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História Pupila - O desenrolar do rolê


Escrita por: bmt5hh e camilacinica

Notas do Autor


SUPRESA VADIAS

ACHARAM QUE SÓ IRIAM TOMAR NO RABO SÁBADO?

NÃO, VÃO TOMAR NO RABO HOJE E SABADO PORQUE AQUI SE VOCÊS NÃO TIVEREM SOFRENDO NÃO TEM GRAÇA

BRUNA MANDOU CONGRATULAR VOCÊS POR "conseguirem o que queriam"

E DE NADA!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

ELA TAMBÉM MANDOU DIZER QUE TÁ MUITO GRATA POR TODAS VOCÊS QUE ESTÃO LENDO

AMO?????????????????????????????????????????????

BOA LEITURA PORRAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA

Capítulo 6 - O desenrolar do rolê


 

Eu procurei qualquer desculpa pra não te encarar.

 

Nicholas conhecia um taxista que fazia ponto na esquina, então dispensaram o aplicativo e foram direto no homem, que já era um senhor, mas era muito simpático e atencioso.

- Vamos para minha casa ou para sua?

- Para a sua. - Ele a ajudou a entrar no táxi e fez o mesmo, dando seu endereço para o senhor, que dirigia calmamente pelas ruas do Rio de Janeiro.

Nicholas morava sozinho em um apartamento que ficava próximo a região mais movimentada do bairro da Penha, em uma nova rede de condomínios que estava se iniciando na região. Eram apartamentos bem pequenos, mas como ele morava sozinho, parecia ser confortável com somente ele li. Era perto de supermercados, lojas e uma academia, a qual Camila imaginou que ele frequentava com muita frequência. O local tinha uma quantidade aceitável de bagunça para alguém que trabalha a semana toda e não tem como contratar uma profissional para fazer o serviço. Ela não podia julgar, seu apartamento era da mesma maneira.

- Você aceita uma bebida?

- Não, estou bem. Aceito uma água, se não for incomodar. - Ele sorriu e foi até a geladeira, tirando uma garrafa de água e enchendo um copo de vidro.

- De forma nenhuma. Quer comer algo?

- Por enquanto não, obrigada. - Ele lhe entregou o copo de água, que ela bebeu de bom grado.

- Por enquanto? Vou ficar preparado então para quando você quiser. - Ele se aproximou dela, que acabou de beber sua água, escorada na pia da cozinha. Ela suspirou, puxando o homem pela gola da blusa.

Não demorou para que ela lhe envolvesse em um beijo urgente, onde ele logo estava a empurrando contra a pia da cozinha. Camila não demorou para tirar sua blusa e aproveitar a nova liberdade que o momento lhe deu para que ela explorasse seu tronco musculoso, vendo que ele parecia cada vez mais instigado por seus toques.

Durante as horas em que ficaram juntos, Camila realmente compareceu, estava carente e precisando dos toques que o homem lhe proporcionava. Era gentil e ao mesmo tempo bruto, forte e muito físico, viu estrela e por muitas vezes sentiu cãibras, mas nada poderia impedir o poder do fogo que sentia.

Nicholas não era do tipo que fazia um a zero, ele era uma goleada inteira, aonde tinha bamboo ainda tinha flecha. A jornalista gostava de sexo, do ato em si e sentiu-se bem tendo prazer com uma pessoa que estava sentindo o mesmo. Logo não permitiu que sua mente lhe enviasse para outros locais, queria estar ali apesar de tudo.

Fazer sexo com um homem depois de começar a sentir tesão em outras mulheres foi um pouco parecido com o que havia imaginado. Sentir-se mais livre para se deixar explorar seu corpo e seus desejos, não que não o fizesse antes, mas era um pouco contida. Olhar para si nesse momento do descobrimento era como um insight, pensar em si e em como uma  mulher daria prazer a outra e nisso foi guiando alguns toques Nicholas.

Esse que não reclamou em momento algum, gostava de estar com mulheres bem resolvidas, que não tinham qualquer problema em admitir que gostavam de sexo. Camila era exatamente esse tipo, sabia o que gostava e onde, mas sabia ser receptiva e não ficava controlando tudo o tempo todo.

Quando caíram suados e cansados na cama já era tarde da noite, apostavam meio da madrugada embora não pudessem relatar com certeza. Tentavam controlar a respiração, Camila de um lado com os olhos fechados e Nicholas do outro com um sorrisinho besta nos lábios, havia realmente sido uma noite maravilhosa.

