História Prometido - Segredo

KyungSoo caminhou desnorteado, ficava tentando se convencer de que o rapaz na sala não era o Sehun que tinha conhecido, deveria estar cansado da viagem, ao mesmo tempo não podia negar a reação do outro, os olhos arregalados, o sorriso do marido sumindo segundos depois, ele teria notado? Sehun diria? Seria louco de dizer o que fizeram?

— Senhor precisa de mais alguma coisa? — o criado disse cortando seus pensamentos. Tinha andado sem perceber, e já estavam no quarto, suas malas estavam ali, mas não havia nada que parecesse do marido ali

— Meu marido… não vai dormir aqui?

— Não senhor, o quarto dele é ao lado, pediu este para que tivesse privacidade.

— Entendo. — ponderou — Quando a conversa com o irmão terminar, por favor me avise.

— Sim senhor. 

As horas passavam lentas, o omega não precisava descansar, precisava descobrir o que estava acontecendo. Falar com Sehun, saber o que o marido sabia dos dois, se seria devolvido, se isso acontecesse, seria morto assim que soubessem o que tinha feito. E destruiria para sempre as duas famílias. Já era de noite, quando o Kim bateu a porta. 

— Posso entrar?

— Sim. — se levantou da mesinha onde repousava o chá que não tinha tocado

— KyungSoo… — o mais alto agora tinha a mesma expressão de seu casamento no rosto — conversei com meu irmão, e ele me disse que se conheceram. Sempre fomos muito abertos um com o outro — o moreno engoliu seco — eu quero que conversem. Não vou te devolver, já estou ciente das circunstâncias. Ele te espera no meu escritório, venha. 

O caminho até o escritório foi silencioso e tortuoso, KyungSoo se sentia horrível pelo que tinha feito, e ao mesmo tempo feliz por reencontrar seu amado. Jongin abriu a porta o deixando passar e fechou em seguida, deixando os dois a sós ali. Os dois se olharam longamente antes que o ômega falasse 

— Você disse tudo a ele? — perguntou levemente corado

— Não podia mentir KyungSoo… eu sei que isso prejudica mais você do que a mim, mas quando nos vimos, ele já entendeu meu sentimento por você. E se tentasse te devolver isso… seria muito ruim. — se aproximou do menor os olhos fixos nos seus

— Mesmo assim…

— Por que não me disse quem era? Se tivesse dito, eu jamais…

— Você também não me disse… poderia ter reclamado ao meu pai, se ele soubesse que também era nobre, poderia mudar tudo.

— Estou apaixonado por você KyungSoo.. — levou a mão ao rosto do moreno fazendo um carinho ali.

— Eu também estou … — os dois avançaram um contra o outro para um beijo apertado e desesperado. 

— Não posso viver sem você. — segurou o rosto do menor com as mãos, o olhando nos olhos, ambos tinham lágrimas

— Nem eu posso … mas o que vamos fazer? Seu irmão… é meu marido… e…

— Vamos encontrar um jeito, eu vou te proteger.

KyungSoo voltou para o seu quarto sozinho, não tinha dificuldade alguma de locomover no palácio, era familiar ao seu. A única diferença eram os criados, sentia falta de Hyuna, e de suas conversas. Aquele seria um ótimo momento para seus conselhos. Não conseguiu fechar os olhos aquela noite.

…

Logo após o desjejum, Jongin chamou o ômega para seu escritório novamente. Kyung entrou e esperou até que o alfa terminasse o que anotava em sua mesa. Ele soltou os papéis e se levantou.

