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História Procurados - O começo do ímpossivel


Escrita por: Leups

Notas do Autor


Hello pessoas.
Como ceis tão?

Eu tô aqui
Chorando baldes com o final de BJ Alex (quem manda ir ler BL justo hj?)

Desculpem a imagem sem edição, n tive tempo pra editar

Apreciem ;)

Capítulo 13 - O começo do ímpossivel


Fanfic / Fanfiction Procurados - O começo do ímpossivel

[Todoroki]

“Todoroki, por favor!! Se vamos mesmo ter um relacionamento, precisa confiar em mim!!”

“Eu quero...quero cuidar de você!! Mas não posso fazer isso se não me contar as coisas...”

“Por favor...me prometa que não vai mais guardar esses pesos só pra você! Prometa!”

 

Acordei com a respiração acelerada, e os olhos arregalados. Aquelas frases ecoavam por toda minha cabeça desde Domingo, quando jantamos na casa do Midoriya. Nossa conversa foi necessária, mas ao mesmo tempo, eu ainda me sentia culpado por tudo isso que estava dando á ele.

Mas ele tinha razão. Eu preciso confiar nele. Ele só quer me ajudar, e eu não deveria impedir isso, mesmo que significasse metê-lo em problemas.

 

Hoje, Quarta-feira, esta sendo um dia bastante cansativo. Bakugou viajou para outra cidade já faz dois dias, e sem ele, as papeladas acabam sobrando para os mais próximos do nível dele, ou seja, eu.

Não tenho uma conversa decente com Midoriya desde Domingo, quando nos despedimos lá pelas 01:00 da manhã. Como disse, tive passado bastante tempo com Lida, já que ele também é de um nível alto, e pode me ajudar com todos esses papéis quase que desnecessários.

 -Bom Lida, se me permite eu vou almoçar agora.—Levantei de sua mesa e fiz um sinal com a cabeça, suspirando.

-Claro, sem problemas. Eu termino esse resto pra você.—Ele sorriu.

-Nem sei como te agradecer, de verdade.—Aquilo tirou um peso das minhas costas.

-Amigos são pra isso. Boa tarde pra você!—Ele voltou á prestar atenção na papelada.

-Pra você também.—Forcei um sorriso e resolvi sair logo dali.

Minha cabeça latejava, suplicando por uma pausa, ou pelo menos por algo reconfortante. Quais eram minhas chances de topar com Midoriya na hora do almoço?

Quando cheguei ao refeitório, me sentei na primeira mesa vazia que encontrei, e fiz um pedido bem generoso. Talvez encher o estômago me desse forças pra continuar nessa energia pelo resto do dia. Apenas apoiei a cabeça na palma da mão e esperei, conferindo as mensagens que foram enviadas pra mim.

Foi quando comecei a ouvir um choro baixo, que não vinha de muito longe da minha mesa. Parecia uma voz feminina choramingando. Olhei em volta, não descobrindo a origem do choro. Mas por que essa voz me parecia familiar?

Notei então, Hagakure na mesa ao lado, a cabeça escondida nos braços, e o corpo tremendo. Obviamente, ela era quem estava chorando. Por que ninguém estava com ela?

Aproveitei que ela não estava vendo para me aproximar de sua mesa, puxando uma cadeira para me sentar ao seu lado, estava tão entretida em seu choro que não ouviu nada.

-Hey...Toru, o que houve?—Pus uma mão em suas costas.

-T-Todoroki?!!—Seu rosto se ergueu num pulo, e ela arregalou os olhos ao me ver ali. Seu rosto estava inteiramente vermelho e molhado.—E-Eu...Oh deus, me desculpa por você ter que me ver assim!—Voltou a esconder o rosto nas palmas das mãos.

-O que? Não, nada disso!! Ei, o que aconteceu pra você estar chorando desse jeito?—Comecei a massagear suas costas com uma mão, tentando acalma-la.

Seus olhos me observaram por segundos, em quanto as lágrimas escorriam em abundância por todo seu rosto. Ela parecia não acreditar que estava prestes á desabafar comigo, mas no momento era sua única opção. Ela começou a respirar fundo, procurando forças pra conseguir falar depois de tanto fungar. Por mais que eu não fosse próximo dela, essa era minha função de amigo também.

-O-Ojirou...Ele foi demitido!!—Agora sim, seu rosto explodiu em choro.

