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História Promises - Vmin(kook?) - C. - Conversas


Escrita por: Vitoriamhc e tyunmeovv

Notas do Autor


Acho que agora as coisas começam a ficar mais interessantes......................

Capítulo 3 - C. - Conversas


Camisas e mais camisas. Eram tantas que minha cabeça já estava girando com tamanhas as opções. Eu estava cansado. E com fome.

Tudo isso porque Jin havia estrategicamente me arrastado até seu dormitório compartilhado, me obrigando a escolher uma dentre suas dezenas de camisas favoritas.

— Então Tae, essa ou essa? — ele perguntou, segurando dois cabides com camisas sociais na frente de seu corpo. Uma azul escura com listras brancas quase imperceptíveis e outra de um tom cinza bem claro.

— Por que eu tenho que escolher uma? — questionei, preguiçosamente sentado de pernas cruzadas em cima de sua cama macia.

— Porque sim. Agora me ajuda. — ele disse impaciente, praticamente esfregando as camisas na minha cara.

— Mas como eu vou te ajudar se nem sei qual é a ocasião do encontro!? — perguntei ao me afastar daquele abuso que estava sofrendo. Não era nada educado esfregar as coisas na cara dos outros.

— Isso não é importante agora. Vai Tae — ele disse prolongando o 'e' e fazendo um biquinho logo em seguida.

Revirei os olhos. Começou o drama.

— Bom, se isso não é importante, pode pelo menos me dizer se esse encontro é com um homem ou uma mulher? — questionei, um sorriso presunçoso formando-se em meus lábios.

— O QUÊ??? Como você ousa me fazer uma pergunta dessas!? — ele exclamou incrédulo.

— Não sei. — dei de ombros. — Se você não quer contar, é porque algum motivo por trás tem. — presumi.

— Não tem motivo nenhum. Agora vai.

— Ah, conta logo, hyungie! Chega de mistério.

— Não é da sua conta, tá ok!? Agora escolhe uma. — ele disse tentando se esquivar.

— Fala logo! Eu quero ir comer. — manhei tentando persuadi-lo.

Jin era realmente alguém difícil de se compreender no quesito sexual. Principalmente porque eu não convivia muito com ele. Mas após sua teimosia e insistência em não falar nada, tudo ficou mais claro.

— Ok, então é um homem. — conclui.

— Yaaaah! Isso não é verdade! Você é um mentiroso e não tem o direito de dizer uma coisa dessas pro seu hyung! É uma completa falta de respeito e você não tem provas nem nada pra me acusar! Eu sou inocente. — ele falou irritado e sem coerência nenhuma. Foi tão rápido que não entendi quase nada.

— Acusar? Jin-hyung, do que você tá falando? Pelo menos me diz qual a ocasião do encontro.

— Eu vou numa palestra na quarta-feita à noite... — o mais velho murmurou, muito mais calmo e com as orelhas num tom rubro mais forte que o habitual.

— Uma palestra? Sério? Todo esse drama de roupa por causa de uma palestra? — rolei os olhos. Meu estômago não aguentava mais.

— Sim! Algum problema senhor Kim Taehyung?

Ignorei-o e tentei pensar logo em um look para finalmente poder ir embora. Precisava ser algo casual. Talvez mais sensual porque era de noite... Uma ideia me surgiu e me levantei da cama decidido, indo até o guarda-roupa. Vasculhei entre as dezenas de cabides com roupas (o coitado do colega de dormitório dele sofria com apenas uma minúscula parcela do guarda-roupa para si) e encontrei a peça ideal. Uma camisa social de um tom rosa claro, adorável sem ser infantil. Parecia combinar perfeitamente com a imagem que eu tinha de Seokjin.

— Pronto. Usa essa. — entreguei o cabide.

— Essa? Mas por que essa? — ele botou as outras opções de camisas na cama e pôs a cor de rosa na sua frente.

— Por que você ama rosa. E combina com você.

— Só por causa disso? — ele perguntou, se olhando no espelho com a roupa na frente do corpo, fazendo diversas poses. — Yaaah! Vai ficar lindo como tudo o que eu uso. Obrigado pela dica!

— Tá, só não se esquece daquele esquema. Fazer um estilo meia manga antes, e desabotoar um pouco a camisa quando... Você achar necessário. — dei um sorriso malicioso antes de me dirigir até a porta de saída.

