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História Privileged - Newtmas Fic - It's Not Over


Escrita por: evilhoney

Notas do Autor


Hello,

Faz algum tempo, mas aqui estou eu, aproveitem

Capítulo 31 - It's Not Over


Fanfic / Fanfiction Privileged - Newtmas Fic - It's Not Over

Newt

 

O sol estava alto no céu enquanto eu acompanhava minha mãe em uma visita ao supermercado de Grafton Underwood, o subúrbio britânico de classe média em que ela e seu marido, Mark, decidiram morar pouco antes de ter um filho. Chuck, um garotinho de dois anos de idade rechonchudo e de bochechas vermelhas, que estava no banco de trás, dormindo após cansar de tanto correr pelos corredores do mercado em busca de doces e confusão. Crianças, afinal.

Minha mãe mantinha a atenção na rua, enquanto eu me distraí observando as casas de diversos estilos que foram construídas por aqui. Casas em estilos contemporâneos, casas estilo georgiano, estilo vitoriano, enfim, uma variedade. O panorama mudou quando entramos no bairro em que mamãe mora, onde todas as casas possuem o mesmo estilo, grandes casas de tijolos vermelhos que parecem ter sido construídas no fim do século XIX.

- Então, gostando da sua estada aqui? – minha mãe perguntou, mantendo a atenção na rua.

- Sim. – respondi, honesto. Apesar do calor, que é compensado pelas idas a piscina e passeios até o parque que fica próximo de casa, com um lago povoado por cisnes, um grande playground para a diversão das crianças do bairro, lanchonete, um público, estufas e um bosque onde casais se embrenham para torridos beijos, boquetes e tudo o mais, apesar de ninguém na comunidade admitir que isso aconteça.

- Que bom, fico feliz que esteja gostando. Estava com saudade de você, evidentemente. Gostaria que estivesse aqui quando Chuck nasceu. – declarou ela, seus cabelos loiros voando com o vento que estava entrando pela janela do carro.

- Isso teria sido legal.

- Com certeza. Mas... – ela fez uma pausa – Aliás, teria sido incrível se você morasse comigo, mas seu pai jamais permitiria.

Refliti sobre isso por um instante. De fato, meu pai não permitiria.

- Quando nos separamos, eu lutei muito pela sua guarda, mas não tinha o mesmo poder que ele tinha a sua disposição. Ele não quis me dar a guarda. Foi uma punição.

Sim, meu doce pai realmente é do tipo que faz isso, pensei comigo mesmo, não falando nada em voz alta.

- Sabe, quando eu conheci o Mark, eu ainda era casada com Janson, não era nossa intenção nos envolvermos, mas somos seres humanos, eu estava em um casamento infeliz e a única coisa que me prendia a ele era você. – ela confessou, não esperava por isso. – Mark garantiu-me que conseguiríamos a sua guarda, estávamos muito confiantes disso, mas seu pai usou o adultério como argumento, e com todo o poderio que ele tinha, acabamos perdendo, mas eu lutei muito para ter você ao meu lado em minha nova vida. Porém, eu falhei.

As lágrimas em seus olhos desceram e molharam suas bochechas rosadas. Não me contive e quase chorei junto a ela, mas me mantive forte

- Mãe, por favor. Eu entendo, não precisa se justificar, eu nunca a culpei. – disse, tranquilizando-a, afinal ela não precisava se justificar para mim, de forma alguma.

Ela olhou para mim e me abraçou após estacionar o carro.

- Eu te amo, meu filho. – seu perfume floral invadiu minhas narinas e me senti no paraíso.

Depois, subimos e enquanto tomava banho, pensei no momento que tive com minha mãe. Algumas vezes durante minha adolescência eu pensei que ela havia me abandonado, me deixado, mas quando eu sentia isso, corria para ler as cartas que ela me mandava de Londres, que ficavam escondidas em meu quarto, e ao ler as palavras dela, eu percebia que estava enganado, mas ela nunca havia me revelado que conhecera Mark enquanto ainda estava casada com meu pai. Na realidade, isso não muda nada, ela não pode ser culpada por ter se apaixonado por outro homem, afinal, pelo que sei, meu pai não a amava mais e se tornara frio e distante dela. Talvez ela ainda o amasse, ou pensasse que amasse. De qualquer forma, conhecer Mark fez bem para ela.

