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História Promessa entre irmãos: uma lenda medieval! - Septuaginta quattuor


Escrita por: LeticiadAquario

Capítulo 74 - Septuaginta quattuor


- Aquelas coisas no céu.... Por acaso são.... – Tentou dizer Isak, assustado com o que via.

- Sim. São demônios.... – Disse Feanor, nervoso. – Droga, além disso eu sinto que algo muito errado aconteceu! Só espero que não seja o que eu acho que é....

- Eles estão tentando sair... Aqueles são só os braços deles!? Eles devem ser gigantes! – Disse Penny, tremendo de medo. – Sinto algo muito ruim dentro de mim, mas não sei dizer se é medo ou não!

- Significa, então, que o Chris não conseguiu... – Disse Katarine, com pesar.

- Não diga isso! Não podemos desistir! – Disse Nik, nervoso.

- Ei, ei, ei, ei! O que o Chris está fazendo!? Não era para aquilo acontecer! – Disse Maria, confusa.

“ – Mais importante que isso... Alguma coisa está errada, eu não me sinto bem...” – Disse Eiden, sentindo-se incomodado.

Não eram apenas os viajantes: todos os seres místicos do bem estavam se sentindo desconfortáveis, incomodados, como se algo muito ruim estivesse acontecendo com eles. Nique estava junto de Felícia, e o grifo ficou muito inquieto e não parava de gritar, como, até, se ele estivesse chorando.

- Essa inquietação...e esse mal-estar... Oh céus, isso só pode significar uma coisa... – Disse Felícia, tristemente.

- A Teresa...morreu!? – Disse Clare, espantada.

- Sim.... Receio dizer que foi isso o que aconteceu. O ritual está completo, toda essa dor e inquietação que estamos sentindo agora são consequências da morte de Teresa... Creio que Felícia explicou a vocês como a morte de uma deusa afeta a nós e a natureza.... – Continuou Merlin, com muito pesar.

Ao mesmo tempo, Deysmon tentava instruir seus companheiros de raça a saírem da fenda.

- Sei que estão muito ansiosos, mas não empurrem tanto! Com o poder que eu tinha a disposição, só pude abrir uma fenda dessa tamanho e largura. – Disse Deysmon, olhando feliz e fixamente para a fenda.

Após as palavras de Deysmon, praticamente todas as mãos monstruosas e ansiosas voltaram para o interior da fenda; então, devagar, um demônio conseguiu passar completamente e caiu no mesmo local onde todos estavam lutando ao pé do castelo de Inflayster. O demônio em questão era muito assustador: ele possuía uma forma esguia, grande, do tamanho de um troll comum; tinha braços compridos com garras afiadas nas pontas das mãos e dos pés, seu corpo era completamente de cor negra, havia muitos espinhos espalhados pelos seus membros e generosos chifres em sua cabeça, assim como uma cauda comprida atrás; ele não possuía olhos, apenas tinha os buracos fundos em seu lugar, assim como não tinha nariz e sua boca era, sempre, em forma de um grande e macabro sorriso, cheio de dentes tortos e afiados.

Quando o demônio finalmente notou a presença de todos os soldados, foi quando muitos deles perceberam o terror que era o poder dessa criatura. Muitos guerreiros da aliança ficaram com as esperanças abaladas, enquanto parte dos soldados de Inflayster se sentiam vitoriosos com a aparição do demônio.

- Acabou.... Estamos perdidos.... – Disse um soldado aliado, desesperado.

Alguns instantes depois, outro demônio apareceu: ele era, fisicamente, bem parecido com o primeiro, com umas pequenas diferenças no formato dos chifres e comprimento da cauda. Por questão da fenda não ser muito grande, e existirem muitos demônios, iria demorara até que todos conseguissem sair, já que não poderia passar dois ao mesmo tempo.

- Há há há! Isso mesmo! Tenham mais um pouco de paciência! Todos irão ganhar a sua merecida liberdade! – Disse Deysmon, contente em ver sua raça se libertando pouco a pouco. Porém, de repente, Deysmon percebeu uma presença se aproximando e seu rosto se tornou sombrio. – Ele chegou...

