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História Proibido - Única exceção


Escrita por: eternecer

Notas do Autor


Oi, oi.

→ O conteúdo desse capítulo está pesado, então, caso você seja sensível, pule até o: "€", por favor.
→ Lembrando que em momento algum da fic pretendo fazer apologia a assuntos sérios e os romantizarei, ok?
Caso eu não consiga retratar algumas coisas, vou simplesmente tirá-las.

Boa leitura <3

Capítulo 3 - Única exceção


Fanfic / Fanfiction Proibido - Única exceção


Apesar de movimento aparente no andar de baixo, o alfa não me soltou ou afrouxou seu aperto em minha epiderme, levando-me para um dos quartos baratos do estabelecimento.

— Me solta! — Tentava a todo custo sair daquela condução. — Me solta! 

Então o homem me empurrou dentro do quarto e trancou a porta. Virando-se para mim em seguida. Ele praticamente avançou em minha direção e segurou com força o meu rosto.

— Você hoje é minha, mi amor. — Seus lábios friccionaram nos meus de maneira agressiva e necessitada, entretanto, só havia toda essa urgência de uma das partes, pois a minha parte repugnava. E como repugnava. 

O homem viu que eu estava dificultando seu trabalho, então agarrou minha cintura e adentrou sua língua na minha boca à força, guiando-me até a cama de molas pouco confortável e me jogando de qualquer jeito e ficando por cima de mim. 

— Já que você está sendo uma menina muito má, vai ser punida de todas as maneiras hoje… 

— Essa é a última vez que eu te mando me soltar! Me larga!  — Gritei quase tomada por desespero. 

Minha mente alertava que o que os dois alfas, que ficaram comigo o dia todo, diziam era verdade e que, neste momento, eles estavam invadindo o local, tudo isso à medida que me contorcia em agonia a cada toque indevido que o alfa estava incitando em minha pele. Pois sempre que eu transava, ao bel prazer dos homens do local, doía. E doía muito. Se existe sexo sem sentir dor, eu desconheço. Só que todas as noites, eu me submetia a essa tortura por estar sem opções, sem escolhas.

E neste momento, sinto-me egoísta por voltar atrás com minha decisão e querer ter escolhido sair daqui com aqueles dois. 

Fique quieta — Usando a voz de comando, o alfa ditou. Meus tímpanos doeram e minha natureza submissa cedeu contra a minha vontade, encolhi-me. — Você vai fazer o que eu mandar.

Meus olhos embargaram e se desmacharam em lágrimas e, mesmo assim, o homem continuou com os toques. Ofego em agonia.

Eu sentia a ardência de suas unhas curtas na minha pele, como se ele estivesse muito desesperado para me tocar. Aquilo me machucava muito.

E então compreendi: ele estava no cio. Sua insanidade estava aparente e a bruteza pior.

— Para, por favor. — Pedi sôfrega. 

As presas despontavam da gengiva, ficando à mostra. Tremi. 

— Você está começando a me irritar. — Ele falou bravo. — Cale-se ômega. Eu preciso muito de você agora. 

Com a visão turva, observei o homem depositar beijos no meu pescoço, enquanto suas mãos prendiam as minhas para não o repelir, deixando todo o seu peso em cima de mim. Seu falo desperto e coberto pelo tecido da calça, atritava ao meu. Droga.

À medida que seus toques iam se tornando mais incisivos, mais dor eu sentia. Meu lobo uivava em pânico dentro de mim, implorando para o alfa sair de perto.

E quando estava prestes a arrancar o vestido de meu corpo, a porta voa com fúria e se quebra em duas. 

— Mas que porra! — O homem esbraveja, afrouxando seu aperto nas minhas mãos e tira parcialmente o peso de cima de mim. E eu me sinto imunda como nunca antes.

Quero chorar. 

— Saia de perto da ômega agora! — Eu conheço essa voz. 

— Felix… — Balbuciei quase sem voz alguma.

Mas quando olho para o homem, com a visão meio embaçada por lágrimas, vejo-o dar um meio sorriso, convencido. 

— Essa ômega aqui? — Seu polegar começou a fazer círculos na minha barriga e foi subindo aos seios. Sai animal. — Hm, acho que não.

Escuto um risinho sem humor algum, na verdade, foi a risadinha mais ácida que eu já ouvi. 

Pesadamente, Felix caminha até onde estamos e agarra o pescoço do homem, fazendo-o cair de cima da cama e sair de cima de mim.

— Desgraçado. — Vira-se ao homem no chão e parece o golpear, pois o homem solta uma lamúria de dor. 

E ele continua. 

Porém minhas pernas e meu corpo parecem estar travados na cama, em estado de choque. 

Outra silhueta se projeta no meu campo de visão meio turvo, eu o reconheço, é Jisung. 

— Meus Deus… — Ele balbucia perto de mim, também me estudando. — O que aconteceu com você? Consegue levantar? 

— Não sei. 

— Então deixa eu te ajudar. 