— Por favor sente-se. — o menor seguiu até uma das poltronas e se sentou ali. O alfa seguiu até a outra e ficou parado por alguns instantes antes de sentar

— Antes de mais nada, quero que entenda um pouco sobre minha família — Jongin disse sério depois de um longo tempo de espera. O menor concordou em silêncio — Sempre tiveram muitas brigas por poder na nossa família. Meus pais foram mortos por isso. E tive que assumir os negócios muito cedo, e esconder meu irmão, ele até usou outro nome para que não o matassem também. — Soo arregalou os olhos assustado, sabia que muitas pessoas faziam aquele tipo de coisa, mas não imaginava conhecer alguém — Mesmo assim, eles não desistiram, começaram a contestar que eu não poderia ser considerado um lorde de respeito sem um casamento, e não teria herdeiros e isso seria um problema, o casamento especificamente com a sua família, me trouxe uma posição de conforto, estou casado, e livre das implicações deles. — fez uma pausa — e finalmente posso ter o meu irmão de volta comigo. Eu não perdi para minha família, nem para os costumes, e não vou perder para o amor. Para todos os efeitos, somos casados, não vou te tocar jamais, e eu permito que vocês vivam esse amor — o omega ficou paralizado — discretamente devido a nossa sociedade, e também… 

— Jongin … você está…? — tentou falar mas as palavras fugiam de si

— Por favor me deixe terminar. Seus filhos, serão meus filhos, e herdeiros. — Soo sentiu seus olhos encherem de lágrimas, estava feliz de não ser morto por desonrar sua família ou marido, estava feliz de poder ficar com seu amado, e ainda ter a permissão do seu marido, e mesmo assim se sentia o pior dos ômegas, por fazer alguém tão bom quanto aquele alfa pisotear seu orgulho para proteger sua família.

— Obrigado…. — disse em meio ao pranto

— Eu só peço, suplico que não deixem ninguém saber. — o moreno concordou com a cabeça ainda chorando, e o alfa saiu da sala.

…

Sehun entrou alguns instantes depois, correu para o omega que ainda chorava.

— Dyo? o que foi?

— Ele é real? Ele é tão bom assim?

— Meu irmão? Sim, tudo o que ele disse… é verdade, ele é assim, incrivelmente bom. — abraçou o menor e ficaram abraçados, até que ele pudesse parar de chorar.

…

KyungSoo pediu que trouxesse sua aya da casa de seu pai, e a beta ficou feliz de poder o acompanhar. Mas assim que ouviu toda a história, queria ir embora imediatamente.

— Hin hin, pare com isso.

— Parar? Você tem noção do que está fazendo?

— Sendo feliz, meu marido não se incomoda com isso, porque eu deveria?

— Ora porque? Pelos céus! Você tem noção do que o seu marido está passando? Tendo que escolher entre o amor do irmão, e a sua honra? Você podia ter evitado tudo isso, bastava ter mantido o decoro KyungSoo.

— Não é minha omma Hyuna.

— Não, não sou — bufou se sentando — mas se fosse, você estaria perdido. — cruzou os braços emburrada.

— Porque isso que preciso de você aqui.

— Para me apavorar com suas atitudes?

— Para me ajudar a ser discreto. Meu marido me permitiu, mas ninguém pode saber, e às vezes eu sou leviano.

— Às vezes? 

— Hin hin.

— E eu lá tenho escolha? pelo menos vou tentar te manter vivo não é.

— Isso mesmo, agora venha, vou te mostrar o palácio é tão bonito quanto o nosso.

…

O palacete era realmente bonito, mas logo o passeio terminou. KyungSoo seguiu para o jardim conversar com o cunhado, e Hyuna ficou no caminho, a ideia era não permitir que nenhum criado fosse até eles. Ela observou dali, e pode ver uma janela no segundo andar, a silhueta de alguém que provavelmente podia ver todo o jardim de la. Se virou e seguiu rapidamente para o jardim.

— Senhor. — disse apressada — devemos voltar agora. — Kyung sorriu para o alfa, e seguiu para ela.

— Não estava fazendo na Hyuna.

— No segundo andar, tinha alguém na janela. — Do olhou para cima, sabia de sala era a janela, apenas concordou e seguiu com a aya.

 …