História Ps: I Always Loved You - Um

Felix entrou na casa do melhor amigo naquela manhã e da porta ele escutou o mais novo cantando. O Lee segurava dois copos de café estupidamente quente e dois bolinhos de chocolate com morango. Sabia que quando o Yang estava triste, ele gostava de comer doces.

O mais velho entrou na cozinha e viu o Yang fazendo comida e dançando, enquanto uma música baixa tocava no rádio. Felix achou estranho, mas preferiu ficar na dele.

— Oi, Innie.

Jeongin se virou e sorriu ao ver Felix.

— E pra mim?

— Sim.

— Que bom, eu fiz torrada, mas fiquei com preguiça de fazer café.

O Yang pegou um dos copos e bebericou um pouco do líquido quente.

— Você tá bem mesmo?

Jeongin assentiu.

— To sim. Eu chorei por uma semana Lix, até quando eu ia ficar triste?

O Lee assentiu e bagunçou os cabelos do amigo.

— Senti sua falta na faculdade.

Jeongin sorriu.

— Eu volto hoje, só vou tomar café e a gente vai.

Felix queria que o Yang falasse algo, mas parecia que a única coisa que ele queria fazer, era falar.

— Você tá bem mesmo?

Jeongin queria responder que a última coisa que ele estava, era bem. Mas precisava mentir para si mesmo. Ele precisava colocar uma máscara e esconder tudo que estava sentido. Tinha sido uma semana complicada e talvez esconder, não fosse o melhor caminho. Mas desabafar talvez não fosse a melhor solução. Por isso, ele se calou sobre qualquer coisa que envolvesse Hwang Hyunjin.

— Sim, Lix, eu juro. Só... Vamos seguir em frente.

O Lee suspirou derrotado. Não tinha nada que ele pudesse fazer para mudar a situação que seu melhor amigo estava.

— Ok então. Vou esperar você se arrumar.

Jeongin engoliu um pedaço de torrada e saiu correndo pela cozinha.

— Eu já tomei banho, só vou trocar de roupa.

Ele correu pelo pequeno apartamento onde morava sozinho e entrou em seu quarto. Jeongin não pensou muito em como iria se vestir. Ele só precisava cobrir ainda mais as olheiras que ele sabia que estavam ali. Das noites em claro que ele passou esperando que Hyunjin fosse aparecer e dizer que o amava de volta e não conseguia ficar sem o que eles tinham.

O moreno colocou uma calça jeans justa, porque era algo que ele gostava e não ia abrir mão disso só porque sofreu uma desilusão amorosa; uma camiseta preta e uma jaqueta também preta por cima. Bagunçou um pouco seus cabelos e se olhou no espelho. Não estava tão mal. A maquiagem estava boa e nem parecia que ele tinha chorado por uma semana inteira.

— Sorria e acene, Yang Jeongin, sorria e acene.

Pegou sua mochila e saiu de seu quarto, passando pelo pequeno corredor e logo vendo Felix na entrada de sua casa. O Lee sorriu na direção do amigo.

— Que bom que você tá voltando. Eu senti muito a sua falta. — Ele deu bastante ênfase no muito, porque isso era a mais pura verdade.

— Eu sei. Vamos.

Os dois saíram de casa e Jeongin trancou a porta. Felix já estava perto da moto do amigo, quando ele apareceu. Sim, o Yang tinha uma moto vermelha, que ele amava mais que tudo e ia pra qualquer lugar com ela. Mas ele também tinha um carro. Fazer o que, ele é um burguês safado. Na verdade, a maioria dos seus amigos eram.

Jeongin montou na moto, a ligou e em seguida encarou o amigo.

— Sobe aí gatinho, vou te levar ao céu.

Felix riu alto, antes de subir na moto do amigo. O caminho até a faculdade foi curto e Felix começou a achar que seu amigo não se importava mais com as leis de trânsito. Eles foram andando até onde eles costumam ficar antes das aulas começarem e quando Seungmin viu o amigo, ele quase chorou.

— Meu Deus, Innie, que saudade. — O Kim abraçava o moreno tão forte, mas ele apenas sorria e retribuía o abraço. Ele tinha sentido falta.

Logo aquela demonstração de afeto, virou um abraço coletivo e os cinco estavam se abraçando no meio do jardim da faculdade.

— Gente, eu não morri e ressuscitei não, ok?

Eles se afastaram e se sentaram em seu lugar de costume. Jeongin só sabia sorrir, porque ele tinha sentido falta.

— Você está bem? — Ryujin perguntou e Jeongin assentiu.

— Eu tô bem galera, eu juro. Foi difícil, mas a gente tá aí pra seguir em frente.

E era verdade. Jeongin só precisava seguir em frente, por mais que fosse algo impossível.

— Deixa eu te contar. Entrou um menino novo na faculdade. O nome dele é Han Jisung e ele é super legal. Ele faz letras, igual a você.

Jeongin sorriu. — Que bom, mais um pra surtar comigo.

— Innie -

Minho nem continuou.

— Innie, que saudade que eu senti.

Jeongin travou, mas ele respirou fundo e tentou manter a calma. Hyunjin estava o abraçando por trás e deixando vários beijinhos em seu rosto. Até um desses beijos quase parar na sua boca e ele se afastar.

— O que você tá fazendo Hyunjin? — Não era o tom de voz usual do Yang e Hyunjin percebeu.

— UE?

Jeongin se desvencilhou do mais velho e se levantou. Ele puxou o loiro pela mão, para longe de seus amigos. Hyunjin tentou beijá-lo de novo e mais uma vez o Yang recuou.

E novamente ele perguntou. — O que você está fazendo?

— Ué, tentando te beijar?

— Porque?

— Porque a gente tem um lance?

Jeongin riu em descrença.

— Hyunjin, você é só meu amigo, nada mais que isso. Eu falei que o que nós tínhamos, acabou.

— Eu pensei -

— Não, você não pensou nada. Eu realmente cansei de esperar por você. Para, siga seu caminho.

Jeongin se afastou do amigo e voltou até a mesa onde ele estava anteriormente; pegou sua mochila e acenou.

— Eu vou pra aula.

Ele caminhava pelo campus completamente aéreo e com uma mega vontade de chorar, mas se recusava, já tinha feito muito isso e já tinha ultrapassado seus limites. No caminho, ele acabou esbarrando em um cara completamente aleatório e derrubando as coisas dele no chão.

— Meu Deus, me desculpa. — Se abaixou e começou a recolher as coisas do desconhecido. 

— Tudo bem, sem problema.

— Você vai pra sala de letras? — O estranho assentiu. — Você é novo? Eu nunca te vi lá.

— Sim, eu tive que me transferir pra cá no meu último período. Eu sou o Beomgyu.

— Jeongin.

Os dois foram conversando até a sala e Jeongin, pela primeira vez, se sentiu verdadeiramente livre.