História Procura-se marido que goste de criança - O florescer de Tamaki I

Era a pré-estreia de um novo filme de seu pai e Tamaki ouviu os dois fazendo planos a semana toda. Quando chegou a sexta-feira, ela soube que eles fariam uma viagem até Tóquio, para se encontrarem com o elenco do filme. Por ser um filme com temática adulta, Tamaki e Harumi não iriam participar. Era comum eles viajarem juntos para as estreias, só que dessa vez Sasuke achou melhor que as crianças ficassem em casa, já que todos os eventos seriam realizados a noite e tomaria muito do tempo deles. Assim, elas não iriam se divertir na viagem.

E quem ficaria para cuidar dela e de Harumi, seria o seu tio Itachi.

A notícia foi ótima, Tamaki adorava ficar na companhia do tio.

Itachi sempre a presenteava com coisas divertidas, ele era engraçado e estava sempre disposto a brincar.

Harumi estava com um ano e alguns meses de idade, e já andava bem, embora caísse bastante para todos os lados, por isso a casa começou a ganhar algumas grades de proteção na escada e nas portas. Seu pai estava bastante nervoso, colocando almofadinhas pequenas na quina dos móveis, enquanto o outro pai dizia que não era necessário tanto.

Tamaki e Harumi estavam na sala, observando os dois, até que Itachi chegou.

— Os números de telefone estão presos na geladeira. — Naruto falou, preocupado.

— Minato provavelmente vai vir aqui ver como vocês estão. — Sasuke disse, explicando também o uso do painel digital do forno elétrico.

— Eu sei usar um forno, Sasuke. — Itachi os empurrou para fora de casa. — Vão se divertir, eu sei como cuidar de crianças.

Assim que se despediram, Itachi se virou e olhou para as meninas no sofá. Ele perguntou quem queria tomar um sorvete e logo pegou Harumi no colo, levando-a para a cozinha.

— Tio Ita, não vamos jantar primeiro? — Tamaki perguntou, sentando-se no banco da cozinha, onde poderia ver o tio colocar Harumi na cadeirinha e depois pegar os potes de sorvete que estavam no congelador.

— Você prefere comer pepino ou sorvete? — Itachi também pegou as taças de sobremesa e algumas tigelas. — Eu trouxe alguns brindes extras. — Ele falou, tirando de um saco pardo confeitos coloridos e balinhas. Havia também granulados de chocolate e balas de goma.

Tamaki o ajudou a montar um sorvete usando todos aqueles condimentos, inclusive algumas fatias do morango que ele lavou e cortou. Depois de tomarem sorvete, retornaram para a sala. Itachi foi até o carro e retornou com uma caixa grande. Tamaki esticou o pescoço, embora fosse alta para seus doze anos, ela ainda não conseguia ver o que o tio carregava.

Quando ele abriu a caixa, um saco de bolinhas caiu e Tamaki pegou. Dentro da caixa encontrou também um plástico murcho. Não fazia muito sentido, até que Itachi usou uma bomba de ar para encher o plástico. Era uma piscina e as bolinhas do saco foram para dentro dela.

Itachi colocou Harumi sentada dentro da piscina de bolinhas e tirou algumas fotografias usando seu celular. Tamaki ia pegando as bolinhas que Harumi espalhava no chão e jogava de volta na piscina.

Ela entrou com Harumi na piscina de bolinhas, embora fosse pequena, dava para as duas ficarem sentadas lá dentro. Itachi pegou um bolo de bolinhas com a mão e soltou sobre a cabeça delas, fazendo uma chuva.

A brincadeira durou algumas horas, até que Itachi levou Harumi para dar um banho e a trocar, antes dela tomar sua mamadeira. Depois que ela dormiu, Itachi foi até a cozinha para ver o que eles comeriam para o jantar.

Com a porta da geladeira aberta, Itachi analisou todas as comidas que Naruto havia preparado e deixado disponível nas prateleiras da geladeira.

— Tem uma torta. — Itachi disse, pegando a travessa de vidro. — Vamos esquentar no prato, pega aquele ali.

Tamaki olhou para o prato de plástico sobre a mesa e balançou a cabeça. Ela se levantou e foi até o armário e pegou dois pratos que não derreteriam no micro-ondas.

— Tio Ita, você não sabe dessas coisas?

— Desde que eu tenho você do meu lado para me ajudar, eu não preciso saber dessas coisas. — Ele sorriu para ela e cortou as fatias de torta. — Você se importa se eu beber uma cerveja?