Arregalei os olhos. Ojirou foi demitido?! Como isso não havia chegado até mim antes? E principalmente, por quê?

-Anda...se acalma...Estou aqui...—Era só o que podia falar agora.

Sua tristeza não iria embora. Ela continuaria triste independente do que eu falasse, mas talvez saber que pode desabafar comigo deixe ela mais calma para tentar conversar, ou mesmo me permita chamar Ashido. Foi o que fiz, mandei disfarçadamente uma mensagem para Mina por meu celular, e o guardei antes que ela pudesse questionar.

-E-ele...ele foi d-d-demitido por...por aquele cara novo...do gerenciamento de missões! N-não sei o motivo...—Sua voz saía fraca.

Cara novo do gerenciamento? Era quem eu estava pensando?

-Mas o pior, eu...eu...ele disse que q-queria terminar...que não podia arruinar minha carreira por isso!!—As lágrimas pingavam sem parar sobre a mesa.

Enfim eu compreendia um pouco o motivo de sua tristeza. Claro, a demissão do namorado era preocupante, mas ele conseguiria seguir em frente, mas estarem separados era outros 50. Acariciei suas costas um pouco mais rápido. Estava começando á me preocupar de verdade. Ela poderia passar mal se continuasse chorando desse jeito.

-Todoroki! Hagakure, ai meu deus!!—A voz estridente da rosada ressoou atrás de nós.

Ela correu ao encontro da melhor amiga e pegou a mão dela, fazendo uma sequência de perguntas que mostravam o quanto desesperada estava. Seu olhar procurou o meu, já que o choro da amiga não a deixava responder. Eu aproximei o rosto da mesa pra sussurrar.

-Ela e Ojirou terminaram...deixe ela te contar o porquê.—Dei algum jeito para que a outra não ouvisse, senão choraria ainda mais.

-Ai...agora sim, entendo...—Apalpou as têmporas com as pontas dos dedos.—Desculpe por te ocupar com isso Todoroki, muito obrigado por cuidar dela.—A rosada forçou um sorriso, agradecendo.

-Nem esquenta. Amigos são pra isso.—Também forcei um sorriso.—Me mantenha informado ok?—Levantei.

-Pode deixar.—Ela voltou o olhar para a amiga chorosa.—Vamos amiga, vamos conversar e limpar esse rosto.—Pegando nos braços de Toru, a ajudou á levantar.

Juntas, elas caminharam para a própria sala. Hagakure cambaleando, provavelmente já um pouco tonta depois de tanto chorar, e Mina a ajudando com um braço em sua cintura. Pelo visto, isso é levado como uma coisa mais normal entre elas, já que Ashido nem parecia tão preocupada depois de saber o motivo de choro. Será que o casal já estava com problemas antes da demissão de Ojirou?

Fui distraído de meus pensamentos quando a garçonete chamou minha atenção, apontando para o prato de Soba em sua mão. Eu agradeci e me sentei em minha mesa novamente, dando-lhe a gorjeta. Ela fez uma reverência e saiu.

Mastigando meu Soba, eu me perguntava com o que me ocuparia agora. Precisava urgentemente conversar com Midoriya, mas ainda tinha diversas coisas pra resolver, e eu acredito que ele também. Depois de duas grandes missões bem sucedidas, seu nome tem sido bastante comentado por ai. Eu estava orgulhoso disso, mesmo sabendo que os momentos entre nós dentro da agência diminuiriam também, e poderiam até se tornar nulos.

Peguei meu celular, decidido do que iria fazer.

Bakugou...Ele não atende minhas ligações e nem responde minhas mensagens...Sua missão deve estar sendo complicada, ou ele está em algum lugar sem sinal.

 

Me: Você está ocupado até o limite que nem eu?

Midoriya: Pode-se dizer que sim.

Me: Ah, o dia tem como piorar?

Midoriya: Não seja pessimista. Na verdade estou feliz de estar conseguindo fazer as coisas por aqui. É um passo pra minha carreira profissional, afinal.

Me: Estou orgulhoso de você.

Midoriya: Obrigado...

Me: Vou terminar meu almoço. Até mais?

Midoriya: Sim. Daqui duas horas podemos nos encontrar na nossa sala pra tomar um café? Eu nem almocei ;-;

Me: Claro. Vou estar ai.

Midoriya: Ta...Tchau! <3

 

Desliguei o celular. Agora sim, é como se minha vontade de trabalhar tivesse voltado com uma motivação e tanto. Engoli meu Soba, já pedindo outro para a garçonete.

