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História Pupila - A mulher mais estressada do RJ


Escrita por: bmt5hh e camilacinica

Notas do Autor


OLÁ MERDAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA

COMO VOCÊS ESTÃO FILHAS DA PUTA?

CHEGUEI AQUI COM MAIS UM CAPÍTULO DE PUPILA

ESPERO QUE ESTEJAM TODOS AQUI LENDO CANSEI DE ESPERAR OUVIR UMA NOTÍCIA DE QUE VOCÊS ESTÃO DANDO E VOCêS FALANDO QUE NÃO

EU HEIN

BORA DESENCALHAR MEU POVO PAREM COM ISSO É UM NOVO ANO É MOMENTO DE RENOVAR OS CONTATINHOS

BOM

EU NÃO VOU FALAR MUITO

APENAS QUE ODFODFIDFOFOISDOIDDJDJ0WEKF0QSKDPSOADFUWEGHFWUEFBO9WQEDH0PQEJP0EWFUIOHRFH BOA LEITURA PRA VOCÊS CARALHO

Capítulo 12 - A mulher mais estressada do RJ


Perceber que nunca é demais um carinho

Que junto é melhor que sozinho

Que a gente junto...

É muito bom

 

Deixou que os idiotas fossem na frente dela, onde ela terminou de almoçar em paz e já teve que descer do carro correndo, sem ter ao menos onde escovar o dente, porque o evento já ia começar e ela tinha que estar lá. Não conseguiu sequer pensar em pegar no seu celular em momento algum, mas pensou muito em uma pessoa em específico durante o dia, a única coisa que era capaz de lhe aliviar o estresse. Queria poder falar com ela nem que fosse apenas uma ligação rápida, queria ouvir sua voz, mas preferiu nem pensar em falar isso pra ela porque não queria parecer grudenta, embora se sentisse assim.

Quando acabou tudo o que tinha que fazer por ali já eram 18h, Ana Júlia já devia ter chegado a essa hora e não tinha comida pronta, então ela imaginou que a menina devia estar deitando e rolando no iFood ou na padaria que ficava na esquina da rua delas. Teve que voltar a prefeitura, preparar a matéria e postar, quando isso tudo terminou, já era quase 21h e ela se sentia o maior caco dos cacos.

Não se arrependia de não ter dormido direito à noite, foi por uma boa causa, mas o cansaço que ela estava sentindo no momento era algo fora do normal. Entrou em seu carro respirando fundo e pegando o aparelho celular, que tinha milhões de mensagens aparentemente do Rio de Janeiro inteiro. Não que ela fosse responder.

Ana Júlia perguntou onde ela estava e se ia demorar muito, Camila disse que não e pediu para que a filha pedisse algo pra ela jantar. Havia algumas mensagens de Lauren que foram deixadas na hora do almoço e ela se derreteu no banco ao ler.

L: ei

L: espero que o seu dia tenha menos estresse do que você imaginou

L: bebe bastante água pra se hidratar, tá muito calor

L: qualquer coisa é só me chamar ;)

Não respondeu, abriu o aplicativo de chamadas e procurou seu contato, discando para ela. Lauren atendeu no segundo toque.

- Oi amor. – Lauren atendeu do outro lado afobada, Camila vincou as sobrancelhas vendo a cidade quase calma passando, mas sentindo o coração disparado com o novo apelidinho.

- Correu? – Brincou.

- Estava na sacada conversando com meu vizinho. – Bocejou torcendo para chegar logo em casa, precisava de um banho, comida e cama. – Reunião de condomínio na semana que vem. Estávamos combinando de reclamar em grupo. – Camila riu divertida.

- Isso é perfeito, faço sempre. – Fechou os olhos. – Inclusive tenho um grupo com algumas vizinhas onde só falamos mal das pessoas e pontuamos para reclamar.

- Você é tipo a moradora insuportável que leva ata pra reunião? – Lauren brincou abrindo a geladeira procurando alguma coisa para beliscar. Passou pelo micro-ondas e viu seu sorriso espelhado, revirando os olhos de como ficava boba falando com Camila.

- Claro que não, amor. – Aquela palavra sempre lhe tirava do chão, era tão bonito escuta-la chamar assim e o carinho que carregava. – Não tenho tempo.

- Se tivesse, aposto.

- Mas é claro. – Brincou. – Não tenho tento pra gente incompetente. – O tom levemente irritado chamou a atenção da outra, que parou no meio do caminho o pedaço de pizza que iria comer.

- Está tudo bem?

- Ai Lauren... – Passou a mão pelo rosto suspirando. – Hoje foi um dia tão irritante.

- O que aconteceu? – Sentou-se no sofá, era bom escutar sobre o dia de outra pessoa.

