(✯Kanae✯)
Esperei todo mundo dormir naquela noite, aliás.. Ainda tenho meu trabalho secreto de dançarina, não posso falta assim do nada, isso ia ser descontado no meu salário.
Me certifiquei que todos haviam apagado e sai silenciosa de casa, do lado de fora vi as ruas escuras, me deu um medo, mas.. Eu só precisava andar um pouco e chamar um táxi..
Andei receosa e calma, atenta a qualquer movimento, meu coração batia acelerado e eu não duvidaria nada que desse pra ser ouvido de longe naquela noite silenciosa.
Quase no final da rua havia uma moita maior que eu, travei no lugar quando ouvi ela rosnar, fechei os olhos e corri para passar por ela bem rápido, meu pé ficou preso e eu me desesperei, não só por estar presa, e sim porque a moita começou a se mexer.
Puxei meu pé com força deixando meu salto e sai correndo, meio mancando por só um pé está de salto alto, mesmo assim não liguei e corri como uma condenada a morte, parecia que eu estava correndo do Jason e seu facão.
Cheguei na pista toda suada e ofegante, chamei um táxi e entrei as pressas nele, olhei pela janela assustada, a moita tem vida própria, qualquer dia vou falar com o dono da casa e taca fogo nela.
Me acalmei assim que desci do táxi após pagar, tirei o outro salto e entrei na boate, dia de sexta ela sempre é cheia demais, fui no camarim bota minha roupa pra dançar.
Agora imagine eu com uma calcinha de renda e de top, ambos brancos, uma bota branca e uma máscara e uma tiara de gato.. Pois é, estou exatamente desse jeito, eu poderia ganhar bem mais por usar isso.
Mas as que ganham um salário absurdo são as que vendem seu corpo aqui, por sorte sou a melhor dançarina e recebo mais que algumas aqui, apenas quis dançar sem vender meu corpo, seria apenas horas de danças.
Entrei no palco com outras meninas e comecei a dançar, a passos leves e firmes, olhava cada pessoa daquele lugar, os movimentos iam de leves para sensuais e atrevidos.
Virei passando minha mão pelos meus seios enquanto ficava de joelhos de frente para a platéia, meus olhos estavam fechados, quando os abri, minha alma vou no céu e voltou.
Engoli seco quando confirmei quem era, oque diabos aquele platinado fazia aqui? Não teve outra, tive que ignorar Sanemi que me olhava fixo, eu apenas rezava para que ele não me reconhecesse, tomará que não reconhecesse mesmo ou minha fama estaria arruinada.
Iriam me julgar, a garotinha responsável e atenta de noite virava uma vagabunda, eu gelei no lugar quando percebi que ele me reconheceria, as marcas do cinto ainda eram visíveis e hoje ele me viu de roupa íntima, Kanae você tomou no olho da goiaba.
Dane-se, continuei dançando após me recuperar do choque, dancei como nunca e isso chamou a atenção de todos os homens, eu sei que eles me desejavam, e era uma pena para eles saberem que eu apenas danço e não transo por dinheiro.
Sanemi ainda me olhava, parecia atraído pelos meus movimentos, não desviava o olhar por nada, isso me fez corar e quase erra alguns passos.
Finalizei a primeira dança e sai com estilo, agora iria dançar em uma sala particular, com apenas quinze homens, agradecia por não ter que ir dançar de novo, não agora.
Mas.. Me xinguei por ser azarada, na sala havia ninguém mais, ninguém menos que o Douma, respirei fundo, ela sabia perfeitamente que eu trabalhava aqui, bem.. Isso também foi um motivo do nosso término, além da sua traição.
Ele sorriu e retribui começando minha dança ao lado de outras seis garotas, como antes, eu dançava sobre pressão e corada, ter meu ex me olhando novamente me trazia lembranças do tempo em que dançava somente pra ele no quarto.
Ele me olhava exatamente como antigamente, impressionado e sorrindo a cada movimento, Douma amava me ver dançar, sempre me pedia isso, e eu nunca neguei.
Nosso namoro era perfeito, um casal feliz e engraçado, que como todos haviam brigas, ele me traiu após eu falar que queria ser dançarina, em shows simples, ele como era ciumento não aceitou isso e eu em puro momento de raiva mandei ele ir pro inferno.
Ele então me traiu, eu terminei tudo e só de mágoa decidi dançar em uma boate, quando ele descobriu fez um escândalo e eu acabei tudo, nossa última noite juntos ele me pediu desculpas inúmeras vezes, eu aceitei e também pedi.
Naquela noite eu e ele decidimos não voltar, mas tivemos uma última noite incrível, desde a traição aprendi a não confiar muito nos homens e suas promessas furadas.. Depois dessa noite eu não vi mais ele, até o dia do jantar e agora.
Dancei mais sensual possível o olhando fixa, ao seu lado pude ver Gyutaro, eu ria mentalmente só com a possibilidade de ele ver seu cunhado numa boate vendo mulheres semi nuas.
Só imaginei ele falando pra irmãzinha e na manhã seguinte Sanemi chegando com a cara vermelha e vários arranhões dizendo que Daki terminou com ele, seria um sonho, não sei porque mas aquele platinado nojento me atrai, assim como Kyojuro e Douma.
Me bati mentalmente por pensar em três pessoas ao mesmo tempo, que pensamento impuro, apenas fiz os últimos movimentos sexys finalizando a dança e sorrindo, desfilei até a saída e me abanei de calor, malditos homens gostosos.