 

-Cara, organizar os equipamentos. Essa é boa...—Denki dizia num tom frustrante.

-Também nunca me imaginei fazendo isso.—Eu esfregava lentamente uma das grandes armas dali.

-Será que o Kacchan também já fez isso? Duvido.—Ele disse, já pegando outra arma.

Arqueei uma sobrancelha e o encarei. Nunca ouvi outra pessoa chamar Bakugou de Kacchan além de Midoriya. Ele gargalhou.

-Foi o Midoriya que me contou esse apelido. Eu adorei!—Seu sorriso se alargou até as orelhas.

-Deveria ter imaginado...—Soltei um riso abafado.—Falou com ele hoje?—De alguma forma, me senti envergonhado pela pergunta.

-Sim, nós vamos fazer uma missão juntos!—Conversavámos sem parar o trabalho.—Esse cara é dedicado demais, ele não para nenhum segundo! É quase inacreditável!—Exclamou.

-Ele é...—Não consegui evitar um sorriso ao lembrar de sua persistência.

-Deve ser uma tortura você não poder estar com ele nesse exato momento né?—Num pulo, ele apareceu ao meu lado.

-Que susto!—Me afastei.—Sim, é difícil ficar longe. Mas por que isso agora?—Não consegui voltar minha atenção á limpeza.

-Sabe, eu fiquei bem surpreso quando soube do namoro de vocês.—Ele limpava uma faca em quanto sorria.—Talvez porque eu não te conheça direito, talvez porque não conhecesse ele mas...Não imaginava. Vocês, de certa forma, são bem diferentes.—Deu de ombros.

-É...—Pensei minunciosamente em suas palavras.—Você e Shinsou também são bem diferentes, e se dão muito bem. É quase igual não é?—Isso se tornou uma curiosidade minha.

-Pensando bem...Sim.—Suas bochechas ganharam um tom rosado.—Até que entendo a falta que você sente do Midoriya também!—Eu estava surpreso que ele conseguia falar disso com tanta facilidade.

Eu sorri pra ele também. Realmente, não conhecíamos muito um do outro, tanto que cada reação era uma descoberta para nós. Mas eu estava feliz de saber que ele se identificava, e feliz por Shinsou também.

 

 

[Narradora]

Rodeando uma cadeira velha, o jovem observava seu prisioneiro com um olhar maníaco. Ele era bonito...e era uma pena pensar em estragar aquele rosto bonito.

 

Bury a friend...

 

A voz rouca ecoou por todo o cômodo vazio. O homem, amarrado á cadeira abriu um pouco os olhos, enojado com a aparência de seu sequestrador.

 

I wanna end me

 

Num gesto brusco, o jovem fez um movimento estranho com o corpo, como se dançasse ao som da música macabra que tocava ao fundo.

 

What do you want from me?

Why dont you run from me?

Why are you wondering?

What do you know?

 

Era quase como uma serpente. Seu corpo se entortava de maneiras impossíveis, e isso só assustava ainda mais o homem preso á cadeira, que só podia sentir o gosto de sangue em sua boca e ficar imóvel, observando o espetáculo horrível que se apresentava em sua frente.

 

Killing the son

Bury a friend

I wanna end me...

I wanna

I wanna

I wanna

End me

 

Com um sorriso largo, o jovem ergueu o queixo de seu prisioneiro com um dedo, sentindo a respiração fraca do mesmo. Ele não demoraria á desmaiar novamente, mas estava satisfeito que ele tinha ficado acordado para presenciar seu show.

-Vamos logo...Temos coisas pra fazer.—Uma voz chamou o jovem, e parecia levemente estressado.

-Não saia dai...meu prodígio.—Com um dedo passando por sua bochecha, o jovem se afastou do homem amarrado na cadeira, e com passos curtos, saiu do cômodo vazio.

O prisioneiro, aproveitando que estava sozinho, olhou em volta tentando reconhecer onde estava. Sim...Ele se lembra de ter entrado naquele galpão, ou seja lá o que esse lugar fosse. Mas como tinha sido pego? Ele tinha avisado á alguém que tinha ido ali? Céus...estava completamente sem memórias...Só sabia que precisava sair dali, o quanto antes!

 

[Todoroki]

-Anda, você sabe fazer melhor que isso!!!!—Jirou disse, em quanto corria á minha volta, numa tentativa de me passar a perna.

