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História Psycho Lunatic - I'm still yours, even if you're not mine


Escrita por: juusynner

Notas do Autor


AAAA, voltei!

Atrasei de novo, eu sei! Me perdoem meus amores. Essa faculdade me suga de canudinho e segunda tive entrega de projeto, fui obrigada a passar o fim de semana fazendo trabalho :/
Ai ontem tive outra entrevista pra estágio (a da semana passada já miou e eu preciso desesperadamente de um estágio, por favor torçam por mim). Em resumo, só consegui terminar de escrever ontem e revisar hoje, então aqui estou!

Aaaa, sobre a primeira música, procurem no youtube o cover dessa menina, ela canta muito! <3

Espero que gostem desse e uma dica: APROVEITEM ESSE CAPITULO MUAHAHAHAHAHAHA

Boa leitura!!

Capítulo 24 - I'm still yours, even if you're not mine


I’m still yours, even if you’re not mine

Going Through Changes - Army of Me 

(“Eu ainda sou seu, mesmo se você não for minha”) 

POV: Jenny

Drown - Bring Me The Horizon (Cover by Faith Marie) 

“What doesn’t destroy you, leaves you broken instead

Got a hole in my soul, growing deeper and deeper”

(“O que não te destrói, te deixa quebrado em vez disso

Tem um buraco em minha alma, crescendo mais e mais”) 

 

Eu segurava o copo de água gelada, tentando conter o suor de minhas mãos. Valary abrira a porta para mim, mas me deixara sozinha com Matt, levando as duas crianças da sala para que conversássemos. O vocalista abria uma garrafa de vinho, que eu polidamente recusara, e fazia suspense sobre a conversa. Já estava impaciente, quando ele finalmente disse:

— Antes de tudo… Acho que lhe devo desculpas. — Antes que eu pudesse perguntar, ele continuou: — Nem ao menos te cumprimentei aquele dia, apenas critiquei Brian por sua atitude. Parece que não gosto de você, mas acredite… Não é nada contra você, Jenny. Eu só quero seu bem. Lembro tão claramente daquele dia em São Paulo, do modo como ele olhou para você… Mas, na época, não achei que era motivo para se preocupar. 

— Preocupar? — Aquelas palavras de Matt reverberaram em minha cabeça como se alguém tivesse batido com dois pratos de bateria em minha orelha. O que ele queria dizer com o modo com que Brian olhou para mim?

— É, Jenny. — Matt confirmou, bebendo um gole do vinho, antes de dizer: — Eu não vou me estender muito nessa conversa, imagino que queria saber porque te chamei aqui. 

— Sim. 

— Eu sei o que está aconteceu entre vocês e… Acho que devem se afastar. — Estreitei os olhos diante das palavras de Matt, sabendo que eu me arrependeria de ter vindo, mas ele não me deu chance de responder, pois disse: — A vida de Brian está… — Ele pareceu pensar, como se não encontrasse a palavra certa para dizer — Complicada. Piorou muito depois daquela turnê no Brasil e, sinceramente, eu não acho que possa piorar, porque se piorar… Bem, eu temo pela vida do meu amigo. 

— Por que você diz isso?  — Perguntei, finalmente conseguindo formar uma frase coerente em minha cabeça. Eu não percebi, mas minhas mãos tremiam. 

— Eu acho que explicar a história toda é tarefa de Brian. E ele não ter contado é ainda mais preocupante. — Disse Matt — Mas posso dar alguns detalhes, que você provavelmente já sabe… Tudo começou quando Michelle interrompeu a gravidez. Logo depois fomos para a América do Sul e ele te conheceu. Depois disso, foi ladeira abaixo.

— Eu ouvi Brian dizer algo sobre uma traição. — Comentei, sem entender como ainda era capaz de falar algo — Durante a briga… Ele estava falando de mim?

— Não. — Afirmou Matt — Pouco depois que voltamos da Europa, Brian flagrou Michelle e um homem na cama. Eu não sei se devia te contar isso, me sinto um pouco culpado por fazer, mas é de extrema importância que você saiba… O importante é que, naquele dia, Michelle foi embora, mas voltou para pegar suas coisas e encontrou Brian ensanguentado no chão. Ele tinha apenas machucado a cabeça e precisou de alguns pontos do supercilio. Ela me confessou, depois, que teve medo que ele tivesse se matado. 