Depois do banho, decidi que daria uma caminhada pelo parque, que fica muito próximo de casa. Ao chegar lá, acabei encontrando-o a minha espera, ou não, quem sabe.

Tony.

Eu o conheci alguns dias atrás, quando vim com minha mãe para brincar com Chuck e enquanto ela levava-o ao banheiro, eu estava olhando para nada em específico, entendiado, quando ele se aproximou e começou a conversar comigo.

- Você não é daqui. - constatou, em um tom acusatório. Mas logo a conversa mudou de rumos e ele se mostrou amigável. Como eu estava entendiado, simplesmente deixei o papo rolar, até ele me convidar para puxar um baseado. Aceitei, inconsciente, e assim se tornamos amigos. Uma amizade de verão. Mas a parte mais difícil de ser amigo dele é o fato dele me lembrar Thomas. Quando estou com ele, me pego olhando-o e vendo Thomas em seu lugar.

Aliás, em nenhum momento dessa viagem eu deixei de pensar em Thomas. Ele está em minha cabeça em todos os momentos, apenas esperando para aparecer. Me peguei pensando em como seria maravilhoso se Thomas estivesse aqui para darmos uma escapadinha ao bosque e transarmos lá, ou quando estava andando pelo centro de Londres e quis que ele estivesse ao meu lado, e a noite quando me deito e não há ninguém ao meu lado. Eu já decidi que quando chegar em Nova York, irei a procura de Thomas para poder reatar com ele. Eu o amo, eu sei disso.

Sei disso com o mesmo fervor que Elizabeth Bennet soube que amava o Sr. Darcy. Para mim, não há dúvidas. Mas temos que Thomas possa ter ficado magoado comigo e me rejeite quando me ver novamente. De qualquer forma, a viagem já estava programada e fiquei em choque com o que descobri dele, mas fui impulsivo ao decidir dar um tempo. Eu não deveria ter feito isso.

De qualquer forma, quando cheguei e comecei a conversar com Tony, tentei não pensar em Thomas, mas ele estava lá, no meu coração.

- Fez o que hoje? - perguntou Tony, enquanto andávamos em direção ao bosque. Não, não iríamos transar lá, mas sim fumar um baseado. O bosque também é usado para isso.

- Nada, hoje foi bem tranquilo, porque eu fiquei o dia todo em casa e fui ao supermercado quando minha mãe voltou do trabalho. - respondi. Esse havia sido um dia diferente dos outros que passei aqui, porque eu não me restringi a ficar apenas em Grafton Underwood, mas viajei todos os dias de trem para Londres e passear por lá, explorando todos os lugares que eu gostaria de conhecer. E todos os dias eu voltava para Grafton Underwood de trem. Me senti um garoto no trem.

- Legal, cara. - Tony disse, enquanto acendia o baseado. Ele deu a primeira tragada, soltou a fumaça e me passou o beckzinho. O peguei e traguei.

- Pois é. Não há muito o que fazer nessa vizinhança. - disse. De fato, havia observado e andado pela vizinhança, para conhecer, e apesar de parecer tudo muito pacato, posso imaginar que tipo de coisas ocorrem entre os belos jardins das pomposas casas. Sabe, aquele negócio de fofocas, intrigas, segredos, crimes. Coisas de subúrbio.

- Não acontece nada nesse bairro? - perguntei.

Tony riu, ele sabe das coisas que acontecem por aqui.

- Pois é, mas acontecem muitas coisas por aqui...

- Tipo, o que? É tão entendiante que alguém poderia se matar para fugir desse tédio. - afirmei, sabendo que poderia estar exagerando, mas foda-se. Traguei novamente quando Tony me entregou o baseado. Esse é um dos melhores que já fumei.