Eu pulei para o lado, conseguindo desviar no último minuto. Sem o aviso dela, eu provavelmente estaria no chão agora, sendo neutralizado por ela. Anda, concentre-se Shouto!

Corri em sua direção. A garota foi ágil em apoiar as mãos no chão e jogar seu corpo pra trás, mas isso á deixou com a defesa da frente baixa. Rapidamente, consegui agarrar a arma em minhas costas e apontar para suas mãos, afundadas na areia do lugar. Felizmente, o gelo alcançou a ponta de seus dedos, e percorreu toda sua mão, parando apenas em seu cotovelo. Ela arregalou os olhos, e por segundos forçou todo seu corpo. Mas não adiantou nada. Suas mãos estavam neutralizadas pelo gelo, e com as pernas pairando no ar, ela não conseguiria fazer força com elas. Quando ela mesma notou isso, caiu na gargalhada, rindo alto.

-Okay, okay, eu me rendo! Agora me solta ai!—Com os cabelos caindo no rosto, ela não conseguia me encarar.

Eu ri também. Apontei a outra arma na direção do gelo, e com o fogo, ele rapidamente derreteu, formando uma poça clara sobre a areia. A garota escorregou nela, e caiu com as pernas esticadas, de barriga pra baixo, sem parar de rir da própria situação. Eu me aproximei dela, estendendo a mão para ajuda-la, rindo um pouco também.

-Você tá cada vez melhor, parabéns.—Ela agarrou minha mão e se levantou.

-Valeu, ainda tenho muito pra melhorar.—Ela cruzou os braços, sorrindo orgulhosa.—E você...não preciso dizer que ta impecável né?—Ela me encarou de cima á baixo, vendo que eu não tinha nenhum arranhão.

-É...Treinar a adolescência toda trouxe um bom resultado.—Dei de ombros, disfarçando com um sorriso.

Juntos, fomos para um banco próximo dali, descansar com uma garrafa de água e um tipo de salgadinho que ela trouxe. Não comia um desses á muito tempo. Ou...Talvez nunca tenha comido um desses.

-Você já viu o Kirishima hoje?—Sua pergunta me tirou de meus devaneios.

-Hm, não. Por quê?—Fechei a garrafinha.

-Ele tá mais branco que uma folha, e mais desesperado que uma noiva pra entrar no altar.—A visão deveria ser engraçada, pois ela soltou um risinho abafado.—Diz que Bakugou não responde ás mensagens dele e não tem mantido contato. Acha que alguma coisa aconteceu com ele. Mas todos nós sabemos que quando o Katsuki entra numa missão importante ele desliga o celular e nem mesmo fica avisando. Por mais que seja o namorado dele, eu acho que isso é normal vindo do Bakugou. Só achei que talvez você devesse falar com ele. São bem próximos afinal.—Mastigando o salgadinho, ela me encarou.

-Entendi...—Pensei nas possíveis situações, tentando ver se eu encontrava alguma base.—Vou falar com ele. Por mais que realmente estivesse focado, Katsuki deixaria de avisar o próprio namorado?—Encarei a água dentro da garrafinha, vendo meu reflexo se mexer.

-Estamos falando do Bakugou! A não ser que Kirishima tenha dado um corretivo nele, não duvido nada.—Gargalhou. Eu também soltei um risinho.

Não queria ofender Kyoka, então apenas concordei com tudo. Mas ela realmente não sabe muito sobre o relacionamento deles. Bakugou pode ser a pessoa mais impulsiva e sem coração do mundo, mas isso não inclui Kirishima. Conheço Katsuki a ponto de acreditar que ele atenderia ligações de hora em hora se fosse o Kirishima, apenas para não preocupar o namorado. E ele era meu amigo também...Já deveria ter respondido as minhas mensagens. Ou pelo menos visualizado.

-Kyoka eu vou...hã...entregar alguns papéis ao Aizawa. Treinamos mais outro dia?—Disse, já me levantando.

-Claro. Valeu pela ajuda.—Ela deu um soquinho em meu ombro como despedida.

Corri até a entrada do campo de treinamento, nem me preocupando á trocar de roupa. Faria isso depois. Agora eu precisava tentar resolver essa situação. Mas se Kirishima realmente estava tão desesperado quanto Jirou falou, era melhor ele ficar de fora disso. Pelo menos por em quanto.