— Brian nunca faria isso. — Eu disse, decidida. 

— O Brian que você conhece, não mesmo. — Matt carregava uma tristeza no olhar, que eu não entendia. O que ele queria dizer com o Brian que eu conheço? — O que você tem que entender, Jenny. É que ele é uma pessoa totalmente diferente quando você não está por perto… Não deveria ser eu a te contar isso, mas acho que não tenho escolha. Apenas guarde segredo e espere até que Brian lhe conte também, acho que é importante que isso aconteça. 

Fiquei em silêncio, sentindo minhas mãos trêmulas de encontro ao copo que eu segurava. O que quer que Matt estivesse prestes a me contar, eu sentia que não era nada bom. 

— O que está acontecendo? — Perguntei para incentivá-lo. 

— Por que acha que Michelle encontrou Brian desmaiado com um corte na cabeça? — Indagou ele, pegando o copo vazio das minhas mãos e depositando na mesa. Talvez ele tivesse sentido que eu o quebraria se continuasse a segurá-lo, depois disse: — Brian… Anda bebendo. Muito. E sempre quando não está com você. Ou seja, em aproximadamente um ano ele bebeu praticamente todos os dias, com exceção dos poucos em que você estava presente. 

— Ele… — balbuciei. Processando o que Matt acabara de me contar e, de repente, com uma lembrança muito vívida em minha mente: ele virando o líquido de uma garrafinha de bebida que encontrou no frigobar do hotel, depois nós dois dentro daquele carro, quando Brian me encontrou no caminho para o meu curso em Milão. O cheiro forte de álcool que vinha da boca dele, a garrafa pela metade, os olhos injetados, as mãos tremendo. 

Não, não podia ser verdade.

 

Hold my breath and let it bury me

I’m not okay, and it’s not alright

(“Seguro meu fôlego e deixo me enterrar

Eu não estou bem e não está tudo bem”) 

 

— Ele está viciado. — Matt conclui — Não consegue parar e só o faz na sua presença. O dia que ele flagrou Michelle, ele bebeu tanto que desmaiou e, no caminho para o chão, bateu a cabeça. Mas poderia ter sido algo muito pior. 

— E em que sentido eu me afastar seria melhor? — Perguntei. 

— Não é você que precisa se afastar, Jenny. — Ele estava sério e me encarava como se sua vida dependesse disso. — É ele. Ele precisa urgente ir para a reabilitação. Não podemos esperar nem mais um segundo e, você aqui, piorou tudo. 

— Por que eu piorei? — Perguntei irritada, não querendo ouvir mais nenhuma palavra daquilo e desejando que fosse tudo um sonho. Brian não era um alcoólatra, ele não estava viciado em nada, ele estava bem e ao meu lado. 

— Porque você faz ele parar de beber. — Matt explicou, depois dando um riso sem graça — E acredite se quiser, isso é ruim. Porque enquanto ele estava bebendo desenfreado nós tínhamos motivos para enviá-lo para a reabilitação. Mas, agora, ele vai negar porque você está aqui. Qual é a chance de ele querer se afastar?

— E se… E se eu ficar com ele esses meses durante o projeto, guardando segredo. Se ele contar para mim é um bom sinal, não é? — Perguntei. 

— É um bom sinal, mas você não pode perguntar nada para ele. — Matt me olhava com tanta intensidade, que eu sentia a necessidade de desviar o olhar, mas não o fiz — Isso precisa vir totalmente dele. Brian precisa entender o problema pelo qual está passando, precisa de tratamento e precisa, mais do que tudo, colocar a vida nos eixos antes de envolver mais alguém nisso. 

— Ele se encontrou com o advogado e Michelle para oficializar o divórcio hoje. — Eu disse, minha voz não mais que um sussurro. 

— Eu sei. — Matt abaixou o olhar para a taça vazia que segurava e encheu com mais um pouco de vinho, antes de dizer: — E eu também sei o que está pensando. É uma questão de tempo até ele te convidar para morar definitivamente em sua casa, até ele deixar as coisas mais sérias. 

— Mas eu estou aqui há duas semanas só… Ele não vai… 

— Ele vai, Jenny. — Matt me interrompeu. — Eu vi no olhar dele o que sente por você. E eu tenho certeza de que no próximo show ele já vai oficializar tudo. Tornar seu relacionamento público. 

— Mas nós…

— Brian e você estão juntos todo esse tempo. Provavelmente, já funcionam até como um casal. 