- Eu tenho uma bronca com que não gosta de trabalhar. – Reclamou sentindo a cabeça latejar. – Pessoal sem atitude, sabe? As coisas pra fazer e preciso ficar toda hora mandando ou parando para resolver problemas. E o pior é que se eu cobro muito da minha equipe, me chama de chata, chefe escrota, o que eu não me importo porque gera efeito, mas então... – Fez uma pausa dramática que Lauren achou uma gracinha e bem engraçado, mas não riu. – Outra equipe não faz ou faz mal feito. Eu não sou paga para passar o tanto de raiva que passo.

- Deve ser uma merda não poder fazer nada em relação a isso. – Reconheceu e Camila murmurou, feliz por se fazer entender.

- Deus sabe que eu tento fazer a minha parte nessa cidade... – Bufou realmente irritada. Percebeu que estavam chegando perto de onde morava e quase agradeceu em voz alta. – E o seu dia? Como foi?

- Normal. – Brincou com seus cabelos, desejando que pudessem se ver, ao menos por alguns minutos. – Almocei com meu irmão, comi um salgado que me fez mal.

- Já tomou remédio? – Sorriu com o cuidado.

- Já sim. Obrigada.

E então ficaram em silencio por alguns minutos, tudo que escutavam aram as respirações do outro lado da linha e não era como um silêncio incômodo ou algo do tipo, era normal, como se quisessem entrar pela linha, saindo do outro lado.

- Meu apartamento está vazio sem você. – Lauren disse a primeira coisa que veio a sua mente, o que era realmente verdade. Sem medo algum de soar emocionada ou intensa, lembrou-se do conselho do irmão e seguiu. Já Camila sorriu boba, tentando disfarçar.

- Queria estar ai. – Lamentou. – Gostei de ter ido. – Encarou a rua, falando mais baixo.

- Pode vir quando quiser. – Abriu o convite. – Se quiser, hoje... – Brincou.

- Eu tenho responsabilidades, Lauren, não me faça ser irresponsável. – Respondeu divertida notando a entrada de seu bairro.

- Acha que conseguiremos nos ver essa semana? – Não conseguiu evitar a pergunta que quis fazer o dia inteiro. A jornalista suspirou mordendo o lábio pensativa, tentando organizar toda sua vida para que tivesse um minutinho com a outra.

- Na quarta tenho um compromisso perto do seu trabalho, posso tentar colocar para antes de almoço ou depois, assim podemos comer juntas, o que me diz? – Foi a vez de Lauren mordeu o lábio inferior já sentindo a ansiedade de vê-la crescendo cada vez mais. – Juju vai estar comigo, tem dentista.

- Claro. – Sorriu. – Vai ser ótimo almoçar com vocês.

- Amor, vou ter que desligar. Cheguei em casa e vou passar na padaria pra comer alguma coisa pra comer, mais tarde te ligo, pode ser? – Camila juntou suas coisas no banco do Uber tentando equilibrar o telefone entre o rosto e ombro.

- Claro, claro. – Fechou os olhos. – Beijos.

- Beijos.

A mulher desceu agradecendo ao senhor pela viagem e entrou na padaria, estava mais ou menos vazia e conseguiu comprar algumas coisas antes de seguir com as sacolas para o prédio. Recebeu ajuda do porteiro e subiu, as sapatos estavam lhe matando, só pensava em jogá-los fora.

Quando chegou, notou as luzes apagadas e musica vindo do quarto da filha, jogou as chaves na mesa ao lado da porta e deixou metade das bolsas no sofá. A outra metade levou pra cozinha e quase caiu para trás ao avistar o estado da pia, tinha louça até mesmo em cima do balcão, como se um pelotão estivesse passado por ali.

Fechou os olhos por alguns instantes, respirou fundo tentando controlar toda a vontade que estava de jogar tudo no lixo e desaparecer com a bagunça. Colocou as sacolas sobre o balcão e caminhou pelo corredor retirando o sapato, jogando para seu quarto, onde tinha o direito de deixar bagunçado pelo menos uma vez.

Bateu na porta três vezes e esperou que a porta fosse aberta, a filha lhe sorriu beijando a bochecha antes de voltar para cama, estava pintando as unhas dos pés. Camila parou no meio do quarto com a mão na cintura e logo a outra notou que alguma coisa estava errada.

- Que foi?

- Que bagunça é aquela na minha cozinha? – Ana Júlia deu de ombros.

- Ué? – Negou. – Eu usei as coisas para comer.

- E por que não arrumou?

- Como assim? – Fechou os olhos suspirando, enfiou as mãos pelos cabelos procurando ser paciente. Por mais boazinha que fosse, Ana Júlia ainda era uma adolescente.

