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História Projeto MK-ULTRA - Zorro


Escrita por: Primbomb

Notas do Autor


Sumida pra porra, voltei

Capítulo 15 - Zorro


Levanto cedo na manhã seguinte. Na verdade, nem tinha conseguido dormir, estava ansiosa demais com toda aquela situação. 

A cabeça latejava, culpa das muitas taças de champanhe que havia tomado na noite anterior. 

É, parece que beber não resolve os problemas Eva. 

Vou ao banheiro e ligo a torneira, deixando a água fria correr por entre meus dedos. Lavo o rosto, buscando clarear as ideias. 

Ouço alguém bater na porta. 

O relógio marca seis da manhã. Quem seria aquela hora?

Abro-a, só para me deparar com Mark do outro lado. Ele estava vestindo o clássico uniforme azul, com a insígnia da Hydra em vermelho. Nada elegante, se comparado ao seu traje de coronel. 

Os cabelos loiros cintilavam devido a alta luminosidade do corredor, seus olhos atentos aos meus movimentos. 

"Vim lhe trazer o relatório com as informações da missão." Diz, me entregando uma pasta marrom, com várias papeladas.

 Analisar os casos era uma das minhas partes preferidas. Era lá em que decidíamos qual abordagem seria usada com o alvo e o tipo de arma adequada para a situação.

Abro, começando a ler os papéis enquanto me dirigia para a cama. 

Mark theodore Foster simplesmente me acompanha, entrando no meu quarto.

Paro atônita por um segundo. "Posso ajudar?" Pergunto, quase transparecendo a irritação na minha voz. 

"Pensei que poderíamos analisar juntos, já que vou ser seu parceiro nesta missão."

Não era uma boa ideia. 

"Certo" as palavras saem quase que automaticamente da minha boca. Ele assente, arrastando uma cadeira, indo em direção à pequena mesa do canto do quarto. 

Me pergunto quantas vezes tínhamos feito isso no passado.  Eu e ele, estudando juntos para executar a missão perfeita. Dormindo sobre papeladas, após horas de discussão. Nunca tínhamos falhado, era a combinação perfeita de sagacidade e força física.

 Desvio os pensamentos, me sentando junto a ele. 

"Quem é o alvo?" pergunto, segurando um dos inúmeros papéis. 

"Ruan Garcia Calixto" diz, com a voz rouca. "Espanhol, 32 anos, dono da maior rede de tráfico de cocaína da América latina." 

Analiso com cuidado o prontuário, procurando por mais informações. Não era do feitio da Hydra roubar drogas.

"O que vamos pegar?" O tom de voz sai mais ansioso do que o esperado, e mentalmente me repreendo, por parecer tão interessada no que ele tem a dizer.  

"Parece que o Sr. Calixto comprou algo muito valioso na mão de um cientista americano, um composto químico muito raro, pelo que parece. Ele mesmo veio buscar, e segundo nossas fontes, ainda está hospedado no luxuoso hotel Plazza, o que significa..." 

"Que o composto ainda está com ele" digo, completando seu pensamento. 

Ele sorri, me encontrando com o olhar. Deus, como queria socá-lo. 

"Então, qual será nosso próximo passo sargento Wheller?" Pergunta, enfatizando o meu sobrenome. 

Respiro fundo. Aquela seria uma longa manhã. 

 

[...]

 

Desço do carro, apoiando o salto sobre o concreto, dando uma ultima ajustada no vestido. Mark dá a volta, ficando ao meu lado, numa tentativa frustrada de arrumar o terno de grife.

“Me surpreende um homem da sua idade ainda não saber dar um nó decente na gravata.” Digo, me pondo a sua frente. Os dedos ágeis ajeitando a sua roupa.

Sinto seu olhar pairar sobre mim, gesto mínimo, capaz de fazer minhas bochechas esquentarem.

Permanece em silêncio. Seus olhos vagueiam entre os dedos, depois para o meu rosto e param na minha boca.

“Senti sua falta, Wheller” diz, mais próximo do que deveria.

Me afasto, fazendo a milésima checagem da noite. Não iria arruinar minha missão, hoje não, Mark.

“Tem tudo que precisa?” pergunto. Ele ajeita a postura, parecendo extremamente profissional. Assente com a cabeça. “Sua escuta funciona?” indaga.

“Ouço tudo em alto e bom som.” Estava preparada para entrar no grande hotel. Naquela noite, tudo tinha que ser perfeito, não havia espaço para erros.

O hall de entrada era glorioso, os tons de dourado se misturavam com as luzes amarelas, dando a sensação de que tudo no cômodo era feito de ouro.

Depois do check-in, entramos no elevador, a fim de chegar ao saguão principal. Meu parceiro de missão, havia ficado com a parte mais fácil: seu único trabalho se resumia a bater em grandalhões. Já a mim, restara a tarefa mais complicada.

Suspiro, me sentindo confinada no pequeno cubículo de metal. Odiava estar tão perto do causador da minha angústia noturna.

