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História Projeto bebê!-vkook - Conversa


Escrita por: Moon_Angel_

Notas do Autor


Oiii! Ainda não respondi os comentários, mas eu li eles com muito amor viu<3

Capítulo 4 - Conversa


"Graças a Deus" pela batida na porta. Isso foi tudo que passou pela cabeça de Jungkook. Ele estava a ponto de pegar Taehyung nos braços e carregá-lo para a cama. 

Pela primeira vez desde seu regresso, ele não se sentiu consumido pela culpa, afogado em tristeza. Ao contrário, ele se perdeu no desejo, levado por uma paixão que nunca tinha experimentado. O aroma, o calor, a suavidade do loiro. Não importava que isso fosse a pior coisa que ele pudesse ter feito. Por um momento, Tae foi uma distração abençoada. O ardor do beijo dele…

Como aquilo começou? Com certeza surgiu uma fagulha naquela noite no jardim, mas o que ele tinha acabado de experimentar
praticamente o consumiu. A maturidade e o conhecimento que ele tinha substituíram inocência e ingenuidade.

 Uma combinação letal que podia representar a perdição de suas boas intenções.
 Com a mão trêmula, Jungkook pegou a garrafa de vinho, começou a servir e, quando viu Tae arquear a sobrancelha, evitou encher o copo ao máximo. Estar sozinho com o loiro no quarto mostrou ser incrivelmente perigoso para a farsa.
 Mas como evitar? 

Precisava lembrar que Taehyung não tinha qualquer afeto por si, que o carinho que lhe demonstrava, as tentações que lhe oferecia, surgiam apenas porque ele acreditava que Jungkook fosse Junghyun.
 Esse era Taehyung que o tinha expulsado da residência do irmão porque Kook chegou de madrugada, em um estado de embriaguez de que Tae não gostou. Taehyung, que sempre olhava para ele como se fosse algo ruim.
Taehyung, que tinha providenciado um funeral elegante para o homem que ele não tolerava. Que recebeu convidados sem reclamar, embora a recepção o deixasse esgotado. Que o beijou como se nada no mundo fosse mais importante para ele.
Mas se ele o tinha odiado, anos atrás, quando Jungkook o beijou no jardim, iria odiá-lo duplamente quando soubesse da verdade. Jeon precisava evitar que seus lábios voltassem a ficar tão próximos, para que não se esquecesse outra vez de que não era quem Tae amava, aquele que ele desejava, com quem trocou votos.


— Quais são as lembranças?


Jungkook levantou a cabeça de repente, e encontrou o loiro observando-o como se começasse a duvidar dele.


— Perdão?


— Você parece perdido em pensamentos, suponho que são lembranças de Jungkook, já que a sua mãe entrou e saiu e você nem percebeu… 


— Estava distraído...— respondeu.


— Conte algo para mim.

Taehyung pediu, indo para a cama e batendo no lugar ao lado para o Jeon.


— Como o quê?


— Algo sobre Jungkook. Uma lembrança agradável. 


O loiro ficou esperando que o marido lhe contasse algo sobre um homem de que não gostava, e, pela primeira vez, Jungkook quis que ele tivesse uma impressão favorável de si.


— Jungkook não gostava de ser o mais novo. 


— Desconfio que a maioria dos segundos filhos não gosta — Tae disse, gentil, sem crítica na voz.


— O mais irônico, contudo, é que ele não tinha nenhuma vontade de assumir os negócios da família.


— Tem trabalho demais —o loiro disse, sorrindo.
E Kook se pegou retribuindo a expressão, ainda que apenas levantando o canto da boca, mas já era mais alegria do que ele imaginava sentir de novo.


— Isso mesmo. Você o conhecia bem.


— Na verdade, não. Lamento por isso agora. Mas estamos fugindo do tópico. Uma lembrança agradável.


— No começo, nós não gostamos de morar separados, eu com meu pai e Jungkook com a nossa mãe. Então ele começou a planejar a nossa fuga. 


— Uma vez você me contou que as idéias de Jungkook sempre faziam você apanhar...


O sorriso do ruivo murchou. Não sabia que o irmão era penalizado por suas idéias doidas, mas na época achava crueldade dos pais separarem os gêmeos apenas por brigas de casal… 


— Não sei por que nós colocamos na cabeça que deveríamos sair de ambas as casas à meia-noite. Não havia ninguém para nos impedir durante o dia.