- Como assim? Lavando a louça, Ana Júlia. – Ficou realmente irritada quando a menina revirou os olhos. – Eu trabalho o dia todo e quando chego está essa zona?!

- Mãe, é só a louça.

- Que não está lavada. – Repetiu. – Já disse, somos nós duas agora. Você tem que me ajudar e eu tenho que te ajudar, não da pra só uma fazer.

- Mas eu não gosto de lavar louça. – Reclamou. – Fica com cheiro ruim a mão.

- Tem inúmeras coisas que eu não gosto de fazer e tenho que fazer. – Foi até a cadeira começando a amontoar as roupas reviradas, separando o uniforme da escola todo amassado.

- É só contratarmos uma empregada. – Solucionou como se fosse óbvio.

- Ah, então, ótimo. – Camila assentiu, odiava ter que ser a mãe chata. – Amanhã vamos fazer sua matricula no colégio aqui perto, pode ser?

- Mãe! – Disse exaltada.

- Mãe nada, Ana Júlia. – Negou firme, fazendo a outra se sentar emburrada. – Empregada custa dinheiro, eu não tenho de onde tirar para pagar uma empregada, temos que tirar de algum lugar.

- Você é muito dramática. – Resmungou.

- Estou te trazendo para a realidade. – Estalou os dedos, sabendo que aquilo a irritava ainda mais. – Você fica mais tempo em casa, já esta na hora de tomar atitude. Olha a hora que eu chego... – Apontou para o relógio. – E eu não quero mais encontrar essa zona na cozinha, comeu, lavou, guardou, faz assim que não fica pesado. – Caminhou em direção à saída sentindo sua cabeça ainda pior e o corpo super dolorido. Estava ainda pior depois de brigar com a filha. – Vou tomar banho e quando sair quero aquela cozinha limpa. – Foi a última coisa que disse antes de fechar a porta e seguir para seu quarto, indo direto o compartimento de medicamentos, pegando o mais forte para sua cabeça.

Camila tomou dois comprimidos do remédio, esperando que fosse dar um jeito naquela dor insuportável. Demorou mais do que o normal no banho, processando o quão lixo seu dia tinha sido e no quão irritada ela estava, irritada no nível de começar a chorar só porque não sabe o que fazer com todo aquele estresse. Pensar que ela tinha que ir trabalhar amanhã era uma tortura, teria que cobrir outros eventos na rua durante toda a semana porque era perto do ano de eleição e o prefeito tinha que fingir que ele prestava pra algo, então ele simplesmente estava fazendo algumas coisas e sobrava pra ela ir lá cobrir.

Saiu do banho pensando que sua irritação só não era maior que a sua fome então vestiu um pijama e foi para a cozinha que já não tinha mais um garfo sujo na pia sequer. Pegou as coisas que ela havia comprado e fez um sanduíche para si, comeu com um pouco de suco e depois foi para o seu quarto, seu corpo gritava de tanto cansaço. Deitou na cama e pegou o celular, se ajeitando para dormir e respondendo todas as mensagens de todos que falaram com ela durante o dia. Nem quis saber onde Ana Júlia estava pra não se estressar ainda mais, apenas se concentrou em dormir, não antes de mandar mensagens para Lauren.

C: oi

C: só vim te desejar boa noite

C: saudades dormir de conchinha com você

C: beijos

Não esperou a resposta e caiu em um sono pesado do qual ela só acordou com o inferno do seu celular tocando indicando que já era hora dela acordar e enfrentar todos os estresses do dia. Levantou-se sem muita vontade, quase bufando de raiva e foi tomar um banho rápido para que pudesse se aprontar. Logo escolheu uma roupa um pouco mais fresca do que a do dia anterior porque o calor estava de matar na cidade e ela não iria passar por isso de novo. Lembrou-se de por as roupas de Lauren separadas para que ela pudesse lavar e devolvê-las a próxima vez que a visse, que ela esperava que não demorasse muito.

Foi até o quarto de Ana Júlia para acordá-la, o que sempre era um suplício porque tinha que chamá-la 215 vezes e ela só levantava depois que Camila falava um palavrão. A menina foi tomar banho e Camila foi aprontar o café de qualquer jeito, fez apenas um pouco de café preto para as duas e colocou mortadela no pão que havia comprado na padaria no dia anterior e tinha certeza de que iria matar Ana Júlia se ela reclamasse de algo.

- Vai ter reunião de pais na sexta lá na escola, não esquece. – Camila pôs a mão na testa.

- Tinha esquecido, meu Deus, é 17h, né? – Ana Júlia assentiu. – Tá, eu vou lá falar que você não lava a louça.

- Ai mãe, eu vou lavar a partir de hoje, calma.

