1. Spirit Fanfics >
  2. Psycho (Jung Wooyoung - Ateez) >
  3. 0.22: Chapter 21

História Psycho (Jung Wooyoung - Ateez) - 0.22: Chapter 21


Escrita por: WriterFoxx

Notas do Autor


Demorei, mas enfim trouxe o capítulo.

Espero que gostem e tenham uma boa leitura❤

Capítulo 22 - 0.22: Chapter 21


Nayeon sabe que sua vida não pode ser descrita em poucas palavras. Ela tem plena noção disso.


Sabe também que nem sempre vão entendê-la, apoiarão suas decisões ou saberão o porquê dela estar se acabando de chorar em um dia normal, simples, sem motivos.


Nayeon sabe que não pode ter tudo em sua vida, e na verdade, não é isso que ela realmente deseja.


Seria pedir demais ter paz?


Ou amor?


Ou calmaria?


Ou, simplesmente, uma mente limpa de tragédias e pesadelos?


Depois de anos desejando, ansiando e chorando por isso, Nayeon desistiu de pensar que conseguiria qualquer uma dessas coisas.


A vida não é justa, e ela aprendeu isso do pior modo.


"Nesta tarde de segunda-feira, 17 de Agosto, todos os jornais foram informados sobre a saída repentina do assassino Kim Min-Jung da prisão. O assassino em série foi liberado por ter tido, segundo seus carcereiros, um ótimo comportamento. Nossa jornalista irá até o local quarta-feira, para cobrir tudo."


Nayeon não sabia como reagir, não sabia como disfarçar seu desconforto e não sabia, principalmente, como segurar o choro.


Seu corpo quase que imediatamente esquentou, formigou e caiu.


Era tão ridículo ao seu ponto de vista. Parecia estar caindo em câmera lenta. Porém, diferente de seu corpo, sua mente funcionava à milhão, repassando cenas nada agradáveis.


— Senhorita Seo?


Uma voz lhe chamou de longe, como um eco, tentando lhe tirar da bolha que foi criada à sua volta.


Nayeon tentou se levantar, tentou falar algo e tentou regular sua respiração, mas a tarefa para si parecia necessitar de muita força. Coisa que, no momento, ela não tinha. Então se deixou cair, bem no fundo, para, quem sabe, nunca mais voltar.


~             


— A paciente passou por muito estresse, aparentemente um choque, que a fez reagir muito mal.


— E quando ela vai acordar, doutor?


Ela já havia acordado.


Nayeon acordou uns minutos depois que chegou no hospital.


Na verdade, ela até poderia falar que, por todo esse tempo, ela estava apenas ciente, escutando tudo, mas não podendo, de fato, acordar.


Ele lhe prendia lá dentro.


Sua mente girava em torno de várias coisas e Nayeon sentia que se passasse mais tempo ali dentro, ela lhe mataria. Por isso, aos poucos, abriu seus olhos, piscando um pouco antes de conseguir focar a cara de Mingi em cima de si.


— Ei! - seu amigo deu um sorriso caloroso para si.


Sorriso esse que a fez invejá-lo.


Por que não conseguia sorrir assim?


— Está tudo bem?


Ela acenou que sim, voltando seu olhar para o teto branco do quarto de hospital.


— O que aconteceu?


Ele tinha mesmo que fazer aquelas perguntas?


Não conseguia ver que ela já estava sofrendo o bastante?


— Tudo bem se não quiser falar...


— Eu tinha 2 anos quando minha mãe foi embora. Meu pai... - ela mesma se interrompeu, percebendo o quão amargurada e detonada sua voz parecia. — Ele é um tipo de pessoa... peculiar.


Mingi apenas assentiu, sabendo que seria melhor não interrompê-la.


— Desde que minha mãe saiu de casa, sem dar tchau e nenhuma explicação, meu pai passou a me comparar à ela. Poderia ter apenas 3 anos de idade, mas me lembro perfeitamente bem das suas palavras...


"— Infelizmente, querida, você tem nosso sangue. Então, ou você será uma vadia que abandonará todas as responsabilidades, ou será que nem o papai. O que você quer ser?


— Ser.. i-igual a você!?


— Exatamente!"


