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História Psycho Lunatic - I'd be lying if I told you I'm fine


Escrita por: juusynner

Notas do Autor


OI GENTEE,
Sim eu demorei um pouquinho para postar, mas foi por uma boa razão.

Eu ia postar esse capítulo na quarta, mas ai eu pensei... Sexta é dia 07/07 e nada mais justo que esperar esse dia lindo pra postar esse capítulo fofo <3
Claro que dia 07/07 é o melhor dia do ano, já que é aniversário do homão da porra a.k.a Synyster Gates, então vamos todos exaltar esse homem maravilhoso porque ele merece <3

Espero que gostem desse (depois do outro capítulo cheio de acontecimentos emocionantes)
Boa leitura!!

Capítulo 30 - I'd be lying if I told you I'm fine


I’d be lying if I told you I’m fine

Drowning - Eden

(Eu estaria mentindo se dissesse que estou bem)

POV: Jenny

Through Glass - Stone Sour

“I’m looking at you through the glass

Don’t know how much time has passed”

(“Estou olhando para você através do vidro

Não sei quanto tempo se passou”)

 

Todos estavam em pé, olhando o sr. Haner com atenção. Matt e Val, como estavam mais a frente, já entraram no corredor e, quando Johnny estava entrando também, o médico o impediu, dizendo que eram apenas dois de cada vez. Um nervosismo tomou conta de mim, já que eu desejava ver Brian o mais rápido possível. Eu queria tocar em seu rosto, garantir, com meus próprios olhos, que ele estaria vivo e bem, de repente até… beijá-lo.

Enquanto me sentava mais uma vez na cadeira, pensei se Brian iria querer o meu beijo quando me visse, ou se teria raiva de mim por eu ter virado as costas. Naquele momento, o futuro me parecia incerto e confuso. Tudo o que eu queria era poder vê-lo e pedir desculpas. Embora Matt tenha achado que o nosso plano seria a melhor maneira de Brian enxergar seu problema, agora eu entendia como ele funcionava. Agora, depois de ver Brian quase morto na minha frente, eu sabia que o melhor modo de convencê-lo seria declarar meu amor por ele. Amor este, que sentia mesmo antes de ter qualquer envolvimento com ele. Eu o amava pelo que ele representava para mim. Um ídolo, alguém que eu admirava e que, depois do contato, aprendi a amar ainda mais.

Fiquei sentada na cadeira onde eu passara a noite, vendo todos os membros da banda entrarem em duplas. As esposas que os acompanhavam, tirando Valary, já tinham ido embora no meio da noite, para cuidar dos filhos e dormir um pouco, já que não teriam muito o que fazer ali. Quando Matt voltou e enquanto Zacky e Johnny entravam, ele se sentara ao meu lado para perguntar se eu não queria entrar, mas eu recusara. Eu não queria passar em cima de todas aquelas pessoas que o conheciam há tanto tempo mais que eu.

Depois que os outros dois voltaram, Dan e Brooks entraram e não demoraram muito para voltar. Pela expressão no rosto de todos, eu sabia que ele devia estar bem e conversando, já que voltaram tranquilizados. Mas mesmo assim eu só iria acreditar quando o visse.

Michelle se levantou de repente e parou ao meu lado, então percebi que apenas faltavam nós duas para entrar e olhei insegura para a loira parada em minha frente.

— Prefiro que vá antes, Jenny. — Ela disse, em uma voz arrastada.

A sala toda pareceu ficar tensa diante de nossa interação, mas Michelle tratou de acalmar os ânimos ao dizer:

— Você merece vê-lo antes. Na minha opinião deveria ter sido a primeira. Foi você quem o encontrou e ficou aqui a noite toda, tanto quanto nós.

— Não, Michelle… Eu… — comecei a dizer, sem saber o que falar. Eu queria ir antes, mas não queria dizer aquilo para a ex-mulher de Brian, a mesma que estava me tratando tão bem, mesmo depois de eu ter transado com seu marido. — Eu prefiro que você vá antes. De verdade.

— Eu não vou antes de você. — Michelle respondeu firmemente.