- Eu estou calma, eu vou ficar nervosa se você não lavar. – Ela assentiu.

- O Rodrigo me chamou pra sair.

- Aquele garoto feio da sua aula de inglês que você jura que é bonito?

- Ele é! Ele só não é fotogênico, acontece. – Deu de ombros, mexendo no celular e comendo seu pão. – Enfim, eu posso ir?

- Vocês vão aonde? Vai voltar que horas?

- Ele me chamou pra ir ao cinema.

- Que dia?

- Quinta feira.

- Vai voltar que horas?

- Sei lá, umas 20h. – Camila concordou.

- Vai só você e ele?

- Sim.

- Você tem certeza que vocês vão ao cinema?

- Meu Deus, sim. Eu até compartilho minha localização com você se você quiser.

- Não precisa, eu acredito em você. Pode ir sim, no dia você me lembra. – Ana Júlia assentiu sorrindo e logo começou a digitar algo rapidamente no aparelho. – Você lembre-se sempre do que eu te falo, você não é obrigada a fazer nada que ele queira fazer com você.

Camila não queria ser chata, mas o problema não era a menina e sim os homens. Ela já teve a idade de Ana Júlia e sua mãe não era tão aberta consigo, então queria ser aberta com ela para que ela sempre estivesse confortável para falar com a mãe sobre qualquer coisa e principalmente porque ela queria que Ana Júlia soubesse que homem não presta e geralmente levam as meninas para os lugares para forçá-las a fazerem coisas com eles se não quiserem por livre e espontânea vontade. Ela passou por situações difíceis quando era adolescente por causa disso, era difícil sair ou convencer o cara de que você não queria e não queria que a filha passasse pelo mesmo.

- Eu sei, mãe, fica tranquila.

- E se quiser fazer alguma coisa lembre-se de estar sempre protegida. – Ana negou com a cabeça e arregalou os olhos.

- Eu não quero fazer nada, pelo amor de Deus, eu não o conheço direito.

- Eu sei, mas deixo avisado já.

- Tudo bem, fica calma.

Camila deixou a filha no ponto após ouvir a reclamação diária sobre não ser levada de carro na escola e seguiu para aquele inferno que chamava de trabalho.

Não muito longe dali, Lauren acordava e obrigava seu corpo a sair da cama, caminhando em direção ao seu banheiro, ainda sem por os óculos porque ela havia esquecido e porque não havia nenhum perigo impossível em ir tomar um banho. Colocou as roupas brancas de todo o dia percebendo que havia uma parte do seu guarda roupa que só guardava roupas dessa cor e ficou se imaginando como uma personagem de quadrinhos que todos os dias usa a mesma roupa e tem várias iguais no guarda roupa.

Resolveu que iria tomar café por lá mesmo, no seu trabalho e saiu de casa sem muita pressa, dirigindo tranquilamente até o local. Os poucos minutos que ficou no sol entre descer do carro onde ela estacionava ao lado de uma galeria na rua de trás e ir até a farmácia a fizeram se arrepender até do dia que tinha nascido pelo calor que já fazia às oito horas da manhã. Sentou-se no café que tinha na farmácia e pediu um suco e um bolo, que a sustentariam até a hora do almoço.

- Bom dia, minha filha. – Dona Severina falou, tocando seu ombro de leve. Era uma senhorinha muito simpática que comprava muitos remédios para ela e para o seu marido e sempre gostava de ser atendida por Lauren, pois já era cliente antiga do local e conhecia a farmacêutica há anos.

- Bom dia, dona Severina. Eu já vou lá falar com a senhora, tá bom? Deixa só eu acabar aqui. – A senhora negou e sorriu.

- Não precisa ter pressa, querida, eu vou ficar olhando as promoções de vitaminas enquanto isso.

- Tá bom, até já.

A senhora se afastou caminhando devagar e Lauren acabou de comer e entrou rapidinho para trás do balcão para que vestisse seu jaleco e logo voltou para a área de vendas, indo até a senhora. Ela lhe entregou a lista de remédios e Lauren foi pegar, lhe dando sempre um bom desconto porque sabia que a senhora não tinha lá as melhores condições financeiras e porque ela era muito simpática e boazinha, às vezes fazia doces e bolos e ia lá levar para o pessoal da farmácia.

Havia dias como esse que eram mais tranquilos, vinham apenas clientes conhecidos os quais ela já sabia como lidar, o problema era quando vinha uma galera chata encher o saco. Se bem que Lauren estava com um humor tão bom desde que começou a sair com Camila que podia parar literalmente uma fila de pessoas pedindo reembolso ou troca de medicamentos que ela atenderia em uma tranquilidade fora do normal até para ela, que não costumava se estressar muito.