— Não, meus pais sempre bebem quando comem. — Tamaki tirou o prato dela do micro-ondas e colocou o do tio, enquanto ele abria uma garrafa de cerveja. — Tio, é verdade que você foi para Tóquio ver a tia Sakura?

Itachi se engasgou.

— O que? Como?

— Meu pai falou que você viajou só para ver ela. Podia ter me avisado, eu queria ir em Osaka ver minhas amigas.

— Foi uma viagem rápida. — Ele disse, balançando a mão de forma nervosa e Tamaki não entendeu o motivo para aquela reação. — E a gente mal teve tempo de se ver. Digo, ela trabalha muito e eu fui lá também a trabalho. — Itachi tossiu e Tamaki riu.

Eles se sentaram para comer e depois lavaram a louça. Itachi foi até o quarto de Harumi, que havia acordado. Ele a pegou no colo e os três foram para o quarto dos pais delas. A cama do quarto era bastante confortável, Harumi ficou sentada mordendo um bichinho de borracha, enquanto Tamaki escolhia um desenho para assistir na televisão presa na parede.

Itachi estava no celular e algumas vezes dava um sorrisinho para a tela.

— Você está feliz? — Ela perguntou, curiosa.

— Vamos dizer que sim. — Itachi piscou para ela, mas deixou o celular de lado, prestando atenção no desenho. O urso marrom na televisão falava com o filhote de urso, sobre como ele deveria ser gentil com os amigos menores, pois eles eram ômegas e precisavam ser cuidados pelos mais fortes.

Esse tipo de informação estava em todos os lugares. Tamaki ouvia conversas paralelas e sempre achava estranho como os adultos agiam daquela forma. Proteger pessoas por serem ômegas não fazia sentido, principalmente por motivos banais. Em casa, seu pai era um ômega e mesmo assim ele não parecia precisar de proteção do outro pai.

— Tio, é verdade que um pai Alfa e um pai ômega o filho nasce alfa? A Harumi pode ser uma alfa? — Tamaki perguntou, enquanto Itachi estava rindo dos comentários do urso maior.

— Não é exato. — Ele respondeu, enquanto puxava o bonequinho de Harumi e ela engatinhava até ele para pegar de volta. — Quem disse isso?

— Uma amiga na escola. — Tamaki suspirou. Ela ouvia muitas coisas que não faziam sentido com o que ela via.

— É muito comum na fertilização in vitro a pessoa determinar previamente o sexo do bebê, e há muito tempo eles tentam fazer isso com a classe genética. Só que ainda não houve um resultado satisfatório. Um dos estudos que acompanhei, o bebê masculino supostamente seria um alfa, mas quando nasceu o seu teste deu beta. E a classe beta é a mais comum, na verdade. Para cada bebê que nasce, as chances de ser um beta são de 52%.

— Isso é tão confuso. As pessoas realmente precisam saber sua classe genética?

Itachi riu, deixando Harumi brincar com a pulseira de seu relógio.

— Você está curiosa para saber sua classe?

— Não sei, alguns amigos da escola sempre falam isso. Eu acho chato.

— Entendo. — Ele sorriu. — Precisamos saber nossa classe principalmente para combater algumas doenças genéticas. Mas, não se preocupe, esqueça essas coisas por hora. — Itachi pegou Harumi e fingiu que ela era um avião. — Vamos ver o que tem para comer? — Ele falou com o bebê.

Depois de Harumi tomar novamente uma mamadeira, os três se sentaram no sofá da sala. A televisão passava um programa de um canal infantil. Harumi havia dormido novamente e Tamaki começava a sentir sono.

Ela acabou dormindo com a cabeça no colo do tio, no outro dia, quando acordou, estava em seu quarto.

O final de semana foi cheio de diversão. Além de brincarem na piscina de bolinhas, eles foram até as termas, depois passearam de barco e pescaram. Enquanto seu avô Minato cuidava de Harumi, ela pedalou com o tio pela cidade.

Assim que os pais retornaram, Itachi se despediu. Tamaki o abraçou e o beijou no rosto, enquanto Harumi esticava os braços para o tio a pegar.

— Vocês realmente gostam de ficar com o tio, não é? — Sasuke segurava Harumi.

— Eu disse que sou um grande tio. — Itachi piscou para o irmão e se despediu novamente das sobrinhas, prometendo que iriam brincar novamente em breve.