— Michelle? — Disse uma voz do corredor. Era Suzy. — O horário de visitas está quase acabando, acho melhor você se apressar. Já disse para o Brian que viria.

— A Jenny vai antes. — Ela disse para Suzy, me puxando pelo braço e me levantando da cadeira.

— Michelle, é sério. — Eu disse, séria. — Pode ir.

A loira me observou com atenção, depois assentiu, captando algo em meu olhar que a fez entrar no corredor.

— Prometo ser rápida. — Ela disse, antes de a porta se fechar em suas costas.

— Por que não quis ir, Jenny? — Perguntou Valary, preocupada.

Todos os olhares da sala estavam voltados em minha direção e eu suspirei antes de responder:

— Ainda não sei se estou pronta.

Matt se aproximou de mim e colocou o braço sobre os meus ombros, depois me deu um beijo carinhoso no topo da minha cabeça. Naquele momento, diante da sua expressão tranquila, de seu leve sorriso e as suas covinhas, me senti mais segura. Como se ele fosse o irmão mais velho que eu nunca tive.

— Você pode ficar tranquila, Jenny. — Ele disse baixo para mim, de modo que apenas eu ouvisse — Brian está bem e até perguntou de você.

— De mim?

— É. Ele quis saber onde você estava e o que aconteceu.

— E você contou para ele?

— Claro que sim. — Disse Matt — Contei que você salvou a vida dele e que passou a noite aqui, dormindo desajeitada e esperando ele acordar.

— E o que ele disse?

— Me mandou ir embora e chamar você logo.

Eu dei risada junto com Matt e Johnny, que se aproximara de nós dois.

— Talvez tenha sido por isso que parecia impaciente com nós dois. Ele nem quis conversar direito e ficava olhando para a porta.

— Se vocês estão falando isso pra me animar, podem parar. — Eu disse sincera, alternando o olhar entre o meu vocalista e meu baixista preferidos.

— Não estamos. — Matt respondeu com sinceridade — Não precisa ficar com medo de que Brian vá ficar bravo com você, Jenny. Você não fez nada de errado e ele só quer te ver.

Depois daquilo, consegui respirar com mais calma, mas a ansiedade ainda me incomodava e eu não via a hora de entrar ali para vê-lo. Pouco tempo depois, Michelle voltou, acompanhada do Sr. Haner, de Suzy e McKenna e, por um momento, temi que o horário de visitas tivesse acabado. Me acalmei quando ela disse:

— Achei que vocês dois iam querer um pouco de privacidade.

A família de Brian me lançou um sorriso acanhado e eu não pensei duas vezes antes de entrar no corredor e seguir até o quarto onde me indicaram que ele estaria. Hesitei na frente da porta, respirando fundo algumas vezes antes de entrar.

Empurrei a porta com um rangido e dei dois passos para entrar no quarto.

 

“How much is real? So much to question.”

(“O quanto é real? Demais para questionar.”)

 

Brian estava deitado na cama, com o controle da televisão na mão, porém não olhava a tela já que se virara na direção da porta assim que ouviu o barulho. Quando seu olhar cruzou com o meu, um sorriso torto apareceu em seu rosto e ele disse:

— Jenny.

Ele estava deitado e só podia levantar a cabeça para me olhar, sua cabeça estava enrolada com uma faixa, onde eu lembrava ter um machucado feio, deixando os cabelos para cima de um jeito engraçado. Eu me aproximei com cautela e, também sorrindo, encostei em sua mão. Brian respondeu ao meu toque, apertando levemente a minha mão e levantando um pouco a cabeça.

Aproximei meu rosto do dele e olhei fundo em seus olhos, tentando transmitir tudo o que eu sentia apenas com aquele olhar.

— Estou tão feliz que está bem. — Eu disse, lentamente. Quase incapaz de falar em voz alta.

— E eu tão feliz que está aqui. — Ele respondeu, sua expressão de dor me revelara que qualquer movimento que fazia doía muito, pois suas sobrancelhas franziram e sua boca se contorceu. Brian levantou um de seus braços e passou o dedo por minha bochecha, secando uma lágrima que escorria.

