História Prometa (não) Se Apaixonar - Jungkook - Obrigada

“Y: — K-Kookie? – Eu finalmente pude ouvir a voz que tanto senti falta se fazer presente, um pouquinho fraquinha, mas inconfundível. ”

***

Levantei-me erguendo meu olhar aos poucos até ver sua bela figura em minha frente. Me maravilhei ao ter a percepção de seus belos olhos em ternos tons azulados. Tão linda. Quem a visse agora jamais imaginaria o estado em que se encontrava antes, podendo até se questionar o que uma pessoa com essa aparência tão saudável faria em uma cama hospitalar. 

Eu: — OMO YURI! – Disse mais alto que o planejado e abaixando-me em um impulso tomado por tamanha alegria, eu não pude evitar de abraçá-la, eu sentia tanta a sua falta que chegava a doer. E agora, ver que finalmente tinha minha Yuri de volta, era uma sensação indescritível. — Ah.... Você finalmente acordou, não consigo acreditar ainda. – Me ergui até a mesma altura que ela, tendo agora seu rosto em minhas mãos enquanto  fazia um carinho sutil em suas bochechas rosadas. A garota suportava um olhar assustado em sua face e eu um sorriso largo inevitável pela sensação que sentia no momento. Eu estava tão feliz que não sabia descrever a imensidão de emoções que sentia nesse momento, ver seus olhos ligados aos meus fazia me transbordar, chegando a lagrimejar por ver que realmente havia dado certo. 

Y: — Kookie, O que aconteceu? – A Ômega perguntou confusa parecendo me analisar ao sentir toda a intensidade da felicidade presente em mim, mas permanecia confusa. Ela ficava tão agradavelmente fofa quando fazia essas expressões que aqueciam meu coração.

Eu: — Bem... – Soltei um suspiro acalmando-me de minha euforia. Sentei-me a cadeira próxima de sua cama, para que só então, pudesse lhe contar o que havia acontecido e talvez responder a suas perguntas mentais de o que ela estaria fazendo em uma cama de hospital. — Aquele dia, na floresta desconhecida aonde você caiu gritando de dor, foi pelo fato de algum participante que quebrou as regras e lançou um feitiço de envenenamento em você. – Peguei sua mão mais próxima de mim que repousava em sua coxa direta e comecei a lhe explicar calmamente, enquanto falava fazia carinhos sob as veias expostas pela sua pele alva. — Foi um feitiço muito poderoso, afetando principalmente o seu coração. No período em que estive ausente, você passou mal no quarto do Hyung e desmaiou após sentir os efeitos do veneno que consumiam seu corpo de forma voraz. Nós te trouxemos para cá, aonde você passou por altos e baixos. O veneno te deixou muito frágil e debilitada nesse tempo e você acabou entrando em coma por aproximadamente uma semana. 

Ela ouvia tudo atentamente parecendo não se lembrar de nada. Ela parecia sentir a apreensão presente em mim, pois parecia me analisar em silêncio como se esperasse que eu lhe dissesse algo a mais. Tenho de admitir eu realmente estava muito nervoso. Qual seria sua reação ao saber da marca?! Eu deveria informa-la sobre....

Após alguns minutos de silêncio me observando, ela parecia começar a absorver as informações, de repente pareceu lembrasse de algo. 

Y—: Hm... Então, nós perdemos a competição? – Disse quebrando a atmosfera silenciosa aparentemente preocupada, me arrancando uma risada anasalada por sua pergunta aleatória. Mesmo em toda aquela situação seu foco ainda parecia ser o mesmo. Realmente, o Torneio Anual era de suma importância para Yuri. 

Eu: — Não, deram uma pausa temporária após descobrirem a violação que houve. – Informei-a fazendo com que sua expressão aliviasse subitamente. — Com a quebra de tais regras eles tiveram que fazer essa pausa para investigarem os culpados e os puni-los devidamente. E eu concordo plenamente, quem fez isso com você merece uma punição severa. – Expus minha revolta dizendo de forma firme e cerrada.

Y: — Hm, entendi. – Respondeu meio que no automático, meio alheia a minha resposta. Ela mantinha-se me olhando fixamente parecendo se concentrar em algo. — Aconteceu algo? Seus olhos.... Eles estão vermelhos. – Pronunciou curiosa alternando seus olhos entre os meus olhos, fazendo-me assim, ser tomado pela apreensão novamente. Merda! 

