enxergar, o que gerou pânico. Desde que nasceu lhe foi ensinado que seus olhos eram a parte mais importante na batalha e mesmo que ele possuísse outros jutso que não dependiam de seu Sharingan, não tê-lo era mais do que apenas perder um braço ou uma perna.

Ele era um Uchiha, perder seus olhos era perder parte de sua identidade.

Ouviu uma movimentação se aproximando.

— Tente não fazer esforço, não era para ter acordado ainda. – ouviu Suigetsu mais uma vez, ouvindo também ele depositar algo próximo de onde estava deitado.

As palavras não bastaram para sossegar a agitação de Sasuke e mesmo com certa dificuldade, ele tentou levantar o braço, mas foi impedido pelo toque gelado de Suigetsu.

— Dá pra não ser um imbecil agora? – abaixou o braço do Uchiha com força. – Você está apagado por exaustão, precisa de mais tempo para ficar bem.

O que tinha acontecido? Onde estava Sakura? O que Suigetsu fazia ali?

— O que... – ele tentou perguntar, mas sua garganta estava muito seca como se não falasse a dias.

— Você realmente ia sacrificar a Karin?

E talvez pela primeira vez desde que o conheceu, Sasuke não ouviu deboche ou ironia em algo que Suigetsu dizia.

O Uchiha se manteve em silêncio, preferindo não responder a pergunta dele.

Suigetsu bufou.

— Ele está bem? – ouviu Juugo entrar no cômodo.

— Bem, eu não sei, mas ainda é o mesmo filho da puta desgraçado de antes. – Suigetsu respondeu e Sasuke ouviu a movimentação dele se afastando enquanto ouvia outra presença se aproximando. - Talvez até mais.

— Aqui, água.

Sasuke sentiu algo encostar em seus lábios inferior e abriu a boca dando mais espaço para que Juugo derramasse água para aliviar sua garganta. Ele bebeu até a ultima gota e mesmo que sentisse melhor, sua garganta ainda pedia por mais.

— Meus olhos... – conseguiu soltar com dificuldade.

— Eles se deterioraram com o uso do Mangekyo. – hesitou. – Não havia muito o que fazer.

Sasuke engoliu seco. Ele... Ele estava cego? Virou a cabeça para o lado oposto, se recusando a deixar que Juugo  conseguisse ver qualquer emoção que pudesse transparecer.

— Quanto tempo estive apagado? – perguntou querendo desesperadamente mudar de assunto.

— Dois dias.  

Ele assentiu levemente, engolindo seco. Outra questão assombrava sua mente.

— E onde ela está?

Juugo ficou em silêncio por alguns segundos antes de responder.

— Se recuperando.

Sasuke voltou o rosto na direção onde achava que Juugo estava, sabendo que se eles pudessem ver, veriam seus olhos estarias arregalados. Se recuperando? Sakura estava se recuperando? De que? Algo tinha acontecido a ela enquanto estive apagado?

— O que aconteceu com ela? – não pode evitar em soar um tanto desesperado.

— Você enfiou a espada no peito dela! – ouviu Suigetsu praticamente gritar indignado mostrando que tinha voltado a sala.

Sasuke uniu as sobrancelhas.

— Do que você está falando?! – soltou ríspido, tossindo forte e alto em seguida.

Sua garganta não está preparada para falar daquela forma ainda.

— Não é possível, voltou desmemoriado, é? – sentiu uma aproximação rápida que foi rapidamente parada.

Provavelmente Suigetsu tinha avançado nele, mas Juugo o parou no meio do caminho.

— Apesar do que aconteceu, Karin está se recuperando e fora de risco. – Juugo informou como sempre atuando como o apaziguador.

Karin? Eles estavam falando sobre a Karin?

Ele já tinha milhares de frases prontas em sua mente, mas sabia que sua garganta não iria aguentar um discurso, na verdade sua agitação só o fez voltar a tossir.