Ficaram em silêncio por alguns minutos, não algo desconfortável, somente para virarem no mesmo tempo e se encararem antes de compartilharem uma gargalhada. Nicholas se virou puxando o corpo da jornalista para seu peito beijando entre seus cabelos cheirosos.

Camila suspirou apoiando a cabeça em seu braço e brincando com a ponta dos dedos espalmados em seu ventre, fechou os olhos um pouquinho, estava cansada, mas não a ponto de dormir. Sua cabeça, mesmo que um pouco mais leve, parecia agitada e ainda com toda a adrenalina correndo por seu sangue.

- Quer tomar um banho? – Ele perguntou desgrudando alguns fios suados de suas costas.

- Não me ofereça duas vezes que eu vou aceitar. – Disse baixinho, então ele se aproximou e sussurrou em seu ouvido.

- Quer tomar um banho? – E então soltou uma risadinha quando a morena se virou revirando os olhos, mas também ostentando um sorriso.

- Quero. – Assentiu. - Odeio ficar suada.

- Não reclamou uns minutos atrás. – Brincou quando de afastaram, deixou que Camila levasse o lençol para cobrir seu corpo e foi para o banheiro nu mesmo.

A mulher ficou observando enquanto tirava a camisinha e jogava no lixo do banheiro, ligou o chuveiro e controlou a temperatura. Deixou que seus olhos caíssem por seu corpo e prendeu a risadinha ao notar a diferença de tonalidade de sua bunda e da coxa, um era branco e o outro bem mais escuro.

- O que foi? – Ele perguntou se virando com as mãos na cintura.

- Seu irmão estava certo! – Nicholas revirou os olhos quando a outra gargalhou indo para o banheiro.

- Um dia eu vou em uma praia de nudismo e vou queimar minha bunda, aí vocês não vão ter do que reclamar. – Camila deixou toda a vergonha e pudor para lá afinal não tinha nada de inédito ali, jogando o lençol no chão e entrando no box com o homem.

Nicholas a envolveu em um abraço enquanto a água morna caia por seus corpos, massageou seu couro cabeludo e beijou sua testa, Camila apenas fechou os olhos deixando que seu peito sentisse aqueles toques gentis, começando a pensar o porquê não poderia sentir-se completa como deveria ali, naquele abraço, seria muito mais fácil.

- Como você está? – Ele sabia que Camila não havia estado com ninguém um bom tempo e que não costumava sair casualmente com ninguém. Apesar de conversar muito com o irmão e Demi sobre ela quando se encontraram, ela havia falado sobre e ele costumava ser muito atento a detalhes, principalmente com quem estava no momento.

- Eu nunca fiz isso. – Murmurou, queria dizer mais, mas notou alguma coisa errada em seu corpo. Um nó se formou em sua garganta e seus olhos embaçaram, não com água do chuveiro, mas com lágrimas.

- O que houve? Eu fiz algo? Eu te machuquei? - Perguntou apavorado ao ver a mulher chorar.

- Esse bis branco não machucaria ninguém. - Murmurou em meio ao choro, mas com um sorrisinho pela piada que fez.

- Que?

- Eu estou brincando, desculpa. - Tentou limpar as lágrimas que continuaram caindo.

- Mas por que você tá chorando?

- Me desculpa, eu não devia ter feito isso. Eu... Eu...

- Isso o que? - Camila não percebeu quando ele desligou o chuveiro e envolveu uma toalha sobre seus ombros, a guiando para seu quarto de novo.

- Isso. A gente. Eu... Me desculpe. - Camila acabou de se enrolar na toalha, ainda com lágrimas escorrendo pelo seu rosto. Ela se sentou na beirada da cama e Nicholas veio até ela após vestir uma cueca.

- Você está arrependida?

- Sim. Não. Quer dizer, eu gostei. Foi ótimo, você é muito gentil. O problema sou eu.

- Está tudo bem, você pode conversar comigo. - Camila levantou o olhar e encarou seus olhos negros, que lhe inspiravam confiança. - Não é como se eu não tivesse percebido que você não está interessada em mim. Não romanticamente.

- Aí meu Deus, que vergonha. - Camila fungou. - Você... Percebeu?

- Sim. Eu gostei muito de você, de verdade, mas eu sabia desde o início que não seria mais do que isso. E está tudo bem, de verdade. - A mais velha negou com a cabeça.

- Você deve estar me achando uma babaca. Que tipo de pessoa transa com alguém que não tem interesse romântico? - Nicholas riu.

- Olha, muita gente. Somos dois adultos, fizemos isso porque queríamos, está tudo bem, você não precisa se sentir mal ou com vergonha, ok? - Camila assentiu.

