Pela manhã, Sasuke e Naruto passaram muito tempo no lago, brincando com Tamaki.
O pai de Naruto inflou todas as boias e bolas coloridas que ele encontrou no depósito, deixando tudo no lago para Tamaki brincar. Ela saiu da água apenas quando o almoço foi anunciado e seu estômago roncou.
Sasuke retocava sempre o protetor solar de spray, não apenas na filha, mas em Naruto também, que gostava de ficar a vontade, enquanto Sasuke se protegia também com boné. Após o almoço, Tamaki finalmente dormiu. Estava um clima fresco, com nuvens começando a cobrir o céu. Kushina aproveitou a movimentação baixa de hóspedes e convidou Mikoto para beber saquê na varanda. Elas conversavam animadas sobre vários assuntos, Sasuke estava na sala desenhando, e captava algumas risadas das duas. Seu pai e Minato foram até a cidade de carro para conseguirem um guindaste para içar a pedra que rolou na terma, por isso tudo parecia muito tranquilo.
Por um momento, Sasuke achou que Naruto iria com eles, mas o viu entrar na sala, chamando-o com a mão e dando um sorrisinho.
— Aonde vamos? — Sasuke perguntou, segurando a mão de Naruto, que o levava para fora do hotel. Na área externa, duas bicicletas estavam estacionada.
— Sobe, vamos pedalar. — Naruto deu uma piscadinha para ele e subiu na bicicleta. Sasuke fez a mesma coisa.
Desde que precisou ficar de férias, após ser afastado do trabalho, os dois vinham acordando cedo e algumas vezes andavam de bicicleta ao invés de correrem. Nos primeiros dias, Sasuke sentiu o corpo dolorido, ele precisava de massagem na panturrilha sempre que sentia câimbra.
De qualquer forma, agora que já havia passado duas semanas, estava se sentindo até mais disposto para acordar de manhã e fazer exercícios moderados. E o resultado era visível, porque não apenas começou a fazer exercícios, mas, também, estava comendo muito melhor e não pulava nenhuma refeição. Sentia-se mais revigorado e disposto para trabalhar e passear.
Os dois começaram a pedalar e Tofu veio correndo atrás deles. Mas o cachorro desistiu de persegui-los, cansado e com a língua para fora, ficou sentado apenas observando eles irem embora.
Naruto foi na frente, porque ele conhecia o lugar, em alguns momentos, eles pedalavam um ao lado do outro. Após a estrada pavimentada, veio uma estrada de terra e então uma trilha um pouco mais difícil de percorrer. Eles acabaram alcançando o outro lado do lago, onde jorrava água de uma parede de rochas empilhadas naturalmente.
Naruto largou a bicicleta e bebeu a água, quando Sasuke foi beber, ele sentiu como era gelada aquela água. Foi um passeio cansativo, mas Sasuke estava gostando de viver aquele momento em silêncio curtindo a natureza com Naruto.
Eles voltaram para o hotel estava quase anoitecendo.
Naquela noite, Sasuke tomou um banho e relaxou o corpo na cama, estava cansado, mas com um sorriso nos lábios. Sentiu-se tão bem e revigorado, mas muito cansado. Mal podia se manter em pé, queria apenas dormir e descansar para aproveitarem o outro dia. Faltava apenas mais dois dias para voltarem para casa, e isso o deixava um pouco triste em pensar na rotina. Adorava seu trabalho, mas não negava que a vida na cidade era completamente diferente.
Quando amanheceu, Sasuke quis ajudar Kushina com o café da manhã, ele gostava de conversar com a mãe de Naruto e sua mãe também estava lá. Sasuke sabia que sua mãe se dava bem com todas as pessoas, ela era muito gentil e carinhosa, mas a relação com Kushina parecia especial. Quase poderia dizer que elas se conheciam há anos, pela forma como conversavam.
— Filho, olha como ficou o pergolado. — Mikoto mostrou seu celular para Sasuke, a publicação possuía muitas curtidas, sua mãe era bem conhecida no meio paisagista.
— Esse balanço é aquele que eu brincava?
— Sim, ele mesmo, eu tirei da garagem e coloquei lá quando você me disse que arrumaria mais tempo para nos visitar. — A mãe sorriu timidamente, ela tirou algumas fotos, mesmo Sasuke não gostando tanto. — Eu sei que você não gosta disso, mas eu posso publicar essa foto?