— Sa... Saku... – tentou falar, mas continuou a tossir. – Sakura. – finalmente conseguiu soltar.

E então silêncio por parte dos outros dois, tudo que se ouvia era a tosse alta do Uchiha.

Por que eles não falavam nada? Por que Suigetsu não falava nada? Ele sempre falava algo. O fato de Sakura estar viva deveria ser chocante, por que eles não falavam nada naquilo?

Ele não teria... Imaginado aquilo tudo, teria?

Sua mente perturbada não seria capaz reviver Sakura só para torturá-lo daquela forma, seria?

— Sa... Sakura. – tentou mais uma vez, se recusando a acreditar que sua mente teria criado tudo.

Os dois continuaram em silêncio, mas ele pode sentir os chakras deles se afastando dele parando um pouco distante.

— Podem ir.

As vozes em sua cabeça se calaram quando a voz da kunoichi preencheu o silêncio do cômodo. Mesmo hesitantes, os outros dois deixaram a rosada sozinha com o Uchiha.

Sakura olhou analiticamente para o corpo deitado sobre o futon. Quem o viesse naquele momento, frágil, pálido e com os olhos vendados, talvez se deixasse enganar duvidando que aquele Uchiha tinha sido o culpado por tanto sofrimento e mortes.

Apesar do estado apático que ele se encontrava, Sakura sabia que não poderia abaixar sua guarda, ainda não.

Depois de apagar Sasuke, ela o carregou para um local seguro onde se certificou de usar seus conhecimentos como médica, por meio do controle de chakra induzi-lo em um sono profundo para que ele não acordasse enquanto ela estivesse longe.

Achar Suigetsu e Juugo tinha sido relativamente fácil, teve apenas que seguir o rastro de destruição e sentir a grande massa destrutiva que Juugo tinha se transformado quando perdia o controle. Depois de reverter o estado de Juugo, convencê-los que estava viva não tinha sido tão complicado quanto ela achou que seria.

Obviamente, eles ficaram chocados de primeira, mas aos poucos foram acreditando ainda que as vezes ela ainda os pegasse a olhando desconfiados que poderia realmente ser ela.

Sakura observou quando Sasuke inspirou profundamente e virou lentamente o rosto em sua direção, como se pudesse vê-la parada ali mesmo com os olhos vendados.

A kunoichi deu alguns passos parando apoiada na pratilheira embutida onde estavam suas soluções e antídotos, mantendo certa distancia dele e Sasuke a acompanhou com a cabeça.

 — Como? – Sasuke soltou rouco.

Sakura soltou um pequeno suspiro, alcançando a jarra d’Água.

— Aqui, vai ajudar na sua garganta. – segurou o antebraço dele e o ergueu, guiando sua mão até a jarra.

Mesmo sem muita firmeza, Sasuke levou a jarra até os lábios levando alguns minutos para tomar toda a água. Tateando ao seu redor, ele depositou a jarra no chão ao lado do futon.

— Eu pensei que...

— Eu tinha morrido? – interrompeu o que ele dizia. – Ambos sabemos agora que precisa-se muito mais do que enforcar uma pessoa para que ela morra.

Sasuke moveu a cabeça para o lado oposto ao que ela estava.

Não sabia se Sasuke ainda estava ressentido por sua traição ou se gostaria de ouvir sua versão da história, por isso tinha decidido não tocar no assunto até que ele mostrasse interesse.

Juugo tinha confidenciado quando estavam a sós que após Sasuke ficar sabendo da verdade por trás das ações do irmão seu comportamento tinha mudado, pra pior.

E os relatos sobre a deterioração do ex-companheiro de time ganharam força quando Suigetsu apareceu carregando Karin prestes a morrer. Sakura tinha certeza que todo o desejo de vingança de Sasuke iria se focar nos conselheiros após saber da verdade, mas não pensou que ele seria capaz de descartar a ruiva daquele jeito.