- Obrigada por ser tão compreensivo.

- Mas, me diga, quem possuiu a honra de ser o dono dos seus pensamentos?

- Eu não sei se deveria dizer. Eu nunca quis admitir isso em voz alta.

- Está tudo bem se você não quiser falar, é sério. - Camila maneou com a cabeça.

- É a Lauren. Ela... É ela. – Camila ficou apavorada ao dizer aquilo em voz alta pela primeira vez. Nicholas também pareceu surpreso, mas, logo em seguida, assentiu consigo mesmo como se concluísse algo.

- Isso explica muita coisa. - Ele coçou a barba. - Eu achei que talvez você só admirasse ela ou estivessem brigadas, algo assim, mas não, agora que você falou, faz bastante sentido o jeito que você se comporta perto dela. Você literalmente não consegue parar de olhar para tudo o que ela faz.

- Nick, isso é muito confuso pra mim. Eu nunca estive interessada em uma mulher. - Ele assentiu.

- Olhe, eu entendo que você já esteve em muitos relacionamentos e que deve ser muito desconfortável questionar a sua sexualidade a essa altura da sua vida, mas quero que saiba que isso é completamente normal. Nós não escolhemos por quem nos apaixonamos. Você amou dois homens na sua vida e agora se descobriu apaixonada por uma mulher. - Ele pegou sua mão, fazendo um carinho gostoso. - Olha, eu não sei se você sabe disso, acho que não, mas Joseph surtou quando descobriu que era gay. Ele teve muita dificuldade de se aceitar, mas hoje ele o faz e ele ama quem ele é. E eu e o resto da família o amamos por isso, ele é meu irmão e eu faria qualquer coisa por ele. Eu não posso começar a entender o quão confusa você deve estar agora, mas você vai ficar bem. Qualquer coisa eu estou aqui pra te ajudar com o que precisar. - Camila não resistiu e o abraçou, aliviada pelas palavras de conforto e agradecida pelo enorme apoio.

- É só que... Às vezes eu só fico pensando, eu sei que minhas melhores amigas são lésbicas e minha filha simplesmente as ama, mas será que ela não vai achar estranho de repente ter uma mãe que se relaciona com mulheres? - Nicholas negou com a cabeça.

- Eu não conheço a Ana, mas pelo que você me falou dela, ela parece te amar muito e vocês parecem ter uma relação muito boa. Além do mais, os jovens são muito mais de boas com esse assunto do que a gente, nós somos dois velhos antiquados que viemos de outra época, eles já são muito mais antenados. Eu tenho certeza que ela vai te amar de qualquer jeito, se não mais. - Camila ficou em silêncio por um tempo, acalmando o choro. - Olha, eu posso desenrolar a Lauren pra você.

- Nicholas! - Camila deu um tapa em seu braço. - Não fala isso nem de brincadeira.

- Mulher, como assim? Você tá apaixonada pela minha melhor amiga, quer alguém melhor pra dizer pra ela vir te dar uns amassos?

- Não é tão simples assim, ela não está interessada em mim.

- Como você sabe?

- Porque eu sou burra! Lauren é muito simpática e da primeira vez que nos vimos, conversamos muito. Eu não sabia que ela era lésbica, então, quando descobri, fiquei cheia de não me toques e falei que eu era hétero e que não ia rolar nada entre nós duas. Ela virou muito séria e disse que não estava interessada em mim.

- Porra, olha a bola fora que tu dá! Não dá pra te ajudar assim!

- Não faz disso pior do que já é, eu imploro.

- Porra! – Ele se sentou na frente da mulher com os dedos entre os fios de cabelo molhados. – E pior que ela fica bolada com essas coisas. – Camila negou fechando os olhos apoiando o rosto nas mãos. Estava na merda, literalmente. – Posso até ouvir o “essas mulheres héteros acha que só porque sou lésbica vou dar em ci...” - Nicholas parou de falar abriu a boca e arregalando os olhos antes de soltar uma gargalhada.

- O que foi? – A jornalista o encarou rapidamente, vendo suas bochechas vermelhas de tanto rir.

- Meu Deus. – Negou. – Vocês se conheceram na sexta, sábado, sei lá, não foi? – A mesma assentiu rapidamente. – Ela me disse de você.

- Como assim?

- Ela disse essa frase “mulheres héteros que acham que vamos dar em cima delas porque são mulheres é o auge”.

- Mentira! – Ela disse um pouco surpresa, muito chocada e completamente devastada. Ele assentiu controlando a risada.

- Conversamos no domingo.