Sasuke não esperava que a mãe perguntasse isso, mas ele já havia dito que não estava tão animado para usar redes sociais desde o susto de semanas atrás, quando de repente muitas pessoas passaram a saber quem ele era. Para alguém que possuía menos de cem seguires, um aumento significativo de pessoas. Por isso ele restringiu o perfil e manteve apenas fotografias de paisagem.
— Pode, mãe, claro que você pode. — Ele respondeu.
— Obrigada. — Mikoto escolheu uma fotografia e publicou.
Kushina também tinha um celular, ela mesmo dizia que usava mais o perfil do Hotel para fazer contato com clientes.
— Não fique triste pelo o que aconteceu, existem pessoas estranhas em todo o lugar, na internet então... — Kushina pegou uma xícara de café e sentou-se na cadeira, a mesa da cozinha era cumprida e de madeira. Eles prepararam alguns pães integrais e um bolo para o café da manhã. O cheiro de café, aliás, era delicioso. Kushina gostava de moer os grãos, por isso sentia aquele aroma agradável de café.
— Sim, querido. — Mikoto disse, setando-se na outra cadeira. Ela pegou uma faca e cortou a primeira fatia do pão que ainda descansava quente na mesa. — Imagina se o Naruto fica famoso, o que você vai fazer? Eventualmente os fãs vão querer contato com ele, e vai ter com você também.
— Eu não me importaria se não fizessem comentários ostis.
— Tem razão. — Kushina balançou a cabeça. — Mas eu vejo que é possível ter um equilíbrio, não existem artistas que tem uma vida mais discreta e mantém uma boa relação com os fãs?
Mikoto moveu a mão, lembrando-se de alguns que ela acompanhava nas redes sociais.
— Filho, lembra-se daquele ator chinês que você era superfã? Vivia pedindo para eu dar dinheiro para comprar revistas dele.
— Sim.
— Ele se casou, tem até uma filhinha linda, mas eles se separaram e agora ele está saindo com o produtor de um programa. — Mikoto continuou falando e Sasuke não tinha a menor ideia de que aquelas coisas estavam acontecendo. O ator era seu favorito na adolescência. Além de bonito e carismático, ele sempre fazia papeis de personagens que Sasuke se identificava. — Dizem que eles adotaram uma criança, mas ninguém nunca conseguiu uma foto dela. Já tentaram até rastrear o carro dele, rolou até boletim de ocorrência e alguns jornalistas estão impedidos de chegar perto dele.
Kushina ficou surpresa, abrindo a boca, ela não sabia que as coisas eram assim tão graves.
— Mas eles não vão fazer isso com o Naruto, não é?
— Eu espero que não, não se preocupe. — Mikoto esticou a mão e deu leves batidinhas nas mãos de Kushina. — Mas, Sasuke, querido... eles não conhecem você, e eles também não precisam saber todos os detalhes da sua vida. Você está certo em dar privacidade para Tamaki e para seu relacionamento. Mas você não deveria fazer isso acoado pelo medo de que as pessoas não vão gostar de você.
— Concordo com sua mãe, querido. — Kushina também cortou uma fatia do bolo e foi passando a geleia de mirtilo. — Eu também acho que não é legal expor as crianças demasiadamente, mas a profissão do meu filho é pura exposição. Só que não precisa ser uma exposição invasiva. Vocês podem não conseguir controlar o que as pessoas falam, mas você pode controlar o que vocês divulgam na internet.
Sasuke refletiu sobre isso, ele não estava ainda seguro de ter a vida invadida por pessoas estranhas, mas e se Naruto viesse a ganhar cada vez mais popularidade? Ele não queria ter quer brigar por sua privacidade. De qualquer forma, aquela conversa não foi apenas agradável, mas preciosa para se aproximar mais de Kushina e também da sua mãe.
Sasuke mal viu Tamaki no resto da manhã, ela estava andando para cima e para baixo com Minato, que a ensinava como cuidar dos girassóis. Mikoto era uma paisagista, ela se especializou em jardinagem e por isso aquele ambiente para ela era muito familiar e ajudou Minato a recuperar algumas plantas.