Eu fiquei em silêncio, porque sabia que Matt tinha razão. Lembrei do modo como ele me acordou todas as manhãs naquelas duas curtas semanas, no modo como ele me via desenhar em milhares e milhares de folhas de papel, em cima do balcão da cozinha e no modo como nos aconchegávamos no sofá no fim da tarde para assistir algum filme.

— Matt… Eu não acho que seja certo me afastar dele. — Eu disse lentamente — Se ele fica melhor quando estou por perto, não tem porque eu não ficar. 

— Eu só não quero que você se machuque. — Respondeu ele, abrindo um sorriso triste — Quero que saiba o que está acontecendo, que não se surpreenda se vocês dois precisarem se separar e, mais importante, que fique atenta. Antes de tudo quero que você me ajude com isso… Ele costumava esconder garrafas no armário e beber quando estava sozinho. Antes, Michelle prestava atenção em Brian e sabia o quanto ele bebia. Sem ela lá… Eu preciso que você me ajude com isso. — Matt viu minha expressão à menção do nome dela e se corrigiu: — Não estou dizendo nada sobre a relação de vocês. Brian deixou bem claro que os sentimentos dele por minha cunhada acabaram e que ele tinha outra pessoa. Agora entendo que a relação deles não tinha mais volta e que, quanto mais eles tentassem, pior seria. Só… Preciso de você para isso. 

— Pode contar comigo, Matt. — Eu disse, minha voz estava falhada e eu quase não conseguia proferir as palavras. — Vocês… Conversaram sobre mim?

— Sim, Jenny. — Matt deu um sorriso fraco, mas pareceu se divertir com minha pergunta.

Ficamos em silêncio por alguns minutos, olhei o relógio que carregava no pulso e me sobressaltei. 

— São oito horas! Acho que preciso voltar, não quero que ele desconfie de nada. 

— Tente não contar para ele, ok? — Matt perguntou, deixando a taça no balcão da cozinha e se aproximando de mim — Ele precisa te contar. Nós precisamos saber que ele entende o problema dele. 

— Matt… — perguntei, antes de ir — E se ele parar? E se eu não ver nada na casa dele e ele parar completamente? Ele ainda vai precisar ir?

— Se isso acontecer… Você se afasta. — Disse ele, todo e qualquer resquício de sorriso tinham ido embora de seu rosto — Não precisa ser para sempre, apenas até ele sentir sua falta. E então poderemos saber se ele parou mesmo, ou não. 

Eu assenti, sentindo meu coração torcer em meu peito. Respirei fundo e fui ao lado de Matt até a porta, parando para abraçá-lo. Meu vocalista preferido envolveu os braços ao meu redor com força e, de repente, senti que tudo daria certo. Eu não tinha um irmão, mas imaginei que, se tivesse, era assim que seria ser abraçada por ele. 

— Obrigada, Matt. Por me contar tudo. — Eu disse, já do lado de fora.

Ele assentiu e me observou enquanto eu me afastava. Apenas quando virei a esquina que as lágrimas começaram a cair dos meus olhos. 

 

Who will fix me now, dive in when I’m down? 

Save me from myself, don’t let me drown

(“Quem vai me consertar agora?

Me salvar de mim mesma, não deixar eu afogar”) 

 

POV: Brian

End of Me - A Day to Remember

“I know I wasn’t perfect

But I kept trying”

(“Eu sei que não era perfeito, 

Mas eu continuei tentando”) 

 

 

Risquei o fósforo na caixa, enquanto olhava o relógio. Já passavam das oito da noite e Jenny não estava em casa. Assim que eu chegara algum tempo antes, eu ligara para meus amigos, perguntando sobre onde ela estaria e também para pedir que demorassem um pouco mais: eu ainda precisava cozinhar o jantar, mas eles disseram que Jenny estava com uma amiga. Assim que ouvi isso estranhei, não sabia que Jenny tinha alguma amiga em Huntington Beach. 

Enquanto preparava a comida, pensei no quanto eu estava feliz por tudo ter dado certo. Apesar do fim traumático para um relacionamento de anos, Michelle e eu nos tratamos como dois adultos que somos. Não conversamos sobre com quem estávamos, nem nenhum assunto delicado, apenas tratamos de resolver a pendência que ainda existia entre nós.

