1. Spirit Fanfics >
  2. Proibido >
  3. Frio

História Proibido - Frio


Escrita por: Imagination

Capítulo 9 - Frio


 

Frio

 

_*_Levi_* _

- Tch, este pirralho… - Puxei-o pelo seu braço e ouvi que murmurou algo, mas para variar aquela semiconsciência não me servia de nada. Cortei o resto que ainda o prendia ao corpo do Titã. O seu corpo ainda estava demasiado quente e tinha quase a certeza de que se continuasse a falar com ele, apenas iria ouvir-me sem ser capaz de responder-me. O único lado positivo daquilo é que parece que começava a reconhecer-me, depois de levar alguns golpes e de atingir-se a ele mesmo.

- Capitão Levi… - Sussurrou perto da minha orelha.

- Acordado? Pensei que fosse acontecer o mesmo que ontem e fosses desperdiçar o resto do dia. – Falei, continuando a carregá-lo nas minhas costas.

- Peço desculpa… estou um pouco zonzo…

- Dorme, Eren.

- Mas vamos desperdiçar…

- Estiveste melhor desta vez.

- A sério? Não me lembro de tudo, mas…

- Não me atacaste se é isso que te preocupa. Estiveste bem. A resistência e a prática virão com o tempo. Descansa, Eren… mereces descansar. – Pude ver de soslaio que sorriu, encostando a sua cabeça à minha.

- Obrigado, capitão Levi. – Abraçou-me e antes que pudesse dizer-lhe algo, vi os seus braços perderem força.

- Tch, às vezes, pergunto-me se não ando a ficar demasiado brando com este pirralho que agora pensa que me pode abraçar sem mais nem menos.

Quando finalmente, chegámos à clareira, abaixei-me para deitá-lo à sombra de uma das árvores que nos rodeavam. O sol ainda demoraria um pouco para se esconder no horizonte e pensava regressar ao vilarejo para reabastecer os 3D Maneveur Gear e também para trazer alguma comida connosco. Queria evitar depender muito da caça, até porque com o Eren a transformar-se em Titã por ali, os animais tinham tendência a afastarem-se do local. Só que não tinha escolha. Ele precisava aprender a controlar aquele poder e a única forma era fazer com que se transformasse e ensiná-lo a manter-se consciente e obedecer-me. Isto sem qualquer influência das experiências da Hanji que provaram ser um falhanço com aqueles frascos que me deu. Apenas usei um e destrui os outros porque não estou com muita vontade de aturar um pirralho hormonal e com força de Titã. Como ele próprio já percebeu, o único que pode dominar a situação sou eu.

Depois de anoitecer, ainda tentei acordar o pirralho, mas ele parecia querer continuar a dormir por tempo indefinido. Não queria que lhe faltassem refeições, mas se estava tão cansado não iria insistir. Comi qualquer coisa e em seguida, decidi ir deitar-me ao seu lado como sempre fazia nos últimos tempos. Os pesadelos pareciam coisa do passado e além disso, também não conseguia deixar de acariciar os seus cabelos enquanto dormia. De alguma forma, aquilo também me ajudava a dormir melhor.

 

_*_Eren_* _

Abri os olhos. A corrente de ar frio que corria naquela noite despertou-me e imediatamente à minha frente, o capitão Levi dormia. Surpreendi-me por não vê-lo de costas para mim como era o habitual. Só que dei por mim a preferir aquela exceção. Assim podia observá-lo em silêncio. Era uma ocasião rara dado que nos últimos tempos, podia afirmar que andava a dormir perfeitamente e sem interrupções, ou seja, sem pesadelos. Desconfiava que isso não se devia apenas aos treinos, mas também devia ter algo a ver com os momentos perto do rio com o capitão Levi. Depois de ter o meu corpo entregue aos lábios e as mãos dele sentia-me incrivelmente relaxado e perguntava-me se seria mesmo possível sentir-me melhor. Ele dizia que sim. Uma das suas mãos estava um pouco mais afastada do seu corpo e próxima a mim. A última vez que tinha visto a sua mão assim próxima, tinha sido para acordar-me com um murro por isso, não sabia se aquilo não seria uma má indicação do que poderia acontecer pela manhã. Ainda assim, a curiosidade melhor dizendo, a vontade de tocar nem que fosse na sua mão era bem tentador. Será que acordaria mal lhe tocasse? Ou mesmo antes de o fazer o seu sexto sentido de instintos mortais iria despertá-lo mesmo antes de poder tocar-lhe? Claro que isso acontecesse, iria passar horas a ser castigado. O exercício físico embora cansativo era preferível do que bater-me com o cinto ou tentar amarrar-me em posições em que parecia que ia quebrar a qualquer momento.

Com um nó na garganta, estiquei a minha mão até à sua e estava prestes a tocar-lhe quando o vi mexer ligeiramente os ombros. Pude entender a razão. Estava arrepiado. Estava frio e nesse momento, vi-o mudar de posição. Virou-se de costas para mim, encolhendo-se um pouco. Vê-lo naquela posição e com aquela reação mais vulnerável, fez-me sorrir e querer arriscar. Existia um sério risco de ser empurrado com violência, mas deixá-lo passar frio o resto da noite não era uma opção. Sendo assim, aproximei-me com cuidado. Procurei fazer o mínimo ruído possível e quando estava perto do seu corpo, pousei o meu braço trémulo sobre a sua cintura. Senti as suas costas contra o meu peito e isso fez o sangue concentrar-se sobretudo no meu rosto.

- Eren?

Cerrei os olhos com força, esperando uma cotovelada seguida de palavras ríspidas.

- Sim…senhor? – Indaguei com receio.

Para minha surpresa, senti-o puxar mais o meu braço.

- Até que nestas alturas, consegues ser útil… - Comentou num tom ensonado.

Não me teria batido porque estava meio a dormir? Decidi arriscar.

- Útil não era bem a palavra…que estava à espera.

- Os agradecimentos não se pedem, pirralho. São merecidos. – Respondeu, mantendo os olhos fechados e o mesmo tom. – Não estás a fazer mais do que a tua obrigação.

- Então, posso ficar assim…?

- Sim, é uma ordem… - Foi a última coisa que o ouvi murmurar. Depois, a sua respiração ocupou as palavras. Era tranquila e de facto, para minha surpresa não se incomodava assim tanto comigo. Abracei-o um pouco mais, aspirando o cheiro dos seus cabelos. Era coisa que não podia fazer. Aliás, tudo o que envolvesse tocá-lo, envolvia uma conversa absurda sobre germes por isso, aquela era a minha oportunidade para sentir mais do seu cheiro, da textura da sua pele e do seu corpo que parecia encaixar perfeitamente no meu.

- Levi… - Murmurei.

Fora em sonhos, nunca o tinha chamado assim e esperava que durante os sonhos, nunca o tivesse dito alto. Se bem que se o tivesse feito, acho que já teria pelo menos levado um soco nem que fosse para me calar. Dizer o nome dele… sem ideia de hierarquia, simplesmente dizer o nome daquele homem que estava nos meus braços e por quem tinha um sentimento de admiração tão grande… fazia-me sentir tão feliz…



Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...