História Próximo andar: se apaixonar - Capítulo 6 - Seu coroa

Acho que a Shinobu está preste a assassinar o namorado. Eu estou curioso sobre essa briga, mas Isao e a Sayuri parecem ainda mais.

- Você não decide minhas ações, Douma. Sou bem grandinha para decidir o que quero fazer. - cruza os braços.

- Qual é, Shinobu? Tá na cara que o coroa aí vai querer dar uma de espertinho pra cima de você.

- Wow, chamou de coroa. Eu não deixava. - Sayuri se diverte botando mais lenha na fogueira.

- Eu não sou tão velho assim! - bufo. Só porque tenho dois filhos, não quer dizer que eu sou velho. Claro, tenho um ou dois fios de cabelo brancos… mas isso não significa nada!

- Certeza? Qual sua idade?

- 36. - respondo sem rodeios. O loiro ri.

- Você tem idade para ser pai da Shinobu. - começo a ficar irritado, então resolvi fazer uma provocação um pouco mais alta.

- Dizem que as garotas adoram um sugar dady. E por acaso, eu sou perfeito para isso.

- Olha só, Shinobu! Ele só quer te comer!

Shinobu, até então quieta, lança um olhar de ódio para Douma. Pega Isao no colo e faz carinho no cabelo dele.

- Eu adoro essas crianças. - com a mão, toca a cabeça da Sayuri, que lhe acerta um tapa na mão para escapar. - Eu decidi que vou ser babá deles, então quero que respeite minha decisão, Douma.

- Mas…

Caramba, a Shinobu além de linda, é uma mulher empoderada. Que mulher.

- Está decidido. E como babá, tenho que dizer que está na hora de vocês dois irem para a escola. - coloca o Isao no chão.

- Depois acertamos tudo sobre seu salário, por hora, obrigada por cuidar dos meus filhos. Vamos, crianças. - Shinobu acena sorrindo. Quando vai fechar a porta, vejo seu olhar mudar para de raiva. Acho que ela vai matar esse loiro idiota.

Douma… acho que já ouvi falar algo sobre ele, mas não consigo lembrar o que.

- Pai, você vai se livrar do namorado da Shinobu e ficar com ela, né? - pergunta Isao sorrindo. Estamos no elevador.

- Nosso pai, um talarico. Que bela figura paterna. - vamos até o estacionamento.

- Eu não vou roubar a namorada de ninguém. Estou bem solteiro. - desativo o alarme do carro. Sayuri vai na frente comigo e Isao atrás de mim. - Não estou interessado na Shinobu.

- Você é velho de mais pra ela. A Shinobu tem cara de adolescente ainda. Não combina.

- Exatamente, por isso eu digo e repito, não estou interessado nela. Agora vamos logo para a escola, não posso me atrasar. - coloco o cinto. No caminho, Sayuri troca mensagens no celular, o que me deixa curioso. - Com quem tanto fala?

- Te interessa? - não me olha. Resolvo ignorar essa malcriação. Quando chegamos na escola, Sayuri pega a mochila e desce. Todos ficam encarando ela descer do carro.

Fico vendo ela caminhar na direção de um garoto loiro e os dois começam a conversar, até que mais adolescentes chegam em volta. Devem ser os amigos dela.

Paro de observar minha filha e sigo caminho para a escola do Isao. Paro o carro e desço com ele até o portão, onde a professora dele o espera. A professora dele é uma mulher jovem e linda, que vive jogando charme para cima de mim. Mas não me interesso por ela, é sem sal de mais.

- Bom dia, Tomioka-san. - sorri. Isao entra na fila de crianças.

- Bom dia. - não espero ela puxar assunto, volto para o carro depois de acenar para o meu filho mais novo. Assim que chego na empresa, Sabito está animado na recepção conversando com a Mitsuri. Acho que ele está afim da minha recepcionista, mas duvido muito que role algo. Mitsuri Kanroji é uma moça de família, nunca ficaria com um playboy como Sabito.