Naruto apareceu atrás de Sasuke e o puxou com as mãos em sua cintura, roçando os lábios no ouvido dele. O susto não foi tão grande, porque Sasuke ouvira sua voz anteriormente.
— Você não está a fim de dar uma escapadinha? — Naruto perguntou, as mãos entrando por dentro da camisa de Sasuke, que sentiu o corpo se arrepiar com o toque.
— Para onde? — Ele olhava a movimentação de todos pelo jardim, enquanto dava alguns passos para trás, junto com Naruto. Os hóspedes estavam na cidade para o show, enquanto seus pais estavam ajudando Minato.
— Vamos fugir para um lugar que eu costumava ir quando queria faltar a escola. — Naruto sorriu maliciosamente e Sasuke não sabia o que pensar. Ele concordou e foram andar de bicicleta mais uma vez.
No entanto, o caminho era outro, mais curto e por isso chegaram rápido numa cerca.
— É seguro? — Sasuke olhou em volta, não havia nada além de árvores, um campo de grama alta e a cerca que dividia dois terrenos. Do outro lado, mais árvores e uma construção em cima de uma delas.
— Eu vim aqui mais cedo para ver se está tudo no lugar, e me aguentou, vamos ver se aguenta nós dois? — Naruto deixou a bicicleta encostada na cerca e pulou no lado que estava mais baixo. — Não se preocupe, ainda é parte do terreno do hotel, essa cerca só separava a parte que os animais ficavam, mas agora eles não cuidam mais de bichos.
— Entendi. — Sasuke pulou a cerca e parou embaixo da casa na árvore, olhando para cima. Havia dois jeitos de subir: por uma corda, ou uns pedaços de madeira pregados na árvore. — Não me parece seguro.
— Tem alguns anos, mas é resistente, meu padrinho disse que meus filhos iam usar isso um dia. Então que tal meu marido usar também?
Sasuke riu, esperando Naruto subir primeiro. Ele depois fez a mesma coisa, subindo com a ajuda da corda e apoiando os pés na madeirinha pregada na árvore. Ao entrar na casa da árvore a sensação de insegurança até passou um pouco. O lugar estava bem limpo, mas Naruto disse que veio mais cedo, por isso Sasuke imaginou que ele era o responsável pela limpeza do local.
Era uma casinha de árvore simples, com telhado mais baixo, mas dava para ficar em pé, com os ombros curvados. Por isso ele decidiu imitar Naruto e abaixar-se de uma vez. Eles se sentaram no lençol esticado, e Naruto retirou a mochila que carregava nas costas.
— Você faltava a escola e vinha fazer o que aqui? — Sasuke ainda olhava ao redor, viu algumas prateleiras com brinquedos, alguns potes de vidros com tampinhas e um taco de beisebol. Na parede, uma luva de beisebol pendurada e umas colagens com pôsteres de animes.
— Eu ouvia música, lia mangás e as vezes trazia alguém comigo.
Sasuke arqueou a sobrancelha, imaginando Naruto adolescente naquele espaço, usando-o como um esconderijo. Acabou sorrindo com a vasta imaginação, pensando que ele teria adorado conhecer Naruto nessa época e os dois poderiam fazer isso juntos.
— Trazia pessoas aqui? Amigos, ou...
— Ou... — Naruto moveu a cabeça e puxou a mochila. — Quer saber se eu usava esse lugar para namorar?
— E usava? — Sasuke viu ele tirar alguns pacotes de salgadinhos da mochila, latas de refrigerante e outras gluseimas.
— Sim. — Naruto gargalhou. — Estou então recriando nossa adolescência hoje. Trouxe aqui um manga de Nyongo Star para a gente ler, comidinhas e bebida. O que acha?
Naruto entregou para ele o manga e uma lata de refrigerante. Sasuke não conseguia parar de sorrir com esse gesto. Ele se aconchegou nos braços de Naruto, se sentando com as pernas esticadas, enquanto abria o mangá para lerem juntos. Leram os dois volumes rápido demais, enquanto isso, o celular de Naruto tocava uma música muito familiar da época de adolescência de Sasuke.
Eles comeram o salgadinho e terminaram de beber os refrigerantes. Naruto arrotou bem alto e desafiou Sasuke a fazer o mesmo.