 

Adentrei o elevador de vidro, agradecendo por estar vazio. Isso me daria uma paz para pensar no que falaria. Eu só precisava de uma única resposta, para que tudo fosse realmente explicado e eu pudesse fazer o que fosse necessário.

-Todoroki? Está vivo?—Uma mão se mexeu em minha frente.

-Yaoyorozu. Desculpe!—Pisquei algumas vezes para assemelhar a presença da morena ao meu lado.—Estou pensativo demais hoje.—Forcei um meio sorriso para esconder minha preocupação.

-Não tem problema, haha!—Ela riu.—Você estava treinando com a Kyoka né? Sabe onde ela está?—.

-Eu sai mais cedo de nosso treino, mas acredito que ela ainda esteja lá.—Gesticulei.

-Ta...Vou busca-la então.—Apertou o botão que levaria o elevador ao térreo.

-Como estão as coisas com seus pais? Ela me disse que você a convidou pra jantar esse final de semana.—Tentei puxar um assunto em quanto o elevador subia.

-Complicadas...Muito complicadas. Mas eu sou uma adulta, preciso resolver esse problema como tal.—Seu olhar era cabisbaixo.

-Acho que não é a primeira vez que enfrentamos o mesmo problema familiar.—Sorri, tentando reanima-la.

-Sim...—Sorriu, ainda um pouco triste.—Diz isso por causa de Midoriya?—Não estava surpreso por ela já saber também.

-Bom, sim. Mas no meu caso é mais um caso de protege-lo. Conhece meu pai...—Desviei o olhar, o perdendo em algum lugar do elevador.

-Afff...Sinto muito Todoroki.—Ela suspirou, como se tivesse lembrado de todas as conversas parecidas que já tivemos.

-Não é culpa sua. Na verdade, eu agradeço por me suportar por todos esses anos.—Era tudo que eu realmente podia fazer agora.

-Não por isso, haha.—Suas bochechas coraram.—Agora, você tem mais alguém pra...cuidar dos seus problemas.—Ela fez sinal de aspas com as mãos.

-Nem fale...—Eu sorri, me lembrando que daqui alguns minutos finalmente poderia vê-lo.

-Deixa eu adivinhar...Ele também é um baixinho que grita quando você não fala dos seus problemas e te xinga por qualquer coisa, mesmo sabendo que é pro seu bem?—Enfim, ela alargou o sorriso.

-Exato.—Estalei os dedos, rindo.

-Te entendo perfeitamente então!—Ela riu, olhando pra cima em nostalgia também.

Quando a porta do elevador se abriu em meu andar, eu sai dando apenas um passo, e me virei pra ela com um sorriso.

-E mesmo assim, esses baixinhos estão se tornando a coisa mais importante da nossa vida...—Ela corou ainda mais.

Antes que pudesse responder, o elevador se fechou, e pelo vidro, eu pude vê-la rir. Momo era realmente a mais compreensiva amiga que eu tinha no momento. Sou grato por isso.

 

Passei correndo pelos corredores, tendo que desviar o máximo possível das pessoas. Todos me encaravam, provavelmente por eu estar com as roupas frescas do treino, mas no momento eu não tinha muito tempo pra isso. Me trocaria em minha sala.

Quando cheguei á sala que queria, aproximei o ouvido, tentando decifrar se havia alguém lá dentro. Não consegui ouvir nada, então abri uma pequena fresta na porta, espiando para dentro.

-Sim...sim...Não, ninguém veio até mim, a missão foi bem especifica.—Tive que me esconder atrás da porta para o homem no telefone não notar minha presença.

Infelizmente, meus passos devem ter causado um barulho suficientemente alto, pois ele parou de falar, sussurrou alguma coisa inaudível, desligou o celular e o guardou no bolso de sua calça social.

-Espiões deveriam ser mais discretos para “espionar”, senhor Todoroki.—Ele caminhou até sua mesa, mas não se sentou.

-Desculpe, não era minha intenção espionar.—Sai de meu esconderijo, fechando a porta.—Só...não quis atrapalhar.—Me mantive em frente a porta.

-Aproxime-se. O que te traz aqui?—Agora sim, ele se sentou em sua mesa, e juntou as mãos, questionando-me.

Eu dei passos curtos na sua direção. Nunca imaginei que a presença de um total estranho como ele poderia me intimidar mais que a presença de Aizawa e suas ordens pesadas.