- Está vendo? – Dobrou uma perna sentando sobre a mesma, tomando cuidado para não deixar se revelar demais, mesmo que fosse somente um peido para quem estava cagado. – Estou no limbo.

- Calma. – Tocou seu joelho chamando sua atenção. – Ainda existe solução. Você é legal, pelo menos se desculpou? – Camila assentiu.

- Várias vezes.

- Então vamos com calma. – Se levantou estendendo a mão para que se levantasse também. – Vamos comer, relaxar e continuamos a conversar. – Se aproximou beijando sua testa e piscando. – Se não quiser vestir sua roupa, pode pegar uma peça minha, está na porta do meio. – Disse se afastando vestindo um short azul com barra verde que estava sobre uma poltrona. – Vou preparar alguma coisa.

Camila se viu totalmente sozinha quando a porta foi fechada, olhou pelos lados notando o quarto estranho, completamente diferente de sua visão de sempre, era sempre a mesma coisa, a mesma rotina e isso dava um certo alívio. Não podia dizer estar totalmente arrependida, havia gostado, somente poderia ter acordado em outro quarto, talvez no Méier se não fosse tão estupida.

Respirou profundamente antes de começar a fazer o que iria, deixou a toalha sobre a cama procurando sua calcinha, virou do avesso e vestiu, depois o sutiã e acatou a opção do homem de vestir uma de suas roupas. Abriu o guarda roupa e passou a ponta dos dedos sobre as camisas, tinha seu perfume gostoso, não pode deixar de notar alguns ternos e pensar como ele ficaria bonito neles.

Escolheu uma camisa simples e um short que parecia de praia, mesmo que tivesse que amarrar bem apertado para não cair por sua cintura bem mais fina que a dele. Usou desodorante e um pente para desembaraçar os cabelos, deixou a toalha no banheiro assim como a dele que estava sobre a cama e saiu, seguindo pelo corredor.

Ao chegar, encontrou o mesmo cantarolando enquanto preparava alguma coisa, sempre foi uma das cenas que mais lhe agradavam em Tiago, seu corpo tinha presença e toda vez que o via daquela forma sentiu um calor inexplicável, no entanto, naquele momento só conseguia pensar em como seria ver outra pessoa naquela posição. Uma confirmação a mais que seu cérebro precisava para entender de uma vez por todas que a atração que sentia por outra mulher era real e não iria embora tão cedo.

- Sabe o que eu fiquei pensando? – Nicholas se virou rindo ao escutá-la se sentando na banqueta do balcão.

- O que? – Comeu uma rodela de salame que estava ali ao lado de dois sanduíches de micro-ondas sendo incrementando com varias coisas, inclusive picles, coisa que amava.

- Fui a primeira pessoa para quem você saiu do armário. – Camila quase engasgou com a comida, arregalou os olhos encarando as costas do homem, que nem havia percebido. – Eu tenho esse dom.

- Meu Deus. – Murmurou. – Isso é real. – Parou por alguns segundos pensando que, realmente, havia sido a primeira pessoa para quem contou sobre seus sentimentos complexos. O cara que tinha acabado de transar. Melhor amigo da mulher pela qual estava apaixonada.

- Também fui a primeira pessoa a saber do meu irmão. – Continuou conversando sem notar o susto da outra. – Teve também quando eu pedi pra ele desenrolar a Lauren pra mim, sem ofensas, mas ela é um mulherão. – Se virou pegando mais algumas coisas e cutucando o braço da mulher. – Daí ele ficou bravo e achei que estavam tendo um caso, ele disse que não então eu falei deixa que eu faço, então. Dai em uma bela noite, cheguei na baladinha de polo e sapatênis, prontinho pra arrasar com a mulher e ela estava pegando minha ex.

- Essa foi a noite. – Comentou com um riso nervoso.

- Também ficaria com ela se fosse minha ex, eu era super babaca e ela é mais bonita que eu, dá nem pra competir. – Camila não conseguiu evitar o sorriso ao se lembrar de como Lauren era a mulher mais linda que já havia visto.

- Não consigo te imaginar um babaca. – Confessou quando se sentou, estendendo o lanche e um copo cheio de suco.

- Eu era o típico babaca que usa regata pra fazer musculação na academia.

- Puts.

- Sério. – Sorriu. – Mas tudo mudou quando um dos meus “amigos” zoou com Joseph e nós brigamos feio, está vendo essa cicatriz? – Estendeu a mão apontando para uma cicatriz de tamanho médio entre seus dedos. – Foi o soco que eu tive que dar na garrafa que Henrique iria bater no meu irmão. – Camila arregalou os olhos.

- Mas por que?

