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História Procura-se marido que goste de criança - Procura-se marido que goste de criança XLII


Escrita por: Kori

Capítulo 42 - Procura-se marido que goste de criança XLII


Ao longo de todo o mês de setembro, Naruto apareceu em jornais matinais e programas de televisão para promover o musical. No metrô, Sasuke sempre via o pôster do musical. Os painéis eletrônicos também faziam chamadas exuberantes sobre a história de amor e tragédia do casal da peça.

As críticas dos jornais e revistas de entretenimento se dividiram, muitos estavam surpresos com a qualidade do musical, levando em conta o tempo de preparo e o financiamento. Além dos atores, que não eram estrelas conhecidas do público em geral. Naruto não ficou ofendido com isso, porque era verdade, ele ainda não era conhecido e as vezes eram esses famosos que levavam o público para o teatro.

Por outro lado, alguns críticos pegaram pesado desde às músicas, até as coreografias ensaiadas que, segundo eles, eram entediantes e vazias de emoção. Isso gerou uma grande discussão na internet.

Os fãs da obra original alegavam que aquelas críticas negativas eram intencionais, porque a história era uma adaptação de um livro de outro país, e havia um conflito político e de interesses locais. Sasuke não estava totalmente por dentro da discussão, mas gostava de saber que Naruto era defendidos pelos fãs que aumentavam a cada dia.

As coisas pareciam mais tranquilas com os fãs, principalmente depois que Ino e Gaara confirmaram o noivado e marcaram a data de casamento para o final do ano.

Já a mudança para a casa nova ocorreu em uma semana, com a ajuda de uma boa empresa de transportes que empacotou todos os objetos e desmontou os móveis, montando-os de volta na casa nova. Após abrir a última caixa, Sasuke conseguiu respirar aliviado. Embora ainda precisasse de mais tempo para fazer algumas modificações pela casa.

Os móveis novos que comprou chegariam em alguns dias, até lá, eles teriam que improvisar. O que não era um problema, Tamaki e Naruto estavam se divertindo em todos os cantos da casa. Ela fez alguns desenhos para pendurar na geladeira nova, e Naruto se encarregou de pintar a sala.

A escola de Tamaki era próxima da nova casa, apenas seis minutos de caminhada, por isso eles podiam ter agora um café da manhã sem pressa e a menina não ficava mais caindo de sono no sofá. No começo, ela ficou um pouco receosa para conhecer a nova escola, mas logo no primeiro dia fez amizade e estava cheia de novidades sobre a professora, o parquinho e os colegas.

Pela manhã, Sasuke fazia o máximo de esforço para não acordar Naruto quando saia da cama, mesmo assim, ele sempre despertava nem que fosse apenas para dar um beijo de bom dia e virava depois para dormir.

A rotina deles estava ainda se adaptando a nova fase que viviam, onde Naruto passava os finais de semana ausente. Sasuke aproveitava esse tempo para trabalhar na casa. Ele colocou o novo piso na sala, eram laminas adesivas de vinílico, por isso conseguiu fazer o trabalho no sábado e domingo. Tamaki o ajudou pegando cada régua do revestimento de pvc, para ele adesivar sobre o antigo piso.

Também modernizou as calhas e uma parte do telhado que precisava de ajuste. O aquecedor central era de uma boa marca, por isso Sasuke não precisou mexer, mas adicionou um carpete no quarto de Tamaki, e colocou novas cortinas. Seu quarto não precisou de muita reforma, também colocou cortinas novas e eles compraram uma cama de casal maior, já que a anterior era um tamanho pequeno porque o apartamento não caberia algo grande.

Tamaki ajudou-o a escolher a roupa de cama na loja, também escolheu novas almofadas. Sasuke gostava que a filha tivesse a liberdade de escolher suas roupas, e também os lençóis. Ficou surpreso porque ela não quis nada com tema dos desenhos que ela gostava, escolhendo almofadas colorias e com estampas ondulares e geométricas.

A cozinha só precisava de uma boa limpeza, feito isso, ele gostou do estilo retrô dos armários de madeira, que eram maciços e de boa qualidade. Em um mês a casa estava com uma outra aparência.

A varanda ganhou também um paisagismo que Mikoto projetou e que Sasuke montou. Ele gostava de mexer com a terra e com plantas, aproveitou para ensinar Tamaki a cuidar das mudinhas e das plantas maiores. A parede verde trouxe um ar renovado para a casa, ajudando inclusive no isolamento térmico e acústico da casa.