***

- Marcela, o Guilherme já chegou? – Camila perguntou colocando somente a cabeça para fora da sala. A mulher conferiu alguns papéis antes de negar. – Teve alguma coisa hoje?

- Ele disse que ficou preso na Brasil. – Explicou.

- Esse garoto é encantado, todo dia, o caminho que ele passa acontece alguma coisa. Incrível. – Ironizou voltando para sua mesa, sentou-se, fechou os olhos e respirou fundo. Havia decidido que não iria se estressar naquele dia, se desse para fazer as coisas faria, caso contrário, iriam ficar sem fazer.

Estava se preparando para juntar as coisas e ir para a rua quando escutou alguém batendo na porta, autorizou a entrada ajeitando os cabelos no reflexo do notebook. Demi entrou sorrindo com os braços abertos, surpreendendo a mulher e logo atrás, Normani rindo.

- Olha quem voltou para a alegria de vocês. – Em meio a todo caos, Camila conseguiu esboçar um sorriso.

- Poderia ter ficado mais. – Implicou.

- Sei que sentiu minha falta nos seus dias vazios. – Revirou os olhos. – Mas vim para lhe avisar que temos uma reunião em quarenta minutos?

- O que? – Quase gritou recebendo olhares intrigados das duas. Camila negou soltando os papéis de qualquer jeito sobre a mesa, pegou a agenda e conferiu o dia, estava limpo. – Não tenho, hoje tenho que cobr...

- Emergencial. – Normani completou. – E eu preciso dessa lista de documentos para amanhã. – A mulher jogou o corpo contra a cadeira respirando fundo. Tomou um gole de água antes de assentir.

- Tudo bem, minha equipe vai? – Demi assentiu.

- Com a Vanessa.

- Perfeito. – Mesmo borbulhando por dentro, tinha a desculpa de poder ficar no fresco enquanto teria que ficar no sol. O casal prendeu a risada vendo como a amiga estava a ponto de explodir uma pessoa somente com o olhar.

Não ficaram muito, apenas informaram da nova agenda e saíram, deixando que se organizasse. Na reunião Camila não disse muito, não era algo muito sério e preferiu, iria evitar ser exonerada por falta de respeito para com pessoas maiores que ela, mesmo que a grande vontade fosse bater na cara de todos, um por um.

Seu grande sonho era conseguir ligar para Lauren ou ter um segundo de atenção para respondê-la, o que não aconteceu até o momento em que entrou em seu carro depois das seis. A primeira coisa que fez foi retirar os sapatos, abrir a blusa um pouco mais e soltar os cabelos, discou o número quase conhecido e a outra atendeu no meio do seu processo meticuloso de abrir um bolo no pote que havia comprado da estagiária de Normani.

E assim passou quase a semana, Lauren teve o que parecia ser a semana mais tranquila de sua vida, o máximo de problemas que teve foi um senhor lhe perturbando para receitar alguns medicamentos além de sua receita. E mesmo assim, teve toda paciência do mundo para explicar o porquê não faria bem, além de que não poderia fazer aquilo.

Luana, que trabalhava como caixa, até brincou dizendo que Lauren estava ungida em glória por ter tirado tanta paciência de onde não parecia existir. Já com Camila foi completamente ao contrário, tudo que poderia dar errado deu em dobro, problemas atrás de problemas, não conseguia passar uma dia sem tomar remédio para sua dor de cabeça.

Agradecia fielmente as vitaminas que Lauren havia lhe dado, caso contrário, tinha certeza que seria uma mulher de meia idade desmaiada. No meio da semana ligou para Pedro e pediu para que ele fosse à reunião, queria muito ir daquela vez, como sempre fez, mas estava a um pai escroto de algum colega de classe da filha para surtar de vez. 

Fez uma troca com a filha pedindo para que trocasse o dia do cinema com Rodrigo para sexta, a levaria e depois a mãe do menino a deixaria em casa, e a menina não viu grandes problemas. Aceitou, lhe causando um grande alívio, poderia se enfiar no sofá na sexta depois de chegar em casa com uma grande taça de vinho e ficar até domingo a noite. Mas não queria e nem iria fazer planos sozinha.

Estava ultra carente, não conseguiu almoçar com Lauren, mal estavam conseguindo se falar sem estar morrendo de dor de cabeça ou quase dormir no meio da ligação. Mesmo assim, via como Lauren era doce e compreensiva, sempre desejando que o dia fosse bom e mandando mensagens aleatórias que faziam sorrir, mesmo que não pudesse responder na hora.

Quando desmarcou o almoço, achou que ficaria brava ou irritada, até compreenderia, mas tudo que ela fez foi mandar uma carinha triste acompanhada de um estou com saudades, espero que possamos nos ver logo e isso foi o ápice para quase cair em prantos no meio do expediente. Além de cansada, irritada, estava carente e morrendo de vontade de estar novamente nos braços da mulher.