Abaixei o rosto, para que ele não me visse chorar e aproveitei para olhá-lo melhor. Ele usava uma fina roupa de hospital, apenas um de seus braços estava de fora, enquanto o outro parecia estar enfaixado junto ao seu corpo. Seu rosto estava todo marcado por curativos brancos que fechavam os cortes que o vidro causara. Eu não conseguia enxergar mais nada, mas sabia que o resto do corpo também deveria apresentar sinais do acidente.

— Você… Está bem? — Perguntei bem baixinho, com medo de que sua resposta fosse negativa.

— Na medida do possível. — Sua voz fraca já me revelava tudo e eu quase pedi que ele parasse de falar, mas, ao mesmo tempo, o som de sua voz era tão bom, que deixei que me contasse tudo, apesar dos pequenos espasmos de dor, que até o esforço de falar proporcionava. — Meu rosto está todo cortado, me deixando todo feio… — eu segurei o riso, soltando um som muito estranho por meu nariz, que fez Brian rir também, mas rapidamente parou, sentindo dor. — Quebrei esse braço e algumas costelas — ele olhou para o membro que estava enfaixado junto ao seu corpo — E também tenho um furo desse lado que quase chegou ao meu pulmão e agora tá cheio de linha preta. Mas estou bem, principalmente agora.

Eu sabia que o sorriso em meu rosto era triste, mas mesmo assim sorri para ele. Entrelacei meus dedos nos dele e olhei em seus olhos por tanto tempo quanto foi possível, incapaz de expressar meus sentimentos.

— Jenny. — Brian me chamou com a voz fraca, eu encarava nossas mãos entrelaçadas e um filme de tudo o que acontecera nos últimos meses passava em minha mente — Eu preciso te dizer uma coisa.

Todas as desculpas não ditas pareciam pairar sobre nós naquele momento. A raiva de mim mesma e a vontade de me punir por o ter afastado da minha vida, quando deveria o ter mantido perto me dominava. O meu estômago contraiu, eu não queria saber mais de nada, eu queria esquecer tudo e começar novamente. Eu queria poder ficar com ele até o fim dos meus dias e aproveitar cada segundo. A ideia de perdê-lo fez com que toda a mágoa que ele me causara fosse considerada fútil.

— Não precisa se desculpar. — Eu disse, querendo que ele se sentisse bem, acima de tudo — Eu neguei você, eu te afastei, inúmeras vezes e você fez o que deveria ter feito.

— Eu não deveria ter esfregado isso em sua cara. — Disse Brian, apertando minha mão com carinho. — Aquilo em Las Vegas não era eu.

— Em Las Vegas… Eu quem fui até você, Brian. Nunca firmamos nada entre nós e você não tinha nenhum compromisso comigo — Argumentei.

— Mas eu te magoei.

— Não quero que você pense nisso agora, você precisa descansar.

— Jenny, eu não ia me desculpar, apesar de também precisar fazer isso. — Ele disse, colocando uma mecha do meu cabelo atrás de minha orelha e dando um sorriso fraco, novamente se contorcendo rapidamente, apesar de eu perceber que ele tentava esconder a dor de mim — Eu sei que sou um idiota, mas preciso tanto te dizer isso. Na hora que liguei para você, pensei em falar… Mas acho que eu queria olhar em seus olhos quando chegasse a hora.

— O que foi? — Perguntei ansiosa, sentindo meu coração acelerar.

— Eu não vou dizer isso porque você salvou minha vida e eu estaria morto agora se não fosse por você. Vou dizer porque estou sentindo isso do fundo do meu coração e não é recente. Sinto isso faz tempo e me destruí um pouquinho cada vez que você me afastava, talvez por isso eu tenha feito o que fiz… — ele se explicou, prolongando mais ainda aquele momento, depois, levantou minha mão e fez aquele gesto que sempre fazia em mim: beijou a ponta dos meus dedos, depois disse: — Jenny… Eu te amo.