Por sorte, consegui cozinhar tudo em pouco tempo e já terminara de arrumar a mesa, quando ouvi um barulho na porta. Arrumei meu cabelo para trás e alisei minha roupa, me sentindo um pouco nervoso, enquanto ouvia Jenny entrar em casa.

— Brian? — Ouvi a voz fraca dela perguntar. Ela provavelmente vira o meu carro no lado de fora e sabia que eu estava em casa. 

— Estou aqui. — Eu disse, entrando na sala e fechando a cortina para que ela não visse o terraço. 

Jenny apareceu do outro lado da sala escura e eu tive que me controlar para não cruzar o pequeno espaço entre nós e beijá-la com todo o desejo que estava guardado em mim. Mesmo no escuro, consegui ver seu sorriso se abrir quando me viu. Eu me aproximei calmamente, passando um braço por sua cintura e o outro por seu pescoço. Nos abraçamos com carinho e eu puxei seu queixo para beijá-la. Quando senti uma umidade em seus lábios e um gosto salgado preencher minha boca, perguntei:

— Jenny, está tudo bem? Você está chorando. 

 

“You know me all to well”

(“Você me conhece bem demais”) 

 

Mesmo no escuro, consegui ver a cabeça dela balançar para os lados, enquanto ela negava, apesar de eu ter conseguido ouvir um soluço contido. Me esquecendo da mesa maravilhosa com o jantar que eu preparara e os dois pratos de comida esfriando ao ar livre, eu liguei a luz e a conduzi até o sofá. 

Assim que olhei seu rosto na claridade, pude ver que ela estava, de fato, chorando. Sequei suas lágrimas com minha mão e segurei seu rosto para que olhasse diretamente para mim. 

— O que aconteceu? Johnny me disse que você foi na casa de uma amiga… 

— Nada, Brian. — Ela desviou o olhar e eu percebi que ela não queria que eu a visse chorar. 

— Me conta o que aconteceu. — Insisti, ficando desesperado. Eu me dedicara tanto para que aquela noite fosse perfeita e não esperava me encontrar com Jenny e vê-la assim.

— Nada aconteceu. — Ela disse, séria. Secou as lágrimas com a mão, se livrou do meu toque e se levantou — Só estou com saudades de casa. Só isso. 

Ela disse aquilo com tanta convicção e tão decidida, que eu decidi parar de insistir, apenas comentei:

— Achei que estava feliz aqui comigo. 

— E estou. — Ela disse, passando a mão sobre um dos braços finos, como se estivesse com frio, apesar de ser verão. 

Eu me levantei e a abracei, com o maior carinho que consegui transmitir. 

— Se sentir qualquer coisa. Se se arrepender em qualquer momento… Pode me falar. — Eu disse, de repente percebemos que nunca tínhamos firmado o que acontecia entre nós. — Eu… Eu sei que estamos juntos há apenas algumas semanas, mas… Quero ter certeza de que você quer isso, que você quer ficar comigo. 

Jenny olhou para mim com um sorriso triste nos lábios, não caiam mais lágrimas de seus olhos e aquilo me acalmou. Peguei sua mão e beijei a ponta de seus dedos, enquanto ela respondia:

— Eu quero, Brian. 

— Então vem comigo. — Eu disse, a puxando pela mão que eu segurava e a levando até o terraço.

Pude ouvir a exclamação de Jenny atrás de mim, quando ela viu a mesa posta, as velas acesas, os pratos ainda fumegantes. 

— Brian… — ela disse, fazendo com que eu virasse para ela para ver seu rosto — Você fez tudo isso? 

— Claro que fiz. — Eu disse rindo. Eu não sabia quando era o verdadeiro motivo por seu choro, ou se realmente era saudades de casa, mas tudo o que eu queria era que ela fosse feliz comigo. 

A conduzi até uma das cadeiras e me sentei em sua frente, pude ver seu olhar triste analisar o prato em sua frente. Eu queria desesperadamente a fazer feliz e não aguentaria nem mais um segundo aquela expressão em seu rosto. 

— Fiz um peito de pato com batata doce. Espero que goste. — Eu disse, servindo vinho em nossas taças.

— Eu adoro. — Ela respondeu, mas pude ver seu olhar desviar para a taça que eu enchia. 

— O que foi? — Perguntei, curioso. 

— Nada, eu… Johnny, Zacky e Brooks me levaram para o Johnny’s hoje a tarde e eu bebi bastante, não estava planejando beber mais. 

