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História Professional Relationship - Capítulo 1


Escrita por: StrangeDemigod

Notas do Autor


Voltei mais cedo? É! Tô inspirada!
Espero que apreciem.
Boa leitura!

Capítulo 2 - Capítulo 1


Fanfic / Fanfiction Professional Relationship - Capítulo 1

Angely 

Suspirei, observando a janela do carro. A paisagem passava rapidamente, mesmo que o carro não estivesse tão rápido assim. Meu pai olhava fixamente para a tela de seu telefone celular, digitando algo com certa velocidade. O semblante estava sério, nada diferente do habitual.

Meu nome é Angely N. Mccullen e estou a caminho da minha festa de noivado.

O “N” é de Nagashaghi, o sobrenome de minha mãe, Yuno Nagashaghi. Uma mestiça dona de incríveis cabelos lisos e escuros e com olhos puxados e de cor verde. Uma mulher linda, sem dúvidas. E onde está ela? Nesse momento, a sete palmos abaixo da superfície.

Ela era uma famosa cantora, conhecida e amada por todos. Mas não estava imune a uma coisa: se apaixonar. E pior... Se apaixonar por Stefan Mccullen Bernaldi, ou simplesmente meu pai.

Se envolver com o meu pai não foi correto. Por quê? Stefan Mccullen Bernaldi é nada mais, nada menos que o líder da Máfia Italiana e o filho do lendário Anthony Bernaldi- conhecido até hoje por ter conseguido traficar mais de trezentos quilos de cocaína vindos dos confins do México até nossa querida Los Angeles, sem a intervenção dos agentes federais, que sequer ficaram sabendo disso. Vovô era incrível, com certeza. Mas até mesmo o mais lendário tem suas fraquezas. Ele morreu durante uma troca de tiroteios entre a nossa maior rival. Claro que meu pai não deixou barato e se vingou. Assumindo a liderança no país, meu pai ficou mais atarefado do que nunca. E, foi numa de suas “tarefas” que ele conheceu a minha mãe.

Ela tinha sido sequestrada e feita refém. Ela se apaixonou pelo seu príncipe no cavalo branco. Que romântico, não? Bom, mesmo com os avisos dados, ela se envolveu com ele. Estavam num romance proibido e incrivelmente intenso. E, desse romance, eu nasci. E, com o meu nascimento, a vida deles não poderia estar melhor.

Eu cresci cercada de mordomias e regras de etiqueta. Sempre treinada para sem uma boa dama e não desrespeitar ou desobedecer meus pais. Bom, de certo modo era... Um tédio. Não pude sequer estudar numa escola, tinha aulas em casa. Eu queria ser livre! Meus únicos momentos de diversão eram as poucas horas que passava cantando e dançando com a minha mãe. Ela me contava suas histórias... De como havia estudado numa faculdade incrível que a ajudou a ascender. Eu ficava fascinada com cada relato.

Nada poderia ser melhor...

A não ser o fato de que estávamos sobre constante ameaça de nossos inimigos que estavam à procura de vingança. Não demorou muito para o inevitável acontecer. Eu e minha mãe fomos sequestradas. Claro que ela fazia de tudo para me defender todas as vezes que ameaçavam atirar uma bala em meu crânio. De qualquer maneira, meu pai veio nos resgatar. Uma forte troca de tiros se iniciou. Infelizmente, depois daquele dia, eu nunca mais fui a mesma. E meu pai também não.

Yuno Nagashaghi foi enterrada no cemitério particular da nossa família. Foi uma honrosa cerimônia. Honrosa, não longa.

Stefan Mccullen tornou-se um homem sério e extremamente protetor. Percebeu que, se não conseguisse aliados, perderia seu único bem precioso que restara. Eu.

Após isso, passei longos meses sobre uma educação árdua de etiqueta. O objetivo disso? Bom...

A brilhante ideia de meu querido pai para conseguir aliados e mais poder era o enlace matrimonial. Exato.

Ele me casaria com um herdeiro de outra família da máfia italiana.

Quem em sã consciência se casaria aos dezesseis anos? Melhor ainda, quem, em pleno século XXI teria um casamento arranjado daquela maneira?