Sasuke tirava sempre fotografias das mudanças realizadas na casa e enviava para a dona do imóvel. Em um dia, ela os visitou, Naruto não estava, mas Sasuke a recebeu para um chá. Ela adorou as mudanças que Sasuke fez e ressaltou que estava precisando de uma reforma em sua casa atual. Eles conversaram e Sasuke marcou com ela para se encontrarem no escritório de arquitetura o mais breve possível.

Mesmo com os novos amigos na escola, Tamaki estava sentindo saudade de algumas amigas da antiga escola, por isso, Sasuke combinou com Temari para prepararem uma festa do pijama na casa nova. Infelizmente Hirata e Neji estavam atarefados com seus novos projetos profissionais e pessoais, e não poderiam trazer suas filhas para Osaka naquele momento. Mesmo assim, a festa de pijama alegrou Tamaki, que se despediu do pai com um sorriso animado na porta do colégio.

Sasuke fazia uma viagem de metrô até o trabalho todos os dias, o que já não era uma novidade para ele. Enquanto isso, Naruto ficava em casa dormindo. Ele acordava mais tarde porque tinha apresentações nos finais de semana, em três horários diferentes.

Enquanto estava no metrô, indo para o trabalho naquela manhã, Sasuke estava lendo as notícias no celular e viu algumas fotos do musical, incluindo o beijo de Naruto e Gaara. No dia da estreia, ele estava emocionado demais para pensar nesse beijo. Não dava para esperar menos de um casal que ficaram anos separados.

Sasuke não sabia distinguir o que sentia com aquela cena. Ver ao vivo o beijo foi emocionante para a história. Olhar o vídeo se repetir infinitamente na internet, era bem desconfortável. No entanto, aquela pessoa estava longe de parecer o homem que Sasuke era apaixonado. Desde a caracterização, até o modo de agir e falar do personagem. Não havia nada de Naruto naquelas cenas. E isso ajudou Sasuke a fazer essa diferenciação.

Mesmo assim, os fãs estavam eufóricos e replicando aquele vídeo em diversos contextos. Sasuke preferiu não ver quais comentários eles faziam, era um alívio para sua mente. Felizmente esses fãs não estavam mais indo em seu perfil fazer qualquer comentário desagradável. Os que apareciam, faziam elogios e alguns até questionavam por que ele não era ator. Os comentários sobre sua aparência o deixava num misto de vaidade e dúvida.

Sasuke guardou o celular no bolso e saiu do metrô. Quando chegou ao escritório, encontrou Ritsuka na área do café. Eles combinaram de trabalhar na parte da tarde, por isso achou estranho vê-la aquela hora da manhã.

— Eu tive uma reunião com o senhor Senju, não poderei ficar a tarde, tenho uma consulta no horário do trabalho. — Ritsuka falou com uma voz baixa e até mesmo sua postura havia mudado nos últimos dias. Sasuke notou que ela parecia muito mais calada e sempre sozinha pelos cantos, falando ao telefone e escondendo o rosto.

— Posso mudar minha agenda, vamos para minha sala. — Sasuke pegou a xícara de café recém preparada. Ritsuka chegou logo depois e fechou a porta, ela estava puxando as persianas para fechar as paredes de vidro, quando Sasuke interveio e pediu para deixar assim.

Na primeira meia hora, Sasuke notou como Ritsuka estava distraída, errando bobagens no projeto. Ele chamou sua atenção, para que não cometesse outro erro, pois ela estava ali para ajudar e se continuasse assim, ele teria que fazer o mesmo trabalho duas vezes.

Logo que se sentou na cadeira, notou as lágrimas nos olhos de Ritsuka e então ela não conseguiu mais segurar e começou a chorar. As pessoas do lado de fora que passavam, notaram e ficaram olhando a cena.

Sasuke abriu a gaveta da mesa e entregou para ela uma caixa de lenços de papel, pedindo desculpas.

— O senhor está certo. — Ritsuka disse, limpando as lágrimas. — Sobre tudo o que disse, eu faço tudo errado.

Sasuke não sabia que Ritsuka era tão emotiva, ele pediu desculpas novamente por ter sido rude. Mesmo não achando que era algo tão grave. Mas as palavras de Ritsuka não pareciam ser para aquele conflito.