- Ele estava muito bêbado e tropeçou, Joseph estava conversando comigo perto da rua e foi segurar pra não deixa-lo se machucar. – Deu de ombros. – Henrique ficou bravo dizendo que ele não era viado e pro meu irmão não chegar perto.

- Que coisa horrível. – Fez careta tomando um gole.

- Eu não fazia essas coisas, mas se andava com eles eu me sentia igual, dai me afastei e revi meus conceitos, piadinha que não são tão engraçadas assim e tal. Sem tempo pra quem não respeita meu irmão.

- Isso é muito bonito. – Elogiou. – Digo, não é sempre que vemos essas coisas.

- Não faço mais que minha obrigação, né? – Mordeu o sanduíche limpando a boca em seguida. – Meu irmão, porra, ninguém mexe com ele não. E nem com Pat, meu chegado, cara gostoso da porra!

- Eu tenho um irmão e sinto que ele faria a mesa coisa por mim. – Divagou. – Oh, meu Deus! – Disse alto arregalando os olhos mais uma vez, dando um susto em Nicholas. – Minha família!

- O que tem?

- Como que eu vou contar para eles? – Diferente do que esperava, Nicholas começou a gargalhar quase engasgando.

- Isso é bom demais.

- O que?

- Ver a heterossexualidade morrendo e as novas pocs desesperada sem saber o que fazer. – Limpou as mãos apontando para o sanduiche. – Come, Camila, depois te dou meus conselhos que aprendi do mundo poc.

- Que poc?

- Oh, dear. - Nicholas suspirou assentindo. – Temos muito trabalho a fazer. – Foi tudo que disse antes de dar outra mordida. - Mas, primeiro de tudo, você não precisa contar nada pra ninguém agora! Está tudo bem se você quiser tirar mais um tempo para si mesma. - Camila assentiu.

- Eu acho que não quero contar pra ninguém ainda.

- Ok, mas em que momento eu desenrolo a Lauren pra você?

- Você não desenrola, Nicholas. Pelo amor de Deus, eu tenho 35 anos e não vou passar pela situação de alguém ir pedir pra alguém “ficar” comigo, como diz a minha filha. Não, não, eu não vou passar por isso!

- Mas não é isso, eu posso sondar, ver o que ela acha de você, essas coisas.

- Ela me acha hétero, garoto. Você mesmo disse. - Ele negou com a cabeça.

- Ela acha o que você disse pra ela. Você que saiu gritando aos quatro ventos que era hétero.

- Porque eu achava que era! - Ela passou a mão nos cabelos. - Eu não tenho culpa se logo depois que disse isso comecei a achar ela linda e percebi o tamanho da merda que eu havia feito.

- Eu adoro esse dom da Lauren. - Nicholas riu. - Ela simplesmente faz isso com as pessoas.

- Faz o que?

- Acha que é a primeira garota hétero a se apaixonar por ela?

- Sim? - Ele soltou uma gargalhada alta.

- Não é a primeira e com certeza não vai ser a última. Mas vou avisando desde já, tem que ter atitude, porque ela simplesmente vai ignorar você até você deixar claro que está afim dela.

- Eu não vou fazer isso, Nicholas.

- Então vamos arrumar outra mulher pra você. - Camila quase deu um grito.

- Eu não quero outra mulher, criatura, para com isso!

- Então precisamos fazer algo a respeito.

- Meu Deus, se arrependimento matasse eu estaria morta por ter te falado algo.

- Para com isso, eu vou te ajudar.

- Se você sonhar em abrir a boca pra ela eu juro que eu vou cortar esse bis branco e fazer você comer.

- Misândria à uma hora dessas, que absurdo.

- É sério. Não quero falar sobre isso com ela porque não sei o que quero direito ainda. Ou talvez eu seja covarde demais para admitir.

- Tudo bem, tudo bem, eu entendo. Estava brincando, mas quando quiser, posso sondar. Está tudo bem em você tomar o seu tempo em relação a isso, só não quero que fique com receio porque ela acha que você é hétero porque isso não é a primeira vez que acontece, então ela sabe lidar.

- E o que ela faz?

- Se ela quiser ela pega. Se não, elas que lutem.

- Eu não sei se quero que ela me pegue. – Concluiu como o fim de uma piada sem graça.

- Aí você me complica, Camila.

- Você não entendeu. Eu não tenho só atração por ela, eu realmente gostaria de sair com ela e conhecê-la melhor. Eu sei que soa carente da minha parte, ainda mais que não estou acostumada a ficar solteira, mas desde que meu casamento acabou, ela é a primeira pessoa que me interessou de verdade não apenas para algo físico.