Infelizmente, não pude argumentar. Mas eu não aceitaria me casar sem amor. Então armei meu próprio plano.

Mamãe sempre me disse que uma boa moça nunca desrespeitava seu pai. E eu não desrespeitei.

Mas fiz com que eu fosse a vítima. Como? Com algumas pequenas táticas, eu fiz com que o meu primeiro pretendente levasse a culpa por pequenos hematomas ou usava as famosas “lágrimas de crocodilo”. Era a palavra do dele contra a minha. E meu querido pai sempre acreditaria em mim.

Pensei que com isso, ele desistiria desse plano. Mas me enganei. Um pretendente veio atrás do outro. E, todas as vezes eu fazia algo para que meu pai os tirasse de perto de mim. Quando percebi, três anos se passaram e eu estava para ir ao meu vigésimo quinto noivado.

Aquilo já estava me entediando. Preparada para planejar mais uma tática, eu o conheci. Dimitry Bianucci, meu mais novo pretendente. E eu, por incrível que pareça, me apaixonei à primeira vista. Ele era incrivelmente alto, com longos cabelos castanhos e peculiares olhos vermelhos. A expressão era neutra, mas ele não perdia a chance de arquear a sobrancelha para expressar o comentário irônico que ele jamais iria falar. Estamos noivos a três meses e foi o melhor homem que já conheci, sem dúvidas. A nossa festa tinha sido planejada minuciosamente.

E era para essa festa que eu havia acabado de chegar. A porta foi aberta e meu pai saiu primeiro, estendendo sua mão para mim em seguida.

“Muito bem, lembre-se das regras da Madame Carter.”- pensei. “Mantenha a postura ereta, ande um pé na frente do outro em passos suaves e o mais importante... Sorria.”

Andamos pelo grande tapete vermelho, sendo bombardeados por alguns flashes. Adentramos ao salão e descemos as escadas, cumprimentando a todos.

Lembro-me que papai disse que nós mafiosos pertencentes a Cosa Nostra temos dez mandamentos simples.

Primeiro mandamento: Nenhum membro da Cosa Nostra pode ir sozinho a um encontro.

Tínhamos olheiros em todas as portas e janelas, para a prevenção e proteção.

Segundo mandamento: Não se deve olhar para as mulheres dos nossos amigos.

Papai me disse uma vez que “traição é o pior pecado existente.” Por isso, jamais deve-se olhar com cobiça às companheiras de seus aliados. O correto é demonstrar respeito por elas. Isso vale para as filhas também.

Terceiro mandamento: Não se deve procurar confronto com a polícia.

Papai e seus aliados tinham um acordo com as autoridades locais. Um famoso ditado expressa essa situação: “Não se meta no meu caminho que eu não me meterei no seu.”.

Quarto mandamento: Não se deve frequentar bares ou clubes.

O salão onde nos encontrávamos era propriedade privada dos Bernaldi. Nada de bares ou clubes, pois ao quebrar esta regra, estará exposto ao perigo.

Não que um salão cheio de mafiosos armados não seja perigoso.

Quinto mandamento: Estar disponível.

Um mafioso deve de estar sempre disponível aos negócios da máfia. Infelizmente, papai quebrou essa regra quando foi resgatar a mim e à mamãe. Ele ainda acha que a morte dela foi uma maldição divina por ter desrespeitado essa regra.

Sexto mandamento: Pontualidade.

Um bom mafioso que se preze sempre será pontual. Até porque se atrasar para matar um inimigo não é algo muito ético.

Sétimo mandamento: Deve respeitar a esposa.

Mais uma vez digo o ditado de meu pai: “traição é o pior pecado existente.” Assim como não se deve desrespeitar a esposa olhando com cobiça para outra mulher, todos os subordinados daquele mafioso não devem destratá-la. A não ser que queiram uma bala enfiada na boca.

Oitavo mandamento: Quando se for chamado para esclarecer qualquer coisa, tem que se dizer a verdade.

Às vezes, desentendimentos entre nós e as autoridades acontecem. De qualquer maneira, nunca se deve mentir. Essa regra é sagrada.

Nono mandamento: Não se deve roubar dinheiro de outros membros da máfia.

Faça isso com as outras pessoas, as comuns. Mas com os nossos iguais, jamais.

