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História Projeto MK-ULTRA - Jogos Mortais


Escrita por: Primbomb

Notas do Autor


Hello, demorei mas cheguei e com capítulo grande por sinal.
Vcs já sabem como funciona, narrações da Savanna e do Peter. Passado/presente, respectivamente.

Boa leitura, espero que gostem

Capítulo 3 - Jogos Mortais


Fanfic / Fanfiction Projeto MK-ULTRA - Jogos Mortais

Alguns animais trabalham durante o dia e dormem durante a noite, outros, fazem exatamente o oposto, passando a madrugada inteira acordados. Eu, particularmente, me identifico com a segunda opção.

Desde alguns anos atrás, meu lema tem sido "Trabalhe a noite e durma na escola sem que ninguém perceba".

Me remexo na cadeira do quarto, jogando as pernas por cima da mesa do computador. Bebo um pouco do meu café -a única coisa que ainda me mantinha acordada- enquanto pesquiso informações na internet.

Leigos navegam no google, nerds e criminosos usam a deep web, e hackers, passam a perna em todos estes sem o governo perceber.

Não passa muito tempo, e minha caixa de mensagem começa a sinalizar, inúmeras notificações aparecem, tudo parece entrar em um colapso nervoso. 

Tinha pegado ele.

Parece que alguém finalmente caiu na armadilha.

[...]

A manhã se passa como um borrão. Entre aulas e cochilos, sigo me arrastando durante o dia, ansiosa para a chegada da noite.

Encontro Josh, que procura saber sobre a cicada, mas apenas tagarelo, rodeando o assunto.

Quando a aula finalmente termina, subo na velha bicicleta e pedalo para minha casa.

Já estava entardecendo, o céu numa linda mescla de azul, laranja e rosa, com um enorme sol avermelhado que quase beijava o chão.

Eu tenho uma caçada hoje. Caso você não saiba, se procurar a definição de “caçada” em qualquer dicionário, a base vai ser esta: Ato de caçar animais. E é isso mesmo que eu faço, vou atrás de seres humanos que definitivamente podem ser chamados assim.

Caçadores geralmente são sempre os vilões, e  podem me chamar do que quiser, mas acredite, tudo que faço é pela minha mãe,  e não faria nada disso se não fosse realmente necessário.

Há anos meu pai nos abandonou, ele decidiu fugir para Nova Jersey com sua nova namorada e nos deixou com uma quantia exata de apenas um dólar na conta bancária. Olhando por outro ângulo chega até a ser engraçado, mas essa não foi a pior parte. Minha mãe dois anos depois descobriu que tinha alzheimer, e apesar de insistir que estava bem, sua situação só piorava.

Começou com pequenas coisas, primeiro, ela esquecia a chave de casa, depois passou a se perder no caminho para o trabalho, até chegar ao ponto dela não saber quem eu sou.

A cinco meses atrás ela passou a me chamar de ‘Lindsay’, sua antiga amiga do colegial. Ela fofocava sobre garotos e sobre espinhas, sobre como era apaixonada por Henry Mcfully –que por coincidência era o meu pai– e várias outras besteiras de adolescente. 

Às vezes ela se lembra de mim, e age normalmente, como se a doença nunca tivesse existido. Ela me pergunta como estou me saíndo na escola, se alimentei o gato, se estou com fome... eu daria tudo para que esses momentos durassem, que ela voltasse ao que era antes, mas isso é impossível.

O único que posso fazer é tentar juntar dinheiro de todas as formas possíveis para pagar o aluguel da minha casa, a clínica de apoio ao alzheimer e os medicamentos da minha mãe. Não sou formada nem tenho certificados, logo, os trabalhos que posso arranjar não me ajudariam a pagar nem metade do aluguel. É por essas e outras coisas que tenho que ser o que sou, mas não se preocupe, não roubo de pessoas justas, como já disse, roubo de animais.

Chego em casa largando a bicicleta de qualquer jeito na sala, pego um cereal e um pouco de leite, para fazer o que poderia ser minha última refeição fora da cadeia.

[...]

Chego no bairro as 23:32, estava completamente deserto e escuro, como tinha previsto. Ao longe podia-se ver a casa do meu alvo. Dois andares, grande e bonita com um portão forte e um muro relativamente alto.

Uma pessoa normal poderia somente pular o muro e tentar roubar a grana, mas não duraria dois minutos lá dentro. A quantidade de câmeras naquela casa era inefável, sem falar dos cães de guarda e  do cofre. É preciso de um plano para burlar tudo isso, e é claro que eu tenho.