— Eu não quis dizer que você faz tudo errado, mas são erros amadores e eu sei que você é inteligente e tem capacidade de fazer isso sozinha. Se achar melhor, pode tirar o dia de descanso. Eu vou falar com Tobirama.

— Não, por favor, não conte para ele que eu estou cometendo erros. — Ritsuka começou a chorar mais alto. — O senhor quer que eu perca meu emprego?

— Eu não ia falar sobre isso, apenas ia pedir para ele te liberar hoje. — Sasuke ficou assustado com a reação dela. — Aconteceu algo? Você quer conversar com a psicóloga?

— Não! — O rosto de Ritsuka mudou completamente, o cenho encurvado, enquanto os lábios eram pressionados. Ela parecia com medo. — Por favor, não fale para ninguém.

— Tudo bem, tudo bem, eu não vou chamar ninguém. — Sasuke se levantou e ele mesmo fechou as persianas. Depois, puxou a cadeira para se sentar perto da estagiária, segurando a caixa de lenços. — Está tudo bem com sua família? Você tem pagado a faculdade em dia?

Ritsuka balançou a cabeça, confirmando positivamente. Sasuke fez outras perguntas, mas nada parecia abalá-la, pelo menos até ele citar Hidan.

— Eu não sei por que acha que ele tenha feito algo para mim. — Ela se moveu na cadeira, perdendo a cor do rosto.

Sasuke sabia que nem sempre as pessoas demonstravam tamanha sinceridade em suas expressões. Ele mesmo sempre guardou para si tudo o que sentia, era as vezes dolorido sofrer calado, fechar-se para o mundo e não ter ninguém a quem segurar a mão. No entanto, Ritsuka era claramente uma garota diferente, ela demonstrava seus sentimentos facilmente, embora falasse algo diferente. Mesmo assim, Sasuke não poderia levantar uma hipótese sem saber o que estava acontecendo.

Foi preciso muita paciência para conseguir convencer Ritsuka a conversar com a psicóloga. E ela só entrou na sala de Shizune, depois que Tobirama entrou na sala de Sasuke, pedindo para falar com ele.

Sasuke retornou para sua sala, depois de acompanhar Ritsuka, ele fechou a porta e encontrou Tobirama olhando o projeto do Hotel de Kushina, que havia deixado sobre a mesa.

— Esse é nosso? Não me lembro. — Tobirama analisava a planta do projeto, enquanto Sasuke sentiu-se envergonhado por ter trazido trabalho pessoal para o escritório.

— Sinto muito, eu só estava revisando para apresentar a minha sogra. — Ele começou a guardar as plantas, mas Tobirama moveu a mão, dizendo que ele não precisava guardar, perguntando onde ficava o hotel. — Em Shibetsu.

— Meu marido nasceu em Hokkaido, ele sempre me fala que a ilha é o melhor lugar para criar nosso filho. — Tobirama, então deixou as plantas sobre a mesa e sentou-se no sofá. — Eu vi Ritsuka entrar aqui e imaginei que ela tenha ficado abalada quando contou que está grávida.

— Ela está grávida?

— Então ela não contou? — Tobirama inclinou o corpo mais para frente e passou a mão nos cabelos. — Achei que ela estava chorando por isso. — Sasuke fechou os olhos por um momento e as pontas dos dedos passaram na testa. Ele olhou para Tobirama em seguida, não havia muito mais o que falar. — Mas eu vim aqui por outro motivo.

— Imagino que seja por causa da audiência de conciliação, era nessa semana, certo?

— Sim, mas Hidan não compareceu. Enfim, estamos tentando um acordo para não arrastar esse processo até as últimas consequências, mas parece que ele não está muito interessado nisso.

— Sinto muito. — Sasuke falou.

— Não, tudo bem, ele quem vai se arrepender de ter me processado. Minhas advogadas são excelentes no que fazem. — A risada de Tobirama foi baixa, ele se levantou e deu mais uma olhada no projeto sobre a mesa. — Já tem uma empreiteira para trabalhar nesse projeto?

— Ainda não.

— Eu tenho bons contatos em Sapporo, vou te passar o telefone deles. — Tobirama virou-se e abriu a porta, depois que Sasuke agradeceu a ajuda. — E não se preocupe com Ritsuka, nós vamos ajudá-la no que for preciso.

Sasuke agradeceu, naquela mesma tarde ele recebeu uma ligação para marcar uma reunião no escritório de advocacia que representava Tobirama. Apesar das palavras do Senju, que tentava tranquilizá-lo, Sasuke preferiu se consultar primeiro com Hinata.