- Na verdade, uma mulher se matou à cerca de três meses. Uma dona de casa - Tony contou, olhando-me sério com seus olhos azuis, muito profundos naquele momento, a fumaça do baseado encobrindo seu olhar parcialmente.

- Nossa, sério? Isso até parece a América. - brinquei.

Ficamos ali por um bom tempo, terminamos aquele baseado, fumamos outro, até ficarmos entendiados.

- Quer ir lá em casa jogar Overwatch? - sugeriu Tony. A sugestão me interessou, então simplesmente aceitei.

Caminhamos até a sua casa, uma bela casa branca, com flores na porta.

Chapados, entramos em casa e subimos para o quarto de Tony. Diferentemente do que pensei, o quarto dele não era bagunçado. Na escrivaninha, um MacBook repousava, devidamente fechado, alguns livros organizados ao lado. A cama, impecavelmente bem arrumada... Até ele pular nela e bagunçar tudo. Havia um sofá a frente da TV Led instalada na parede, mas ele decidiu que queria ficar na cama.

- Senta aí. - ele deu uma palmadinha no colchão.

Ficamos jogando por um longo tempo. Como Tony era mais experiente no jogo, ele venceu, enquanto eu tive que amargar uma bela derrota.

- Não é justo. - declarei, rindo. - Vamos jogar outro jogo.

- O que? - Tony quis saber, demonstrando curiosidade.

- Sinuca. - sugeri. Sabia que ele tinha uma mesa de sinuca no porão, e sei jogar melhor do que qualquer videogame, mas a cara de Tony acusava que ele não estava afim de jogar sinuca.

- Estava pensando em outro jogo. - ele disse, então aproximou-se e com sua mão direita envolveu meu rosto, aproximando-se dele e me beijando em seguida. Seus lábios tocaram os meus suavemente e ele foi com calma movimentando-se, envolvendo-me. Antes que sua língua entrasse em minha boca, eu interrompi o beijo.

- Não posso, Tony. - disse, pensando em Thomas. Eu não poderia traí-lo de nenhuma forma.

Depois daquilo, acabamos ficando em silêncio, até que decidi ir para casa. Tony me acompanhou até a porta e antes que eu fosse, ele segurou meu braço e me fitou por um instante.

- Desculpe-me, Newt. - foi tudo o que ele disse, com aquele olhar de gatinho arrependido que poderia derreter a qualquer um. Eu sorri em retribuição e fui embora.

Naquela noite, Thomas não saiu de meus pensamentos. Seus beijos, suas carícias, seu membro dentro de mim. Tudo isso deixou-me tão duro que não resisti e precisei me satisfazer com minhas próprias mãos. Depois que finalizei, o sono veio e dormi. Os sonhos que tive foram conturbados.

Uma sala branca, uma mesa, um homem sem rosto sentado nela, sangue escorrendo de sua cabeça sem face, quando me aproximei, tive uma surpresa desagradável. De repente, estava em uma ilha, braços me envolviam, tentava me livrar deles, mas então fui jogado no chão, ele subiu em cima de mim e disse que me teria, não via de quem era o rosto, mas reconhecia a voz, e pude vislumbrar seus cabelos loiros por um instante antes que mais esse sonho se desvanecesse como a neblina diante do raiar do sol.

O último dos sonhos foi o mais estranho de todos. Eu estava flutuando no espaço, a deriva. Nada se via além de escuridão, quando sons começaram, um silvo ensurdecedor e em um instante eu estava viajando a a velocidade inacreditável, luzes começaram a surgir do nada, multicoloridas, não pude saber qual o significado delas. As luzes mudavam de forma e o som continuava a aumentar, deixando-me surdo. A velocidade com que tudo se passava era enorme, nem sequer tive tempo de fazer nada. Quando dei por mim, estava em minha cama, suado e ofegante. 


Notas Finais


E a saga continua...


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