— Estamos recriando a adolescência, vai, você consegue. — Naruto deu uns leves tapinhas no ombro de Sasuke.
— Ok! Mas não vai rir se não for bom. — Sasuke se concentrou, e contraiu o estômago, ele segurou o arroto num instante, aumentando a pressão e soltou. O som foi mais alto do que ele esperava e os dois começaram a rir.
Sasuke jogou os cabelos para trás e amarrou com o elástico, estava calor, mas o vento entrava pelas janelinhas da casa na árvore, deixando um pouco mais agradável.
— Naquela época minha única preocupação era tirar uma nota boa em matemática, ou minha mãe ia guardar o vídeo game. Mas quando ela fazia isso, eu pegava a bicicleta e pedalava o dia todo, então era até bom, né? — Naruto riu.
Eles conversaram sobre as diferenças e, também, semelhanças entre suas mães e a própria adolescência.
— Meu irmão sempre foi muito popular, então as pessoas me conheciam como o irmão do Itachi. Eu não gostava, mas depois parei de me importar.
— Desde que conheci o Itachi eu tive a impressão de que o conhecia. — Naruto disse, olhando para Sasuke — Daí seu pai me disse que ele também jogava beisebol no time da escola, então eu pensei que pode ser daí que eu o vi. Você ia nos jogos?
— Fui em um, Itachi estava já no último ano da escola, e ele queria levar a taça, mas acabou perdendo. Mesmo assim ele ganhou uma festa dos colegas.
— E você foi na festa?
— Não. — Sasuke dobrou o joelho e apoiou as mãos no chão. — Eu penso que, talvez se tivesse sido um pouco mais como ele, quem sabe as coisas teriam sido diferente. Quem sabe a gente não teria se conhecido? Só que eu não teria a Tamaki.
— Você está aqui agora, é o suficiente para mim. — Naruto esticou a mão e tocou os dedos de Sasuke. — Mas, com certeza eu teria trazido você para minha casa na árvore naquela época.
Ele piscou, apertando os lábios e dando um belo sorriso depois. Sasuke sempre achava graça as expressões de Naruto.
— E o que você fazia aqui quando estava acompanhado? — Sasuke esticou a perna no chão, inclinando a cabeça.
— Geralmente eu não fazia muita coisa, ficava aqui sentado, apreciando a vista. — Ele levou as duas mãos para trás da cabeça, com as costas em um rolo de uma esteira de palha. Sua expressão maliciosa e a posição em que estava era demasiadamente sugestiva.
Sasuke entrou no clima que Naruto havia projetado. Ele aproximou-se de Naruto, apoiando os joelhos no chão de madeira da casa na árvore. Eles se beijaram, mas Sasuke não sustentou aquela posição por muito tempo.
Naruto o abraçou, puxando-o para se sentar em seu colo. Os lábios moviam de maneira exigente, eufóricos como se fossem adolescentes novamente. Eles riram algumas vezes com os comentários de Naruto sobre as ideias que ele estava tendo.
Sasuke começou a beijá-lo pelo pescoço, a língua ávida. Estava cheio de tesão, sentindo o calor da pele suada de Naruto, enquanto puxava a bermuda que ele vestia, não a retirou completamente, deixando pelo menos ainda nas pernas de Naruto. Sasuke não viu nada mais, fechando os olhos ao curvar o corpo para que sua boca alcançasse o pênis.
Naruto levou uma das mãos até os cabelos de Sasuke e puxou o elástico para soltar os fios. Os cabelos dele foram caindo e balançavam sedosos conforme Sasuke também movia a cabeça e o chupava completamente. Foi preciso um esforço muito grande de Naruto para que ele conseguisse manter a ereção, antes de gozar. Foi um prazer intenso e não poderia deixar de dar para Sasuke a mesma experiência.
***
Eles ficaram deitados no lençol, olhando o teto da casinha, enquanto falavam sobre a reforma do hotel. Sasuke virou-se e olhou para Naruto, ouvindo-o comentar sobre algumas lembranças de quando era mais novo e sua avó ainda era viva. A tarde já estava no fim, quando eles desceram da casa na árvore e pegaram as bicicletas para retornar ao hotel.
