História Psycho - A New Day

Capítulo 2

Flashback On

Busan 20 de Setembro de 2013

12:00 AM

As ruas de Busan eram enfeitadas na época da primavera, uma das estações mais bonitas onde as flores coloridas fazem tudo ficar mais belo, as minhas favoritas são as amarelas, minha umma costumava  colocar algumas em um vaso em cima do criado mudo ao lado da minha cama todas as manhãs para serem as primeiras coisas que irei ver.

Andar pelas ruas naquela época do ano era algo muito legal, haviam pessoas vendendo comidas em barraquinhas feitas de madeiras com alguns enfeites, algumas estavam conversando ou brincando com crianças no parquinho.

Eu caminhava eufórico para chegar em casa e ver meus pais, não que não gostasse da escola muito pelo contrário, alguns até me chamam de “gênio da Matemática” mesmo eu não sabendo como consigo ser bom nessa matéria, mas era meu último ano na escola e estava pensando em qual faculdade fazer, mas uma coisa eu tinha certeza, não seria professor de matemática. Não que eu tenha algo contra os professores dessa matéria, mas não me enquadro nessa profissão.

Parei em frente a minha casa e sorri ao ver as janelas abertas, música tocando, e o que mais eu gostava de ouvir as risadas dos meus pais. Abri a porta e recebi um abraço apertado da minha umma.

Meu bebê, Como foi hoje na escola? - Ela perguntou sorrindo.

Bem umma. - Respondi a vendo me soltar e segurar no meu rosto como se estivesse analisando cada pedaço do meu corpo. - Que foi umma? Eu estou inteiro.

Eu sei.. Só.. - Ela segurou meu rosto com mais força me deixando preocupado.

Está tudo bem Joey. - Meu appa disse segurando ela e a puxando para um abraço

O que aconteceu? - Perguntei preocupado.

Nada meu anjo, deixa para lá. - Minha Umma disse sorrindo para me passar confiança. - Sobe e vai se trocar para a gente almoçar.

Okay. - Falei subindo as escadas. 

Jimin.. - Minha umma me chamou e eu a olhei. - Nós te amamos filho.

Flashback Off

Acordei sentindo o famoso frio de Seoul, olhei para janela e vi o céu cinza sem graça, as árvores mortas sem folhas, ou flores, o silêncio ecoava em minha mente me trazendo lembranças da minha vida, quando eu ainda era feliz. Olhei para o lado e não tinha minhas flores amarelas, isso significava que minha umma não estava mais ali para cuidar de mim, essa responsabilidade ficou apenas para mim.

Alguém bateu na porta e eu pensei que se ficasse quieto essa pessoa iria embora como acontecia no outro manicômio que eu estava, mas em vez disso uma mulher olhou pela abertura na porta. 

Você precisa vim comer, vamos garoto. - Ela disse me olhando.

Eu não quero. - Falei me deitando novamente.

Olha só, eu não estou afim de ficar muito tempo aqui, então por favor vamos logo. - Ela pediu deixando a falta de paciência transparecer em sua voz.

O encarei por alguns segundos e me levantei ficando em frente a porta, minha barriga roncava e eu não sabia qual seria a próxima refeição ou se teria, além disso na noite passada eu não quis sair do quarto e dormir sem jantar. Abriram as portas e eu vi outras pessoas saírem de seus quartos acompanhados por guardas e alguém que devia ser o psiquiatra.

Eu fui algemado como aquelas pessoas e caminhamos pelos enormes corredores, até que chegamos na ala 3. Um enorme refeitório.

Havia mesas grandes e redondas de cor branca, várias pessoas sendo divididas entre as que trabalhavam ali e as que moravam ali. Alguns nem tiravam os olhos de seus pacientes, caminhei até uma mesa com grandes panelas que eram depositadas, me entregaram um prato com.. Comida

“É comida de verdade?” Me Perguntei confuso.

No antigo manicômio tudo o que ganhamos como alimento era algo que parecia um mingau cinza que tinha um gosto horrível, já me peguei pensando se aquilo não era cimento. E aqui eu estou ganhando comida com cor e gosto.

Me sentei em uma mesa vazia no final do enorme cômodo, vi um garoto de cabelos vermelho me olhar fixamente até que outros dois que estavam juntos com ele devem ter o repreendido já que ele desviou o olhar, o lugar todo branco ganhou uma cor diferente quando uma menina de cabelo azul adentrou a cozinha pegando sua comida e se sentando isolada, mas logo depois o garoto que estava me olhando e seus amigos se sentaram juntos com ela.

Uma garota começou a vomitar e logo em seguida  desmaiou sendo o suficiente para causar um caos na refeitório, os médicos foram ajudar e alguns pacientes aproveitaram o tumulto para correr até as grandes panelas e colocarem mais comida e voltarem às suas mesas como se nada tivesse acontecido.

Choros e gritos começaram a ser escutados dentro daquele cômodo, como se todo aquele barulho estivesse acordado o que estava dormindo dentro de alguns, seus piores lados. Enquanto tudo virava um caos eu estava sentado em minha mesa saboreando o que a muito tempo não comia.

A garota que passou mal foi levada para fora dali e os médicos tentavam acalmar toda a situação, que demorou um pouco. Algumas pessoas tiveram que sair e voltar para suas salas até que se acalmassem.

Assim que o café da manhã acabou fomos para o jardim e eu não sei o que eles queriam que nós fizéssemos, mas eu caminhei até uma árvore morta e me sentei embaixo dela observei que algumas pessoas estavam indo para um cômodo e logo após saíam com livros.

Gosta de livros senhor Park? - Um homem alto, de pele clara e olhos redondos, lábios carnudos me perguntou estendendo um livro de capa vermelha.