Será que o Uchiha tinha entrado em um caminho sem volta? Tudo que Itachi desejou para Sasuke teria se perdido pelo caminho de ódio que ele traçou?

Sasuke levou uma das mãos até a venda dos olhos, pressionando a lateral da testa.

— Disseram que meus olhos se deterioraram com o Mangekyo, é verdade? – levantou o rosto para ela.

— Sim, seus olhos ainda não estavam preparados para um uso Mangekyo, era questão de tempo para que ficasse cego. – levou uma mão até um dos frascos na pratilheira, passando a ponta dos dedos pelo rotulo improvisado. – Foi por pouco, mas consegui fazer a transfusão.

 — Transfusão? – Sasuke repetiu, confuso sem saber se tinha entendido direito.

— Transplantei os olhos de Itachi para você. – os olhos verdes desfocaram ao lembrar-se do irmão de Sasuke. – Com os olhos dele, você herdará as técnicas que ele possuía e terá mais facilidades para aprender novos jutsos no futuro.

— Como isso é possível?

Sakura trocou o peso de uma perna para a outra, pensando nas melhores palavras para que fosse mais fácil de explicar e dele de atender.

— Enquanto vivo, Itachi previu que sua visão poderia se deteriorar e me instruiu do que teria que fazer. – sentiu-se um tanto estranha por relatar algo sobre sua convivência com Itachi para Sasuke. Era irreal demais estar comentandoisso com a pessoa que tentou matá-la justamente por estar ao lado de Itachi. – Como já conhecia seu organismo e já estava familiarizada com seu fluxo de chakra, o procedimento foi relativamente fácil. – completou sem se importar em parecer um tanto confiante demais.

O silêncio se acomodou entre os dois, um silencio incomodo e perturbador que Sakura não soube, melhor dizendo, não queria terminar.

Talvez nem um dos dois estivesse pronto para conversar sobre o que tinha acontecido.

Sakura tinha se desencostado da pratilheira e estava prestes a caminhar para fora da sala quando ouviu a voz de Sasuke interromper o silêncio.

 — Por que? – a pergunta saiu tão baixa que se o cômodo não estivesse em completo silêncio, Sakura não teria conseguido ouvir.

Não respondeu, esperando que Sasuke completasse sua pergunta.

— Por que aceitou participar disso?

A kunoichi piscou algumas vezes, um tanto surpresa. Pelo jeito estava errada, Sasuke não iria fazer rodeios sobre o assunto.

— Confesso que depois de tudo o que houve, depois de saber que Tobi já contou boa parte da historia, eu não esperava que você fosse querer saber por mim o que aconteceu. – disse desviando o olhar para a chama de uma das velas que iluminava o cômodo.

Sasuke não disse nada, mas ela sabia que ele ainda esperava por uma resposta. Ela não sabia até onde Tobi havia contado e pra não se tornar repetitiva, resolveu contar a versão resumida dos acontecimentos.

 — Há algum tempo atrás, Konoha recebeu um pedido de ajuda de assistência médica e a sensei me convocou para ir, porém durante o caminho Itachi me encontrou. – seus olhos voltaram a se desfocar. – E por genjutso, ele me mostrou a verdade por trás do massacre da sua família, eu... – ela uniu as sobrancelhas, engolindo seco e sua face se contorceu como se sentisse a dor que Itachi tinha passado enquanto mostrava suas memórias a ela. – E me pediu ajuda.

— Por que? Por que logo você? – Sasuke perguntou entre os dentes, parecendo estar irritado. – Por que não qualquer outra médica? Por que... Você?! – cuspiu a ultima palavra.

Sakura voltou seu olhar para ele, assumindo uma postura defensiva. Ela ergueu o queixo, não gostando do questionamento dele do porque Itachi a escolheu.

— Faz sentido um paciente terminal procurar a aprendiz da melhor medica do país. – respondeu ácida.