Décimo mandamento: Pré-requisito para ser membro da máfia.

Jamais será um mafioso se: a) for parente de um membro de qualquer autoridade local; b)tiver traído sentimentalmente alguém dentro da família; c)tem péssimo comportamento e não respeita valores; d)for adúltero e carente de valores morais e éticos.

É, ser membro dessa grande família não é nada fácil.

 Paramos perto de meu noivo, que aguardava ao fim das escadas. Ele e meu pai se cumprimentaram com um aceno de cabeça e meu pai me deixou com ele, se retirando para conversar com seus amigos. Dimitry estendeu seu braço a mim e eu prontamente aceitei, sorrindo.

-Está magnífica, senhorita.- ele fora educado e eu abri um sorriso sincero.

-Você também não está ruim, senhor.- eu respondi.

Andamos pelo salão, parando algumas vezes para conversar. A música suave ao fundo, o leve cheiro de tabaco e as conversas suaves me faziam sentir um conforto imenso. Aquele era meu lar, afinal. Percebi que estava meio aérea e tratei de voltar a realidade.

-Queiram nos dar licença.- meu noivo disse, se despedindo do casal ao qual conversávamos. Ele me conduziu até o jardim traseiro do salão.

-Onde estamos indo?- indaguei, confusa.

-Acalme-se. Já estamos chegando.- respondeu.

Ele me fez andar até um labirinto feito de arbustos que tinha ali. Sempre fui esperta, então tratei de memorizar o caminho. Chegamos ao centro e lá tinha uma pequena árvore plantada, assim como um banco. Nos sentamos no mesmo e ficamos um de frente ao outro.

-Por que me trouxe aqui?- perguntei, observando ao redor.

-Para que ficássemos a sós.- ele sorriu. -Não acha aqui mais privado?

-Sim, mas...- não tive tempo de continuar. Ele havia selado seus lábios aos meus.

Um pouco surpresa, não correspondi de imediato. Quando dei por mim, estava com meus braços entrelaçados no pescoço dele e ele com os seus ao redor de minha cintura, acariciando o local levemente. Dávamos pequenos selinhos estalados, até que ele introduziu sua língua dentro de minha boca. Correspondi, imitando os movimentos da língua dele com a minha. O ar se fez necessário e tivemos que nos separar. Eu arfava e me abanei um pouco com a mão, em busca de ar. Ia abrir meus olhos, quando senti que ele avançou em meu pescoço, beijando ali. Paralisei. Os movimentos da boca dele eram um tanto quanto inapropriados e seus beijos estavam indo na direção de meu busto. O empurrei para longe, o olhando incrédula.

-Por que me empurrou?- ele indagou.

-Não é apropriado fazer isso, Dimitry.- o chamei por seu nome.

-Ah, qual é!- ele exclamou, revirando os olhos. -Você é tão santa assim?

-O que quer dizer com isso?- arqueei minha sobrancelha.

-Francamente.- ele me puxou e fez eu me sentar em seu colo. -Sente isso?- ele pressionava minhas nádegas contra a sua pélvis. -Ele está louco por você.- ele sussurrou em meu ouvido. Eu tentava me desvencilhar, mas ele era mais forte. -O quão apertadinha essa sua boceta deve ser?- ele dizia aqueles termos chulos e eu grunhia de nojo.

-Me largue!- exigi.

-Ah, não!- ele negou. -Eu vou te foder aqui mesmo!

-Deixe-me ir.- me mexia o quanto podia para me afastar dele.

-Não, não vou deixar.- me segurou pelos pulsos. Com muito esforço, me soltei dele e fui andando para trás, até que encostei no paredão feito de folhas verdes.

-Eu pensei que você fosse diferente! Pensei que me amasse!- eu disse trêmula. Ele se aproximava cada vez mais. Prendi o choro em minha garganta.

-Pensou, uh?-ele disse, me encurralando. -Se enganou! E agora nem seu papaizinho pode defendê-la.-riu de escárnio. -Você é só mais uma vadia que eu vou traçar e esquecer!- eu arregalei meus olhos.

