1. Spirit Fanfics >
  2. Prometeo >
  3. One

História Prometeo - One


Escrita por: baemanvanlis

Notas do Autor


ATENÇÃO!!
Já está na sinopse, mas vou repetir aqui caso existam dúvidas! A fic é um high fantasy (alta fantasia), tanto a família Valdés como a família Carvajal fazem parte da realeza de cada região da qual residem, conforme a leitura tudo será explicado, não se preocupem que é uma leitura fluída e fácil de entender, mas qualquer dúvida estou aqui!

O ponto de vista será anunciado quando mudar.

Leiam as notas finais.

Boa leitura!

Capítulo 1 - One


             JULIANA

            Deixava-me ser guiada por entre os corredores do palácio por Lucía, minha criada. A moça se encontrava tão animada que não fui capaz de detê-la e jogar aquela felicidade pelas janelas que estavam duas vezes mais brilhantes que o habitual, os passos de Lu se tornavam cada vez mais rápidos, me fazendo tropeçar entre as saias que compunham a sustentação volumosa do meu vestido.

-Lucía, por favor podemos ir mais devagar? – Ela parou abruptamente, parecia ter se lembrado que não éramos mais garotinhas que envoltas em cobertores assistiam filmes e contavam histórias no palacete de inverno, muito menos as que corriam entre os luxuosos corredores do palácio de verão, pregando peças nos cozinheiros e sujando vestes que custavam preços mais altos que a vida de meus súditos mais ricos.

-Desculpe, Vossa Alteza. – Corou envergonhada e abaixou a cabeça, me senti mal. Lucía era minha melhor amiga até eu entender que por ser filha da chefe de cozinha do palácio ela tivera a “grande sorte e honra” de se tornar minha criada.

-Você sabe que não precisa me pedir desculpas e muito menos me chamar de alteza. – Sorri para a loira a minha frente. – Agora me conte, qual o motivo de tanta animação? – Seus olhos se iluminaram com a pergunta.

-Juliana você não vai acreditar! – Exclamou enquanto me puxava para um canto do enorme salão onde nos encontrávamos. – Recebi meu Prometeo. – Sussurrou e permitiu um sorriso crescer em seu rosto.

-Por favor me diga que isso não é uma pegadinha. – Disse séria enquanto encarava minha amiga. O Prometeo era um dos acontecimentos mais importantes de nossas vidas como habitantes de Mareniss e adoradores dos deuses de Feyter, consiste em um sonho que quando nos tornamos adultos é plantado em nossas mentes como um presente divino, acontece apenas quando estamos prestes a conhecer o grande amor de nossas vidas. Não sei explicar exatamente como acontece e com o que você sonha, visto que não tive meu Prometeo.

-Te juro que não estou mentindo, foi a coisa mais linda que já me aconteceu Juls! – Seu sorriso tomava conta de seu rosto e iluminava o salão, acho que nunca presenciei tamanha felicidade vinda de minha amiga.

-E você sabe de quem se trata? – Estava tão animada quanto ela, mesmo sabendo que vindo da linhagem Valdés eu provavelmente nunca terei a chance de encontrar o verdadeiro amor da minha vida, visto que no segundo em que nasci já fui prometida a um dos herdeiros Carvajal para um casamento arranjado. Era de boa fé casar-me com o sangue nobre de Gailand, as fortes crenças de que os deuses Feyterianos tinham a região como favorita e beneficiavam os poderes da nobreza que ali habitava fazia com que meu pai, o grande Rei de Mareniss, me prometesse sem hesitar.

-Não faço ideia, em meu sonho só me foi permitido ver um vislumbre de seus olhos, pareciam verdes, mas também azuis. – Observei a loira perder-se em pensamentos e sonhos. – É como se os deuses tivessem presenteado aquelas lindas órbitas com uma paleta de tons de azul e verde, como se seus olhos não pudessem concordar em ter apenas uma cor.

-Ay Lucía, isso é tão lindo! – Acredito ter deixado um suspiro escapar enquanto me permitia sonhar acordada com a possibilidade de encontrar meu grande amor. – Juliana, comporte-se, você não pode desejar o que não pode ter, lembre-se de quem você é, filha do falecido e soberano Rei Chino Valdés e da Rainha Lupita Valdés, herdeira das terras de Mareniss e prometida a um Carvajal das regiões de Gailand, fruto dos deuses de Feyter e detentora dos poderes de fogo.