— Ei, aonde você pensa que vai? — o mais velho disse, largando a camisa na cama e se virando para mim.

— Vou... Embora?

— Nada disso! Pode ir se sentando ali na mesa. Você vai ficar pra janta. — ele ordenou, cruzando os braços.

— Ué, mas você não tava bravo comigo porque eu te troquei pelo Jimin? - questionei tamanha bondade por parte dele. Jin era o melhor cozinheiro que já tive o prazer de conhecer e não era qualquer um que podia experimentar seus maravilhosos pratos culinários.

— Mudei de ideia. Eu vi vocês dois com uma garota e assim... O clima não parecia muito bom.

— É. O Jimin apareceu do nada com uma namorada e... E eu-

— Tudo bem. Vem cá meu dongsaeng lindo. — ele falou me puxando pela cintura para um abraço.

Jin-hyung acariciou minhas costas fazendo pequenos círculos com os dedos enquanto eu me aconchegava por alguns instantes na curva de seu pescoço. Ele tinha um perfume mais marcante que Jimin, e seus ombros largos eram ótimos para descansar a cabeça. Fechei meus olhos por alguns segundos e percebi como estava cansado.

— Vai, senta aí enquanto eu faço a janta. — ele disse se desvencilhando do abraço.

— Mas eu não tô afim de andar hyungie... Me carrega até a mesa? — perguntei com meus olhinhos brilhando.

— Você só pode estar brincando. Você ia embora para seu dormitório que é lá no outro prédio! — ele cruzou os braços indignado.

— Isso não conta. Eu quero ser carregado hoje. Por favorzinho! Eu juro que te ajudo mais vezes. — disse tentando convencê-lo. Eu nem sabia o porquê de estar pedindo isso mas estava sendo divertido.

— Yaaah! Isso é um abuso com os mais velhos! — Jin reclamou já me pegando no colo e andando a muito custo até a cozinha.

— Eu sou tão pesado assim ou é falta de academia mesmo? — perguntei dando risada.

— Estou me arrependendo profundamente de ter aceitado cozinhar pra você. — o mais velho falou suspirando. Abracei seu pescoço como pedido de desculpas. Eu ainda queria jantar, afinal.

***

Comi um delicioso japchae habilidosamente feito pelo Jin (N/A: japchae é prato típico coreano feito de macarrão de batata doce, refogado com óleo de gergelim, molho shoyo e outros temperos) e fui direto para o meu dormitório.

Cheguei ruidosamente, despreocupado com o possível barulho que poderia estar fazendo, e tomei um banho rápido antes de me jogar na cama, agarrando-me ao Tannie, meu cachorrinho de estimação. Bom, ele era um ser inanimado? Sim. Mas não deixava de ser uma pelúcia fofa que me fazia companhia durante as longas noites.

Não sei se era insônia ou se eu mesmo que demorava muito para dormir, mas as minhas noites pareciam durar muito mais do que quando a luz do Sol estava presente. Por isso eu preferia o dia ao invés da noite.

Amava a sensação do Sol entrando em contato com a pele, aquecendo-me como um cobertor num dia de inverno. Também adorava parar no tempo e observar as caóticas paisagens da cidade sendo banhadas pela luz dourada, as sombras brincando com as formas dos objetos e as crianças correndo e gritando animadas no parquinho da escola. Tudo ficava melhor durante o dia. Mas sem chuva, é claro.

Chuva... Eu não gostava de chuva.

Pensar nela fez a visão de um dia ensolarado de outono de repente sumir de minha mente e só restar uma cama vazia no outro lado do quarto. Me peguei sorrindo que nem um bobo enquanto pensava nisso. Sacudi a cabeça. Eu tinha que parar de fazer isso. Parar de olhar para o nada e sorrir feito um idiota.

Esse era mais um motivo de eu, ao contrário de praticamente todo o campus, não dividir meu dormitório. Tudo bem que isso geralmente era decidido por alguma espécie de sorteio, mas mesmo assim. As pessoas me achavam estranho e não gostavam muito de se relacionar comigo apesar de eu sempre tentar ser o mais simpático possível. Minha mãe havia dito que isso acontecia porque elas tinham medo. Porque no fundo, todo mundo tinha medo, receio e incerteza do que era diferente. Medo de ser diferente e de ser julgado como alguém diferente.