Quando ele estava prestes a apertar meus seios, dei um chute “naquele lugar” e ele caiu de joelhos. Saí correndo dali, me lembrando do caminho que havia feito para chegar ali. Corri para dentro do salão, com as pernas bambas e os olhos lacrimejando. Eu sequer me importei com o fato de que eu havia corrido com aqueles saltos enormes.

Olhei em volta, procurando a cabeleira loira de meu pai e a encontrei entre muitas cabeças carecas. Andei até ele e o cutuquei.

-Agora não, querida. Estou resolvendo um assunto importante.- ele respondeu sem sequer se virar.

-Papai, me escute, por favor...- eu chamava.

-Que parte do agora não você...- ele se interrompeu ao se virar para mim. -O que aconteceu?

-Dimitry... Ele... Ele...- eu não conseguia falar.

-Ele te fez algo?-ele me analisou e percebeu meus pulsos avermelhados. -Onde está aquele desgraçado?

-Papai, pare...- pedi, mas ele não me ouviu. Todos os outros convidados nos olhavam.

-Apareça, filho de uma puta!- ele berrava. Tacou seu copo de whisky no chão, fazendo com que o vidro se espalhasse e o líquido âmbar manchasse o chão. Dimitry apareceu pela porta, com passos lentos. Meu pai ia avançar, se não tivesse sido segurado pelos outros.

Você diz que acha que precisamos ir a guerra

Bem, você já está em uma

Dimitry estava com a expressão assustada. O olhar assassino de meu pai nunca era boa coisa. O homem de longos cabelos castanhos saiu correndo.

Demorou alguns minutos até meu pai se acalmar o suficiente para não correr atrás de meu ex-noivo.

-Mais um jogado fora.-ele comentou. -Agora vou ter que procurar outro pretendente.

-Não, papai.- eu intervi.

- O quê?- ele me olhou incrédulo.

-Chega de pretendentes! Chega!- eu exclamei.

-O que pensa que está dizendo?- ele tinha uma sobrancelha arqueada.

Eu costumava esconder meu lado louco

Agora, estou me libertando

Eu faço minhas próprias escolhas

Não, você não pode fazer com que eu me comporte

-Eu cansei! Cansei dessa sua ideia maluca de arrumar um marido para mim só para ficar mais forte, com mais aliados.- eu estava fora de mim, mas eu não aguentava mais.

-Você está maluca?- ele indagou. -Você nunca foi assim, Angely! Apenas não encontramos o pretendente correto ainda!

-Não, Stefan.- o chamei por seu nome e ele arregalou os olhos. -Não há pretendente correto.

-Você está me desrespeitando mocinha? É isso mesmo?- suas mãos estavam fechadas em punhos. Era para eu estar amedrontada... Então, por que não estou?

O que há de errado em ser confiante?

-Talvez eu esteja.- afirmei.

-Ora sua...- ele rosnou.

-Eu não quero mais saber disso aqui.- joguei o anel de noivado no chão. -Chega de noivados sem amor. Eu quero liberdade!

-Eu te dou toda a liberdade!- ele dizia.

-Ah, mas não dá mesmo.- fui irônica. -Estou farta de tudo isso. Estou indo embora.

-E para onde pretende ir? Você não tem nada!-ele questionou.

-Eu tenho um sonho! É tudo o que preciso.- falei me virando. Ele estava estático no lugar. -Ah, antes de mais nada...- mostrei o dedo do meio para ele. Ouvi murmúrios de “Quanta ousadia!”

Foda-se, foda-se muito, muito mesmo

Subi as escadas e quando cheguei ao topo, um grito me fez parar.

-SAIBA QUE VOCÊ NÃO É MAIS BEM VINDA NESSA CASA!- ele berrou.

“Eu não me importo” - pensei.

Com esse pensamento, me dirigi para fora do salão, abandonado toda a vida que eu conhecia.


Notas Finais


Músicas utilizadas: Confident -Demi Lovato e Fuck You - Lily Allen.
10 mandamentos-->foram retirados do site Fatos Desconhecidos. Para quem quiser ler:
http://www.fatosdesconhecidos.com.br/conheca-os-10-mandamentos-da-mafia-italiana/
Bom, é uma breve explicação -na verdade parte dela- sobre a vida da nossa querida protagonista.
Nos vemos no próximo, queridos.
Kissus, ~StrangeDemigod


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