Júlia e Marco são amigos há anos. Ela é engenheira mecânica e trabalha com desenvolvimento de motores numa multinacional. Num ramo ainda muito dominado por homens, ela se esforçara e conseguira se destacar. A paixão por mecânica viera de certa forma do pai, que acompanhava religiosamente a Fórmula 1 aos domingos. A garota se interessou primeiro pelas corridas, depois pelo funcionamento dos carros em si. Aos dezesseis anos já sabia o suficiente de mecânica para identificar os problemas no velho Chevrolet Vectra da família. Não foram poucas as vezes que o pai a levara às oficinas a fim de evitar ser ludibriado por profissionais desonestos. Ela se divertia. Deixava eles pensarem que ela não entendia, começava fazendo perguntas bobas, depois mais difíceis, até eles não saberem responder ou caírem em contradição. Ela é bonita, negra de pele dourada, brilhante, olhos oblíquos, rosto fino e uma boca grande e bem delineada, sempre com um sorriso iluminado. O corpo é leve, com cintura larga e seios empinados. A leveza de sua silhueta costuma contrastar com as oficinas e motores pesados que a rodeavam.
Marco é agrônomo. Trabalha numa empresa de rações nos arredores da cidade. Gosta de não ter escritório, de andar a cavalo, do cheiro de mato e dos animais. É um cara relativamente forte, embora magro, sempre com barba por fazer e cabelos pretos desgrenhados. Não é do tipo que esquentava demais com a vida.
A amizade entre os dois nascera no colégio e se mantivera mesmo após a faculdade. Se encontravam com a turma de amigos de vez em quando e mantinham contato via redes sociais. Numa festa, uma vez, bêbados, trocaram uns beijos rápidos, mas nunca passou disso.
Até que as coisas mudaram...
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