A reunião foi marcada para a primeira semana se outubro. No dia da reunião, a advogada de Tobirama queria mais detalhes sobre a tarde em que Sasuke e Hidan brigaram, com perguntas muito específicas sobre a relação deles e Sasuke ficou inseguro para contar sobre o passado.

— Vamos fazer uma pausa? — Hinata solicitou e a advogada concordou, ela ofereceu café e água, deixando-os à sós depois. — Sasuke, eu sei que é um momento difícil para você.

— Hinata, eu já tomei minha decisão, eu não vou falar que Hidan é o pai da Tamaki. Você acha que ele vai usar isso em depoimento?

Hinata segurou a mão dele de maneira firme, mas carinhosa.

— É provável que ele seja desonesto a esse ponto. Apesar do processo não ser diretamente ligado a Tamaki, é possível que ele use isso como justificativa para fazer você passar por um homem desestabilizado e que conta mentiras, e que pode ser influenciado por Tobirama.

— E se ele for a fundo?

— Se isso for a fundo, é possível exigirem um exame de DNA para comprovar. Se ele negar fazer o exame, é um grande problema. Se ele fizer e for positivo o teste, então é oficiado para o registro do nome do pai na certidão da criança.

— Eu não quero. — Sasuke levantou-se do sofá, ele parou de costas, levando a mão ao cabelo. Depois virou-se para olhar Hinata. — Eu não posso fazer isso com a Tamaki.

— Sasuke é um direito dela, além disso, você pretende mentir no tribunal?

— Você não entende. — Sasuke fechou os olhos e abaixou a cabeça, esfregando as mãos no rosto. — Ele queria que eu abortasse. Como eu poderia falar para Tamaki que o homem na certidão de nascimento dela, não a queria? Ele passou todos esses anos achando que eu queria tirar vantagens dele.

— E você acha justo sair como o mentiroso dessa história?

— Sim, se for para manter Tamaki longe dele, eu posso mentir.

— Sasuke, eu sei que é revoltante o que ele fez, eu concordo, mas... — Hinata parou de falar quando a advogada de Tobirama retornou.

— Desculpe, precisamos terminar por hoje, eu tenho um cliente para atender, é urgente.

Hinata se levantou e pegou a bolsa. Sasuke agradeceu a atenção da advogada e pediu para ela ligar e remarcarem uma conversa. Os dois desceram o elevador em silêncio, quando entrou no carro, Hinata permaneceu com o carro desligado, as mãos sobre o volante. Ela virou a cabeça e olhou para ele.

— Nós podemos procurar uma forma de mudar a estratégia do Hidan, algo que desvie o foco de você. Tem em mente alguma coisa que aconteceu? — Hinata perguntou, séria.

— Sim, mas não pude confirmar ainda. — Sasuke sentiu-se baixo por usar Ritsuka naquele processo, ele fechou os olhos e respirou fundo. — Não posso, ela não está pronta para isso.

— Sasuke, dependendo do que for, é fácil resolver.

— Uma pessoa no escritório, essa pessoa está grávida e é possível que o Hidan esteja envolvido.

— E essa pessoa trabalha com você?

— Sim.

— Essa pessoa é de confiança? Vocês são amigos?

— Não. Digo, eu tentei me aproximar, mas... — Sasuke parou um momento e depois olhou para Hinata. — Essa pessoa está abalada emocionalmente, não acho que vai conseguir falar sobre Hidan no tribunal.

— Se essa pessoa está grávida, e Hidan é o suposto pai, nós podemos desviar a atenção para eles. Eu vou falar com a advogada de Tobirama depois. Vamos para casa e você, não se preocupe, não está fazendo nada de errado, mas vamos evitar de você mentir em um tribunal.

Ao chegar em casa, ele encontrou Tamaki e Naruto sentados no chão da sala desenhando.

— Preparei o jantar. — Naruto falou, levantando-se para beijá-lo. O cheiro da comida despertou o interesse de Sasuke e ele pediu alguns minutos para tomar um banho, enquanto Naruto e Tamaki arrumavam a mesa.

Sasuke saiu do banho e viu uma mensagem no celular, era Hinata, informando o novo encontro marcado para aquela semana. E ela também havia conseguido informações sobre a pessoa que estava grávida de Hidan.

— Como ela conseguiu? — Sasuke perguntou em voz alta, olhando para o celular.