- Quando eu te ligar, por favor, atenda. – Segurou os ombros da filha na porta do shopping, suspirou notando como já estava crescida. O tempo estava passando rápido e o seu neném bagunceiro estava se tornando uma mulher linda. A abraçou apertado, sentindo o cheiro do shampoo e do perfume favorito desde que tinha nove anos.

- Mãe...?

- Espera. – Se afastou com um sorriso brincalhão no rosto. – Deixa eu olhar para você mais um pouco para me lembrar antes de ver o olhar bobo que fica por aquele menino feio.

- Mãe! – A menina arregalou os olhos, mas então compartilharam uma risada. – Eu te amo e obrigada.

- Também te amo, meu amor. – Beijou sua testa antes de se afastar e olhar para os lados. – Afinal, cadê ele?

- Oi, Ju. – Revirou os olhos com o sorriso besta que a filha deu quando Rodrigo chegou ajeitando os cabelos padrão de um garoto padrão classe média carioca. Não que fosse feio, era normal, mas pelo menos era um bom garoto, educadinho e estudioso. – Oi tia.

- Como vai, Rodrigo? – Cumprimentou. – Bom eu já vou. – Ana Julia se adiantou dando um beijo em sua bochecha antes de ficar rosa de vergonhando quando o mesmo sorriu segurando sua mão. – Vocês dois, juízo. – Os dois assentiram. – Qualquer coisa me liga e você, mocinho... – Rodrigo arregalou os olhos. – Estou de olho.

- Pode deixar, tia. Meu pai vai levá-la depois em casa.

Assentiu e se despediu dos dois, voltando para o carro, ficou parada olhando para a porta por alguns minutos divagando como o tempo realmente estava passando rápido. Não era a primeira vez que levava Ana Júlia para sair com alguém além dos amigos, a menina estava na fase de descobertas e enquanto isso não influenciasse em seus estudos e na sua vida de maneira ruim, não viam problema.

Saiu de lá direto para casa, aproveitou o trânsito parado para mandar uma mensagem simples, mas evitando o sorriso ao receber uma resposta satisfatória com um emoji simples. Estava começando a gostar daqueles bonequinhos amarelos que normalmente lhe irritavam uma vida.

Ao chegar em casa correu para o banho, não se preocupou muito com a roupa, apenas colocou algo confortável e hidratou rapidamente o cabelo, retirou duas pizzas do congelador e deixou sobre a pia. Escolheu o vinho que queria e separou as taças beliscado alguns amendoins quando a campainha tocou. Não precisou de muito para pular na frente da porta, um pouco mais animada que antes.

- Trouxe alg... – Lauren não teve tempo de falar absolutamente nada, pois os lábios quentes da outra mulher colaram ao seus em um selinho saudoso. Sorriu em seus lábios abraçando a cintura mesmo com as mãos ocupadas sentindo seus corações ritmados. – Que recepção. – Brincou quando se afastou.

- Estava morrendo de saudades de você. – Camila murmurou de olhos fechados grudando suas testas, suspirou finalmente sentindo-se um pouquinho mais tranquila.

- Também estava, linda. – Lauren respondeu descendo um beijo para seu pescoço.

- Vem. – Lhe ajudou com as bolsas. Apontou para cozinha e foi lá que deixou, como não tinha nada de geladeira, não precisou se preocupar.

A jornalista puxou a outra pela mão até a sala onde a garrafa de vinho estava com mais duas taças e alguns aperitivos. Lauren sentou-se no sofá e então a mulher lhe surpreendeu empurrando delicadamente seus ombros para que deitasse e deitando sobre seu peito, abraçou a cintura e enfiou o rosto no seu pescoço enquanto entrelaçada suas pernas.

- Que foi, amor? – Não que estivesse reclamando, mas ainda não conhecia aquela Camila.

- Eu só quero ficar abraçadinha com você, assim... – Murmurou. – Só um pouquinho, é tudo que eu preciso. – Sussurrou sentindo todos os músculos do corpo relaxando e a tranquilidade chegando com o carinho que ganhava e os beijos que passaram a ser distribuídos por seu rosto, era incrível a sensação de paz que Lauren trazia para seu coração.

- O tempo que você quiser, amor. – Beijou o topo de sua cabeça e apertou os braços em torno dela para confirmar o que dizia. – Tá tudo bem? Conversa comigo. – Pediu, querendo saber o que lhe afligia.