Eu: — Yuri.... Como posso explicar. – Vendo que não poderia mais fugir, soltei o ar tentando me aliviar de tal tensão para enfim explicar-lhe o que me corroía por dentro. — Você se encontrava em um estado crítico e achar a cura estava sendo um enorme desafio. – Com um pouco de hesitação comecei explicando para ela. — Seu corpo já se encontrava totalmente debilitado. Desde ontem seu coração estava por parar, nessa situação você acabou por ter três paradas cardíacas e uma delas quase não conseguiram te trazer de volta, mas graças a Deus, eles conseguiram te trazer de volta e encontraram a cura. — Fiz uma pausa puxando todo o ar de meus pulmões. Soltei sua mão ajeitando minha postura, puxei meus cabelos para trás e soltei o ar de forma pesada. Ainda era muito difícil lembrar de tudo aquilo. — A cura no caso, era um tanto que especifica e não havia nenhuma outra escolha, tendo em vista o quão raro era o feitiço e suas características. A única forma de salvá-la era que você fosse marcada por um Alfa que tivesse uma certa intimidade ou já tivesse lhe marcado antes. Após alguns exames, contataram aquela Alfa Fedido, tendo em vista que eu também era apto para tal, eu não tive escolhas... – Dizia um pouco cabisbaixo pelo nervosismo tendo seus olhos atentos sob mim. — Então eu te marquei. Por isso meus olhos estão vermelhos agora... E os seus nesses belos azuis. — Conclui enfim mirando seus olhos constatando o que eu falava. Realmente, seus belos olhos, que agora estavam azuis, eram de hipnotizar qualquer um. Me ergui pegando um espelho que havia logo ali para que ela pudesse constatar por si mesma. — Porém, é uma marca temporária, durará apenas por volta de 3 ou 4 dias. – Entreguei o espelho a ela que pegou, empurrou alguns dos fios de seu cabelo que caiu por cima do local, passando agora a analisar-se no espelho. 

Eu estava em silêncio apreensivo, me sentindo inquieto em ter a percepção exata da sua reação. Já me preparava para ter qualquer reação extrema vinda dela, já pressentindo que gritasse, entrasse em estado de ira ou até que me xingasse de nomes que talvez eu nem saiba o significado. Por mais que eu tenha feito para salvar sua vida, uma marca é algo muito importante e tendo em vista toda a raiva que ela antes sentira por Alfas... talvez não seja algo que ela se agrade...

Y: — Wow. – Quebrou o silêncio tormentoso finalmente se pronunciando enquanto analisava o local ainda avermelhado. — Ela é linda. – Disse deixando que um sorriso terno moldasse sua face me surpreendendo completamente. — Parece uma obra de arte moldada por um artista. – Abaixou o objeto em suas mãos mirando-me com seus olhos mínimos pelo sorriso ainda presente. 

Eu: — C-Como? Você realmente não está brava? – Ainda atônito perguntei a ela sem acreditar em sua reação tão positiva. Tendo apenas um sorriso brincalhão em sua face parecendo se divertir com minha reação. 

De repente eu senti uma felicidade infinita me preencher. Seria esse o sentimento que ela tinha no momento? Afinal, agora dividimos o mesmo sentimento. Desapeguei-me de minha insegurança deixando me preencher por aquele sentimento. Se ela estava feliz, era isso que me importava pois, agora eu também estava. 

Y: — Obrigada... – Disse de repente me tirando de imersão de pensamentos em que estava antes. — Obrigada por ter ficado do meu lado esse tempo todo cuidando de mim. E principalmente, por me salvar.... – Dizia se fazendo tímida, mas eu sentia a quão sincera eram suas palavras. — Eu... Sempre serei muito grata a você. – Após concluir sua fala abaixou seu rosto tendo agora seus olhos marejados. Eu podia sentir o medo que antes habitava em si e o motivo de sua dor. 

Ah Yuri.... Sorri me abaixando em sua direção aproximei-me rente ao seu rosto, notando que seus olhos que antes haviam voltado a sua coloração natural, agora se transformavam em azuis novamente. Nossa ligação estava mais forte que nunca, nossos sentidos e sentimentos estavam notavelmente mais fortes. Ela fechou seus olhos quando nossas respirações se mesclaram, selei levemente seus lábios iniciando um beijo lento, tendo sua permissão para que pudesse aprofunda-lo em um beijo apaixonado e intenso. Eu sentia tanto a falta de seus lábios nos meus, sentia sua falta por completo. 

"Eu... Também te amo Kookie"

Ao ouvir seus pensamentos não consegui conter o imenso sorriso que se fez em meio aos nossos lábios, eu não poderia me sentir mais feliz. 

(...)

Passamos algum tempo em uma atmosfera aconchegante repleta de carinhos, selares fofos e conversas aleatórias, nos mantendo em um estado de espirito tranquilo. Eu deixei transparecer toda a minha saudade de sua presença naquele momento. 