Senti meu peito apertar, minha respiração falhar e não consegui controlar quando as lágrimas começaram a rolar por meu rosto. Delicadamente, me aproximei mais dele e plantei um beijo úmido e salgado em seus lábios. Brian correspondeu ao beijo da melhor maneira que pôde: devagar, apenas segurando minha mão com o braço livre. Eu ainda estava chorando quando nos separamos.

— Falei algo tão ruim assim? — Disse ele, limpando as minhas lágrimas que insistiam em cair.

— Claro que não, baby. — Eu disse, me aconchegando ao seu lado, no pequeno espaço que sobrava na maca, sem encostar nele — Eu também te amo. Mais que tudo nesse mundo. Eu nunca mais posso passar por isso que passei nas últimas 24 horas. Achei que eu tinha te perdido, achei que você… Que você estava… Morto e… — Comecei a soluçar, enquanto chorava, mas consegui me controlar o bastante para dizer novamente: — Eu te amo tanto e quando pensei que não conseguiria dizer isso para você eu…

Brian me calou, colocando um dedo sobre os meus lábios. Fez um carinho em meu rosto, sorrindo com tristeza.

— Eu te amo. — Ele disse novamente aquelas três palavras que me fizeram sorrir mais uma vez. Meu peito explodia de felicidade.

— Eu te amo. — Respondi, o beijando novamente.

— Queria poder mostrar o quanto eu te amo, mas estou todo quebrado. — Disse ele, dando um sorriso triste.

Eu ri, fazendo um carinho em seus cabelos e vendo enquanto Brian fechava os olhos, aproveitando minha carícia.

— Não fala isso aqui, por favor. — Eu pedi, fazendo uma voz de sofrimento — Se não é capaz de eu subir em seu colo e resolver esse problema aqui mesmo.

Brian apertou minha mão com toda a força que possuía, o que significava que eu apenas senti uma leve pressão em meus dedos, e mordeu o lábio inferior, mas eu revirei os olhos: ele não sabia reconhecer uma brincadeira quando o assunto era sexo.

— Jenny… — murmurou ele, de repente ficando sério e parecendo lembrar de algo — Michelle está ai fora. Vocês…

— Sim, Brian. Nos falamos. — Respondi, com um sorriso fraco nos lábios — Está tudo bem.

— Mas… Ela…

— Apenas digamos que ela não vai me matar se me vir com você. — Eu disse, sorrindo para ele e recebendo um sorriso de volta. — Ela me agradeceu por ajudar você e… Acho que ela se sente grata de verdade.

Brian sorriu ainda mais e fez um bico com os lábios, indicando para que eu me aproximasse para beijá-lo. Nossos lábios se tocaram e eu senti meu peito se preencher de calor mais uma vez. Ficamos juntos e em silêncio por mais algum tempo, a mão de Brian continuava entrelaçada a minha e seu rosto encostava levemente em meu ombro. Pela tranquilidade de sua respiração, imaginei que ele estivesse adormecido e não me mexi durante aqueles minutos.

Fiquei acompanhando o ritmo relaxado de seu pulmão, pensando que, naquele momento, eu não iria deixar que nada me preocupasse, apenas iria agradecer, do fundo do meu coração, por Brian ainda viver e curtir o momento que eu tinha com ele. A bebida, a reabilitação e o motivo de todo aquele acidente eu só ia deixar que entrassem na minha cabeça quando ele estivesse bem, em casa e sem sentir dor alguma.

— Jenny? — Chamou a voz de Brian em algum lugar distante de minha mente.

Eu levantei em um susto, quase encostando nele no processo e percebendo que eu também adormecera. Depois da noite em claro, eu não aguentara nem dois minutos em uma cama macia. Fiquei ainda mais envergonhada quando percebi que tinham mais pessoas na sala: o médico, o sr. Haner e Suzy nos olhavam com curiosidade. Levantei da cama, quase caindo no processo e alisei minha camiseta, como se fosse adiantar alguma coisa. Percebi que o rosto de Brian estava contorcido em uma expressão estranha, em uma mistura de dor e divertimento.

— Jenny, eu quero apresentar você para os meus pais. — Disse Brian, em uma voz fraca.