Um dia antes de voltarem para Osaka, Sasuke e Naruto se esconderam no depósito propositalmente. Naruto quem teve a ideia, claro, ele apenas mandou uma mensagem pelo celular, dizendo que o aguardava lá. Assim que Sasuke entrou no depósito, sentiu um abraço vindo por trás. Naruto trancou a porta pelo lado de dentro e eles começaram a se beijar.
Acabaram atropelando alguns objetos no meio do caminho, até encontrar um lugar onde Sasuke pôde apoiar as mãos, enquanto Naruto o beijava na curva do pescoço e roçava o pênis em suas nádegas. Sasuke inclinou o corpo mais para frente sobre a mesa de apoio e Naruto apertou seu quadril, acariciando-o com força, dando um tapa em seguida. O gemido de Sasuke ecoou pelo depósito, mas não havia ninguém para ouvir, todos estavam no lago naquele momento.
Daquela vez, Naruto estava preparado, carregava uma camisinha no bolso da bermuda e a colocou prontamente. Ele guiou o pênis para a entrada de Sasuke e o pentrou devagar, pelo menos até sentir que era confortável o suficiente para meter mais fundo e com um pouco mais de velocidade.
A julgar pelos gemidos de Sasuke, e um pedido trêmulo para ele continuar, Naruto foi aumentando as estocadas. E também os gemidos roucos eram mais audíveis, assim como o tesão que deixou Sasuke muito mais falante naquele momento. Naruto estava adorando ouvir a voz dele mais desinibida, fazendo exigências para obter prazer.
O que dava para ser ouvido, também, eram as vozes do lado de fora. Alguém tentou abrir a porta do depósito, mas não conseguiu. Outra pessoa parou ali perto para falar no celular e depois Tofu começou a latir.
Sasuke ainda pensou em parar e se recompor, mas a excitação parecia transbordar pelos poros. Ele se sentia naquele momento muito mais atraente e não queria que Naruto parasse de entrar dentro dele daquela maneira gostosa.
A sensação vergonhosa não existiu, quando eles vestiram as roupas. Naruto o beijou, falando em seu ouvido que ele era incrível. Sasuke se sentia mesmo incrível, e aceitou o elogio com facilidade.
No último dia, a pedra foi içada e a terma liberada. Naruto e Sasuke ficaram um tempo com Tamaki, mas ela não gostou muito da terma, porque não podia levar os brinquedos para a água. Com a liberação da terma, mais hóspedes descidiram aproveitar o local.
Ao saírem da terma, Naruto recebeu a notícia de que o avô retornou da viagem. Ele queria apresentar Sasuke ao avô, mas foram primeiro para o quarto.
— Você está ótimo. — Naruto até tentou persuadi-lo, mas Sasuke não se apresentaria naqueles trages. — Nós estamos de férias, curtindo o verão, meu avô não vai notar se está usando bermuda ou calça, nem camisa.
— Mas eu vou notar.
— Claro, desculpe, eu só quero que você fique a vontade.
Sasuke suspirou e aproximou-se dele, que estava sentado na cama, dando um beijo.
— Eu me sinto a vontade assim.
Sasuke havia colocado a roupa passada sobre a cama enquanto secava o cabelo com um secador e escova. Depois, ele vestiua calça de tecido natural cinza claro e uma camisa social na cor creme. Puxou as mangas no braço, mas achou estranho, ele então dobrou a manga algumas vezes até acima do cotovelo ou ficaria muito cheio de tecido.
Após calçar os sapatos, observou Naruto olhando o celular e dando risada.
— Sua mãe publicou uma foto com a minha mãe no lago, elas já estão bebendo. Eu amo essas duas novas melhores amigas. — Naruto gargalhou, mostrando para Sasuke a fotografia.
Ele sorriu e depois olhou-se o espelho novamente, arrumando a franja. Naruto o abraçou na cintura, dando alguns beijos em seu ombro, dizendo que ele estava perfeito. Sasuke agradeceu e depois de passar o perfume, eles foram se encontrar com Enji.
Pela casa havia algumas fotografias da família, Enji era um homem alto e de olhar sério. No entando, quando Sasuke o cumprimentou, fazendo uma inclinação do corpo, ele viu um sorriso gentil delinear seus lábios.