Jisung me pegou delicadamente e me sentou na cama e só então vi. Havia marcas vermelhas por todos os meus braços e talvez as pernas estivessem do mesmo jeito. 

— Ele 'tá no cio. — Segurando o homem pelo colarinho da camisa, agora desacordado, o loiro diz. — E estava sob efeito de inibidores. 

— Vamos levar ele. Jungkook vai querer conhecer o sujeito que fez essas marcas na ômega dele. — Jisung fez uma careta engraçada e eu poderia ter soltado um risinho se eu não estivesse tão encucada com uma coisinha: Ômega dele? Eu não sou de ninguém!

— Tire os saltos, não temos muito tempo. 

O rosado me ajudou a ficar de pé e acabei soltando alguns resmungos, mas o assegurei que podia andar sem problemas. Tirei as sandálias de salto e joguei em qualquer lugar do quarto. 

Descemos as escadas correndo. Felix carregava o homem desacordado nos braços e resmungava muito. Meus olhos passeavam por toda a confusão que se estabeleceu na boate. Haviam ômegas e betas do próprio estabelecimento que estavam machucados e caídos no chão, sangrando muito e pedindo por ajuda. Outros já estavam mortos estirados com buracos em suas roupas. 

Parei um momento, movida por instinto, refletindo se devo intervi e ajudar os feridos a saírem. 

Mas isso só durou por vagos segundos.

— Não olhe muito. — Jisung pede ao segurar o meu braço, guiando-me no meio da calamidade que a boate se tornou. — Nem sempre dá 'pra salvar todos.

A música ainda tocava e as luzes piscavam fortes e incessantes, mas há vidraria por todo o chão, juntamente com o cheiro forte de álcool que encharcava o piso provocava um esmurro de realidade em qualquer classe.

Tudo ali se misturava numa poça pavorosa de sangue, corpos e álcool em abundância.

— Mel… — Ciciei olhando para aquilo, prestes a vomitar, com o coração se comprimindo a cada segundo, procurando os cachinhos dourados no meio daquela chacina — Eu preciso achar a Mel…

Desagarrei meu braço da mão de Jisung e comecei a gritar como uma louca atrás da minha melhor amiga, mas nada. Corri para a câmera de ômegas e só achei corpos, inclusive a da madame Cho-hee. 

 Um buraco disforme manchava sua face, o olho esquerdo saltado para fora — este que estava próximo à bala que atingiu seu crânio — conquanto o outro jazia aberto, sem vida; o cheiro metálico fresco adentrou minhas narinas e se tornou o estopim para que eu começasse a vomitar. Com as pernas bambas, comecei a chorar outra vez e sai imediatamente dali. 

Será que Mel também já havia morrido? 

Perguntas como essa e outras abraçaram minha mente e entrei em pânico. A cabeleira rosa de Jisung apareceu na minha frente como um vulto e ele me sacudiu e parecia falar, mas eu não o escutava. E quando menos esperei já estava sendo carregada nos braços para fora da boate.

Quando a brisa gélida da noite bateu contra o meu rosto, tive um choque realístico e gritei outra vez por Melissa, sacudi-me tentando voltar e procurar minha amiga, entretanto Jisung não deixava. Ele me levou até um carro preto luxuoso e me sentou lá. Minha mãos tremiam e eu soluçava. 

— Tente ficar calma, por favor. — Ele pedia manso. — Você pode se machucar. 

Eu o ignorei e me debati outra vez. Meu peito doía, porque prometi para mim mesma que ia sair daqui com a Melissa. E o que estava acontecendo? Eu estava saindo sozinha. E se ela ainda estivesse viva lá dentro? E se tivesse machucada e chamando por mim? Ela era minha irmã, a família que me restou, derivada da tormenta. 

— Me deixa sair, por favor. Me deixa achar a Melissa… — Implorei e logo sentir uma picada no meu pescoço, fazendo-me soltar um gemido de dor. 

— Desculpe por isso. Vai ficar tudo bem.

 Minha consciência se esvai aos poucos. E depois mais nada. 

€€

Tic tac.

Escuro.

Tic tac.

Minhas pálpebras pesam. 

Tic tac.

Solto um murmúrio de irritação. Barulho chato da porra. 

Tic tac.

Minhas pálpebras se abrem lentamente. A imagem clareia. Pisco. 

Tic tac.

Uma imagem humana se forma diante de meus olhos, à frente.

Uma voz familiar se une à figura do homem que se progeta a minha frente com ainda mais exatidão.

— Chatinha…? 

Pisco outra vez. Tic tac.

A imagem se torna nítida.

Um homem vestindo um terno azul elegante, com seus cabelos vermelhos muito bem penteados está parado em minha frente me olhando de cenho franzido, mas à medida que eu o encaro de volta, sua feição suaviza e ele esboça um sorriso pequeno. 

— Bom dia. — Ele saúda, pacífico.

Todavia, os flashes das lembranças na noite passada enchem minha cabeça numa fração rápida de tempo e meus olhos embargam. Eu sou uma péssima amiga. Uma péssima pessoa. 

