História Private Hell - Newtmas fic - Mom

O relógio marcava só 07:30hr mas Newt já se encontrava acordado a um certo tempo. Por mais que estivesse com sono não conseguia voltar a dormir. Sempre que fechava seus olhos se lembrava do encontro que tivera com Thomas ontem.

 

E só de relembrar um frio o atingia na boca do estômago. Uma sensação nova e estranha para o loiro. Haviam se beijado novamente. Dessa vez ambos sóbrios e com consciência daquilo. Os dois queriam aquilo. E para melhorar, a amizade não mudou em nada. Poderia dizer que talvez, ela apenas tenha ficado colorida.

 

Optando por deixar esses pensamentos de lado - afinal, se continuasse pensando nisso ficaria o dia inteiro na cama - Newt se põe de pé e faz todo o ciclo matinal de sempre que consiste em banho, se arrumar e ir para o café.

 

Chegando no local onde as refeições eram feitas, o loiro observa que somente Janson está a mesa. A mesma pose de sempre. Olhos fixados no jornal e uma xícara de café ao lado. Novamente a ausência de Ava fez com algo na mente do garoto se alerta-se, como se algo estivesse passando em branco.

 

O loiro se senta a mesa e se serve de um copo de suco de uva - seu sabor preferido -, e de duas torradas as quais ele passa uma quantidade generosa de geleia de morango. 

 

- Onde está Ava? - Newt questiona dando uma mordida em sua torrada.

 

- Falar enquanto come é falta de educação. - Janson rebate sem tirar os olhos do jornal.

 

- Fingir que se importa também. - O loiro retruca sorrindo maroto. - Onde ela está? Não a vejo tem um tempo.

 

- Sua mãe está de cama, nada com o que se preocupar. - O mais Velho responde.

 

- Ela está tão mal que não pode nem fazer as refeições conosco? - Newt questiona querendo tirar alguma informação que pudesse estar oculta. 

 

Janson da um suspiro pesado deixando o jornal sobre a mesa.

 

- Ela apenas prefere se alimentar lá. - Janson fala de modo seco. - Já disse que não tem com o que se preocupar.

 

- Mais tarde vou ir vê como ela está. - O loiro anuncia bebericando seu suco.

 

Newt nota Janson assumir uma expressão de desconforto. Alguma coisa estava errada.

 

- Você não vai querer incomodar sua mãe. - Janson comenta ríspido.

 

- Ela não vai se importar. - O mais novo retruca desafiador.

 

Newt se levanta da mesa e segue até a seu quarto. Observa o olhar de Janson sobre si enquanto sobe o enorme lance de escadas da casa. Chegando ao segundo andar do local o cogita a ideia de ir ver Ava mas decide esperar um pouco - por mais que algo dentro de si estivesse inquieto -, iria a vê mais tarde.

 

Começa a pensar no que pode fazer. Thomas e seus amigos estão na escola. Sonya deve estar se preparando para ir trabalhar e Trina havia comentado sobre um ensaio fotográfico. Estava sozinho e sem nada para fazer.

 

Lembra de quando era mais novo e brincava de esconde-esconde com Sonya. Seu lugar favorito era o sótão da casa. Fazia tanto tempo que não ia lá que decide fazer isso agora. Não tinha o que fazer e visitar um lugar que marcou sua infância seria legal.

 

Após chegar no local e acender as luzes do mesmo. Newt percebe o quão abandonado o lugar se encontra. Provavelmente ninguém ia ali a um bom tempo. Haviam caixas de papelão espalhadas e empilhadas por todo o canto. 

 

Com a curiosidade nas alturas, o loiro começa a checar o que há no interior das caixas. Na primeira caixa continha várias bonecas, todas de Sonya, a irmã amava brincar com elas. Na segunda caixa o conteúdo pertencia ao loiro, vários carrinhos que tiraram horas de diversão do loiro quando menor. 

 

Newt checa outras caixas mas a maioria possuía a mesma coisa, brinquedos seus e de Sonya. Até a bicicleta e os patins que usavam quando mais novos. Sente uma dor atingir seu peito ao imaginar a quantidade de crianças que desejam um brinquedo mais não tem condições de ter enquanto ali havia vários guardados. Faz uma anotação mental de procurar alguma instituição ao qual possa doa-los. 

 

Percebendo que não tem mais o que fazer ali, Newt decide ir para seu quarto. 

 

- Merda. - O loiro exclama ao esbarrar em uma pequena caixa.

 

Algo nela chama a atenção do loiro. Diferente das demais essa está lacrada com fita. Alguma coisa em sua cabeça diz que precisa ver o conteúdo que tem ali dentro. Pega a caixa e segue até seu quarto.

 

Assim que adentra seu quarto o loiro opta por trancar a porta apenas por precaução. Apoiando a caixa em seu colo, o loiro rapidamente arranca o lacre da mesma. Ao abrir ve que dentro há algumas revistas velhas e um Cd.

 

Nota que a algo escrito no Cd: “S & N: 4”

 

Vasculha em sua mente se já havia visto aquelas letras em algum lugar. Então um luz surge. S e N seria Sonya e Newt? Poderia ser e faria todo o sentido. Com a curiosidade o dominando, Newt rapidamente liga a Tv e seu aparelho de Dvd e põe o Cd.