— Então esse é o homem que todo mundo fala. — Enji estendeu a mão, depois, num cumprimento mais caloroso, trouxe Sasuke para um abraço. — Meu neto levou tantos anos para nos apresentar um namorado que, agora, eu entendi por quê. Estava esperando apresentar o mais bonito de todos.
Sasuke sentiu a face corar com o elogio, ele ganhou alguns tapas nas costas e um sorriso largo de Enji, que se abaixou depois, na altura de Tamaki, fazendo um carinho no queixo dela.
— Tamaki, esse é o avô do Naruto, Senhor Uzumaki Enji. — Sasuke apoiou as mãos nos ombros da filha.
— Pode me chamar de vovô, eu sempre quis ter uma neta assim, que parece uma boneca. — Enji sorriu para Tamaki, entregando para ela uma boneca que ele trouxera de viagem. — Me falaram que você gosta de cuidar de bonecas, pode cuidar dessa para mim?
Tamaki concordou, pegando a boneca, ela olhou para Sasuke, depois para Enji e agradeceu. Em seguida, saiu correndo com a boneca na mão, Tofu a acompanhou, latindo.
— Obrigado pelo presente, senhor. — Sasuke disse, enquanto Enji movia a mão.
— Não, não me chame assim, pode me chamar pelo meu nome mesmo. — Ele deu alguns passos até Naruto. — E você, não vai falar com seu avô?
— Eu literalmente acabei de falar ao te apresentar o Sasuke. — Naruto fez uma expressão ofendida, mas apenas de brincadeira.
Ele sorriu e abraçou o avô. Vê-los juntos, dava para notar melhor as semelhaças. Enji também possuía os cabelos mais claros, assim como os olhos igualmente claros. Seus ombros eram largos, um corpo de arquétipo mais forte, e linhas de expressão evidentes pelo rosto. Embora não aparentasse ter os setenta anos que tinha.
Enji os convidou para descansarem na varanda, encontrando-se com os pais de Sasuke. Curiosamente, Fugaku e Enji já se conheciam, de um trabalho realizado há anos. Naruto sentou-se próximo de Sasuke e ouviu as lembranças dos dois. Fugaku realizou a marcenaria da casa de Enji, que ficava em Nayoro. A essa altura, a casa já havia sido vendida, mesmo assim, eles se recordaram daquele tempo como se não tivesse passado quase trinta anos.
— Vô, cadê meu padrinho? — Naruto perguntou, depois que as risadas foram cessando.
— Ele ficou em Harbo, depois que vendemos os barcos, ele encontrou-se com uma amiga de longa data e, bem... você conhece seu padrinho. — Enji gargalhou.
No almoço, as mesas foram levadas para o jardim. O clima estava propício com uma boa brisa fresca. Naruto olhava para a mesa cheia de pessoas animadas, conversando e compartilhando a refeição. Já fazia algum tempo que não visitava os pais, é verdade, e voltar para casa naqueles dias o fez pensar em como era boa essa sensação de viver em um ambiente tão agradável. Ele olhou para Sasuke, que deu um sorriso contido, as mãos se juntaram embaixo da mesa, com os dedos entrelaçados.
Tamaki comia a sobremesa, garantindo ao pai que havia comido tudo anteriormente. Sasuke estava até mais relaxado naquele momento, eles terminaram a tarde em frente a fogueira que foi acessa no lago, enquanto Enji falava sobre a venda de seus barcos.
Ele nasceu em Corunha, na Espanha, e trabalhou desde muito jovem com os pais na zona portuária. Eles possuíam alguns barcos, que prosperavam com a exportação dos girassóis.
— Foi quando conheci a minha esposa, Mayumi. Ela estava na Espanha para ajudar o pai a fazer negócios. — Enji olhou para Naruto, sentado próximo. — Sua avó falava alguns idiomas. Ela era muito inteligente, por isso o pai dela deixou que ela ficasse na Espanha, bom para mim, né?
Enji sorriu novamente, voltando a falar que, depois de cinco meses eles se casaram. E assim que Minato completou seis anos, eles se mudaram para o Japão.
— Eu sempre fico arrepiada com essa história. — Kushina esfregou as mãos em seus braços. — E depois de alguns anos, meu Minato foi estudar na mesma faculdade que eu. — Ela apoiou a cabeça no ombro do marido, e ganhou um beijo nos cabelos.