Mas Jimin queria muito dividir o quarto comigo. O problema é que ele era podre de rico e ainda morava na sua mansão com os pais. Se não fosse por isso, provavelmente estaríamos deitados lado a lado, sorrindo e com ele me dando um carinho de boa noite. Sentia falta de quando dormíamos um na casa do outro. De quando eu ainda podia ir na casa dele sem ser escondido.

Que saudades daquele tempo...

Meus olhos começaram a pesar com tais pensamentos, e acabei adormecendo junto daquelas distantes memórias.

***

Acordei com a claridade entrando no quarto e quase cegando meus olhos. Por que estava tão claro?

Olhei para a cortina e me dei conta que esqueci completamente de fechá-la ontem antes de me deitar.

Escondi meu rosto debaixo do travesseiro e me lamentei por não ter lembrado de colocar minha máscara de dormir. Ainda era cedo e eu poderia ter dormido bem mais. A sonolência foi se esvaindo aos poucos e senti as memórias do dia anterior invadindo minha mente.

Jimin e sua namorada...

Nunca pensei que isso fosse acontecer.

E não era pelo fato de eu não querer vê-lo com outra pessoa, muito pelo contrário. Mas porque simplesmente eles pareciam não combinar. Jimin não era o tipo de cara que se sentia a vontade perto de mulheres, mesmo sendo do tipo que flerta com todo mundo. Já com homens, era outra história. Era muito mais receptivo e extrovertido. Me lembrava com clareza o dia em que descobri a verdade sobre isso. Foi a alguns anos atrás ainda na escola.


[Flashback]

— Aish... Como ele é gostoso. — Jimin deixou escapar depois que o garoto do último ano falou conosco e se afastou. Senti meu rosto aquecer de vergonha.

— Jimin-ah! — cutuquei-o. — Não se fala assim com garotos! — não era a primeira vez que ele falava coisas estranhas e obscenas desse tipo.

Como é que ele podia achar disso de um garoto? Minha mãe já tinha dito várias vezes que esse comportamento não era normal, nem motivo de orgulho. Eu costumava falar muito do meu melhor amigo e ela às vezes não gostava muito das histórias que lhe eram contadas.

— Eu não tenho culpa se ele é! Você também não acha? — ele me olhou como se a resposta fosse óbvia.

Analisei melhor o garoto que se afastava. Ele até que era bonito mas... Gostoso? Não sabia definir o que isso realmente significava.

— Não sei. — dei de ombros. — Só sei que você tem que parar com essa mania de ficar encarando os garotos das outras salas. É estranho.

— Mas eu faço isso de propósito, se é que você ainda não percebeu.

— Como assim? — perguntei confuso. — Encarar as pessoas é feio, sabia?

— Você não tá entendendo Tae. Eu não estou encarando eles. Só estou... Como posso dizer... Tentando flertar. — ele disse meio acanhado.

— Flertar? Mas... — parei para pensar. — A gente não deveria fazer isso com garotas? — questionei-o.

— Bom, deveria. Só que eu não gosto muito de... Me envolver com elas, sabe? Eu já tentei mas, não é a mesma coisa.

— Então você não gosta de mulheres? — perguntei, não gostando muito do rumo que a conversa estava tomando.

— Tipo isso. Não que eu não goste delas, só não é daquele jeito. - ele disse enfatizando o 'daquele'.

— Então... — disse usando a lógica. - Você gosta de garotos? — concluí. Minha mãe não ia gostar nada de saber disso.

Ele apenas assentiu e desviou o olhar, as bochechas adquirindo um tom rosado. Jimin com certeza estava envergonhado em falar sobre esse assunto. De repente, me senti orgulhoso com a conclusão que havia chegado. Eu descobri recentemente que aprendi a ler as expressões faciais dele com certa facilidade. 

— E como é isso? — continuei, curioso.

— Isso o que? — ele perguntou confuso, me olhando um pouco menos envergonhado.

— Você sabe... Esse negócio de gostar de garotos e tal.

— Ah, é normal, eu acho. Você olha, se sente bem com o que vê e... Ah, sei lá.

Jimin me deu um olhar entristecido antes de continuar. — Eu me sinto tão errado sendo assim. Eu não gosto nenhum pouco dessa sensação.

Eu também não gostava. Era horrível ver as pessoas tristes. Então tentei fazê-lo sentir melhor. Era isso que amigos deveriam fazer.