— Eu não sabia o significado da palavra vadia. Muito menos da palavra responsabilidade, mas eu disse. E então, logo após dizer que "queria ser igual a ele", passei a frequentar um tipo de escola particular em casa. Eu chegava, ia até o quintal e assistia ele matando pessoas, animais. Ele me obrigava, mesmo que eu não quisesse, a ficar lá, parada, enquanto fazia o que queria e tentava me ensinar algo.


Ela parou, respirando fundo.


Nayeon poderia estar chorando copiosamente, caso tivesse mais lágrimas para deixar cair. Mas se sentia seca. Como se não tivesse mais nada dentro de si, muito menos uma mísera lágrima.


— Nayeon...


— Eu aprendi a matar pessoas de diversos modos.


— Yeon, eu...


— Eu aprendi, Mingi! Aprendi tudo o que ele queria que eu aprendesse, e, na minha cabeça, já era uma boa filha. Mas estava enganada. Ele não queria que eu parecesse com ele. - a garota respirou, novamente, fundo, tomando coragem para continuar. — Ele queria que eu fosse ele. Uma cópia exata do maníaco psicopata que ele é.


Mingi engoliu em seco, sentindo as lágrimas descerem por seu rosto.


Ele não sabia o que falar para confortá-la, muito menos o que expressar.


O fato da garota ter lhe contado tudo isso enquanto não soltava nenhum soluço, ou enquanto não deixava nenhuma lágrima cair, de fato, o surpreendeu.


Ou ela era forte demais ou já não tinha o que chorar...


Claramente, Nayeon sabia que a resposta para isso é a segunda opção. Não se sentia nenhum pouco forte, nem para encarar aquilo, nem para nada. Mas, simplesmente, não conseguia chorar.


Quando sentiu braços a embalarem e a apertarem contra si, Nayeon suspirou, aconchegando-se contra Mingi, que tentava segurar seu choro a todo custo.


— Ele vai sair da prisão depois de amanhã. - ela sussurrou, fechando seus olhos. — Uma das minhas várias terapeutas indicou que a melhor coisa a se fazer é encarar seus traumas de frente, para que eles parem de doer. Então...


Nayeon sentiu.


Ela sentiu quando, de repente, uma única lágrima quente e molhada desceu por sua bochecha. E então, sorriu.


— Vou encará-lo.


~          


Nayeon realmente não sentia, absolutamente nada.


Sua vida estava tão ferrada que nem se preocupou muito com o emprego que havia acabado de ganhar.


Mingi disse que seu pai lhe deu um tempo para descansar, mas Nayeon duvidava que o homem estivesse satisfeito com aquilo. Por isso, após ficar um dia inteiro em casa, na terça Nayeon foi ao seu trabalho. Seu vestiu do melhor modo possível, se arrumou do melhor modo possível e foi.


— Senhorita Seo, o que faz aqui? - ela escutou alguém lhe chamar, ao longe.


Virando-se, Nayeon pôde ver In-Su vindo em sua direção.


— Vim trabalhar, Sr. Hyun.


— Sim, claro que veio, mas Hyunjae lhe deu toda essa semana para descansar.


— Sinto muito se passei a impressão de que não consigo vir ao trabalho, mas não preciso descansar, não se preocupe. - Nayeon garantiu ao homem, lhe dando um sorriso ameno, quase inexistente.


— Certo, então tenha bom trabalho!


— Igualmente.


Nayeon entrou no elevador, subiu até o último andar e saiu, passando pela mesa da recepcionista e batendo na porta de seu chefe. Após ouvir uma voz indicando que poderia entrar, a garota entrou, fechou a porta e andou até a frente da mesa.


— O que faz aqui, Senhorita Seo?


— Vim trabalhando, senhor…


— Claro, eu entendo que esteja aqui para isso. A questão é que lhe dei toda essa semana para se recuperar, por que está aqui?


— Porque não preciso me recuperar de nada. Lhe garanto que estou bem, Sr. Song.


O homem suspirou, mas assentiu, recontando-se na cadeira.


— Vamos cobrir algo muito importante amanhã, e gostaria que você fosse junto.


— Certo. - ela assentiu. — Gostaria que eu fizesse algo por agora?


— Não, na verdade não. Todos estão lotados de trabalho, e eu também. Então.. apenas sente-se ali. - ele apontou para o sofá no canto da sala. — Se precisar de algo lhe chamo.