- É só que eu ando tão estressada esses dias... Eu não sei mais o que fazer... – Confessou, deixando que aquele sentimento ruim saísse de seu peito. – Sério. Tá ficando insuportável. – Ao não saber mais o que dizer, Camila se rendeu ao choro, deixando aquilo tudo sair de dentro de si.

Lauren começou a acariciar seus cabelos com uma mão enquanto a segurava firme com o outro braço, sabendo que Camila só precisava se sentir confortável e segura naquele momento e não ficar ouvindo perguntas e mais perguntas sobre o que estava acontecendo. Camila não chegou a ter uma crise de choro tão absurda quanto teria se estivesse sozinha, mas foi o suficiente para, no mínimo, molhar a camiseta da outra.

- Ei. – Lauren se pronunciou, preocupada, depois que viu que Camila se acalmou um pouco. – Quer uma água ou alguma outra coisa? O que eu posso fazer por você, amor? – Camila negou e saiu de onde estava deitada, sentando no canto do sofá.

- Desculpa por isso, não quero que você ache que eu sou assim. Desculpa. – Repetiu a palavra, secando o rosto. Lauren se levantou e abraçou a mulher pelos ombros, beijando seu rosto carinhosamente.

- Camila, olha pra mim. – Ela a encarou ainda com os olhos marejados e o rosto um pouco molhado, o qual Lauren foi secando carinhosamente enquanto falava. – Você não tem nada pelo que precise se desculpar, ok? Eu estou aqui pra você e eu não quero que você hesite em procurar por mim quando estiver se sentindo triste, ou cansada, ou qualquer outra coisa. Eu só quero te ajudar, tá bom? Você não precisa me pedir desculpa por nada. – Se esticou e lhe deu um beijo na bochecha.

- Eu nem sei como te agradecer. – Lauren acariciou seu rosto.

- Eu sei. Me dê um sorriso. – Camila abaixou a cabeça, envergonhada.

- Ai, para. – Acabou por levantar a cabeça e estava sorrindo por ver o sorriso de Lauren e pelo seu pedido fofo.

- Você tem o sorriso mais lindo. – Falou e Camila não aguentou responder de tanto carinho que ela recebia da outra, da sua atenção e da gentileza, apenas a beijou da forma mais delicada possível. – Eu sei que a semana foi uma merda, mas olha, já acabou, sim? – Lauren começou a falar assim que elas se separaram. – Hoje é sexta e logo, logo virá o final de semana e você vai ter esse tempo pra descansar e tirar essas coisas ruins da sua cabecinha, ok? – Camila concordou porque era verdade.

- Você é tão boa comigo, obrigada. – Camila a beijou novamente porque não sabia o que responder por toda atenção e cuidado que estava recebendo naquele momento.

- Vem cá. – Lauren se esticou rapidinho e pegou um dos pratos com petiscos que Camila havia separado, tinha azeitona e salame e alguns palitos de dente para pegá-los. Se encostou no braço do sofá e trouxe Camila consigo, a colocando sentada no meio das suas pernas e com as costas encostadas em seu tronco. Camila se ajeitou sozinha, vendo o prato ser depositado sobre sua perna e uma das mãos de Lauren espetar um dos petiscos e levar até a sua boca.

- Você está me mimando muito, eu vou acabar ficando mal acostumada. – Lauren lhe deu um beijo no ombro.

- Pode ficar, eu pretendo te mimar muito mais.

- Depois não reclama. – Falou brincalhona, enfiando um salame na boca. – Hm. Como foi a sua semana? Só lembro de você ter falado que almoçou com o seu irmão naquele dia. – Lauren assentiu, mesmo que ela não pudesse ver.

- Sim, foi isso. Na quarta eu fui tomar uns chopps com o Nicholas, eu acho que foi só isso. Eu também comecei a ver aquela série da Netflix que a galera estava falando a beça, Vis a Vis. Eu vi porque tem aquela menina de La Casa de Papel que eu gosto.

- Qual?

- A Nairóbi.

- Ah, poxa, eu gosto muito dela. É uma das poucas que não me irrita. Na verdade eu nem gosto muito de La Casa de Papel.

- Nem eu, acho superestimada. – Concordou dando um gole em seu vinho. – Mas enfim, a série é boa mesmo, estou na segunda temporada já.

- Ai, eu vou ver depois, escreve o nome pra mim no zap.

- Pode deixar.

- Ei, podíamos ver uma série juntas, o que acha? Pode ser uma curtinha, não me importo. – Lauren concordou.

- Podemos ver One Day At a Time, trata de assuntos importantes e ao mesmo tempo é super engraçada. – Camila assentiu.

- Como você conhece tantas séries? – Perguntou para a mais velha.

- Eu moro sozinha, amor. Tenho muito tempo livre. – Camila iria responder com uma piadinha, mas pensou em algo e desistiu.