Eu ri, sabendo que aquilo era típico dos meus amigos, mas não dei ouvidos e servi a minha própria taça. Eu precisava beber, nem que fosse um gole, já faziam duas semanas que nem mesmo uma gota de álcool tocava meus lábios.

Conversamos um pouco durante o jantar, Jenny contou o que fizeram no dia e até comentou que gostaria de ir até o cemitério de Jimmy algum dia. Eu disse que a acompanharia com prazer. 

As vezes, nossas pernas se tocavam e eu sentia vontade de parar o jantar ali mesmo e levá-la para cama. Estávamos transando sem parar há duas semanas, mas aquela primeira vez oficialmente solteiro teria um significado muito maior. Assim que nossos pratos esvaziaram e os talheres foram colocados de lado, eu sorri para Jenny e perguntei se ela queria ir para a sala. 

Nós dois nos sentamos no sofá e Jenny aconchegou a cabeça em meu peito. Eu sorri, sentindo o cheiro de seu cabelo perfumado invadir minhas narinas. Beijei o topo de sua cabeça e disse:

— Não fiz sobremesa, porque sou realmente muito ruim com doces. 

— Na próxima vez que cozinhar, sr. Haner, me conta e eu faço a sobremesa. — Ela disse, com um sorriso fraco no rosto — Você cozinha muito bem e eu tenho algum dom com doces. 

Eu sorri, a levantando do meu colo e olhando em seus olhos. Ela ainda parecia triste e aquilo começava a me matar por dentro.

 

“You’re gone and I can tell

That I’ve lost more than you’ll ever see”

(“Você se foi e eu posso dizer 

Que eu perdi muito mais do que você já viu”) 

 

— O que foi, Jenny? 

— Nada. — Ela disse novamente — Estou com sono… Acho que bebi muito vinho.

Eu dei risada, sabendo que era verdade, já que eu tomara apenas uma taça da garrafa e ela dera conta de acabar com o resto. Tomara a bebida tão rápido que eu achara que ela ia passar mal e, quando ofereci abrir outra, ela recusou. 

— Sei que isso é verdade… — comecei a dizer, ainda a encarando — Mas parece que é outra coisa. Está mesmo com tantas saudades de casa assim?

— Não sei, Brian. — Ela disse, parecendo impaciente, a voz um pouco enrolada — Eu não me sinto parte de sua vida e queria muito me sentir. Me sinto uma intrusa. 

Franzi as sobrancelhas diante daquelas palavras e perguntei, me sentando mais perto dela:

— Foi por isso que estava chorando? — Jenny apenas assentiu e eu a beijei, tentando demonstrar o quanto ela pertencia àquele lugar. 

Me postei em cima dela, enquanto ela lentamente deitava no sofá e continuava a beijá-la, sem querer interromper o contato. Desci os beijos por seu pescoço, clavícula, até que cheguei nos seios. Quando eu puxei sua blusa decotada para baixo e envolvi seu mamilo com minha língua, ela agarrou meu cabelo e soltou um murmúrio. 

— Você vai resolver tudo com sexo, Brian?

Eu ri, com sua intimidade entre meus dentes. 

— Quando sexo não resolveu tudo? — Perguntei, levantando o rosto de seu peito e olhando para ela com um sorriso malicioso. Todo e qualquer resquício de tristeza tinham sumido e eu sabia que aquilo funcionaria. — Vou transar com você em cada canto dessa casa, até você sentir que ela é sua. 

Jenny riu e, me pegando pelos cabelos compridos, que já caíam nos olhos, me puxou para seu seio novamente. 

 

“Oh, you’ll be the end of me”

(“Oh, você vai ser meu fim”) 

 

POV: Jenny

Heart-Shaped Box - Nirvana

 

“I’ve been locked inside your heart-shaped box for weeks”

(“Eu estive trancado dentro de sua caixa em forma de coração por semanas”) 

 

Enquanto Brian envolvia meu mamilo com a língua, eu não parava de me sentir culpada por ter mentido para ele. Apesar de não me sentir totalmente parte de sua vida ainda, eu já estava mais confortável na casa. Mas estava tão preocupada com o que Matt dissera que não conseguira disfarçar o choro, muito menos a expressão triste em meus olhos. Durante o jantar, quando ele abrira a garrafa de vinho, eu sabia que seria obrigada a tomar a maioria, simplesmente porque não permitiria que ele tomasse e não podia simplesmente recusar sem que ele achasse suspeito. Por isso, agora enquanto ele lambia meus seios com todo o desejo, o ambiente ao meu redor rodava e eu sabia que estava completamente bêbada. 