Sasuke virou o rosto para longe dela e os dois voltaram a ficar em silêncio.

O clima realmente tinha pesado naquele momento.

— Porém mesmo com o meu treinamento, não havia muita coisa que eu pudesse fazer para ajudá-lo então comecei a buscar outras formas. – Sakura continuou, ignorando o clima tenso que tinha se formado. – E isso significa buscar até mesmo na ciência abominável de Kabuto.

— Por isso você estava naquele esconderijo onde te encontramos. – Sasuke disse unindo um ponto ao outro.

Sakura deu uma risada seca relembrando como eram os interrogatórios de Sasuke.

Arrogante, Sasuke sempre andava de nariz em pé acreditando ser o dono da verdade quando provavelmente era o mais cego.

— Eu não estava lá atrás de você. – disse pausadamente, tentando fazer com que Sasuke entendesse o que ela esteve dizendo desde que se encontraram. – Nunca tive planos de encontrar com você depois que me uni a Itachi.

Mesmo com os olhos vendados, Sakura pode ver pela forma como ele crispou os lábios e virou o rosto, que suas palavras tinham surtido efeito nele.

— Mas eu te encontrei. – rosnou as palavras voltando o rosto para ela. – Te dei a escolha de vir comigo e você... – as mãos dele se fecharam com força, agarrando os lençóis que cobriam seu corpo. – Você jurou que se estivessemos juntos não me deixaria voltar atrás, disse que mataria por mim. – ele se negava a acreditar que ela podia ter jogado fora as únicas promessas que ele manteve para seguir com seu irmão. – Disse que faria qualquer coisa por mim! – chegando quase a gritar nessa parte.

Sakura se manteve calada, observando Sasuke ofegar como um touro raivoso esperando que ele extravasse um pouco do que tinha dentro de si e então com toda calma, disse.

— E não foi isso que eu fiz?

Os nós esbranquiçados pela força que Sasuke fazia foram relaxando.

Ela se distanciou da aldeia, se distanciou de todos que eram preciosos para ela para entrar na toca dos lobos. Como uma mãe, ela tomou decisões que sabia que doeriam em Sasuke, mas que sabia que eram as melhores para ele.

— Uma vez eu disse que meu papel não era ao seu lado porque sabia que você nunca me perdoaria, mas mesmo assim, ajudei Itachi porque sabia que todo o ódio profundo que você dizia ter, um dia tinha sido amor. – ela olhou para baixo, desconfortável em ter que se expor e com um certo pânico em parecer com aquela garotinha que Sasuke odiava quando criança.

O pânico aumentou junto com seu nervosismo e a urgência para deixar o cômodo era quase sufocante.

Ela não estava preparada para falar disso. Nunca esteve. Era sufocante demais ter que desenterrar seus sentimentos que, com tanta luta, ela suprimiu por todo aquele tempo.

— Você precisa descansar. – engoliu seco, tentando estancar seu nervosismo grato por Sasuke não poder ver seu nervosismo. – Mais tarde, alguém trará algo pra você comer.  – disse já caminhando para fora do cômodo.

Não poderia amolecer, não iria amolecer. Iria cumprir suas promessas e voltaria para vila.

Ela finalmente voltaria para a vida onde Sasuke a tinha deixado. 


Notas Finais


E finalmente temos uma atualização!
E finalmente temos o encontro dos dois!
Quer dizer, finalmente um encontro onde um não tenta matar o outro, né? HAHAHAH
O que acharam do capitulo? Sentiram o leve ciúme do Sasuke com o Itachi?
PS: Pra quem não lembra do anime/manga, quando o Sasuke está indo embora a Sakura realmente faz essas promessas de seguir, matar e fazer qualquer coisa por ele.
To tão emocionada que chegamos a 1.000 favoritos, tanta gente bonita acompanhando!
Beijos, beijos!


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