- Uau! – Nicholas parou de mastigar encarando a amiga com os olhos arregalados. – Estamos falando sobre outro nível aqui.

- Como assim? – Ela perguntou mordendo um pedaço grande do sanduiche, estava realmente com fome.

- Você não quer só ficar com ela ou coisas assim... – Ela negou limpando a boca. – Você está gostando dela! – Acusou.

Camila abriu a boca depois de engolir para tentar falar alguma coisa, mas não conseguiu. Apenas fechou os olhos assentindo descendo o olhar para seu copo de refrigerante, pois não tinha mais como negar ou ficar assustada com aquilo, já era um fato constatado em sua mente.

- Isso leva nossa conversa a outro nível.

- Não, não leva. – Negou. – Estou cansada de falar sobre isso, semana passada só me concentrei nisso e ontem saiu tudo fora do meu planejado, sem ofensas. – Ele negou rindo lhe lançando uma piscadinha. – Só quero terminar esse sanduíche muito bom com esse copo de celulite sem culpa falando sobre qualquer outra coisa que não seja Lauren.

- Tudo bem. – Nicholas assentiu limpando sua mão quando terminou. – Vamos ver o que podemos fazer... – Ponderou mordendo o lábio.

- Estou te atrapalhando?

- O que? – negou. – Claro que não. – serviu mais um pouco de refrigerante, enchendo o copo, esse que foi negado por Camila. – Vai ser legar passar um tempo com você, sabe concentrada em seus olhos e nãos nos seus...

- Não fala, machista! – Levantou uma mão impedido o homem de terminar a frase, se encararam e não conseguiram controlar a gargalhada que deram logo depois. Apesar de tudo, viam ali o nascimento de uma ótima amizade, haviam se gostado muito.

- Bom, podemos transar... – Ponderou fazendo Camila o encarar com as sobrancelhas arqueadas. – Mas não acho que seria legal transar com a mulher que esta apaixonada pela minha melhor amiga e que pode vir a ter algo com ela e para você, que vai imaginar lindos olhos verdes no meu rosto.

- Estou me arrependendo de ter vindo nesse exato momento. – Disse divertida terminando de comer.

- Podemos dormir, se estiver cansada ou podemos assistir alguma coisa. Tenho um gosto muito bom para filmes.

- Vou dormir na metade, provavelmente, mas aceito.

Camila terminou de comer e pegou um bombom de um jarro que ficava na geladeira, ajudou Nicholas a organizar tudo e foram para o quarto. Conferiu seu celular antes de se deitar a cobrir com o lençol preto que não tinha notado antes, era bonito e pretendia comprar um daquele para sua casa.

Riu sozinha enquanto ele escolhia um filme, sua vida tinha perdido completamente o controle, estava se preparando para assistir um filme com o cara que havia acabado de transar e pensando sobre lençol que queria. Quem te viu, quem te vê, Camilinha.

Como prometido, no meio do filme a mulher apagou com o cafuné que Nicholas fazia em sua cabeça, esse que dormiu logo depois. Mas de alguma forma, foi o primeiro a acordar com o telefone vibrando vezes seguidas. Meio cego, pegou o mesmo em mãos e se forçou a entender o que estava acontecendo.

L: eu sou muito burrq! da próxima vez que eu falar que vou pra casa da giobana pede uma das meninas para me socar na boca pq vc é fortw

L: terei que cancelar nossp programa hoje, estou passanso muito mal e vou pra casa do vitor em niteyoi

N: caralho, Lauren, vai se foder. Eu to cansado de te falar a mesma coisa 54 vezes.

N: todos nós estamos, mas basta vc ver aquela fdp que vc começa a pensar só com a xoxota

N: ngm tem paciência com essas merdas pra smp n

L: mr desculps nixk!

N: vc ainda ta bêbada?

L: sim, estiu

N: inferno, aonde vc tá?

L: nim uber indopegar a barca

N: ok. Me avise quando chegar

L: ts

Nicholas balançou a cabeça, largando o celular de canto e decidindo que precisava levantar e começar a fazer o café. Lauren era uma anta, ela sempre cometia os mesmos erros com a mesma pessoa e depois sobrava para os amigos ficarem consolando, quando todo o mundo já tinha avisado que a menina não prestava e ela, por experiência própria, deveria saber. O pior era que ele sabia que ela não gostava de Giovana, era apenas uma questão de momento, mas sempre dava algo errado e Lauren com certeza poderia arrumar contatos melhores para seus one night stands. Ela passava meses sem lembrar que a mulher existia, então elas se esbarravam em uma noite e pronto, Lauren parava de pensar.