— Brian… — murmurei, quando ele mordiscou meu mamilo levemente.

— Você é muito séria me chamando de Brian. — Ele disse, se levantando um pouco para me olhar.

— Por que acha que sou muito séria te chamando pelo seu nome? — O puxei pelos cabelos mais uma vez e sussurrei em seu ouvido — Como gostaria que eu te chamasse? 

Uma de suas mãos voou para minha coxa, apertando com força, enquanto a outra apoiava todo seu peso. 

— Eu gostaria de ouvir você me chamando de qualquer coisa. — Disse ele — Me surpreenda.

Ele me olhou com atenção, sorrindo um pouco. Sua mão subiu até minha nuca e ele plantou um beijo quente e macio em minha boca. Eu suspirei quando isso aconteceu, não queria deixar que as coisas chegassem até aquele ponto, mas o álcool confundia a minha mente. A ideia de me afastar emocionalmente de Brian fora completamente frustrada.

Ele se postou sobre mim, me beijando com um pouco mais de intensidade. Antes que ficássemos sem fôlego, eu o afastei.

— Baby, não deveríamos fazer isso. — Vi ele sorrir diante do modo como eu o chamara e logo depois o sorriso morrer. 

— Eu diria que deveríamos. — Disse ele, sério, sustentando o meu olhar com intensidade. 

— Mas… Não acho que… Esse sofá. — Eu realmente estava pensando em quantas vezes ele fizera a mesma coisa com Michelle. 

— Jenny, você pode pensar o que quiser ou sentir a culpa que quiser, mas isso aqui… — Brian apontou para o pequeno espaço entre nós, com um meio sorriso dançando nos lábios finos — Isso aqui vai continuar acontecendo. 

— Não acho que é certo.

— Não? — Brian perguntou, em tom de desafio. Seus dedos tocaram minha barriga levemente e abriram o botão do meu shorts. Antes que eu pudesse impedir, empurrá-lo para longe ou dizer que não. Tanto essa peça de roupa, quanto minha calcinha estavam do outro lado da sala. 

Brian olhou para meu centro com os olhos brilhando de luxúria. Ele levou os dedos até minha entrada, mas apenas os deixou lá. Antes que fizesse qualquer movimento, perguntou: 

— Tem certeza de que não quer? 

— Não. — Eu respondi, sem nem saber porque eu ainda o negava.

Ele sorriu, surpreendentemente parecendo gostar de minha resposta. Então, sem aviso, enterrou dois de seus dedos em mim e os movimentou em meu interior, do jeito que apenas ele sabia fazer. O meu gemido alto e desesperado me traiu. 

— Não quer mesmo? — Ele insistiu.

— Não. — Eu estava quase chorando de raiva dele, por ser tão irresistível. 

Brian fez o mesmo movimento, dessa vez também levando os lábios até o meu centro. 

— Certeza?

— Seu filho da puta. — Murmurei, enquanto sentia sua língua de encontro ao meu clitoris e seus dedos habilidosos se movimentarem dentro de mim, da mesma maneira que ele fazia com sua guitarra. Por algum motivo estúpido, aquele pensamento me deixou ainda mais louca e eu não consegui controlar o gemido alto que saiu de mim.  

Brian riu diante de minha reação, sabendo que eu seria incapaz de negá-lo agora. Ele se levantou, parando em minha frente e tirando a camiseta. Me contorci de prazer quando vi seu torso nu mais uma vez em minha frente: sempre que aquilo acontecia eu temia que seria a última vez. Eu sabia que aquele dia viria, pelo menos por um tempo: ele iria para a reabilitação e teríamos que nos afastar mais uma vez.

Ele abriu lentamente os botões de sua calça jeans, me provocando, enquanto mordia o lábio inferior. Tirou seu membro do aperto da cueca, se livrando das peças de roupa. Completamente nu, puxou meu rosto em sua direção, tirando minha blusa no processo. Enquanto segurava meu rosto com uma mão e me beijava, a outra procurava o fecho do meu sutiã e, com a destreza de um guitarrista que dominava as habilidades manuais, abriu o fecho da peça com facilidade.