— Quem conseguiu o que? — Naruto entrou no quarto no momento que ele terminava de ler a mensagem. — Está tudo bem?

Sasuke balançou a cabeça, dizendo que estava bem.

— Hinata está resolvendo meus problemas. Ela é ótima.

— Não é? Hinata sempre me ajudou, e nunca cobrou muito caro. — Naruto o beijou, dizendo que a comida estava na mesa, e eles o aguardavam.

Sasuke viu Naruto sair do quarto e fechar a porta, ele tirou a toalha da cintura e sentou-se na cama, voltando a olhar a mensagem de Hinata. Assim que se vestiu, ele desceu para o jantar.

Os três sentaram-se na mesa, enquanto a televisão estava ligada em um canal de desenhos. Sasuke levantou-se para desligar a tevê e pediu para Tamaki prestar atenção na comida.

— Papai, eu fiz um novo amiguinho hoje, ele pode vir na minha festa do pijama também?

— Primeiro eu tenho que falar com os pais dele, depois podemos marcar.

— Também convidei minha nova amiga, e a amiga dela também quis vir, então eu deixei.

— Tamaki, não podemos receber todo mundo em casa, onde eles vão dormir?

— Posso dividir minha cama. — Tamaki olhou para Sasuke com os pequenos olhos.

Naruto interveio na conversa, tentando arrumar uma solução para o problema.

— Talvez a gente possa armar algumas barraquinhas na sala, e fazer um acampamento.

— É, papai, barraquinhas.

— Naruto, por favor... — Sasuke não sabia como aquela solução poderia ajudar eles.

— Eu posso pegar alguns sacos de dormir com uns amigos, a gente sempre acampava nos feriados. — Naruto piscou para Tamaki e Sasuke acabou cedendo a empolgação dos dois.

Eles tiraram a mesa e Sasuke organizou a louça na máquina de lavar, guardando o restante da comida em potes de vidro dentro da geladeira. Ele se virou, secando a mão e viu Naruto e Tamaki dormindo no sofá, enquanto a televisão estava ligada em um desenho.

Sasuke desligou a televisão e chamou Naruto, ele estava tentando pegar Tamaki no colo, quando Naruto se levantou, espreguiçando-se.

— Deixa, eu levo. — Naruto ficou em pé e pegou Tamaki no colo, levando-a para a cama.

Sasuke subiu a escada atrás dele e foi escovar os dentes, ao sair do banheiro, encontrou Naruto deitado na cama, já adormecido. Ele sorriu e deitou-se ao lado de Naruto, abraçando-o.

***

Desde a estreia do musical, Naruto tentava equilibrar sua agenda com todas aquelas ações publicitárias e entrevistas. As entrevistas eram importantes para promover o musical, além disso, sua popularidade vinha aumentando cada vez que aparecia em revistas, sites e programas de televisão. Enquetes online diziam que Naruto era um dos cinquenta homens mais bonitos do Japão. Enquanto as pessoas começavam a explorar seus rastros por todos os cantos. Essa parte era um pouco mais preocupante, porque Naruto não queria expor sua vida pessoal e deixar Sasuke e Tamaki a mercê da imprensa e daqueles fãs que ultrapassavam os limites.

No entanto, quando ele falava sobre a família nas entrevistas, era muito natural e verdadeiro. Às vezes, acabava falando mais do que deveria. Em uma entrevista, ele contou para a apresentadora que conheceu Sasuke ainda na infância. Naquele momento ele estava bem emotivo com a conversa que girava em torno do marido, quando percebeu, já havia falado demais. Mas a história comoveu todos os espectadores e tornou-se viral na internet.

Naruto pediu desculpas para Sasuke, quando chegou em casa, falando que não foi sua intenção. Sasuke viu a entrevista online, e acabou achando muito bonita a forma como ele falou da relação dos dois e sobre Tamaki.

— Não está bravo comigo? — Naruto perguntou, puxando-o para um abraço.

— Não, você falou da gente com amor. — Sasuke deixou o celular de lado na cama, e levou as mãos até o pescoço dele, beijando-o em seguida.

— Sempre quando falo sobre a gente, eu quero que todo mundo saiba o quanto eu te amo.

Naruto o deitou na cama, beijando-o no rosto e depois nos lábios. Sasuke sorriu para ele.