Nayeon assentiu, sentando-se no sofá e passando a mexer discretamente no celular.


Wooyoung havia mandado várias mensagens desde que deixou-a em casa, naquele dia, mas ela não respondeu nenhuma. Nayeon não sabia exatamente o porquê, mas sentia que deveria dar um tempo com ele. Já estavam num tipo grande demais de intimidade. Isso definitivamente não era bom.


~          


Durante toda a tarde de terça-feira, Nayeon ficou lá, na sala de seu chefe, sentada no sofá e mexendo em seu celular.


Às 18:00 PM, ela foi embora, sabendo que ainda chegaria em casa e teria que preparar algo para Changbin comer. Só de pensar nisso, Nayeon ficou quase que instantaneamente desanimada.


Quando estava na rua de seu prédio, prestes a passar pelas portas, a garota sentiu alguém segurar em seu pulso, puxando-a rapidamente de volta para fora.


— Mas o que…


Assim que viu Wooyoung ali, parado e encarando-a, Nayeon respirou fundo.


— O que diabos aconteceu com você? - ele perguntou, parecendo afobado.


— Primeiramente, me solte.


Nayeon ainda se lembrava do que haviam conversado.


"Nada de contato corporal…"


Apesar disso já ter acontecido várias vezes após dizer essas palavras, Nayeon estava começando a desconfiar que o caminho em que os dois estavam indo era perigoso demais. Então, pretendia começar a colocar certa distância.


Ela sabia que nada daquilo daria certo. Então, por que tentar se iludir?


Wooyoung a obedeceu, soltando seu pulso e dando um passo para trás.


— E segundamente, o que está fazendo aqui? - ela perguntou, sentindo-se cansada.


Era pedir demais que apenas pudesse subir, tomar um banho quente e ir se deitar?


— Como assim o que estou fazendo aqui? Você sequer respondeu minhas mensagens ou atendeu minhas ligações.


— Sabe que não sou obrigada a fazer isso, certo?


— Eu sei, Nayeon. Apenas quero saber porque sumiu, assim, do nada.


— Eu não sumi, apenas não quis falar com você.


Wooyoung riu, incrédulo.


— Qual o seu problema? Não estávamos bem? Por que essa resistência do nada?


— Não estou tendo resistência alguma, apenas deixando claro o porquê de não ter atendido suas ligações. Eu tenho uma vida, sabe?


— Mas você disse que…


— Eu sei o que disse.


— Não parece! - ele se alterou, falando um pouco mais alto e atraindo a atenção dos pedestres que passavam ali. — Você marcou comigo, Nayeon. Eu te liguei mais de 20 vezes, e você nem pra dizer que não iria mais! Sabe quanto tempo fiquei te esperando?


— Quer que eu peça desculpas?


— Eu quero que você se decida, caramba! - Wooyoung suspirou, passando a mão pelos cabelos. — Quando estiver pronta o suficiente para saber o que quer, me chame.


Ele esperou que ela dissesse algo, mas não o fez, então Wooyoung se virou, fez seu caminho até o carro e, depois de alguns segundos, não estava mais lá.


Nayeon respirava calmamente, tentando manter o resquício de sanidade que ainda havia em si.


Sobre o que ele queria que ela se decidisse, afinal?


Dando de ombros, a garota subiu, tomou um banho e fez algo rápido e prático para que pudesse comer. Iria fazer isso sozinha, já que Changbin não estava ali. Muitos podem achar deprimente alguém na idade dela estar em tal estado, comendo sozinha, fazendo tudo sozinha e vivendo sozinha, mas para Nayeon, a campainha de ninguém era necessária.


Às vezes, ficar sozinha com seus pensamentos a machucava, mas agora, Nayeon sentia que poderia levar uma facada, que mesmo assim não sentiria dor. Parecia estar seca. Simplesmente vazia por dentro.


E tinha plena noção de que, mesmo com uma companhia, aquilo não seria preenchido.


Notas Finais


Pois é, a Nayeon reagiu até que bem calma sobre a notícia inesperada.
Já o Wooyoung tá sendo 100% ignorado, de novo kkkk

Mas enfim, eu espero que tenham gostado, me desculpem por qualquer erro e até o próximo❤
Inclusive, não pretendo demorar muito pra atualizar (espero eu).


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...