Antes que eu pudesse posicioná-lo em minha entrada, ele segurou minhas mãos e me impediu que eu o tocasse. Então, pegou o próprio membro e o estimulou, olhando para mim com desejo. Eu gemi, reclamando diante da impossibilidade de tocá-lo, enquanto ele próprio se dava prazer. Quando comecei a levantar meu quadril, ele deu uma risada fraca e, sem aviso, me penetrou com força. Aproximando seu corpo do meu, ele começou a depositar beijos em meu pescoço, sem diminuir o ritmo das estocadas. 

Cravei minhas unhas em seus braços tatuados e gemi de prazer enquanto ele se afundava dentro de mim. Todo o álcool que eu ingerira já chegara à minha corrente sanguínea e eu sentia aquela tontura gostosa de quando você bebeu o bastante. Chamei seu nome incontáveis vezes em seu ouvido, sussurrando, gemendo e as vezes chegando a ponto de gritar. 

Assim que atingi o orgasmo, senti Brian enrijecer em cima de mim e se derramar também. Suor grudava seus cabelos compridos no rosto quando ele se afastou, mas um sorriso preenchia seu rosto. 

— Agora se sente um pouco mais parte dessa casa?

Eu ri, colocando meu sutiã enquanto ele me acompanhava na risada. Logo depois, Brian me levou para cima no colo, sabendo que talvez eu estivesse um pouco bêbada demais para subir sozinha. Me deixou na cama com cuidado e se deitou ao meu lado. Em meio à um pensamento confuso, de que eu não seria muito bem sucedida em impedir que um alcoólatra bebesse, sendo que eu mesma estava completamente bêbada, mas não deixei que aquele pensamento me dominasse e cai no sono. 

Acordei ainda era de madrugada e eu sabia disso pois nenhuma luz entrava pela janela. Estiquei o braço, procurando por Brian e apenas encontrei lençóis gelados ao meu lado. Me levantei, sentindo a cabeça latejar, enquanto eu sentia os efeitos de beber a garrafa de vinho quase inteira. Fui até o banheiro cambaleando e estranhei, quando vi uma luz proveniente do terraço, no andar de baixo. Abri uma fresta da janela e olhei para a noite do outro lado. 

Brian estava sentado do lado de fora, segurando um violão preto e recostado na cadeira, com os olhos fechados. Sorri diante daquela visão angelical, mas o sorriso morreu no meu rosto assim que vi o que estava no chão, ao lado dele: uma garrafa de whisky totalmente vazia. 

Me segurei no tampo da pia para não deixar que minhas pernas bambas me derrubassem. Agora eu sabia que era verdade. Ele provavelmente esvaziara aquela garrafa sozinho em apenas algumas horas, enquanto eu dormia e se ele fazia isso enquanto eu estava ali, o que ele fazia quando eu não estava presente?

Decidi que não esperaria até o dia seguinte para conversar com Matt. Eu não iria esperar que Brian se afogasse em álcool enquanto eu fingia que não via nada. Eu e seus amigos conversaríamos com ele e ele iria para a reabilitação, querendo ou não.

 

“Hey, wait! I’ve got a new complaint! 

Forever in debt to your priceless advice”

(“Ei, espere! Tenho uma nova reclamação!

Para sempre em dívida por seu conselho inestimável”) 


Notas Finais


AAAAAA, E AI? O que acharam desse?

O casal mais quente do mundo ataca novamente, MAS COMO DISSE NO COMEÇO... Espero que tenham aproveitado essa cena ai, porque agora... Recomendo prepararem esses teus emocionais, porque o bagulho vai começar a ficar sério de novo. Se não, pior.

Quero MUITO saber a opinião de vocês, então comentem ai embaixo!!

PS.: a idiota dessa pessoa intitulada Julia, que lhes escreve essas fanfics, começou outra fanfic recentemente (Cherry Bomb, acredito que todas que acompanham aqui, também acompanham lá) e SEM PERCEBER, nomeou suas personagens principais com nomes muito parecidos - lá Jesse, aqui Jenny, então se POR ACASO, vocês encontrarem um Jesse perdido por ai, me avisem porque estou com mania de trocar os nomes kkkkk e me perdoem por isso.

ENFIM, espero vocês nos comentários e na semana que vem (se tudo der certo na terça-feira)
Beijooos,
Juu


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