Lauren, às vezes, lhe parecia solitária. Sua família não morava aqui e o seu irmão, apesar de morar perto, também não morava na capital, ela o via uma ou duas vezes por mês. Quando somos jovens, gostamos da ideia de morar sozinho, mas Camila sabia muito bem que essa realidade mudava conforme os anos iam passando, ela mesma sentia muita falta de morar mais perto da sua família e olha que Niterói estava a apenas uma hora de carro dali.

Camila nunca havia morado necessariamente sozinha. Ela veio para a capital para estudar, então ficou um tempo morando na república, mas dividia o quarto com mais outras duas meninas que acabaram virando suas amigas. Depois ela, que já namorava Pedro, engravidou eles resolveram morar juntos e depois casar. Quando se separaram, ela ficou com Ana Júlia até casar com Tiago e agora era só ela e a menina, mas, ainda assim, ela não morava sozinha.

- Você gosta? – Lauren até se espantou com a pergunta, que não tinha relação aparente com o que ela dizia.

- De que?

- De morar sozinha.

- Ah... Gosto.

- Às vezes você não se sente sozinha?

- Sim. Gosto muito da minha independência e gosto mais ainda do Rio, mas às vezes só da vontade de fazer minhas malas e ir pro Sul. Felizmente a vontade dá e passa porque eu odeio aquele lugar. – Elas riram. – Mas estou acostumada a viver sozinha, tem sido assim por quase vinte anos. Sorte que tenho amigos ótimos que sempre topam qualquer rolê e que agora tem uma morena bonita que vai lá em casa às vezes. Ou eu vou na casa dela. – Camila riu sentindo beijos nos seus ombros e pescoço.

- Tem, é? – Perguntou brincalhona.

- Uhum. E ela me liga todo o dia antes de dormir pra me desejar boa noite. – Apoiou o queixo em seu ombro.

- Ela parece gostar muito de você, viu. – Lauren ergueu as sobrancelhas e lhe beijou a bochecha.

- Sorte a minha, porque eu estou muito, muito apaixonada por ela.


Notas Finais


eu acho que vou mudar o nome da fanfic pra sapatões emocionadas porque não tá tendo condição nenhuma pra essas duas

ENFIM FODA-SE VOCÊS GOSTARAM DESSE CARALHO?

ESPERO QUE SIM

VAMOS CANTAR VEM COMIGO

ACORDA MEU BEM AMANHÃ JÁ É OUTRA HISTÓRIA EM PAZ VAMOS VIVER O AGORA TUDO BEM NA CAMA A GENTE SE DEMORA DEMAIS DEPOIS A GENTE INVENTA PRA VIVER O CAOS QUE MORA FORA DE VOCÊ A PRESSA QUE NINGUÉM DEVERIA TER PRA ESTAR NO MUNDO

PERCEBER

PERCEBER O QUE?

COMPLETEM A MÚSICA

ESCUTEM AQUI QUERIA AGRADECER PELOS 25K DE LEITURAS NO WATTPAD, VOCÊS SÃO INCRÍVEIS DEMAIS COM ESSA FANFIC E ISSO NÃO TEM PREÇO, EU E A BRUNA JAMAIS IMAGINAVAMOS QUE FOSSE TER ESSA REPERCUSSÃO AINDA MAIS POR SER UMA HISTÓRIA QUE SE PASSA NO BR E TAL E EU AMO VOCÊS APENAS ENTENDAM ISSO DE UMA VEZ POR TODAS ANTES QUE EU TENHA QUE APARECER NA CASA DE VOCES DE MADRUGADA GRITANDO QUE EU AMO VOCÊS PRA VER SE VOCÊS ENTENDEM

VÃO LÁ NO TWITTER DA BRUNA @ CAMILACINICA FALEM PRA ELA ACORDAR QUE ISSO NÃO É HORA DE ESTAR DORMINDO NÃO, PARECE DOIDA

SE QUISEREM ME GRITAR NO TWITTER É @ LMJGABX SIGO TODOS DE VOLTA E FAÇO PIADAS INFAMES POR LÁ VOCES QUE LUTEM PRA ME ATURAR

GRITA MAIS QUE TA POUCO

AH LEIAM AS FANFICS DA BRUNA (AS MINHAS NÃO PRECISA) NO CAMILACINICA NO WATTPAD

BOM ACHO QUE É ISSO CARALHO

ATÉ SÁBADO

LEMBREM-SE DE BEBER ÁGUA NESSE CALOR E TOCAR UMA SIRIRICA ANTES DE DORMIR

ATÉ SÁBADO PORRA

BEIJOS DE LUZ NO BURACO DO XIXI (beijos delicadíssimos, pois sei que arde se fizer força)


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