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História Psychologist - Vkook l Taekook - Um Fracasso. Um Inútil.


Escrita por: vesama e moksorijoon

Notas do Autor


Look who's back!
E temos o vídeo do nosso Q&A pronto, link nas notas finais!

O assunto focado no capítulo é real, aconteceu com a Ana e de certeza com mais pessoas.
Espero que gostem.

Beijo da Sweet e da Anovkys ♡

Capítulo 33 - Um Fracasso. Um Inútil.


Fanfic / Fanfiction Psychologist - Vkook l Taekook - Um Fracasso. Um Inútil.

Link do especial de 300 favs está nas notas finais ~

              P.O.V. Jungkook

Dei por mim novamente naquele lugar tão estranhamente familiar.

Meu corpo flutuava sobre o solo cinza e sujo que parecia se afastar de meus pés sem meu controlo.

Senti o pânico me dominar enquanto me sentia cada vez mais fora de mim, menos eu e mais perdido na vasta solidão daquele lugar sem fim.

Sentia como se um furacão em minha volta se formasse; o nevoeiro ocupando completamente minha visão.

Uma figura alta e negra como uma sombra, surgiu vagueando quase como em teletransporte; era alguém ou algo, mas sem uma forma, e rondava em minha volta, até parar.

Eu olhei confuso e aterrorizado.

Pedia socorro com os olhos, já que nenhuma palavra conseguia sair de minha boca, por mais que gritasse por dentro.

- Jungkook! - A sombra pronunciou, estendendo uma mão quase invisível em minha direção, a uma distância à qual eu não conseguia alcançar.

Estender todo meu corpo não era suficiente para combater a força que me afastava mais e mais.

- Por favor Jungkook, eu posso te ajud...

                              ***

        {09:10/Quinta-feira/Junho}

Fico sentado na cama por um segundo, com os olhos arregalados e sentindo minhas costas transpirando.

Olho para todos os lados, respirando fundo e tentando manter a calma. Não é a primeira vez que acontece, não é nada de novo; mas esses sonhos repetitivos trazem-me uma sensação de incómodo.

Queria saber o significado, o porquê de eles serem repetitivos e quem é essa pessoa. Sei que é um homem, pelo menos isso.

Talvez devia falar com Taehyung sobre isso, ele não me acharia doido, certo?

Me levanto, sentindo pingas de suor deslizando por minha testa. Saio do quarto, indo para o banheiro, colocando toda minha roupa para lavar e logo entrando no chuveiro.

Eu só queria tomar um banho relaxado e esquecer o tormento que meus sonhos me causam quando acordo.

Queria apenas seguir o dia como outro qualquer, mas não era possível.

Não agora, quando me lembro que essa é a última semana de aulas antes dos exames finais e nada para além de stress me espera dentro daquelas salas.

Dou um murro na parede de azulejos do meu lado, apoiando meu corpo nela, tentando respirar e me manter firme em pé.

Por dentro, tudo o que queria era cair no chão de louça branca e fingir que minhas obrigações não existiam; me deixar sofucar pela pressão, e talvez fosse isso que eu faria, se a voz em minha cabeça não me obrigasse a sair do chuveiro e ir assistir as últimas aulas; porque afinal, depois disso não teria como saber sobre os exames... é minha única chance.

Ninguém me obrigaria a ir senão eu mesmo.

Saí de casa, com uma energia que não sei de onde veio, e com a minha cabeça em milhares de lugares diferentes, tentando por em linha o que teria de fazer e como odiava ter de fazê-lo; pensando nos colegas que iria ver e cumprimentar, e no tempo que iria passar perdendo a cabeça sem o poder demonstrar. "Só vai, nada importa", eu pensei pra mim, sentindo o vazio e a ansiedade no peito e os comandos automáticos de meu corpo andarem por mim.

Chegando na faculdade encontro no corredor principal a maioria das pessoas de minha turma, que tendo chegado a horas certas, já deveriam ter falado com os professores. Decidi entrar após uns segundos, sentindo o estômago na boca.

- Bom dia... Jeon, certo? - Uma das professoras de desenho olha para a lista de alunos em sua secretária. - Parece que temos de conversar sobre sua nota.

Minha garganta, que já estava presa em um nó, se fechou ainda mais.