Fez algumas torradas, café e suco, esperando que o cheiro acordasse Camila, o que não demorou absolutamente nada para acontecer. Logo apareceu bocejando e tentando conter os fios de cabelo no lugar.

- Bom dia. – Disse olhando o homem que lhe preparava comida.

- Bom dia, Camila. Dormiu bem?

- Sim, só estou com um pouco de ressaca.

- Sabe o que ajuda a passar a ressaca? – A jornalista negou com a cabeça. – beber mais.

- Nicholas, pelo amor de Deus.

- Eu estou falando sério. – Pôs um prato de torradas e uma caneca de café na frente da mulher. – Lauren e eu iriamos ver o jogo do Flamengo hoje, no maracanã, mas ela não vai poder ir, eu estou com nossos ingressos, vamos?

- Flamengo? Maracanã? Você só pode estar doido. – Murmurou com uma risadinha porque a ideia parecia muito absurda.

- Não, eu não estou doido. Eu sei que você não gosta de futebol, mas lá tem um chopp maravilhoso. Demi e Normani tem planos para hoje, Joseph e Patrick também, sua filha está viajando e não há meios de eu deixar você passar o final de semana em casa chorando por causa da imbecil da minha amiga.

- Mas eu nunca chorei por ela.

- Mas vai, acredite. – Falou quase como se fosse um aviso. – Então vamos, vai ser legal.

- Pelo amor de Deus, eu não acredito que estou quase dizendo sim.

- Diga sim e eu prometo que não vai se arrepender. Eu até te empresto uma camisa do time pra você se enturmar.

- Tá bom, Nicholas. Você venceu.

- Isso! – Ele comemorou arrancando um sorriso da outra. – Você vai se divertir.

Camila não acreditou no que estava realmente fazendo até o momento em que deu de cara com o Maracanã a sua frente dentro de uma blusa quase dois números maiores que o seu. Já havia visitado algumas vezes por causa do trabalho e com Tiago e Ana Julia em um domingo qualquer. Não era muito fã de esportes, mas ainda assim ficava impressionada com o tamanho da construção.

- Vamos. – Nicholas segurou sua mão e lhe puxou delicadamente por entre as – muitas – pessoas que estavam ali gritando, bebendo cerveja e fazendo festa. – Vamos entrar e compramos lá. – Avisou.

Já dentro do estádio aproveitou o máximo, mesmo não entendo nada, achou divertido a forma com que Nicholas ficava bravo toda vez que escapavam uma oportunidade de gol, murmurava ou reclamava com o grupo de torcedores ao seu lado, esses que já pareciam amigos.

Comemorou entre gargalhadas quando o time fez um gol, ganhou um beijo na bochecha do amigo e outro chopp, uma vez que o seu estava no final. Tirou algumas fotos e posou para outras com o homem, só conseguia imaginar a feição de espanto em Tiago e Ana Júlia caso vissem a cena.

- E ai? Curtiu? – Nicholas perguntou sorridente dentro do Uber, estava sem camisa e ainda com um copo de cerveja. Camila sorriu assentindo, encostou fechando os olhos aproveitando o ar gelado do carro. – Você deu sorte! Ganhamos de três! Segue o líder!

- Você fica muito animado. – Comentou brincando.

- Flamenguista tem que aproveitar o máximo quando time está bom. – O motorista comentou rindo.

- Isso ai seu Manuel! – Nicholas bateu de leve em seu ombro. – Um homem que sabe o que fala.

- Se vocês estão dizendo, quem sou eu pra negar? – Recuou com as mãos encolhendo os ombros.

- Mas então, qual nosso próximo destino? – Ele perguntou se sentando mais controlado.

- Acho que minha casa.

- Qual é, ainda é sábado e eu disse que ia fazer companhia o fim de semana inteiro. – Tomou o ultimo gole segurando o copo entre as pernas. – Eu simplesmente amei sair com você, tem esse jeito meio séria, mas é muito divertida.

- Me acha divertida? – Vincou as sobrancelhas e ele assentiu. – Acho que sou cafona.

- Ai, fica quieta, amada. – Revirou os olhos. – Se você quiser, podemos comer uma pizza, amanha vamos à praia e depois almoçamos e dai te deixo em casa. – Propôs. Camila mordeu o lábio pensando.

- Faça então aquela torta que falei para o café da tarde. – Fez a contraproposta.

- Perfeito. – Lhe estendeu a mão, essa que apertou rapidamente antes de gargalharem.