— À noite parece mais proibido, é quando todos deveriam estar na cama. É nesse horário que eu teria ido.

Tae disse, torcendo o lábio com uma malícia tentadora.

E Jungkook se esforçou para não encarar aquela boca suculenta e o brilho nos olhos que sugeria muitas coisas. 


— Enfim… Jungkook conseguiu fugir de casa, tínhamos marcado um ponto de encontro. Eu acredito que ele ficou lá por muito tempo me esperando.


O sorriso do Kim desabrochou em algo que provocou um aperto no peito do ruivo.

— Como assim?— ele perguntou.


— Você quer que eu estrague a história lhe contando o final da nossa aventura?


 Taehyung mordeu o lábio inferior, a expressão mudou para um misto de preocupação e tristeza. 


— Agora você está parecendo o Jungkook, com a obsessão que ele tinha de contar histórias.


Droga. Um deslize. 

Kook sempre gostou de tecer narrativas. Junghyun, por outro lado, sempre preferiu uma abordagem mais direta, sem se preocupar em melhorar a história.


— Ele sempre foi bom nisso 

Tae continuou.
Jungkook piscou, imaginando se tinha ouvido bem.


— Pensei que você não notava.


— Eu adorava ouvir as histórias dele. Era por esse motivo que eu sempre oferecia um jantar quando Jungkook e os outros voltavam de suas aventuras. Sabia que ele nunca se daria ao trabalho de contar suas façanhas só para mim, mas ele inventava histórias encantadoras quando tinha uma plateia. Não atrapalhava a apresentação dele saber que eu estava nos fundos da sala, embora eu tentasse não demonstrar o quanto gostava de ouvir, para que ele não recusasse meu próximo convite.


— Eu não sabia disso. 


— Eu tenho meus segredos — Tae disse, encolhendo os ombros delicados.


Jungkook se pegou desejando descobrir cada um deles, embora desconfiasse que a maioria fosse inocente, trivial, enquanto o segredo que ele ocultava do Kim era horrendo.


— Jungkook pensava que você não tinha interesse nenhum nas viagens. Se você tivesse pedido...


— Ele teria se recusado. Você sabe que sim. Jungkook não tinha nenhuma vontade de me agradar, ou de agradar a qualquer pessoa que não ele próprio. A autoestima dele crescia com uma plateia, então eu a fornecia. Em troca, conseguia algo para mim. Ouvir as aventuras.


Taehyung estava enganado. Se tivesse pedido, Kook teria criado as narrativas para ele, só para ele. 

Como eles conseguiram permanecer como dois desconhecidos, quando Junghyun foi tão importante para os dois?


— Agora termine de contar sua lembrança — o loiro insistiu, interrompendo seus pensamentos.


— Se eu contar ao modo de Jungkook, bem, é só porque passei dois meses ouvindo a tagarelice dele. Ele gosta de ouvir o som da própria voz.

Tae riu um pouco.
— Isso sempre foi óbvio. Nunca lhe faltou confiança.


A risada suave do loiro serviu para aliviar um pouco a imensa tristeza com que a lembrança da morte de Junghyun o envolveu. 


— Arrogância, na verdade — ele contrapôs.—A história acaba comigo desistindo de fugir, eu era consideravelmente mais inteligente que Jungkook. Pensei que duas crianças não sobreviveriam muito tempo na rua então eu não fui.


— Mas e ele?


— Ele foi achado alguns dias depois, nossos pais quase não o buscaram… Foi graças aos pais de Jimin que convenceram eles a ir atrás de Jungkook.

Era estranho falar de si mesmo daquele jeito, sabia que Junghyun contaria aquela história de outra maneira, justificando melhor o motivo por não ter ido atrás do irmão.


— Ah…-Tae suspirou—Essa não me pareceu uma lembrança feliz...


— Na verdade depois disso nossos pais voltaram, eu e Jungkook estávamos juntos outra vez. 


— Isso é muito bom Junghyun.

O loiro disse, sorrindo deitou na cama. Jungkook logo estendeu um cobertor em cima dele.


— Você vai dormir comigo esta noite né? 

 Os olhos do Kim expressavam tanta dúvida, Jungkook sabia que Tae queria lhe dar um minuto sozinho, mas também precisava de si.
E Junghyun daria para o esposo tudo que ele quisesse. 

Jungkook sentia que falhava  miseravelmente na tarefa a que tinha se proposto desempenhar.

 Ele hesitou.




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