 

“How do you feel? That is the question

But I forget you don’t expect and easy answer”

(“Como você se sente? Essa é a questão

Mas eu esqueço que você não espera uma resposta fácil”)

 

— Na verdade, ao Papa Gates e minha madrasta Suzy. — Ele completou, apontando para o casal que me olhava com um sorriso bondoso no rosto. — Eu também tenho uma mãe e um padrasto que vou apresentar para você algum dia…

— Prazer em conhecê-los. — Eu disse formalmente, pela primeira vez me dirigindo aos dois.

Me sobressaltei quando ambos se aproximaram e me envolveram em um abraço esquisito. Fiquei ali entre os dois, vendo Brian nos olhar com uma expressão boba e sentindo o soluçar, que eu não sabia se vinha de Suzy ou do sr. Haner.

— Muito obrigada, querida. — Papa Gates me disse, envolvendo meu rosto em ambas as mãos. — Muito obrigada por cuidar dele e por fazer isso por nosso filho.

— Se não fosse por você… — disse Suzy soluçando e sorrindo ao mesmo tempo.

— Obrigada por gostar dele tanto assim.

Fiquei acanhada, ouvindo aqueles agradecimentos estarrecida e quase sem reação. Era estranho que aquelas duas pessoas que não me conheciam, estivessem me transmitindo um carinho daquela maneira, mas talvez, ajudar Brian tenha facilitado as coisas um pouco.

— Fico muito feliz que Brian tenha acordado bem. — Disse o médico, interrompendo a cena amorosa.

O sr. Haner e a madrasta se afastaram para ficar de um lado de Brian, enquanto eu me aproximei, segurando sua mão livre e recebendo um apertão leve como resposta.

— Agora ele precisa descansar para a recuperação ser mais rápida. — O médico disse, me olhando com tristeza. — É possível que nós tenhamos que administrar algumas doses de morfina, já que o efeito do sedativo da cirurgia já começou a passar.

— Morfina? — Perguntou Brian alarmado.

— É. Uma dose controlada, por causa da sua dor. — Disse o médico, em um tom tranquilizador.

— Eu não quero. — Brian disse com veemência.

— Brian… — eu e o Sr. Haner falamos ao mesmo tempo.

— Não tem conversa. — Ele disse, muito sério. — Não vou tomar nada que eu possa me viciar depois.

— Mas a chance de se viciar em morfina não é alta. — Tranquilizou o médico — A menos que você tenha histórico de outros vícios em drogas, mas aparentemente…

Prendi a respiração e esperei uma resposta de Brian. Ele não olhou para o pai quando disse:

— Alcoolismo. — Depois suspirou e repetiu: — Eu não quero morfina.

O médico assentiu, fazendo uma anotação rápida no prontuário de Brian e continuando com a explicação de como seriam os próximos dias para ele. Aparentemente, sem o medicamento, mesmo tomando um analgésico mais fraco, ele iria passar crises de dor intensa. Quando o médico acabou, apesar de estar tranquilizada, ainda sentia vontade de chorar, pois queria passar aquelas noites de dor ao lado dele.

— Agora peço que deixem Brian descansar e apenas fique quem vai passar a noite. — Finalizou o médico, para logo depois se despedir.

— Queria ficar. — Eu disse, aproximando meu rosto do ouvido de Brian e dando um beijo em sua bochecha.

— Você precisa dormir e comer. Não quero que acabe internada do meu lado. — Brian disse sério, me fuzilando com o olhar.

— Pelo menos estaríamos juntos. — Eu disse, brincando.

— Não, você estaria morta, porque eu ia te matar antes. — Ele disse, rindo baixinho. — Volte amanhã cedo, Jenny. E ai eu posso pensar se pode passar a noite, dependendo do tamanho de suas olheiras.

— Como acha que vou conseguir dormir? — Perguntei desanimada.

— Você está quase dormindo em pé, meu amor. — Ele disse sorrindo, fazendo meu peito se contorcer pelo modo como me chamou e, ao mesmo tempo, me fazendo ficar tensa por ter dito aquilo na frente do pai.