A professora procedeu em falar sobre o quão meu projeto era insuficiente para passar na disciplina, e eu apenas concordei e respondi às perguntas simples e duras com todo o respeito, e também todo o nervosismo que um garoto de dezenove anos pode ter.

Me senti um idiota.

Meu trabalho não dava para obter uma nota positiva e eu tinha noção disso. O pior é que não sabia como recuperar a nota.

- E o que posso fazer pra passar no exame? - Tentei sorrir no desespero, me esforçando para não me deixar ir abaixo, mesmo ali, em frente delas.

- Bom... - Ela me entrega uma folha com vários exercícios que deveria entregar dentro de duas semanas, explicando o que fazer, com pouca expectativa na sua voz.

Agradeço, saindo rapidamente em direção ao banheiro mais próximo; sinto que toda a tensão não iria aguentar muito mais tempo dentro de mim.

Oiço pessoas perto das pias, me apressando para me fechar num cubículo livre, encostando minhas costas na porta provavelmente pouco limpa.

Tento controlar silenciosamente as poucas lágrimas que escorrem por entre minhas mãos.

Estaria sendo dramático?

Não entendo porque isso tem de me afetar tanto, mas me sentia um completo falhado.

Não acredito que não consegui fazer um simples trabalho que me desse bons resultados e agradasse minimamente as professoras, tal como mais de metade dos alunos fez.

E essa não foi a unica disciplina que falhei, surpreendentemente.

Porque eu sempre estrago minha própria vida?

Se culpar minha ansiedade e problemas é porque sou fraco, mas se culpar a mim mesmo por não tentar o suficiente sou irresponsável e preguiçoso.

E dói, porque não só me sabotei a mim mesmo, mas também falhei em minha única tarefa: a de fazer meus pais minimamente orgulhosos... Droga.

Não poderia sair dali com todo mundo vendo meu estado ridículo, ainda mais como um garoto adulto.

Parece que não tenho direito a ter sentimentos às vezes.

Me limpo com um pedaço de papel que havia e me recomponho, agora mais calmo.

Passo por entre as pessoas no corredor, andando rápido sem alguma interação.

Ao chegar perto da saída ouço passos apressados na distância ficando mais próximos. Esperei com todas as forças que não fosse Yoongi ou os amigos, não estava com disposição.

- Jun-Jungkook! - Chamou minha atenção, ofegante.

Parei repentinamente, olhando.

- Jungkook... Estava procurando por você. - Ele se aproxima.

- Oi, Taehyung. - Não conseguia o olhar nos olhos, sendo que era a pior situação para o encontrar. Eu só queria ir para casa.

- Desculpe, eu não sei se está com pressa. É que não tivemos consulta nessas últimas semanas, e eu pensei que fosse bom se tivesse um tempinho que pudéssemos usar, já que não tenho ninguém agendado para essa hora.

- A-agora? Ter consulta agora? - Perguntei, confuso com a súbita sugestão inesperada.

- Só se for conveniente, claro, não é precis... - O interrompi.

- Não, tudo bem. Eu... não tenho nada pra fazer na verdade.

- Oh, ok. Ótimo! - Ele sorri minimamente.

Nem sei porque concordei, mas sei que, estranhamente, seria menos desagradável conversar com meu psicólogo do que com meu melhor amigo.

Ele me guia até ao consultório vazio onde havia silêncio, mas algo sobre os tons terrestres e ásperos daquela sala me fazia querer não estar ali.

- Era mais agradável ao ar livre não é? - Taehyung pronunciou olhando em volta, sincronizado com meus sentimentos.

- É. Aqui é mais... Fechado.

O mais velho organiza as fichas na superfície da mesa, enquanto me tento ajustar na cadeira almofadada.

Ele me olha cuidadosamente como se percebesse que algo estava errado, como se já não fosse óbvio pelos tons vermelhos de meu rosto.

- Está tudo bem?

'Que original, senhor psicólogo", pensei.

- Não muito.

- Quer desabafar sobre isso?

Minha vontade não era totalmente essa. Na verdade queria apenas me encolher em um canto e esperar que esse sentimento fosse embora junto com as lágrimas; mas não poderia fazer isso agora.