Terminei minha noite com uma jogada de cabelo na última dança, acenei me despedindo da platéia e quase chorei por não pegarem o Sanemi aqui, poxa.. Adoraria ver aquela vadia quebrar a cara dele de porrada, minha felicidade estava tão perto, mas foi como uma vaso quebrado pela Shinobu.
Um dia colo os pedaços com cola, a se vou colar. Sorri com o pensamento e troquei de roupa, chamei um táxi, já se passavam das quatro da madrugada e eu precisa chegar mais cedo que o Sanemi, assim seria mais fácil de negar que era eu, caso ele pergunte.
Desci descalça já que a moita engoliu o outro par, por fala em moita, a avistei de longe me olhando, eu juro que ela passava essa sensação, ela deve ser endiabrada, vou jogar gasolina nela quando tiver tempo.
Passei correndo e gritei quando a moita se mexeu fazendo "hu", alguém me ajude, ela vai me comer, eu corri o mais rápido possível e entrei quase arrombando a porta de casa, tranquei tudo e me escondi debaixo das cobertas, respirei fundo e escutei um vizinho reclamando do grito.
Pensei em Sanemi passando embriagado pela moita e sendo engolido, botei meu pijama correndo até a entrada, no caminho vi Shinobu com uma pá, possivelmente achando que alguém entraria ali.
Ignorei saindo, vi de longe Sanemi quase perto da moita do diabo e corri voando em cima dele, caímos no chão, logo atrás vinha Shinobu e Obanai confusos, Sanemi havia desmaiado de bêbado eu me sentei ao seu lado.
— A moita é do satanás - Apontei pra ela.
Shinobu: Fala sério Kanae, é só uma moita - Ela então bateu a pá na moita, que arrancou a pá da sua mão.
Obanai: CRUZ CREDO, A MOITA TEM VIDA PRÓPRIA - Correu pegando o bêbado e saiu correndo deixando eu e a Shinobu, covarde.
Shinobu: Quem essa moita pensa que é - Se preparou pra brigar com ela.
— SHINOBU NÃO - Levantei puxando ela enquanto a moita se movia violenta.
Abri a porta jogando Shinobu dentro e entrei trancando tudo ofegante, dei de cara com Giyuu e Kyojuro olhando confuso e uma Mitsuri sonolenta.
Shinobu: AQUELA MOITA ROUBOU MINHA PÁ, COMO VOU ENTERRAR O SANEMI NO QUINTAL AGORA? - Falou irritada indo até o quarto xingando a moita de tudo quanto é palavrão.
Giyuu: Moita? - Olhou o caminho que Shinobu seguiu ainda mais confuso.
Obanai: A moita no final da rua tem vida própria, eu vi - Deixou Sanemi no sofá e foi até a cozinha.
Kyojuro: Vocês beberam? - Perguntou me olhando.
— A moita tem vida, de verdade, ela pegou meu pé, ela fez HU eu escutei - Falei como se fosse louca.
Mitsuri: Sério? - Me olhou ainda sonolenta e eu afirmei - Vou tomar cuidado então - Sorriu e foi rumo ao seu quarto.
Kyojuro sorriu e marchou até o seu quarto, já Giyuu pegou o corredor dos quartos das meninas e eu sabia perfeitamente oque ele iria fazer, eu olhei o cachaceiro falando sozinho.
Fui até o Sanemi pra levar ele até o quarto, mas o mesmo me agarrou e me prendeu em seu abraço falando besteira, bufei quando Obanai passou rindo da minha cara.
Maldito bêbado gostoso e fedido de cachaça.
(๑Shinobu๑)
Eu sentei no chão do meu quarto, em volta de mim, eu elaborava um plano infalível.. Como diria cebolinha, contra a moita ladrona de pá, como eu ia bater nas pessoas e enterrar no quintal agora?!.
Escutei a porta se abrir, coisa que nem liguei, tava demorando pra o sem educação entrar.
— Seus modos não são mais os mesmo, não é Tomioka-san? - Perguntei ainda elaborando meu plano infalível.
Giyuu: Não ia adiantar bater, e sei deixou a porta aberta pra mim entrar - Sentou ao meu lado.
— Inteligente, veio me ajudar? - Desenhei a moita.
Giyuu: Com?! - Olhou alguns dos meus rabiscos.
— Vingança contra a moita - Desenhei armas e coisas possíveis pra dar um fim na praga.
Giyuu: Parece uma coisa idiota, mas aceito - Pegou uma caneta e desenhou uma borboleta - Essa é você - Me mostrou e desenhou um pinguim.
— E esse é você? - Confirmou, peguei o lança chamas e botei em cima da borboleta - Irei queimar ela.
Giyuu: E eu irei te ajudar - Pegou uma faca e botou no pinguim.
Juntos levamos a borboleta e o pinguim pra cima da moita, logo depois começamos a rir, desenhamos, pintamos e tivemos nossos momento de beijos.
Logo Tomioka saiu e meu quarto teve novas presenças, Kanae parecia uma bêbada sem dormir a dias, Mitsuri estava animada, Muichiro olhava a decoração bizarra do meu quarto e Nezuko agarrou-se com meu urso de morcego kawaii.
Mitsuri: Agora vamos colocar o plano garota misteriosa em ação - Sorriu decidida.
Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.
Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.