Estávamos sentados abraçados em sua cama, eu descansava minhas costas no encosto de sua cama enquanto ela estava com sua cabeça deitada em meu peitoral recebendo afagares carinhosos em seus cabelos de minha parte. Em um momento, eu deixava meus olhos vagarem sobre o cômodo sem nenhum pesar, percebi então que a garota antes tagarela se manterá calada, abaixei meu olhar curvando um pouco para ter uma visão mais nítida de seu rosto percebendo Yuri em um cochilo sereno agarrada a minha cintura. Soltei uma risada anasalada por conta de sua posição engraçada, ela parecia se prender a mim como se tivesse medo que eu fosse embora. Engraçado, pois acho que, eu que deveria me sentir assim depois de tanto. Sua presença me fazia tão bem.

Me retirei calmamente de seu enlaço para não a acordar logo a colocando devidamente deitada em sua cama. Ao levantar-me trilhei meus olhos sob sua figura. Eu senti tanto medo de perde-la... 

Agora eu me sentia como em um belo sonho, ainda não consigo acreditar.... Ela "disse" que me amava. Ah Yuri! Porque você faz isso comigo, eu não esperava por isso, eu não imaginava que isso poderia acontecer, mas, eu certamente, me sinto bem mais feliz que antes. Eu também queria poder-lhe dizer o quanto a amava, o quanto eu precioso dela, que eu.... Ah! Tive uma ideia. E já sei perfeitamente quem pode me ajudar nisso.

Em completa animação pelo o que eu planejava nesse momento me dirigi até a porta. Ah, eu também precisava avisar Jimin-hyung que agora ela estava perfeitamente bem, que tudo havia dado certo e avisar aos outros. Eu me prendi tanto a sua presença que acabei por esquecer do mundo lá fora. Tenho certeza que todos ficarão muito felizes com a notícia. 

Destravei lentamente a porta e girei cuidadosamente a maçaneta para não acordar Yuri. Me retirei por completo do local e fechei a porta. Olhei todo o recinto estranhando ao ver que Jimin-hyung não se encontrava ali.

Eu: — Ué?! Aonde será que ele foi? Será que eu demorei tanto tempo assim lá dentro e ele acabou indo embora.... Não, acho que não. Ele estava tão inquieto quanto eu, com certeza não iria antes de ao menos ter notícias do estado de Yuri. – Fui caminhando de encontro a uma barulheira estranha que eu ouvira próximo dali, aparentando ser na sala de espera. Quem poderia fazer tanto barulho em um hospital, afinal, qualquer um em sã consciência sabe que este é um lugar de silencio.

Ao me aproximar do tumulto tive a miserável percepção daquele cheiro podre que agora adentrava fatalmente minhas narinas. A não... ele não. Eu não deveria esperar ninguém menos. Fechei o semblante na hora que vi aquele Alfa Fedido, ele discutia de forma agressiva com Jimin-hyung que também não estava diferente, já começando a assumir uma coloração avermelhada em tamanha raiva.

 Os seguranças do local já vinham para cima deles quando intervi entrando em meio a eles dizendo que eu iria resolver isso. Eles nos mandaram sair do local e assim o fizemos, mesmo com a persistência chata do Alfa fedido em permanecer ali. Ele acabou sendo jogado lá fora pelos seguranças, fazendo também eu e Jimin-hyung rir de sua situação deplorável. 

A: — Se eu fosse vocês eu sessaria o riso, seus inúteis. – Disse rabugento enquanto se levantava e se limpava, eu simplesmente revirei meus olhos em exaustão da sua presença indesejada. 

JM: — Como é que é seu desgraçado? – O mais baixo sessou instantaneamente o riso enquanto pronunciava tais palavra de forma cerrada e fechava o pulso, já querendo partir para cima do Alfa fedido. Mas, parou abruptamente ao ter sua ação interrompida pelo meu braço em sua frente, olhando me confuso.

Eu: — Hyung, por favor vá para o quarto de Yuri e fique com ela. – Disse a ele sem lhe dirigir a visão, deixando que essa fuzilasse o Alfa Fedido a nossa frente que nos encarava com seu sorriso sarcástico ridículo.

JM: — Mas-

Eu: — Hyung! Por favor, a Yuri irá fazer alguns exames daqui a pouco, ela precisa de companhia. Eu preciso falar algo com o Alfa Fedido. – Sem contestar ele apenas abaixou sua cabeça soltando o ar pesado se dando por vencido, em seguida, lançando um olhar mortal em direção ao Alfa Fedido logo adentrando novamente o hospital.