-Você foi responsável por designar a missão de Katsuki Bakugou, pela última vez, certo?—Preferi não me sentar com ele.—Oboro Shirakumo...

-Pra você, Kurogiri.—Seu tom de voz era ríspido.—E sim, eu designei sua última missão.—Ele era tão calmo quanto eu.

-E eu poderia saber qual foi sua missão?—Arqueei uma sobrancelha.

-Por que a curiosidade tão repentina, jovem?—O jeito com que se referia á mim era estranho.

Por segundos, fiquei apenas encarando seu rosto. Com isso, eu poderia chutar que ele não é muito mais velho que eu, e até mesmo que ele tinha a mesma idade de Aizawa. O sorriso contido que mostrava como os dentes eram perfeitos, os cabelos azuis levantados e totalmente organizados, e o que era mais curioso: um pequeno curativo sobre o nariz.

-Bakugou não mantém contato. Nem comigo, nem com o namorado, com ninguém. Isso não é típico dele. Só quero saber se ele está bem.—Apoiei as duas mãos na mesa, e inclinei um pouco o corpo.

-Lamento, mas a missão que lhe foi designada é secreta. Ninguém além de Aizawa e eu sabe.—Ele desviou o olhar.—Não se preocupe. O jovem Katsuki é forte e sabe lidar com os próprios problemas.—Ele estava louco para me chutar dali o quanto antes.

-E quanto ás mensagens? O proibiram de nos responder também?!—Estava começando a me irritar. Ele enrolava muito para dar as respostas certas.

-Não. Talvez ele apenas esteja ocupado.—Seu sorriso sumiu, dando lugar á uma expressão séria.—Ele me prometeu que teria sucesso, e precisa de concentração. Então, talvez seja melhor vocês nem atrapalharem...—Com as orbes frias, ele me encarou.

-Quem pensa que é? Quem pensa que nós somos?—Inclinei ainda mais meu corpo.—Algum tipo de saco que Bakugou carrega nas costas?! Pois saiba que somos amigos, e preocupação é algo normal, senhor Kurogiri!—Dei ênfase em seu nome, mostrando minha irritação.

-É uma pena.—Ele deu de ombros, como uma provocação.—Além do Izuku, realmente pensei que não valiam a pena. Por que não tenta aprender algo com eles?—Suas sobrancelhas se arquearam.

Naquele momento, eu perdi as forças que prendiam minha raiva. Com um soco forte na mesa, eu andei a passos largos para fora da sala, batendo a porta com violência, pouco me importando se ela quebraria ou faria barulho.

Peguei o elevador e fui para meu andar, batendo os pés impaciente. O calor do treinamento voltara, me fazendo suar. Dessa vez, se misturando á raiva, que já tinha tomado completamente meus pensamentos. Com bufos baixos, eu fui até minha sala, a trancando. Me joguei no sofá, cobrindo a cabeça com uma almofada.

“Então, pra ele eu não trabalho direito?! Sou um peso morto ou coisa do tipo?! Quem ele pensa que é pra chegar colocando vírgulas assim!! Ele nem se importa se Bakugou está em perigo ou não!!!!”

Mordi o tecido que cobria a almofada. Precisava descontar minha raiva em alguma coisa. Não conseguia pensar em nada que não fosse a expressão gozadora daquele homem, ao ver a raiva crescendo por meus olhos. Era óbvio que pra ele, isso não passava de uma brincadeira. E isso só me deixava ainda mais irritado.

 

-TODOROKI??! É VOCÊ!? ABRE AIII!!!—Uma voz fina gritou do lado de fora da porta.

Arregalei os olhos, lembrando que já estava na hora de me encontrar com Midoriya. Eu devo ter me perdido em pensamentos odiosos, tanto que nem percebi o tempo passar. Realmente, já fazia 30 minutos que eu estava deitado aqui mordendo uma almofada.

Corri até a porta, me atrapalhando todo com o maço de chaves em minha mão. Abri a porta com rapidez.

Midoriya sorria, segurando duas canecas de café, em quanto suas bochechas ganhavam um rubor forte conforme seus olhos passavam por meu corpo. Eu sorri.

Com as duas mãos em seu rosto, eu o puxei. Não importava se nós tínhamos todo o tempo do mundo agora, eu tinha esgotado todas as minhas reservas de paciência, e precisava daquilo sem mais demoras.