            Minha conversa com Lucía foi subitamente interrompida por uma correria vinda dos corredores que levavam a biblioteca, vi Panchito, um dos guardas do castelo e admirável homem do qual chamava secretamente de segundo pai, correndo atrás de Lucho e Sérgio, dois cavalariços irritantes que viviam no castelo desde que me entendo por gente, foram aprendizes de seus pais e hoje tomam conta de nossos estábulos.

-Posso saber o que está acontecendo aqui? – Me dirigi aos três interrompendo a correria.

-Perdoe-me Vossa Alteza, não era de minha vontade lhe perturbar, porém preciso resolver algumas pendencias com esses dois nobres cavalheiros. – Panchito disse a última parte repleto de desdém e encarando as mãos dos garotos, apurei meu olhar para as mesmas e encontrei pedaços de torta amassados entre seus dedos, depois levantei meus olhos para seus rostos e tive que sufocar a risada ao perceber que suas bocas e bochechas encontravam-se sujas de glacê lilás.

-Entendo senhor Panchito, peço que por favor dirija esses corajosos ladrões de bolo a um banheiro e jogue-os dentro de um chuveiro, não sei se a família Carvajal iria ficar contente com essa visão tão... – Encarei os dois. – Bagunçada. – Terminei a frase e me virei para sair dali puxando Lucía comigo. Seguramos a risada até chegarmos em meus aposentos.

-Eu não acredito que esses dois não crescem! – Disse a loira entre risadas. – Lembra de como Sérgio tinha uma quedinha por você? – Riu mais ainda.

-Pelos deuses, Lucía! – Atirei uma almofada pousada em minha cama sobre a minha amiga. - Acho que ninguém é capaz de se relacionar com esse garoto a não ser Lucho, me surpreendo que ambos não receberam seus Prometeos logo quando se conheceram. – Gargalhei alto com a ideia.

            Lucía se levantou e começou a separar minhas vestes para hoje, eu teria de usar um vestido para me apresentar ao herdeiro Carvajal com o qual iria me juntar matrimonialmente, como grande parte da corte de Gailand viria junto eu precisava retratar meu poder perante minhas vestes, por mais que só tivesse vinte anos e nossos poderes só se manifestassem aos vinte e dois.

-Juls, a Majestade me recomendou pessoalmente para que eu lhe entregasse isso para usar hoje. – Olhei para o enorme e majestoso vestido que Lucía segurava, dava para ver que era pesado visto que ela parecia fazer um esforço enorme para o manter em uma posição boa para que eu o enxergasse por completo.

-Pode soltar Lu, não faça esforços desnecessários! – Ela esticou o vestido sobre a minha cama e eu o apreciei durante mais alguns segundos, a cor era de um vermelho vivo, conforme sua saia descia o tom ia ficando mais escuro até terminar em um vermelho sombrio, era longo e batia no chão. O tecido do busto era de seda pura, cravejado com pequenos rubis e diamantes, enquanto pequenos cristais de citrino cravejavam a saia te tule, representando a lava escaldante do fogo que eu seria capaz controlar ao completar a idade que os deuses escolheram.

            Lucía preparou meu banho, como sempre, não deixei que ela me banhasse visto que achava a situação muito esquisita, ela era minha melhor amiga desde sempre e além disso, eu sabia como tomar banho! A banheira exalava o inigualável aroma das rosas de Greenden, a terceira das quatro regiões de Feyter. Cada região do país representava um poder dado a nobreza pelos deuses, sendo em Mareniss os poderes de controlar e criar o fogo, em Greenden os poderes de manipular as plantas da forma que quisessem, em Darkdren os poderes de manipulação da luz e em Gailand haviam diferentes poderes concedidos a cada membro da família real.

            A história diz que os deuses fizeram cada um de seus Reis e Rainhas jurarem que seus poderes seriam usados apenas para o bem e proteção de todos os seus súditos, caso o usassem para forças das trevas seriam punidos com a morte. A única vez em que um herdeiro nobre morreu por usar seus poderes de má fé foi a anos atrás, quando Guillermo Carvajal, primeiro filho da nova linhagem acabou se enfeitiçando pela sensação de ter domínio sobre outros, tentou matar a família toda, mas só conseguiu levar a própria mãe, os deuses o castigaram imensamente, todos comentam que foi uma morte horripilante.