- Eu... - Tentei construir uma frase. - Eu acho que estou criando drama demais. Não é algo tão grave assim. - Encarei o chão, percebendo o quão idiota soava em minha cabeça ter de explicar o que sentia.

- Bom, se não me falar eu não saberei o nível da situação.

Suspirei, tentando colocar meu raciocínio em uma ordem lógica.

- Falhei na disciplina que seria supostamente a "mais simples" do curso, e agora provavelmente não a conseguirei recuperar. Me sinto um fracasso. Um inútil.

Minhas mãos cobriram meu rosto mais uma vez para que ninguém visse a desgraça por detrás delas.

- Jungkook, respira comigo. - Falou, me acompanhando para uma respiração mais lenta. - Porque isso te faz sentir um fracasso?

- Porque não é apenas isso. - Acentuei o "apenas". - Eu falhei em outra disciplina. Não fiz tudo o que deveria, e não só desiludi os outros como a mim mesmo.

O outro suspira audivelmente.

- Você sabe que a escola, ou faculdade, não são a coisa mais importante do mundo, certo?

- Mas eu sinto que é meu dever fazer isso. Sinto que essa é a única forma que tenho para mostrar que sou alguém, sabe? - Limpo rapidamente uma lagrima que escapava. - Meus pais, eles esperam isso de mim...

- Mas você é bem mais que isso. Reprovar não faz você deixar de ter talento e um dom. Não é um curso que tira isso de você, nem define quem você é.

Encarei o chão agora com mais um tom avermelhado nas maçãs do rosto.

- Só sinto que falhei... - Peguei um lenço de um pacotinho em cima da secretária. - Me sinto horrível.

- Na maioria das vezes, só percebemos os erros depois de já estarem feitos... Agora resta entender o que errou e fazer o possível pra dar certo. Se não conseguir... - Suspirou, me olhando. - Ao menos você tentou na reta final. Tudo irá se resolver. - Ele sorri levemente.

Por mais que agora parecesse completamente destruído por fora, ter falado sobre todos meus pensamentos, me fez sentir menos negativo. Não era uma má sensação.

- Há mais uma coisa que queria falar com você. - Falei, incerto.

- Sim?

- É que eu tenho tido um sonho ocorrente, mas ele nunca é totalmente igual. - Ele me ouve atentamente. - É sempre o mesmo cenário: uma espécie de nevoeiro cinza em uma ponte flutuante e eu estou andando nela. Depois ouço vozes e vejo uma sombra de alguém, mas não sei o que significa. A silhueta costuma chamar o meu nome...

- Que interessante... - Ele para um pouco, pensativo, anotando logo algo no papel. - Eu não costumo ser muito bom a interpretar sonhos, mas essa "sombra" te causa medo? É amigável?

- Eu... não sei. Dentro do sonho não me lembro de sentir alguma emoção sem ser tristeza.

- Deve estar relacionado com suas preocupações e o que está sentindo no dia a dia. Não pense muito nisso, Kook; quero dizer... posso te tratar assim? - Ele fica subitamente embarassado, coçando a nuca de um jeito tão fofo que me fez soprar um riso.

- Sim, não tem problema. - Sorri. Normalmente apenas colegas e amigos me tratavam assim, mas nesse caso não parecia soar mal.

- Pode me chamar de Tae, se quiser, me faz sentir menos... velho e superior. - Riu, baralhando seus pensamentos.

Ri leve, concordando.

A consulta teria terminado e ao sair do consultório dei de cara com algumas pessoas que estavam à porta, deixando entrar a próxima pessoa, o que tornou a situação um pouco constrangedora.

Regressei a casa, agora um pouco mais leve.


Notas Finais


Link para o especial de 300 favs:
https://youtu.be/V79Sjgz4bKw
Esperemos que gostem ❤️

O que acharam? Sintam-se à vontade para comentar sobre o vídeo e sobre o capítulo!

Queremos ver os leitores fantasma a aparecer hajshshhs

[Nota da Anovskys: queria só avisar que editámos o capitulo 4, "Julgar", pois reconheci que tinha colocado um assunto muito delicado de um jeito desrespeitoso e que poderia magoar algumas pessoas, então peço desculpa a todos os que lerem e se ofenderam. Eu fui muito idiota. Me perdoem ♡]

Beijo da Sweet e da Anovkys ♡


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