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História Project: AVNN - 02 - When Everything Starts


Escrita por: AceOfSpd

Notas do Autor


Não, não é uma romanfic, apesar desse capítulo parecer bastante -.-
Glossário nas notas finais;

Capítulo 2 - 02 - When Everything Starts


C02 – When Everything Starts

 

A vida é um piscar de olhos para os mortais” -

Tempos Atuais – Algum lugar no Japão

 

Lilith é introvertida e possui poucos amigos, no geral. Suas relações sociais são relativamente superficiais, e por isso não é muito eloquente e costuma ficar trêmula quando conversa com alguém, principalmente nos diálogos acompanhados de contato visual. Acabara de entrar no terceiro ano do colegial, e tem morado sozinha desde que se mudou dois anos atrás, por motivos de problemas familiares, e acessibilidade ao colégio. Uma boa palavra para resumir a personalidade dela seria “indiferente”. Ela tem vivido desde então com a ajuda monetária de seu pai, que é dono de uma empresa imobiliária moderadamente conhecida. Fisicamente, possui cabelos não tão longos e castanho-claros que herdara dos antepassados de seu pai, sardas no rosto que contrastam com sua pele clara, e um tom verde-cinza em suas íris oculares. “Que irônico. Sou invisível, e mesmo assim continuo a me preocupar com minha boa aparência.” - Constantemente se perdia nesse tipo de monólogo. Ela é alguém que acredita que os humanos não tem nenhuma razão em especial para existir, eles simplesmente existem.

Seis da manhã; Lilith acorda, preparada para mais um dia comum, com o único diferencial de que hoje deverá chegar mais tarde em casa, pois tem uma entrevista de emprego estagiário de meio período em uma filial da Kubrikku Corp. - uma empresa do nicho laboratorial, que faz exames e pesquisas medicinais – Afinal, ela pretende seguir a área e quer ganhar alguma experiência. Não por interesse pessoal, ou um sonho, ou algo assim. Ela apenas acha que se dá bem com a química orgânica e que o salário é compensativo. Após se arrumar, parte para uma caminhada de dez minutos dos subúrbios de seu bairro até a escola, rumo as suas aulas semanais entediantes de aritmética e física mecânica. “Me pergunto se Isaac* pensava que agora, algumas centenas de anos depois de seu enterro, nós estaríamos estudando suas leis físicas em escala global… que triste. Ele na verdade nunca vai saber o quanto foi importante.” - Pensou.

Meio-dia, a pausa do almoço. Apesar de ter conhecimentos de culinária, é raro Lilith preparar suas próprias refeições. Quase sempre, durante o intervalo ela vai até uma loja de conveniência onde tenta chegar à tempo de comprar um dos bentos menos calóricos, eles somem rápido. No caminho do centro, ela costuma passar pelas ruas mais movimentadas, e por acaso, em seu trajeto diário, sempre passa em frente aos escritórios de janelas de vidro espelhado da Kubrikku, onde costuma se deparar com o seu não tão confortável reflexo. Ela raramente foca sua atenção no tráfego de pessoas ao seu redor, mas neste dia em especial, algo lhe puxou os olhos, fazendo-a forçar sua visão para ver com clareza do que se tratava: Um rapaz. Alto, talvez uns cento e oitenta centímetros… possuía um tom de cor peculiar em suas mechas de cabelo; uma espécie de branco misto a uma leve pigmentação de rosa/alaranjado. Estava usando uma roupa formal composta por um terno esverdeado e gravata, parecendo um daqueles uniformes de colégios de elite. Era estranho. “Porém bonito” - Pensou. Durante os dez segundos em que o observava, andando em sentido contrário, e vindo em sua direção, Lilith se perguntava sobre o símbolo do pingente na gola de seu paletó. Ela o achava familiar, porém sua memória lhe falhava. Após cruzarem o caminho lateralmente, Lilith, como de costume, foi indiferente para com o que viu, apesar de ter lhe chamado a atenção. Continuou seu caminho até a loja, como de rotina.

. . .

“Droga. Tem umas mil calorias aqui...” - Pensava enquanto encarava o recém-comprado bento artesanal que comprara sem vontade. Enquanto fazia o caminho de volta, pensou sobre o rapaz que vira mais cedo. Lilith nunca teve nenhum tipo de relação romântica antes, que não fosse uma fanlove com seus ídolos de rock clássico. Sempre que se interessou por alguém, foi apenas superficialmente, nunca se declarou, ou tivera recebido alguma declaração. Achava que seria rejeitada, ou que isso atrapalharia seu estado mental e interferiria em seus estudos. De qualquer forma, olhar e pensar era o que ela chamava de “interação não-interativa” - "não tem problema, afinal, não envolve ninguém além de você". Caminhando com seus pensamentos, Lilith é surpreendida por uma voz grave, acompanhada de um apalpo em seu ombro direito:

- Anella-san?

- … Desculpe?

- Você seria Anella Lilith-san? - Ela olhou para trás, confirmando algo que havia desconsiderado: o rapaz elegante, com quem cruzara caminho minutos mais cedo.

- E-eeh, Sim …

- Prazer – Ele faz uma rápida reverencia, que Lilith retribui, um pouco retraída – Meu nome é Kubrikku Sejuou. Sou o gerente daqui – Diz, fazendo um sinal de forma suave e serena, mostrando o prédio logo a sua direita, do outro lado da calçada.

“Kubrikku… o símbolo do pingente. Que óbvio! Ele é provavelmente algum parente do proprietário, que foi escalado como gerente…”

- Ah… Anella-san, você marcou uma entrevista para estágio para daqui quatro horas, não é?

- Sim…

- Que sorte ter te encontrado aqui ! Meu secretário não conseguia te contatar. A sua entrevista foi adiada para duas horas mais tarde, ás seis… houveram alguns tumultos com os horários, peço desculpas pelo imprevisto. – Disse o rapaz enquanto segurava as próprias mãos, com uma expressão genuína de “foi mal”.

-Não se preocupe, posso comparecer ás seis, sem problemas – responde Lilith, desviando o olhar para um canto enquanto fala.

-Então, nos veremos mais tarde, Anelle-san. Tenha uma boa aula. - Ele sorri, se despedindo. Atravessa a rua calmamente em direção aos escritórios.

“Eu acho que se me descuidasse… eu poderia me apaixonar por esse cara.”


Notas Finais


Eloquente: Aquele que possui facilidade em conversar/dialogar.
Subúrbio: Interior; lugar pouco visitado/movimentado.
*Isaac Newton, quem definiu as três leis básicas da física.


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