            Fui sugada de meus próprios pensamentos por uma Lucía estabanada que entrava em meu banheiro quase escorregando no piso úmido por conta da água quente.

-Juliana eu estive pensando e, pelos deuses... – Estava tão afobada e apavorada que suas bochechas haviam corado em um tom rosa. – Se a família Carvajal está vindo pra cá, você acha que um deles pode ser meu Prometeo?

-Talvez, mas não esqueça que estão trazendo praticamente a corte inteira junto de si, pode ser tanto o Príncipe, quanto um guarda ou um cavalariço. – A respiração de minha amiga começava a ficar normal novamente. – Você vai precisar olhar nos olhos e reconhecer o amor ali.

-E se for uma garota? – Lucía parecia desconfiada com tal pensamento. – Quer dizer, aqueles olhos... pareciam tão angelicais para serem de algum homem, ainda mais um desses brutos que são os guardas de Gailand, você já viu como são? Parecem gigantes!

-Os deuses de fato gostam muito de Gailand, lembra quando éramos crianças e recebemos os Carvajal no palacete de inverno? Tanto os adultos como as crianças tinham aquela beleza que nunca vi em mais ninguém, parecia que eram cercados de algo místico, como se sua aura brilhasse.

-Lembro-me vagamente de Eva, os outros não consigo me lembrar de forma alguma, tínhamos apenas seis anos. – Disse Lucía enquanto pegava minha toalha e a entregava para mim.

*****

            Estávamos posicionados em frente aos portões do palácio, os guardas cercavam a mim e a minha mãe, o resto da corte se encontrava organizada logo atrás de nós, todos prontos para receber a família Carvajal. O carro que aparentemente transportava o Rei e seus filhos parou praticamente em minha frente, de lá saiu o Rei Léon e logo em seguida uma mulher de olhos de fada e com cabelos castanhos presos por uma borboleta que claramente estava viva, aquela deveria ser Eva Carvajal, a filha que podia controlar e se comunicar com os animais. Estranhei fato de que o motorista fechou a porta, ainda faltavam dois herdeiros Carvajal para saírem dali, e se Eva for a herdeira escolhida para se casar com você? Comecei a hiperventilar com o pensamento de ser prometida em casamento a ela.

-Vossa Majestade. – Disse Léon se dirigindo a minha mãe que fez um aceno com a cabeça para que ele continuasse o que iria falar. – Lamento ter de lhe informar dessa forma, mas meus filhos mais novos, Santiago Carvajal e Valentina Carvajal ainda estão na estrada por alguns motivos... técnicos. – Disse tentando soar convincente, eu tinha quase certeza que alguma coisa a mais estava acontecendo ali. – Vossa Alteza, queira me perdoar por não poder lhe apresentar sua futura esposa hoje. – Arregalei os olhos, então era com Valentina que eu iria me casar?

-E-Eu... – Minha mãe me deu um beliscão no braço para que parasse de gaguejar. – Não encontro problemas nisso, Vossa Majestade. – Tentei sorrir, mas tenho certeza que o que se formou em meu rosto foi uma careta, visto que Eva tentou segurar uma risada ao me olhar.

            Tentei me concentrar em receber bem a família Carvajal e a corte de Gailand, mas era difícil manter meus pensamentos longe da ideia de que logo estaria casada com Valentina, eu não podia acreditar.

-Juls. – Lucía sussurrou me chamando enquanto entravamos no castelo. – Os olhos de Eva Carvajal. – Olhei para ela intrigada. – Acho que seus olhos foram os que vi em meu Prometeo. – Arregalei os olhos para minha amiga, estava prestes a falar algo quando a Princesa passou ao nosso lado, pousou os olhos em Lu e a encarou durante longos segundos, sua expressão estava confusa, mas tenho certeza que pensava o mesmo que nós. Acabara de encontrar seu Prometeo. 


Notas Finais


Olá novamente!
Espero que tenham gostado, peço desculpas caso algum erro gramatical tenha fugido da minha vista, juro que revisei várias vezes antes de postar.
Caso queiram conversar comigo no twitter meu user é @/juliantinaxs
E mais uma vez: Qualquer dúvida sobre o capítulo é só vir falar comigo!
Até logo!


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...