Deysmon olhou para o fim das escadas, não muito longe dele, e depois olhou para o outro lado, onde Teresa estava caída. Ele, então, deu alguns passos para trás, estalou os dedos e se tornou invisível. Não muito tempo depois, Chris finalmente conseguiu chegar ao topo da torre principal, completamente cansado; a única coisa que seus olhos conseguiram ver era o corpo de sua irmã Teresa, caída no chão do outro lado do lugar.

- TERESA! – Gritou Chris, correndo desesperado para onde sua irmã estava; com a pressa, o garoto acabou tropeçando algumas vezes, mas continuou a correr.

Chris acabou levando um grande choque ao colidir com a área onde Teresa estava caída, rodeada de cristais que brilhavam fortemente. O rapaz colocou sua mão para dentro da área dos cristais e sentiu sua força indo embora, além de um pouco de dor.

- Droga! Eu vou tirar você daí! – Disse Chris, desembainhando sua espada e usando-a para cortar cada um dos cristais ao redor de Teresa.

Após Chris cortar todos os cristais mágicos, o brilho parou e a lua também parecia ter sido impedida de sua função ali. Chris, então, se aproximou de Teresa e acabou chorando logo ao vê-la crescida e tão bonita, como ele sempre havia imaginado; não demorou muito para o rapaz se assustar ao ver tanto sangue espalhado, e ao perceber a descoloração na pele de sua irmã. Chris, ajoelhado, pegou sua irmã no colo e começou a tentar acorda-la sem parar.

- Ei! Teresa! Acorda! Sou eu! Chris, seu irmão mais velho! Eu finalmente cheguei! – Disse Chris, chacoalhando a garota delicadamente, mas sem nenhum efeito. – Ora...pare de brincar comigo, esse não é o momento para dormir! Vamos lá, acorda! Teresa!

Várias vezes Chris chacoalhou e chamou o nome de sua irmã, mas ela não mexia um músculo; o rapaz, então, começou a chorar mais ainda.

- Eu...demorei muito... Desculpa, certo? Não vou mais atrasar para nada, por isso, por favor...acorda Teresa! Prometo não implicar mais com você... Na verdade, eu faço qualquer coisa..., mas você precisa acordar! – Disse Chris, chorando bastante e olhando o rosto sereno de sua irmã. – Ah! Eu... Eu recuperei seu colar! Viu!? Vou colocá-lo de volta... Eu já tinha avisado várias vezes para você cuidar dele..., mas não faz mal! Dessa vez não estou bravo!

O rapaz desenrolou o colar de Teresa de seu pulso direito e o colocou de volta no pescoço da garota, e ainda sim ela continuava imóvel.

- Você...morreu mesmo? De verdade? Mas eu... Eu tinha tantas coisas...que queria lhe contar... Vi tanta coisa, conheci tantas pessoas... Queria poder ouvir sua voz de novo... Até queria levar um sermão seu novamente... – Disse Chris, acariciando o rosto de Teresa, enquanto sorria e chorava. – Eu...virei um cavaleiro de verdade, sabia? Viajei praticamente o continente todo... Eu vi o mar, e a neve também! Eu...tenho uma namorada! Vamos casar e tudo o mais! Fiquei mais forte e cresci também... Fiz muitos amigos...

Então, Chris abraçou muito forte o corpo de Teresa, e começou a chorar mais ainda e a gritar também. Mesmo vendo com seus próprios olhos que sua irmã havia morrido, Chris não queria aceitar e desejou mais que tudo que ela acordasse. O rapaz soltou a irmã e a colocou no chão com delicadeza, ele ficou tentando parar de chorar, fechando os olhos; então, com um susto, Chris sentiu alguém tocar seu rosto.

- Irmão... – Disse Teresa, baixinho e sorrindo. – Você...mudou...um pouco...

Chris mal podia acreditar, ele segurou firme a mão de Teresa, para sentir se era real, e começou a chorar novamente, abraçando forte a garota.

- TERESA! VOCÊ ESTÁ VIVA! – Gritou Chris, aos prantos.

- E você está aqui...finalmente! Estou tão feliz... – Disse Teresa, chorando também e retribuindo o abraço do irmão.

Teresa havia recuperado sua cor, seus ferimentos aparentes estavam se curando e ela parecia se sentir melhor e revigorada. Foi um verdadeiro milagre, e então, depois de tantos anos, no ano de 1023, os irmãos Christopher e Teresa se reencontraram finalmente. 



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