— Então esquece ela Jiminnie. Esquece e me fale sobre sensações boas.

— Eu gosto muito de observar os outros garotos também. Eu sinto meu coração bater mais rápido de vez em quando... Não sei explicar muito bem esses sentimentos, mas a sensação é boa.

Essa descrição me lembrou de uma coisa que ele disse para mim semana passada. Será que Jimin gostava de mim por eu ser um garoto também?

— Você g-gosta de mim? - senti um frio na barriga ao pensar nessa possibilidade.

— O que? — ele disse arregalando os olhinhos. — N-não! Não do jeito que você tá pensando. Por que acha isso?

— Você disse semana passada que gosta de ficar... Me observando enquanto eu estou concentrado. E que seu coração sempre batia mais forte por mim.

— Isso não tem nada a ver, Tae. — ele disse me tranquilizando e gentilmente acariciando minha nuca. — Você é muito fofo e inocente pra eu pensar em algo assim.

— Sou? E por que acha isso?

Ao perguntar isso, Jimin deixou escapar uma risadinha. Me repreendi por quase fazer uma pergunta de novo. Por que eu nunca conseguia entender as coisas logo de cara? A minha mania de perguntar sobre tudo irritava os outros também. Minha mãe vivia dizendo que eu era lento. Que demorava demais para entender as coisas.

Por causa disso eu tentava ficar quieto e simplesmente não perguntar nada quando não entendia o que alguém falava. Assim eu podia deixar as pessoas mais felizes e facilitar a vida delas. O resto não importava.

— TaeTae. — ele disse me trazendo de volta ao mundo real. — Não precisa ficar se remoendo por fazer 300 perguntas pra mim. Eu já disse que não me importo. Só lembre que você é o meu melhor amigo. A minha estrela, sempre brilhando no céu e alegrando todos os meus dias. — ele disse, me dando um sorriso tão grande que seus olhos se reduziram a dois meros risquinhos.

Não resisti e sorri de volta.

Eu sou uma estrela? Mas eu não vivia no céu. Nem brilhava. Dava pra ser uma estrela assim? Hmmm... Não sei. Mas se for pelo Jiminnie eu seria tudo que ele quisesse.

[Fim do flashback]


Lembrei exatamente das palavras de Jimin naquele dia.

"Eu gosto muito de observar os outros garotos também. Eu sinto meu coração bater mais rápido de vez em quando... Não sei explicar muito bem esses sentimentos, mas a sensação é boa."

Acho que hoje em dia eu entendia bem melhor como ele se sentia.

***

— Ainda tem espaço para a sobremesa?

— Sim! Sim! Eu quero! O que você trouxe hoje? É com morango? Chocolate? Chantilly talvez? — falei rápido tentando adivinhar.

— Calma Taehyung! Lembra do que eu sempre falo. Respira fundo e fala mais devagar. — ele instruiu.

Fechei os olhos momentaneamente e fiz o que foi mandado, repetindo o processo duas vezes. Depois sorri tentando não parecer ansioso.

— Eu trouxe um presente pra você. — Jimin tirou a mão que estava escondida nas costas e revelou um sorvete de casquinha com o que pareciam ser pedacinhos de Oreo em cima. Imediatamente senti água na boca.

— Valeu Jiminnie! — sorri ao quase arrancar a sobremesa da mão dele e dar a primeira lambida.

Senti a sensibilidade na minha boca protestar ao degustar o sorvete frio e estremeci. Meus lábios com certeza iriam ficar dormentes. E minha boca vermelha e inchada.

— A gente precisa conversar Tae. — Jimin admitiu ao sentar-se do meu lado.

— Não quero. Estou tomando sorvete agora. E ele não quer conversar com você. Mas aceita ser dividido. Quer um pedacinho? — perguntei estranhando o fato de Jimin ter dado um sorvete inteiro para mim. Ele sempre dividia as coisas comigo mesmo não gostando tanto de doces como eu.

— Não... Eu já estou satisfeito. — ele recusou me olhando um tanto confuso. — Mas não muda de assunto. Precisamos conversar. Mesmo.

Continuei concentrado na sobremesa. Eu não queria nem um pouco conversar sobre aquilo.

— E o que foi aquela cena toda com o Jin? Vocês por acaso estão malucos!?