Como sempre, o gosto doce dos seus lábios relaxou todos os músculos do meu corpo, me fazendo ir pra outro universo, muito longe do mundo estressante e frustrante que eu estava agora. Ah se eu pudesse ficar nisso para sempre...

-Hmm!! T-Todoroki!!—Entre pausas de ar, ele começou a se afastar.—C-Calma!—Tive que ajuda-lo para não derrubar as xícaras.

-Desculpa...—O deixei entrar.—Eu...estava com saudade.—Minhas bochechas coraram também. Eu o havia agarrado sem pressentimentos.

-Ei, também não precisa ficar assim!—Seu corpo se juntou ao meu para me abraçar, seu rosto erguido pra sorrir pra mim.—Eu também estava...Muito!—Seus lábios vieram aos meus.

Com um selinho longo, ele se ergueu na ponta dos pés, aproveitando da úmidez que meus lábios ofereciam. E eu não poderia estar mais feliz do que ter o gosto deles novamente. Mas não era o bastante...Meu corpo precisava de mais, mais para acalmar aquele sentimento raivoso dentro de mim.

Com suas mãos se aventurando por minha nuca, eu resolvi que também merecia uma exploração ali. Minhas mãos seguraram sua cintura, e o puxaram para mais perto. Enfim, com seu peito colado ao meu, minhas mãos começaram a descer, sentindo o começo de sua calça. O corpo dele estremeceu quando sentiu meus dedos finos descerem ainda mais, chegando ao fim de seu quadril. Suas mãos estavam nervosas, mas não se esconderiam por isso. Com a regata branca que eu usava, ele teve mais facilidade de sentir os músculos de meus braços por entre seus dedos. Esse toque me arrepiava muito, me fazia querer que fosse mais profundo.

Fui surpreendido por sua língua, atacando a minha com ainda mais calor. Aquilo me deu um tipo de descarga elétrica, que só me incentivou a descer ainda mais. Quando meus dedos alcançaram sua bunda, minhas palmas foram ao seu encontro. Sentir a sensação de espreme-la por entre meus dedos era maravilhosamente bom, ainda mais quando seu corpo se arrepiava com os apertos.

-Eu...Já te disse pra p-parar de ser tarado...—Ele disse em quanto parava para tomar ar.

-A culpa não é minha.—Minha boca formou um sorriso de canto, e o relevo entre minhas pernas se tornara mais aparente com essa provocação.

Com os segundos, eu estabeleci um tipo de sequência. Minhas mãos iam até o final de sua nádegas, e as puxavam pra cima, aproveitando de todo o calor que podiam oferecer. Já o menor, acariciava os fios de minha nuca, não se importando se a marca de seus dedos ficariam ali. Ao mesmo tempo, nossas línguas trocavam toques rasos, estando mais ocupadas em descobrir a boca do outro, as quais formavam um fio transparente de saliva toda vez que nos separávamos para pegar ar.

Quando me senti cansado daquela posição, deixei que meus instintos fizessem a mudança. Minhas mãos fizeram um pouco mais de força, levantando seu corpo do chão. Ele entendeu, e num pulo, enrolou suas pernas entorno de minha cintura. Nossas testas coladas me permitiam notar o suor que começava á escorrer no menor. Minhas pernas começaram á caminhar para algum lugar, mas eu estava muito concentrado em atacar sua língua para reparar onde.

Seu corpo finalmente encostou em alguma coisa, que eu imaginei ser a parede. Coloquei minha perna entre suas pernas, sentindo a ereção já dura roçar por minha coxa. Suas mãos, que antes acariciavam, agora começaram a puxar os fios, que escorriam por entre seus dedos, judiados.

-A culpa é totalmente sua...—Depositei uma lambida no canto de sua boca, brincando.

-E-e...Por quê..?—Com os olhos semiabertos, ele me encarou, as orbes esmeraldinas com desejo e ansiedade.

-O seu gosto é deliciosamente bom.—Levantei o rosto para deixa-lo observar meus olhos.—Você...é deliciosamente bom.

Seu rosto ficou ainda mais vermelho. O elogio havia ido com um toque de impureza que ele não esperava. Eu estava me divertindo muito com isso.

-T-Todoroki, eu...—Sua voz expressava um pouco de nervosismo.

-Só...relaxe.—Eu encarei as orbes esmeraldinas por segundos, mostrando que não havia nada á temer ali.—Vamos aproveitar. Não vou fazer nada que você não queira...Ta?