Sasuke observava Tamaki nos braços de Naruto, ela já dormia e teriam que acordar muito cedo no outro dia para pegarem o avião. Levaram Tamaki para o quarto e depois Sasuke pediu para Naruto esperá-lo no quarto, porque ele queria falar com os pais a viagem de Tamaki.
Combinaram de que ela poderia ficar com os avós até o final das férias, quando o mês acabasse. Nesse período, eles viajaria até Osaka, para levarem Tamaki. O que ia coincidir também com a estreia do espetáculo de Naruto. As duas famílias estavam planejando viajarem juntas, na verdade, e Sasuke já estava pensando em como acomodar todo mundo em seu pequeno apartamento.
É claro que não seria possível, por isso ele se sentiu um pouco frustrado, porque não poderia nem fazer um jantar em família, para retribuir toda a generosidade deles nessa viagem.
Naruto o entendia perfeitamente, mas não havia uma solução rápida para aquele dilema. Eles poderiam, então, se hospedar em algum hotel mais próximo de onde moravam e fazer uma reserva em um bom restaurante.
Sasuke e Naruto cochichavam no corredor, após fechar a porta do quarto de Tamaki. Naruto deu um beijo nele, fazendo um carinho com a mão atrás de sua nuca, antes de deixá-lo ir conversar com os pais.
Assim que Sasuke passou a porta dos dormitórios, Naruto ouviu um chamado de “psiu”, ele virou-se e viu só a cabeça da mãe e do pai para fora da sala em que eles costumavam descansar.
— O que vocês estão fazendo? — Naruto perguntou, entrando na sala. Seu avô também estava lá, sentado perto da porta da varanda, fumando um charuto. As garrafinhas de porcelana de saquê estavam sobre a mesinha, além de algumas folhas com rascunhos que pareciam algumas ideias da sua mãe para a reforma do hotel.
— Seu avô quer te dar um presente. — Kushina tinha o rosto vermelho e Naruto não sabia se era de empolgação pelo presente, ou se ela bebeu demais. — Venha, sente-se aqui.
Ela foi sentando-se perto do sogro, enquanto Minato também se aconchegava no tapete. Enji tirou o charuto da boca, depois de soltar muita fumaça, ele puxou uma corrente de dentro da roupa que vestia, ali estavam as suas alianças de casamento.
— Vô, não... — Naruto não terminou de falar, porque Enji levantou a mão.
— Filho, primeiro ouve o papai. — Minato moveu a cabeça.
— Eu conheço você desde que nasceu, sempre foi um menino que sabia o que queria. Não importa o que fosse, você conseguia, pelo menos se esforçava para tentar. — Enji tinha um olhar vago em direção à fumaça do charuto. Depois, ele tirou a corrente do pescoço e removeu as duas alianças. — Antes de conhecer a sua avó, eu já tinha traçado um plano perfeito para minha vida, mas daí ela chegou e tudo mudou. — O sorriso de Enji ampliou-se nesse momento. Sua expressão era tranquila, com um ar de contentamento enquanto falava. — Mas, sabe de uma coisa? Eu não me arrependo de nada, porque aqueles planos não tinham minha Mayumi, e se a mulher que eu amava não estava nos meus planos, então não era um plano perfeito.
Enji entregou as alianças de ouro envelhecido nas mãos de Naruto, dizendo que ele saberia a hora de usá-las. Houve um breve silencio na sala, quebrado pelo riso eufórico de Kushina.
— Querido, eu me segurei todos esses dias, mas não estava mais aguentando ver vocês dois feito um casal de namorados adolescentes pelo hotel. — Ela sacudiu as mãos, falando tudo o que provavelmente guardou entalada na garganta.
— Viu, filho, sua mãe se segurou para não incomodar vocês. — Minado concluiu.
— Desculpe, mãe, eu sei que fui um idiota pedindo pro pai falar para você ir com calma.
— Pediu? — Kushina olhou para o marido. — Você não me disse nada.
Minato moveu os ombros.
— Eu achei que não precisava, você conhece nosso filho assim como eu.
— Não importa. — Ela balançou a cabeça. — O importante é que nós podemos pensar agora no casamento.