— Pode falar, tem a minha permissão. — Sasuke o puxou para mais um beijo, antes de ouvirem Tamaki bater na porta. Era quarta-feira, o dia da festa do pijama, eles haviam subido para pegar mais lençóis e travesseiro. Tamaki, por sua vez, já estava vestida de pijama e ainda era apenas cinco horas da tarde.

Sasuke se levantou e levou Tamaki para a cozinha, onde eles prepararam um lanche para as crianças. Naruto fez o suco, e as seis horas as crianças começaram a chegar.

Não foi possível montar barraquinhas na sala, mas Naruto conseguiu sacos de dormir para as seis crianças que Tamaki convidou, incluindo Saki. Quem a levou foi Shikamaru, porque Temari estava no trabalho aquela hora.

— Venha dar uma olhada na casa. — Naruto pediu para ele entrar e também ofereceu uma cerveja. Ofereceu cerveja também para Masaru, que havia trazido as outras crianças em seu carro. Eles se sentaram na varanda e beberam a cerveja. Sasuke trouxe uma bandeja com aperitivos, mas logo retornou para o quarto de Tamaki, onde as crianças estavam brincando.

A sala foi decorada com luzes de pisca pisca, o sofá foi empurrado para junto da parede, assim como a mesa. Dessa forma, puderam colocar os sacos de dormir na frente da televisão, onde as crianças se sentaram para comer e assistirem a um filme.

Shikamaru ofereceu ajuda para Sasuke, que estava preparando mais comida para as crianças.

— Como é a nova escola de Saki? — Sasuke cortava os pães, enquanto Shikamaru passava o molho com uma colher.

— É muito boa, perto do trabalho de Temari. — Eles conversaram enquanto faziam os lanches e depois retornaram para a varanda. — Eu preciso ir, me desculpe, prometi buscar Sakura no trabalho.

— Ah! Um encontro, é? — Naruto soou com um tom de voz malicioso, piscando na direção de Shikamaru. — Ela é a melhor amiga do meu marido, então toma cuidado hein?

Sasuke mexeu a cabeça, pedindo desculpas para Shikamaru. Entretanto, se pudesse dar um conselho para ele, seria o famoso clichê de não magoar Sakura. Clichê, porém, útil e necessário.

Masaru também precisou ir embora, ele se despediu do filho e das outras crianças. Naruto sentou-se junto com as crianças na sala, assistindo ao filme, enquanto Sasuke colocava a louça para lavar na máquina.

Algumas crianças queriam brincar com Naruto, mas Tamaki se sentou no colo dele e não deixou mais ninguém se sentar. Sasuke observava a cena da área da cozinha, não havia uma divisão que separava a sala, senão a mesa recolhida para dar mais espaço. Ele colocou mais uma bandeja de comida para as crianças, e elas vieram animadas.

— Tama-chan, é para todo mundo brincar. — Naruto alisou o cabelo dela, tirando os fios de seu rosto. — Eles são seus amigos, não são?

— São. Mas você é o meu papai. — Tamaki pegou o urso marrom, segurando-se no braço de Naruto e apoiando a cabeça, enquanto assistia ao filme.

Tamaki não viu a expressão de Naruto quando ela o chamou de pai. A menina ainda estava olhando para a televisão, enquanto Naruto acariciava seus cabelos com muita dedicação. Os dedos deslizavam nos fios fininhos, conforme ele a olhava carinhosamente. Seu coração estava cheio de amor, ele sonhou tanto com esse dia, e agora não sabia como reagir, só queria que Tamaki repetisse aquela palavra para sempre.

Naruto levou a mão até o rosto e esfregou os olhos molhados, emocionado. Quando percebeu, Sasuke estava parado próximo deles.

Naruto sorriu e moveu os lábios, sussurrando que Tamaki o chamou de pai.

Sasuke balançou a cabeça, ele ouviu. Depois, sentou-se ao lado de Naruto, que continuou acariciando os cabelos de Tamaki como se fosse seu próprio tesouro.

Embora fosse paciente, Sasuke sabia que Naruto almejava ser acolhido completamente por Tamaki. Mesmo já sabendo que Tamaki confiava em Naruto, e sempre demonstrava muitos sentimentos por ele.

As crianças dormiram por volta das nove horas da noite, depois de escovarem os dentes. Naruto ainda ficou mais um pouco na sala, depois cobriu Tamaki e apagou as luzes, deixando apenas o pisca-pisca ligado.

Quando entrou no quarto, encontrou Sasuke já pronto para dormir na cama, lendo um livro.