— O que foi? Não está se sentindo bem?

— Por que me tirou de lá? — Ricocheteio rápido, sentindo-me culpada.

— Porque eu gostei de você. — Sua resposta me pegou de surpresa, no entanto — Você se mostrou diferente de muitas ômegas que eu já conheci. 

— Isso não justifica! — Alterei-me.

— Ah, claro. — O alfa de cabelos vermelhos revirou os olhos. — Você sempre grita quando não tem argumentos? 

— N-não é da sua conta! — Merda.

Ele ri. 

— Você considerar isso como um sim. — Deu de ombros. — Tem alguém que quer te ver. 

Ditando, o alfa pega seu celular na cômoda ao lado da cama e parece mandar mensagem para alguém, segundos depois, a porta se abre e eu quase pulo da cama pelo alívio imediato que tomou minha alma.

— Mia! 

Com os cachinhos voando, Melissa correu e se jogou na cama, me abraçando. Eu retribui, apertando-a bem forte. 

— Eu quase morri do coração, sabia? Sua safada! — Ela me deu uma tapa e rimos. 

— Pensei que você tinha morrido. 

— Você lembra do alfa que eu dormir? — Assenti. Melissa sussurrou no meu ouvido, talvez pela vergonha, já que o de cabelos vermelhos ainda estava no quarto e nos observava. — Ele me tirou de lá, aí depois começou o tiroteio, mas eu fugi do carro para te salvar. Não deu. Outro alfa apareceu e me deu uma injeção na bunda, 'cê acredita? Bandido. — Eu ri e ela fez careta. 

Minha amiga levantou da cama e encarou o alfa que ainda observava tudo.

 — Sabe aquela minha teoria? — perguntou, mas sequer me deixou pensar, tampouco responder. — Ela é muito real. 

Assim que Mel saiu, o alfa asquieceu e fungou, antes de começar a falar:

— Eu sei que você está cheia de perguntas e eu prometo responder todas, mas você tem que prometer que vai entender o meu lado… Legal

— Legal.

— Qual sua primeira pergunta?

— Onde estou?

— Na minha mansão. 

Modéstia talvez não fosse um ponto forte seu, muito menos falar muito ao que parecia.

— E por que estou aqui? 

— Já disse que gostei de você.

— Estou na sua mansão, salva de uma matança por um desconhecido que, por acaso, foi com a minha cara? — ri, cética — Isso não vai colar. Vou perguntar de novo e, por favor, me responda com detalhes e sinceridade: por que mandou me salvarem?

Aí a pose séria do alfa relaxa, os músculos se contraem dentro do paletó azul e ele bagunça os cabelos. Numa calma invejável seus pés se movem pelo quarto e só param quando se senta numa ponta da cama, mantendo uma certa distância de mim. 

Os olhos castanhos-escuros se semicerram por breves segundos e carregam uma imponência transparente. Era como se cada poro de sua epiderme exalasse poder e autoconfiança, da mesma que seu cheiro evidenciava a presença sublime de sua natureza alfa. 

— Peço perdão por não ter estado presente ontem, como prometi. Eu nunca quebro promessas, a não ser quando contratempos muito fodidos requerem a minha atenção — há firmeza no tom de voz suave e firme, embrenhado com notas de frustração — Peço perdão também por ter lhe tratando como um objeto manipulável por dinheiro. Ninguém deveria estipular o valor de pessoas, nem mesmo eu. Poupar a sua vida e da sua amiga não estava nos meus planos e, acredite, nada nunca sai fora dos meus planos. Mas você está aqui, senhorita chatinha. Então, novamente afirmo, está aqui porque gostei de você. Porque você foi a única exceção.

— O que você quer de mim? 

— O que te faz achar que eu quero algo em troca? — rebate, dando-me um sorriso ácido.

— Sempre tem segundas intenções, senhor Jeon. Quais são as suas? E não me chame dessa forma. 

— Você tem razão, tem segundas intenções — Mordi levemente meu lábio inferior com as suas palavras. — Case-se comigo. 

— E se eu disser não? — Arqueei uma das sobrancelhas. 

— Isso não é uma opção. — Ele disse um pouco mais sério, todavia, pareceu se repreender por breves segundos: — Mas poderá ser, se assim você quiser. Pense um pouco, te darei tempo para isso. Fique à vontade. Podemos conversar outra vez, mais tarde.

— Isso não será necessário, eu já tenho minha decisão. Certamente é não. 

A falta de expressão sugou toda e qualquer nuance de reação que eu poderia ter recebido, fazendo o silêncio se tornar ensurdecedor.

Então vi o alfa se levantar da cama sair do quarto, me deixando sozinha com o turbilhão de pensamentos que vagavam na minha mente. 

Onde me meti dessa vez, meu deus?


Notas Finais


Em minha defesa, eu só trabalho com clichês :")

E créditos e agradecimentos pela capinha a @Doce_amargo_3
Muito obrigada, lindinha.

Nos vemos por aí 🖤


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