Aquela missão tinha que acabar o mais rápido possível, não sabia se aguentaria tamanha pressão emocional.

No momento em que o ponteiro marcou o número 22, soube que era a hora de ir. A partir dali, daria início ao plano.

Quando estava prestes a sair pela porta, sinto sua mão em meus braços, e desvio como se tivesse sentido uma corrente elétrica.

Minha negação parece tê-lo machucado. Sabia que Mark odiava ser rejeitado, mas era aquilo que precisava fazer.

Rejeitá-lo.  

Este parecia que estava prestes a falar algo, mas imediatamente, fechou a boca.

Fico parada por um segundo, até ouvir um “tome cuidado” frio e seco. 

Agradeço por educação, e sigo meu caminho.

 

[...]

 

Em outras circunstâncias seria facilmente atraída pelo Sr. Calixto. 

Apesar da idade, este exalava uma aura sedutora, como se pudesse conquistar qualquer mulher do recinto com um simples piscar de olhos. Sentia sua presença mesmo estando longe, era o tipo de homem que se fazia ser notado sem ao menos dizer nada. 

Estava sentado no balcão do bar, de costas para mim. 

O salão de festas do hotel era de tirar o fôlego. Inúmeros lustres pendiam do teto, mesas com toalhas de seda e castiçais localizavam-se próximas às paredes, e ao centro havia um grande espaço vazio, onde os casais dançavam lentamente ao som do jazz suave. 

Todos estavam bem vestidos. Dinheiro, obviamente, não era um problema para aquela gente.

Atravesso o salão, indo em direção ao bar. Sento ao lado do alvo, sentindo seu olhar sob minhas costas nuas.

Ignoro totalmente sua presença, fingindo não dar atenção. A música da banda, ecoava pelo recinto, e se misturava as risadas das mulheres e daqueles que já estavam bêbados.  

"Um martini por favor" peço para o garçom. Quando ele traz, os olhos do Sr. Ruan novamente se voltam para mim. 

Dou o primeiro gole, deixando o álcool esquentar a garganta.

"Um drink um tanto forte para uma garota, não?" Ele pergunta, virando-se em seu próprio banco, na minha direção. 

Levanto uma sobrancelha, olhando para a sua bebida, quase rio ao fazê-lo. "Coquetel? Um pouco leve demais para um cavaleiro, não?" Digo,  levemente sarcástica, voltando a pegar o copo, tomando um grande gole, continuando a o ignorar. 

Ele ri, batendo levemente os dedos no balcão. 

Quando estou prestes a pedir outra bebida, este se volta para mim novamente. 

"Sabe, se me deixar lhe pagar um drink, posso te mostrar como uma boa bebida se parece". Dessa vez, viro em sua direção. Consigo perceber que seus olhos vagueiam descaradamente pelo meu decote. 

"Disse o homem da batida de frutas" digo, dando o sorriso mais sexy que podia. 

Ele sorri de volta, fazendo com que a única coisa que denunciasse sua idade aparecesse. As linhas de expressão eram quase imperceptíveis quando entravam em contraste com os olhos brilhantes. 

A pele cor de oliva combinava perfeitamente com o terno. Tudo nele parecia feito sob medida. O cabelo era preto igual petróleo, sendo destacado pela luz amarela do grande cômodo, a barba era devidamente cortada. Seu perfume era amadeirado com um leve tom doce no final… poderia sentir aquele aroma a noite toda.

Os ombros do homem eram largos, era musculoso. Podia-se ver certa definição, mesmo debaixo das muitas peças de roupa.

 "Garçom" chamou. "El diablo. Traga dois" fala, me encarando com um sorriso, como se me desafiasse para um duelo. 

"El diablo… é espanhol?" Pergunto, apesar de saber a resposta.

 "Sim, assim como eu" Calixto fala, ajeitando o colarinho, por mais que já parecesse perfeito. Finjo surpresa, embora fosse óbvio só em olhar.

As bebidas chegam. Sua coloração, era de um vermelho igual sangue, nunca havia visto nada parecido. 

"Dizem que quando você bebe, vai ao inferno e volta" diz, pegando seu copo. 

"Não deve ser tão forte assim" seguro o vidro com mais força, indecisa se deveria ou não tomar.

"Vá na frente señorita" ele fala, brindando no ar. 

Dou o primeiro gole, Ruan acompanha logo em seguida. 

Quando o líquido desce pela garganta, era como se fosse puro vidro, cortando toda a minha pele. A sensação era de fogo, como se todos os meus órgãos estivessem queimando. 

Começo a tossir, abanando a mim mesma, a fim de conseguir respirar. Ele ri da minha cara, parecendo não ter efeito nenhum sobre o drink. 

Balança as mãos em minha frente, fazendo ventilar, tentando me ajudar. 

Quando o efeito passa, quase tenho uma crise de risos. "É isso o que bebem na Espanha?" Pergunto. Ele assente com a cabeça. "Coitado dos espanhóis" digo, empurrando o copo para longe. 