Quando Camila deitou no travesseiro no domingo de noite não conseguiu parar de sorrir, havia tido o fim de semana mais divertido em um bom tempo. Da forma que havia começado, achou que seria super pra baixo, mas seu novo amigo fez tudo mudar rapidamente.

Pontuou quantas experiências magníficas havia tido, quantas sensações novas havia experimentado e momentos únicos vividos. Não sentia-se viva em um bom tempo, não por outra pessoa, mas por si, era como se tivesse rejuvenescido e voltado a época de seus vinte anos quando precisou largar muitas coisa de lado para cuidar de Ana Júlia. Não reclamava, mas não era justo simplesmente ignorar.

No entanto, ainda existia um pequeno pontinho em seu peito indicando que alguma coisa não estava no lugar, mordeu o lábio inferior enrolando um cachinho entre os dedos matutando. Esticou as mãos pegando o celular e sentindo um vazio incomum ali, não costumava ficar silencioso, sempre tinha uma pessoa especial no topo de sua lista, um sorriso bonito e um áudio charmoso lhe esperando. Dessa vez não tinha nada mais do que um vazio e a mensagem que havia enviado na sexta antes de sair do trabalho, lida e sem resposta alguma.

-Vai dormir, Camila. – Murmurou para si desligando o aparelho virando-se para o lado. Pensou nos dias bons que tiveram e concentrou-se nisso, nos planos que já tinham combinado pela semana, algumas coisas estavam longe de seu controle.

A semana começou tranquila, estava realmente sentindo-se bem, apesar de tudo, estava leve e calma, até com mais paciência para problemas e chateações. Viu uma enorme diferença de não ter o peso de seus sentimentos incompreendidos rondando sua mente e gostou, Nicholas havia lhe ajudado demais estando por perto.

Até mesmo Ana Julia percebeu na tarde em que passaram juntas, a única que não tinha nada escolar para fazer, foram ao cinema, comeram besteiras e tomaram um tempo de mãe e filha, estava mais feliz de certa forma.

Normani lotou de perguntas no decorrer da semana, sobre como havia sido o encontro e como estavam a relação dos dois, em vista que estavam quase sempre juntos, disse apenas que eram amigos agora e nada mais, mas que havia sido bom e fim. Ao completar três semanas, ao som de Adriana Calcanhotto, sozinha em casa, que finalmente permitiu-se pensar em Lauren, quem havia sido evitado em sua mente por todo o tempo.

Não haviam se falado mais, por vezes ponderou mandar alguma mensagem, mas em todas ela desistiu, primeiro porque não tinha coragem e depois ficou sem saber o que falar. Ficava somente encarando sua conversa aberta, suas fotos antigas e relendo conversas passadas, da mesma forma que sentia-se um pouco assustada, sentia-se angustiada de não saber como estava.

Levou um pequeno susto quando o Online apareceu do outro lado, fechou tudo e colocou o aparelho longe, abaixando a cabeça negando veemente e se perguntando em que momento de sua vida havia voltado a ser uma menina de quinze anos e não a mulher decidida e madura de trinta e cinco.

Tenho que te falar que esta canção não fala mais da gente.

Revirou os olhos com o verso cantado ao mesmo tempo em que sentiu um aperto no peito, não havia vivido nada ainda, não tinham uma canção, mas ela ainda tinha sentimentos transbordando e nenhuma noção do que fazer com eles.


Notas Finais


VAI FICA TRES SEMANAS SEM FALAR COM A CRUSH CONFIA NO TEU POTENCIAL FILHA DA PUTA

QUEM GOSTOU BATE PALMA QUEM NÃO GOSTOU VAI TOMAR NO CU

COMENTEM O QUE ACHARAM

OBRIGADA POR LEREM

LEMBRANDO SEMPRE QUE NUDES SÃO PRA BRUNA NO TWITTER DELA @ camilacinica E ESSE É O MESMO USER DO PERFIL DO WATTPAD DELA ONDE VOCÊS PODEM LER VERDADEIRAS OBRAS PRIMAS DA LITERATURA BRASILEIRA CONTEMPORANEA

PODE MANDAR NUDE PRA MIM NO TWITTER TAMBÉM NO @ lmjgabx EU SIGO TODO O MUNDO DE VOLTA PORQUE SOU UM ANJO EDUCADA SOCIÁVEL LINDISSIMA E TAMBÉM FALO LÁ ALGUMAS COISAS DE PUPILA

as minhas não precisa ler não, são ruins

VAMOS VOLTAR SÁBADO SE VOCÊS FOREM BOAZINHAS

BEIJOS DE LUZ NO BICO DO PEITO


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