 Minha boca abandonou a sua, e eu me empenhei em descobrir o gosto de sua pele. Mordi suas bochechas, sua clavícula, seu pescoço...A mistura de suor e sabor eram viciantes, e me instigavam a descer mais. Tive que tirar uma das mãos de seu quadril para alcançar a abertura de seu colete social. O colete colado ao seu corpo me permitia notar os músculos pequenos do rapaz, me dando um novo tipo de desejo.

Todos os problemas que eu estava enfrentando no momento, desapareceram. Era aquilo que eu procurava o dia todo. O remédio pra essas dores de cabeça latejantes. Ele ficaria muito bravo por descobrir que eu não lhe contei o que está acontecendo com Bakugou, mas cá entre nós, se esse fosse o preço, eu estava mais que feliz. Toda a saudade que eu tinha, os dois dias inteiros que ficamos sem trocar um olhar decente, aquilo se transformava numa força que nos obrigava á ficar assim, colados.

Com o afastamento que meu corpo fez, suas mãos largaram minha nuca e deslizaram lentamente até minha gravata. Os dedos finos a rodearam, e começaram a desfazer o nó.

-Me deixe ter ação tamb..Ah!—Minha perna fez mais pressão em seu membro, o que o fez gemer alongadamente.

Aquilo causou um tipo de choque. Meu membro deu um pulo, impaciente pra que as coisas começassem á acontecer. Eu queria ouvir aquilo de novo...Só de pensar naquele tom de voz pronunciando meu nome, eu estremecia, e isso acabou se tornando meu objetivo.

-Geme de novo...Midoriya...—Minha boca foi até seu ouvido com um tom rouco.

Meu joelho começou a se mover bem levemente, esfregando-se todo por aquela área tão sensível. Ele mordeu os lábios, numa tentativa falha de conter os gemidos manhosos que sairiam por sua garganta. Ele sabia que eu queria isso mais que tudo, e por isso, se segurava ao máximo, para pela primeira vez, não perder essa disputa visual entre nós, mesmo que na minha cabeça, a vitória já estivesse definida. Agora, a missão de desfazer o nó de minha gravata se tornara quase impossível, e eu só podia sorrir com a visão excitante que seu rosto formava.

 

Foi quando o estrondo de uma porta sendo aberta nos assustou. Meu corpo entrou em pânico e eu acabei tirando meu joelho de seu corpo, o que o fez escorrer pela parede e cair de bunda no chão, nossas roupas completamente amassadas e minha gravata já sem o nó.

-T-Todoroki...M-M-Midoriya...—Kirishima nos encarou por longos segundos, os olhos úmidos, prestes á desabar em lágrimas.

Minha mente estava confusa demais para assimilar qualquer coisa. Minha respiração estava ofegante, meu rosto estava vermelho, e minhas roupas desorganizadas. Ele não falou por muito tempo. Não precisava ser muito esperto para notar o que estava acontecendo ali, e nem muito observador para notar o relevo entre minhas pernas, que sofria por estar desativo novamente.

Já Midoriya, as bochechas estavam coradas até as orelhas. Ele tentava desesperadamente procurar alguma desculpa, algum jeito de fugir das explicações que teria que dar, ao mesmo tempo que se preocupava com o rosto entristecido do ruivo em nossa frente.

De repente, o corpo de Eijiro caiu, bem em nossa frente. Os joelhos cuidando do peso em seu corpo, e o rosto se afundando no chão. Ele começou á chorar, desesperadamente, as lágrimas já encharcavam o chão.

-K-Kirishima?!! O que aconteceu!!?—Midoriya engatinhou até o amigo.

-B-B-Bakugou...—Sua voz saiu em meio á uma fungada.

Eu e Midoriya nos olhamos, ele sem entender nada do que o outro falava. Quando a ficha começou á cair para mim, meus olhos ganharam um tom obscuro, e eu arregalei os olhos para o ruivo.

-Não me diga que...—.

-PEGARAM O BAKUGOU!!!!!!


Notas Finais


Tapoha
Eu disse q ia tacar a gasolina hj, aguentem!

Vamos entrar numa parte mais drámatica da fic agr. Eu quero q vcs vejam o meu ponto de vista em relação á amizade do Bakugou e do Midoriya. Entt eles vão ter uma coisa parecida com a do anime (mudando o contexto óbvio)

Mó aperto no coração fazer o Kiribaby chorando ;-;
Comentem ai

Bjos


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