— Jin tem seus surtos de vez em quando. —  falei lambendo meus lábios sensíveis, sem nem tirar os olhos do sorvete quase pela metade. Eu às vezes como muito rápido.

— Tá, eu sei que você tá chateado comigo por eu não ter te contado sobre a Jangmi antes mas eu posso te explicar.

— Eu não estou chateado. Se não você não me contou antes sobre ela é porque tinha seus motivos. Além disso, a aula daqui a pouco já vai começar. E eu quero terminar meu sorvete agora. — dei mais um lambida, chegando quase na parte da casquinha.

— Me dá aqui essa porcaria! — Jimin disse irritado, tentando arrancar o sorvete de mim com as duas mãos.

— Não! Ele é meu! — falei puxando de volta. Se ele quisesse um pedaço que pedisse com gentileza.

Brigar por um sorvete foi realmente uma péssima ideia.

Puxamos a sobremesa de lá para cá como se fosse um cabo de guerra. Mas ela acabou escapando da minha mão, indo direto para... A cara de Jimin.

— Ops... Foi mal...

Olhei para a obra de arte contemporânea que o rosto dele havia se tornado. Seu rosto do nariz para baixo estava coberto de creme branco com alguns pedacinhos de Oreo escorrendo por uma das bochechas. Foi uma cena muito engraçada, mas contive a vontade de dar uma risada. Não era legal rir da cara dos outros, nem que fosse dos amigos. A não ser que a pessoa risse junto.

O que não era o caso. Ele gemeu em protesto e parecia ter estremecido de frio, muito provavelmente pelo choque da sua pele quente com a substância fria. Peguei o guardanapo que vinha junto com a casquinha, agora jogada no chão e me aproximei dele, tentando limpar o creme sem espalhar mais ainda. Não deu nada certo. Involuntariamente, comecei a sorrir da bagunça que estava fazendo.

— Kim Taehyung. Isso vai ter volta tá!? Aiii. — ele disse fazendo biquinho e colocando a mãozinha no olho. Devia ter caído um pouco de sorvete ali também.

— Vai ficar tudo bem Jiminnie. Deixa eu te ajudar.

Eu só não sabia como. Não tinha mais nenhum guardanapo por perto e eu não queria ter que andar com ele pelo campus nesse estado até achar um banheiro. Fiz então a coisa mais estúpida e instintiva possível. Lambê-lo como uma mãe gato faria com seu filhote.

Me aproximei até ficar a centímetros de seu rosto e pus meus lábios ainda dormentes em contato com sua bochecha.

— Tae, o que você pensa que tá fazendo? — ele perguntou coçando os olhos fechados.

— Tomando o resto do meu sorvete que você destruiu. Agora fica quieto.

Segurei a cabeça dele com as duas mãos e comecei a lambê-lo devagar, sentindo o quão estranho esse ato deveria parecer a qualquer um passasse por ali. O sorvete estava escorrendo depressa então aumentei a velocidade das lambidas, começando a fazer barulhinhos. Foi então que Jimin abriu seus olhos.

— Taehyung-ah. — ele disse agarrando meu pulso. — Já chega. O que você pensa que tá fazendo?

Fiquei esperando por uma bronca mas, felizmente, ele não parecia realmente bravo. Só meio... Confuso pela situação. Recolhi minha língua. Mas não sem antes lamber seu nariz. Eu estava tão próximo dele que conseguia ver o contorno das lentes de contato.

— TaeTae, tá tudo bem? — apenas assenti envergonhado em resposta.

— Tem certeza? — ele riu se afastando.

Eram nesses momentos em que eu parava para pensar em todos os atos e decisões lunáticas que tomava no dia a dia, chegando a conclusão de que com certeza eu deveria ter algum desvio mental.

— Sabe, eu não sou exatamente um sorvete. — ele disse experimentando sorvete dos próprios lábios. — Mesmo ele estando bem gostoso.

— Você está se auto elogiando de gostoso?

— Hmm... Talvez. — o loiro respondeu com uma expressão maliciosa. Ele não tinha um pingo de vergonha na cara mesmo.

Mas com razão, eu admito. Jimin poderia não ser um sorvete, mas era mesmo tão bom quanto um.


Notas Finais


Então... O Taehyung é muito estranho. É isto.

No próximo capítulo teremos a aparição de um novo personagem na faculdade.

Em quem vocês apostam?


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