— Tá bom, mas se qualquer coisa acontecer… — murmurei, olhando para o Sr. Haner com firmeza.

— Fique tranquila, Jenny. — O pai de Brian disse — Qualquer mudança nós te chamamos.

— E você, não ouse piorar. — Eu disse para Brian.

Suzy e o Sr. Haner saíram do quarto para que nós dois nos despedíssemos. Dei um beijo nos lábios de Brian sentindo meu coração se quebrar em um milhão de pedacinhos. Lágrimas rolaram novamente por meu rosto e ele esticou o braço com esforço para secar.

— Pode parar de chorar, por favor? — Ele pediu com a voz rouca e os olhos marejados.

— Eu te amo. — Eu disse, chorando ainda mais.

— Eu também. — Brian respondeu sorrindo.

— Se doer muito, deixe que te deem morfina, Brian. — Eu disse, séria, embalando seu rosto em minhas mãos geladas.

— Não. — Ele respondeu com um sorriso triste. — Eu não posso, Jenny. Vou ficar nesse hospital por não sei quanto tempo, sem acesso à qualquer merda que eu queira usar e vou usar isso ao meu favor. Não quero me viciar em mais nada.

— Você vai ter abstinência, Brian. Você sabe disso e vai ser difícil recusar quando tiver.

— Eu sei. — Ele disse sério, apertando minha mão levemente. — Eu te amo.

— Eu também. Prometo estar aqui nas próximas noites. — Respondi com um sorriso triste, dando mais um beijo em Brian e saindo do quarto antes que eu mudasse de ideia.

Acenei para o casal na porta e para a garota de cabelos coloridos com praticamente a minha idade e sai andando pelo corredor, sentindo as lágrimas fluírem com força. Quando cheguei na sala de espera, fiquei aliviada que todos já tinham ido embora, com exceção de Matt e Valary.

— O que foi? — Perguntou o vocalista, preocupado com a minha reação.

— Eu não queria ir embora. — Eu disse, como uma criança.

Os dois deram um sorriso triste para mim e me abraçaram. Matt me guiou até a entrada do hospital e exigiu que eu dormisse na casa deles, já que ele queria ter certeza de que eu me alimentaria e dormiria bem. Aceitei, porque sabia que Brian iria ficar feliz com aquilo e também porque não tinha certeza se teria coragem de ficar sozinha em casa depois de tudo aquilo. Fiquei no banco de trás do carro de Matt e demorou apenas um segundo para chegarmos na casa dele, já que eu acabei adormecendo. O carro que eu dirigira na noite anterior já estava estacionado na garagem — Matt saíra do hospital na madrugada para buscá-lo — e meu estômago se contorceu quando eu lembrei de todos os acontecimentos.

Entramos na casa de Matt com um grito de vivas dos dois filhos deles, que ficaram felizes que a “Tia Jenny” dormiria lá. Logo depois que chegamos, a babá foi embora e eu assumi a função de distraí-los, mas como eram muito calmos, fiquei apenas conversando com os dois e contando histórias de como o titio Brian estava bem e era um herói. O jantar ficou pronto e meu estômago deu sinal de vida. Eu peguei meu celular para me sentar na mesa e me alarmei ao ver uma mensagem, pensando que poderia ser Brian, porém não era.

 

Passagens compradas!! Estarei ai em três dias.

 

No meio de toda aquela confusão, eu tinha me esquecido completamente de Felipe.

 

“Oh, God, it feels like forever

But no one ever tells you that forever

Feels like home, sitting all alone inside your head”

(“Oh, Deus, parece uma eternidade

Mas ninguém nunca te diz que a eternidade

É como estar em casa, sentado sozinho dentro de sua cabeça”)


Notas Finais


E AIII o que acharam?
Fofinho né? (acreditem, é dificil pra mim escrever coisas fofas, mas ainda bem que no próximo capítulo vai mudar um pouco MUAHAHHAHAHAHAHA vou falar mais nada)

Espero vocês nos comentários!!
Beijoos,
Juu

Ps: Feliz Aniversário homem mais lindo desse mundo que eu amo tanto!


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