— Mãe, não é assim. — Naruto até riu de toda aquela empolgação dela. Com as alianças em mãos, ele estava mesmo tentado a pedir Sasuke em casamento naquele exato momento. — Não podemos fazer isso com o Sasuke, ele já abdicou de muitas decisões pessoais e planos, eu quero fazer isso no momento certo.
Kushina balançou as mãos na frente do rosto, dizendo que iria chorar.
— Estou orgulhoso de você, filho. — Minato o puxou para um abraço, esticando o outro braço para trazer o pai e não precisou nem chamar a esposa, Kushina logo estendeu os braços abertos em cima de todos eles.
Sasuke terminava de preparar um chá para a mãe e o pai, eles estavam na cozinha. O lugar era amplo e possuía um cheiro gostoso de frutas frescas, que seriam usadas no outro dia pela manhã. Mikoto cortou alguns cubinhos de melão para eles comerem, enquanto decidiam a viagem de Tamaki.
— Ela vai adorar as mudanças que fizemos na casa. — Mikoto sorriu para o filho, agradecendo em seguida a confiança dele.
— Vocês me ajudaram a cuidar da Tamaki quando eu voltei a estudar, é claro que confio em vocês. Além do mais, Naruto estará muito ocupado por esses dias, e eu vou voltar ao trabalho que está se acumulando. Por isso, não teríamos tanto tempo disponível para levar Tamaki em passeios de férias, então acho que essa é uma boa solução.
— E quanto ao casamento? — Fugaku bebia o chá apenas porque era obrigado, pois ainda tomava de seus remédios. — Já decidiram como vão preparar?
Sasuke quase se engasgou com o chá que levava à boca,
— Que casamento? — Ele olhou para os pais, que mantinham a expressão calma de sempre.
— Ora, querido, vocês já moram juntos. — Mikoto completou depois. — Eu sei que é uma fase complicada, mas podemos pensar em uma cerimônia mais íntima para a família. Apesar de eu sempre ter sonhado com aqueles casamentos bem requintados e grandes, você trocaria de roupa umas três vezes e o salão seria todo floridos com um belo bolo de camadas.
— Mamãe... — Sasuke olhou para o pai, como quem pedisse ajuda, mas Fugaku estava em sintonia com Mikoto.
— Um casamento no campo, como naquela novela que vimos. — ele disse, e os dois começaram a citar vários nomes de novelas, até se lembrarem da novela certa.
— Tem razão, aqui seria um cenário perfeito para um casamento, ali em frente aos girassóis. — Mikoto sorriu, pensativa.
Sasuke segurava a xícara de chá ainda perto da boca, a cada tentativa de gole, sua mãe sugeria algum detalhe diferente do casamento e o fazia recuar com a xícara na mesa.
— Mamãe, é melhor deixar isso para eu decidir com o Naruto.
Mikoto concordou, mas não se deu por vencida, ainda citando que Tamaki ficaria linda com uma roupa tradicional. Sasuke até imaginou a cena, e seu coração acelerou apenas pela ideia.
Apesar de ser um belo pensamento, eles precisavam conversar. Sasuke agradeceu então os pais, antes de irem dormir. Quando entrou no quarto, ouviu o som do chuveiro e o celular de Naruto carregando na mesa lateral da cama.
— Cheguei. — Sasuke disse, perto da porta do banheiro.
— Hey! Liga o ar-condicionado, porque já tá calor, esse banho frio não vai ser suficiente.
Sasuke concordou, ele também estava com calor.
Depois de trocar de roupa e vestir algo mais confortável para dormi, Sasuke se deitou na cama. A luz do abajur iluminava o quarto, enquanto ele olhava as fotografias que tirou ao longo daqueles dias. Gostou, principalmente, das fotos no lago.
Ele pensou por um momento, e decidiu publicar a fotografia em que os dois se abraçavam, enquanto Naruto o beijava no rosto e Sasuke olhava para a câmera. Pensou em desistir algumas vezes, fechando o aplicativo, mas abrindo novamente em seguida. Até que carregou a foto e olhou para a tela, na opção de legendar a publicação.
O que ele poderia dizer?
Sasuke digitou algumas vezes, mas apagou todas. No fim, enviou apenas com uma figurinha de coração, e uma frase simples. “A primeira férias em família.”
Sasuke fechou o aplicativo e deixou o celular de lado, antes de começarem as milhares de notificações da publicação.
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