— Pronto, a tropa está dormindo. — Naruto disse, tirando a camisa e subindo em cima da cama em seguida. Sasuke colocou o livro na mesa de cabeceira. Naruto pousou a cabeça sobre o peito dele, enquanto o abraçava pela cintura.

— Sua filha também dormiu? — A pergunta de Sasuke fez Naruto erguer a cabeça para olhar para ele, com um grande sorriso.

— Nossa filha pediu duas histórias antes de dormir.

— Só duas? — Sasuke ajeitou a cabeça no travesseiro, sua mão deslizava pelas costas de Naruto.

— Ela deixou a Saki escolher uma das histórias. — Naruto continuou sorrindo, enquanto falava. — Acho que ela ficou com ciúmes porque a Saki me chamou de tio, e depois todas as crianças começaram a me chamar assim.

Naruto fechou os olhos, ainda com uma expressão feliz. Sasuke acariciava seus cabelos, enquanto falava sobre o final de semana, iria trabalhar no projeto do hotel. Quando percebeu, Naruto já estava dormindo. Sasuke então esticou o braço e apagou a luz da luminária para dormir.

***

A agenda de Naruto ficou um pouco mais flexível depois da segunda semana de outubro. Ele foi até a escola de Tamaki e encontrou-se com as crianças. Elas foram divididas em alguns pequenos grupos, algumas crianças fariam apresentação de poesia, outras cantariam uma música e as crianças com Naruto fariam apresentação de ballet.

Tamaki estava eufórica, mas quando Naruto entrou na sala e começou a brincar e conversar com as crianças, ela ficou mais afastadas. Naruto preparou um exercício para todos aquecerem com os bambolês e bolas. Ele ajudou Tamaki, que mudou o comportamento, sorrindo novamente.

Mas no final do ensaio, ele notou que a menina estava novamente afastada do grupo. Conforme os pais chegavam para levar os filhos, Naruto os cumprimentava e explicava como pensava em fazer a apresentação. Quando todos foram embora, ele sentou-se para ajudá-la a colocar os sapatos, e perguntou o que ela estava achando da aula dele.

Tamaki tinha as bochechas coradas e a boca fechada em um bico. Naruto até brincou que ela acabaria virando um passarinho se continuasse fazendo bico.

— Tama-chan, você não quer dançar comigo? — Naruto perguntou.

— Quero. — Tamaki abraçou as perninhas dobradas e se escondeu com a cabeça abaixada. Os cabelos dela estavam soltos e caíram para o lado.

— Então por que você não está se divertindo? — Naruto insistiu.

— Eu não quero que você brinque com eles. — Tamaki disse, depois de erguer a cabeça.

— Mas eles não são seus novos amigos? E eles também precisam aprender a dança.

— Mas você é o meu papai, não é o pai deles. — Tamaki fechou os olhos, forçando o choro. Era, sem dúvida, algo que Sasuke chamaria sua atenção, mas naquele momento Naruto estava completamente emotivo pela reação de ciúmes da menina.

Ele queria apenas pegá-la no colo e abraçar com força. Mas decidiu se sentar mais perto dela e mexer em seus cabelos, ajeitando a tiara que havia caído no chão.

— Tama-chan, aqui na escola eu sou o professor de dança de todo mundo. Eu tenho que tratar todas iguais. Você é a minha filha, mas isso não quer dizer que eu posso tratar você melhor, entendeu? Porque todo mundo deve brincar juntos, seu pai não disse isso quando ele deixou você fazer a festa de pijama?

— Disse. — Tamaki virou o rosto ainda corado.

— Viu só? Eu disse que você ia acabar virando um passarinho de tanto fazer bico. — Naruto apertou o nariz dela, e no minuto seguinte Tamaki já estava rindo novamente.

— Eu não sou um passarinho.

— Tem certeza? Olha esse bico. — Ele apontou a direção da boca de Tamaki e imediatamente ela tampou a boca com as duas mãos.

— Vamos para casa, no caminho podemos comer sorvete, mas não conta para seu pai.

— Tá bom, papai.


Notas Finais


Já faz um ano que o trecho dela chamando ele de pai foi escrito e eu esperando o momento pra postar kkkk

Todas as questões judiciais e de ciência são fictícias e, embora eu pesquise muito para embasar melhor minha escrita, sempre vou mudar as coisas para se encaixar no meu universo ABO.

Beijos


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