- Olha só quem chegou! - joga o braço no meu ombro. - Atrasado.

- Tive um problema com o namorado da vizinha. - digo sem me importar. Os dois me olham curiosos. - A vizinha vai ser babá das crianças, mas o namorado dela não gostou muito da ideia. Ele até me chamou de coroa. - bufo.

Os dois caem na risada.

- Você não é tão velho assim, Tomioka-san. - diz Mitsuri. - Mesmo que tenha dois filhos, isso não entrega a sua idade.

- Trinta e seis anos, está na flor da idade. - meu irmão bagunça meus cabelos. - Queria saber quem é a sua vizinha, quem sabe não seja ela que vai te tirar dessa seca terrível que está.

- Sabito, na última vez que eu resolvi sair da seca pra valer e me divertir, eu engravidei a mãe do Isao. Não vou cometer o mesmo erro duas vezes.

- Três vezes, você quer dizer. O primeiro erro foi ter deixado a Kamine te dar o golpe da barriga.

- Tomioka-san, você não devia ter se casado com a Kamine por ela estar grávida, estava mais que na cara que ela queria se aproveitar do seu dinheiro.

- Se todo mundo sabia isso, por que não me avisaram antes de eu gastar milhões naquele casamento? - os dois dão de ombros e depois riem. - Sorte que naquela época eu ainda era apenas um riquinho comum, se ela tivesse dado o golpe atualmente, eu perderia uma fortuna.

- Deve ser por isso que ela nem olha na sua cara. - Sabito deduz. - E quanto a Sakura? Ela vai vir quando pro Japão?

- Sei lá. Quando ela lembrar que tem um filho de apenas sete anos? - arqueio a sobrancelha.

- Sakura realmente não se importa com Isao. - começa Mitsuri. - Ela é uma modelo extremamente famosa, não tem tempo para pensar no filho que necessita de atenção. Sinto pena de Isao…

- Tenho medo que a falta de uma mãe na vida dele acabe o deixando igual a Sayuri. - suspiro. - A Sayuri é um míni demônio. Espero que Isao não vire o míni demônio dois.

- Na verdade a Sayuri só é uma mimadinha, porque alguém é um pai que da zero atenção e compra o carinho da filha com presentes. - quando Sabito diz isso, sinto como se uma faca fosse acertada nas minhas costas. - Não adianta você jogar a culpa toda na mãe de cada um, você também é um péssimo pai.

- Em minha defesa, eu me esforço, ok? Não é simples trabalhar e cuidar de duas crianças sozinho. Espero pelo menos que agora com a Shinobu como babá, a Sayuri fique um pouco mais tranquila.

- Mitsuri, aposta quanto que a Sayuri bota a Shinobu pra correr em dois dias?

- Dez reais que ela consegue domesticar a míni demônio. - os dois apertam as mãos. Reviro os olhos. Eu mereço isso?

- Ei, mano. - Sabito da um sorriso malicioso antes de continuar. - Como é essa tal Shinobu?

- Tem dezenove anos, baixinha, olhos púrpura, corpo atraente.

- Só isso? Fala mais dela.

- O sobrenome dela é Kocho.

- Mitsuri, temos um nome completo, pesquisa aí! - ordena Sabito. Em poucos segundos, ele diz: - Mas o que que é isso. Que gatinha! - está olhando algo no celular da Mitsuri, o que me deixa curioso. Me aproximo e vejo as fotos de Shinobu. A que mais me atrai é uma dela de jaleco, com cabelo preso e sorrindo. - Será que tem foto de biquíni?

- Seu tarado. - reviro os olhos. - Vou pra minha sala, já que alguém precisa trabalhar nessa empresa.

- Vai lá, bonitão. Planeja um jeito de pegar essa garota, porque essa sim é um pitéu.

 - Idiota.