 Calixto volta a observar o meu corpo. Um rápido olhar pelas pernas cobertas e depois, de volta ao meu decote. 

Estava tentando imaginar o que havia embaixo de tanto tecido.  

"A senhorita tem um nome?" Pergunta, o sotaque suave brincando com cada palavra.

Involuntariamente, cada pelo do meu corpo se arrepia. 

"Cassie Chevallier" estendo o braço em sua direção. "Francesa?" pergunta, enquanto delicadamente pega a minha mão e deposita um beijo. 

Assinto com a cabeça, o encontrando com o olhar. 

"O que traz a garota tão longe de casa?" Ergue a sobrancelha, chegando sorrateiramente mais perto. 

"Vim resolver uns problemas da Vogue" digo, como se não fosse nada demais. 

"É a intermediadora da França?" Sorrio, como se ele tivesse feito uma pergunta estúpida. 

"Sou a diretora geral" minto. Naquele momento consigo captar toda a sua atenção. 

"Ah… pensei que fosse modelo" me desconcerto por um segundo. 

Apoio um braço no balcão, seus olhos atentos a todos meus movimentos.

"Nunca conseguiria um emprego com essa altura" Digo. Ele ri, balançando a cabeça. 

"E você? O que te traz tão longe?" Pergunto. Ele para, numa pausa dramática. Me chamando para mais perto, e fala em meu ouvido. 

"Modelos" 

A Eva usual reviraria os olhos, mas naquela noite eu era Cassie Chevallier. Então, viro, quase colando meus lábios em seu ouvido. 

"Encontrou muitas?" Pergunto me afastando, de volta a minha posição anterior. 

Ele balança a cabeça em negativo, como se estivesse indignado. 

"Não… a única garota estonteante que achei, disse que não tinha altura suficiente para isso." 

Ele repousa a mão sobre minha perna e meus olhos encontram os seus. 

[...]

Em poucos minutos estávamos num corredor deserto do hotel. 

Sua língua dançava em minha boca, uma mão segurava meu rosto e a outra descia pelas minhas costas, traçando um caminho perigoso. 

Calixto empurrava seu corpo contra o meu, me prendendo contra a parede. 

Sentia seus lábios em meu pescoço, suas mãos tentavam tirar o meu vestido. 

"Aqui não" digo, as segurando.

Ele assente com a cabeça, embora parecesse inconformado. 

"Vamos para um lugar mais reservado." Fala, pegando a minha mão. 

Depois de subir uma leva de escadas e andar por um longo saguão deserto, finalmente chegamos ao lugar em que falava. 

Era no final do cômodo, bem na cobertura. 

A porta para a qual me levava estava sendo guardada por dois seguranças. 

Ambos, pareciam enormes montanhas.

"Você não é o presidente da Espanha, é?" Pergunto, arrancando um sorriso dele.

"Se fosse, eu não seria tão legal assim" ele responde. Dispensando os seguranças, e abrindo a porta para me deixar passar. 

 "Seja bem vinda ao meu quarto mademoiselle" ele diz, trancando o quarto, nos deixando finalmente a sós. Ele está atrás de mim, suas mãos deslizam pelos meus ombros e descem até os meus seios. Sua boca está em meu ouvido, o puxando delicadamente. 

Viro-me para ele. 

O beijo começa lento, mas em poucos segundos já havia se tornado necessitado. 

Ele me suspende, aproveito o movimento e enlaço minhas pernas ao redor de seu corpo. 

Sou jogada na cama, Calixto com uma mão segura meu cabelo e com a outra tira meu vestido, deixando somente minha calcinha à mostra. 

Sua maestria era tanta, que me perguntava com quantas mulheres ele já teria dormido. 

Aparentemente, gostou do que viu, porque em questões de segundos já estava sem roupas sobre mim. 

Suas mãos eram precisas, assim como a sua língua. O trajeto de beijos havia começado pelo pescoço, e descia, descaradamente. Com a mão livre, tentava tirar minha lingerie.

Coloco minhas mãos sobre seus ombros, puxando levemente seu cabelo. 

A festa tinha acabado.

Com certa destreza, aperto o botão do meu anel, revelando assim a pequena - mas mortal - agulha. 

Com um movimento rápido, a enfio em sua nuca, deixando o veneno ir de encontro ao seu sangue. 

Ele para imediatamente, levando as mãos ao machucado.

Dou um chute no meio de sua barriga, o jogando para fora da cama. 

Ele se contorce, tentando respirar sem sucesso. A pequena dose já estava fazendo efeito.

Vou andando até seu corpo, pondo um pé em seu peito. 

"Onde está o composto?" Pergunto, baixo o suficiente para somente ele ouvir. 

Ele ignora, ocupado demais tentando respirar. 

"Me diga onde está e lhe darei o antídoto para esse veneno" falo novamente, desta vez, chamando a sua atenção. 

"Vá… para o inferno, vadia" sua voz sai entrecortada. 

Sorrio. Dando um chute forte em sua cabeça. 




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