 

Em poucos minutos uma imagem toma conta da tela da Tv. Um gramado e aparentemente uma mangueira caída. Sons de riso tomam conta do video e duas crianças aparecem. Newt reconhece imediatamente quem são. Ele e Sonya quando tinham por volta dos quatro anos. 

 

No vídeo as duas crianças correm até a mangueira e a ligam, começando uma guerra de água. Depois de alguns minutos apenas assim, a Sonya do vídeo cochicha alguma coisa com o pequeno Newt. Os dois irmão vem até a direção da câmera 

 

“Mamãe, vem brincar com a gente”, o Newt do vídeo fala.

 

“Melhor não crianças”, Ava comenta rindo.

 

Newt continua a assistir o vídeo com um sensação nostálgica possuir seu peito. 

 

Depois de muito os irmãos insistirem, Ava acaba cedendo. A gravação treme por um instante, provavelmente a hora em que Ava põe a câmera no chão. E então a loira aparece pela primeira vez. Uma versão mais nova e sorridente de sua mãe. Ava usa um vestido longo e florido que em pouco minutos fica encharcado devido a guerra de água que retorna. O vídeo termina com Newt e Sonya se jogando em cima de Ava em um grande abraço.

 

Um ponta de dor atinge o coração de Newt. Não se lembrava desse dia e saber que ele e Sonya já foram tão próximos da mãe causa uma enorme tristeza em si. Ava sempre fora mais próxima de si comparado a Janson que nunca ligou para os filhos. 

 

Newt se põe de pé em um salto. Precisa conversa com Ava e isso o que ele fará. Sai de seu quarto a Passos rápidos até o quarto da mãe. Respira fundo antes de bater duas vezes na porta.

 

- Ah Rosa, esqueci de pedir… - Ava finaliza a frase assim que vê o loiro. - Newt… o que faz aqui?

 

- Janson disse que você estava de cama e eu vim ver como você está. - O loiro responde.

 

- Ah… ele disse mais alguma coisa? - A mais velha questiona.

 

- Não, só que você não estava bem. - O loiro a responde desconfiado. - Er… será que a gente pode conversar?

 

- Claro, entre por favor. - A mais velha fala dando passagem para Newt entrar. - Eu fiquei um pouco surpresa porque achei que fosse Rosa com o meu chá. - Ava explica enquanto vai até uma poltrona e senta.

 

- Entendo. - Newt comenta dando um risinho. - Você está bem? O que você tem?

 

- Sim, era só um mal estar no corpo, acho que uma gripe queria me pegar. - Ava explica calmamente. - E você, como vai? 

 

- Estou bem. - Newt fala dando um sorrisinho. - Agora, porque não me diz onde conseguiu essa marca roxa na cara? - O loiro completa vendo a cara de espanto de Ava. - Não achou que essa maquiagem estava escondendo né? 

 

- Eu cai e acabei batendo na mesa de cabeceira. - A loira responde automaticamente, como se fosse algo em que ela já estive acostumada a falar.

 

- Caiu e acertou exatamente a maçã do rosto? Bem estranho não é. - O mais novo fala desafiador. - Olha, sei que não somos próximos e nem nos falamos com frequência… mas pode me contar a verdade mãe. - Newt pede e leva sua mão até a de Ava, a segurando.

 

- Janson. - Ava sussurra quase como um suspiro.

 

- O que? Janson bateu em você?  - Newt pergunta incrédulo. 

 

Newt se levanta sentindo seu corpo fever. Por mais que Ava o tenha magoado, imaginar Janson batendo nela faz com toda raiva e rancor do mais velho aumente.

 

- Newt, calma! - Ava exclama tentando tranquilizar o filho.

 

- Você nunca esteve doente. Estava apenas fingindo pra ninguém ver. - O loiro murmura sem acreditar. - Por que ele fez isso?

 

- Janson, não é mais o mesmo. Ele anda estressado. Só pensa no trabalho e… - Ava faz uma pausa como se estivesse pensando se diz ou não mais alguma coisa.

 

- Ele não iria te bater sem motivo! - O loiro retruca raivoso. - Alguma coisa aconteceu.

 

- Fui contra um negócio que seu pai quer fechar. É uma gente estranha e eu não confio neles. Ele se irritou e me bateu. - Ava conta detalhadamente.

 

- Isso não pode ficar assim mãe. Precisa denunciar ele. Isso é violência. 

 

- Denunciar não adiantaria nada. - A loira o alerta.

 

- Prometa que se ele fizer isso de novo você vai me contar e iremos denuncia-los. - Newt pede quase que em um súplica.

 

- Eu prometo. - Ava concorda dando um leve sorriso. 

 

- Sei que somos um pouco afastados mas você é minha mãe e eu amo você e quero que saiba que pode contar comigo. - Newt pronúncia e sente como se um pesa saísse de cima de si. 

 

Newt puxa Ava para perto e da um abraço nela. Tinha tanto tempo que não fazia isso. Sua mãe retribui o abraço o apertando contra si. É um sensação boa, confortável.

 

- Eu já vou. Se precisar meu quarto é logo ali. 

 

Ava faz um maneio com a cabeça concordando. Antes de fechar a porta Newt olha para a mãe e sorri.

 

 (...)

 

Assim que chega em seu quarto, Newt começa a pôr a cabeça para trabalhar. Sabia que Ava não havia contado a história toda. Não sabe exatamente o que é. Mas não irá sossegar enquanto não descobrir.