Antes de sair de casa consegui ‘apagar’ a gravação de todas as câmeras da vizinhança, tanto as que ficavam nas ruas, como as que ficavam nas casas, usando um sistema avançado de hackeamento. Fiz com que aos exatos 35 minutos das onze horas, todas as câmeras reprisassem seus últimos dez minutos, de modo que não desliguem, mas que também não grave o que está acontecendo. Sim,  se genialidade tivesse um nome com certeza se chamaria​ Savanna Clark.

Espero ansiosa os segundos passarem, tinha que ser rápida, eficiente e cuidadosa.

Vai ser o meu maior roubo, tenho a obrigação de fazer direito.

O relógio começa a regressiva, 10, 9... minha vida vai melhorar, vou sair com minha mãe daqui.

8, 7, 6... tirar férias em algum lugar que não tenha tanta sujeira como Nova Iorque.

5, 4 , 3, 2... vou ser livre.

1.  Hora de entrar em ação.

***

Dois dias se passaram, os piores da minha vida, tudo que quero é sair daqui.

Savanna me ensinou alguns macetes úteis. Por mais que ela não falasse muito, me dizia o suficiente para me manter vivo. Dentre suas dicas, as que mais me lembro são:

1.Temos somente duas refeições por dia, e quando elas chegam, é preciso esperar cerca de 5 a 10 minutos para tocá-la. O recipiente onde a colocam é tão quente que no primeiro dia ignorei todos os seus avisos, não por falta de educação ou por ignorância, mas porque eu estava faminto, e precisava comer.

Resultado: mãos queimadas devido a alta temperatura.

2. Nunca sabemos se é dia ou noite, a Hydra liga e desliga as luzes em horários aleatórios, para confundir nosso psicológico e também nos privar do sono. Como lidar com isso? Dica: durma na mesma hora que sua companheira de cela dormir. Se ela ainda não enlouqueceu, teoricamente, você também não vai.

3. Finja que está “zumbificado”. Era a maneira deles de ficar parado. Inerte. Como se seu cérebro fosse retirado.

Às vezes, enquanto faço isso, ainda me pergunto se tenho um.

O motivo de todos fazerem isso é um tanto perturbador: A Hydra nos tortura se gritarmos ou fizermos algo considerado “rebelde”, nos dá choques, nos expõe ao frio ou ao calor, mantêm nossas luzes acesas e não nos deixam dormir, sempre nos induzindo a loucura. Apesar de tudo, fico feliz em dizer que descobri que nem todos estão perdidos em seus próprios pensamentos.

Cheguei a conversar com um ou dois garotos das celas da frente.

Todos aqui não passam de adolescentes normais, o que será que teriam feito para acabarem aqui?

4. Banhos somente duas vezes por semana. Se você acha que isso é ruim, devo lhe dizer que a água é muito quente e que a temperatura do covil da Hydra é muito baixa. 

Acho que agora poderia mudar meu nome de herói para "Choque Térmico-man".

5. As celas de vidro não se quebram. Não importa o que você faça, quanta força use, ela nem se quer arranha.

Deito na minha cama de madeira que mais se parece com uma mesa, olhando para o teto, não me importando com a luz branca que quase chega a me cegar.

Sinto saudades da minha antiga vida. O que estaria acontecendo nas ruas de Nova Iorque agora? Será que alguém perceberia que o homem-aranha se fora? Será que um dia eu iria voltar? Tia May, será que ela estaria preocupada? Meus amigos -por mais que fossem poucos- iriam sentir minha falta? 

Sou desviado de meus pensamentos quando a enorme porta de chumbo começa a se abrir ao longe. Todos se levantam, parados, encarando o que poderia vir.

Quatro guardas da Hydra entram armados marchando em minha direção.

Os prisioneiros se retraem quando estes passam por suas celas.

Eles passam por mim, me fazendo sentir certo frio na barriga.

Espere... se não sou eu, quem irão pegar?

Os quatro param em frente a caixa de vidro de Savanna. Esta se levanta, parecendo frágil e apesar de inexpressiva, parece prestes a chorar.

Fico paralisado demais para falar alguma coisa, eles iam levá-la, não sei para onde, mas iam retirá-la daqui, talvez para a morte certa.

Os fatos que se sucederam aconteceram rápido demais para que eu conseguisse entender, só sei, que segundos depois de abrirem sua porta, quatro guardas estavam no chão. 


Notas Finais


Me perdoem pela formatação (provavelmente vai ficar​ uma bosta)
Gostaram? Comentem por favor, amo comentários ashuahsauah


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