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História Pure - Dramione - Capítulo vinte


Escrita por: hannah_fics

Notas do Autor


Aaaaaaah, que saudades que eu tava de aparecer por aqui, e só fazem dois dias. Vou conversar bastante por aqui, porque o capítulo é chocante hahahahha
Primeiro de tudo, o capítulo de hoje não poderia ser diferente. O momento pelo qual todos estavam esperando, e é embalado pela música Kiss Me, do Ed Sheeran, que inclusive está na playlist que eu fiz para a história. Fica a escolha de vocês escutarem enquanto leem ou não, mas eu gosto de pensar que não tem música melhor para esse momento. Ela combina demais com esses dois.
Segundo, o que foram os comentários de vocês? Amei demais! Obrigada! ♥
Terceiro, e quase último: como vocês vão notar, é o maior capítulo da história até agora. Ainda tem muita água pra rolar, e quando comecei a escrever Pure, tinha na cabeça que a essa altura, eles já estariam terminando a escola. O que me leva a perguntar: vocês preferem capítulos como os que eu normalmente posto, medianos e que correm rápido, ou posso voltar as minhas origens de escrever capítulos maiores e detalhados?
Quarto, e último: boa leitura, e diabéticos, por favor, cuidado com o doce desse capítulo!
Amo vocês♥

Capítulo 20 - Capítulo vinte


Estava inquieta. Talvez a última semana repleta de calmaria e tranquilidade haviam lhe deixado assim, mas não conseguia controlar as pernas se movimentando enquanto lia um romance trouxa que sua avó lhe dera de Natal. Não fazia muito tempo que haviam chego na escola, um dia antes do que o planejado, e havia decidido aproveitar o tempo livre para espairecer e preparar-se para os dias que estavam por vir, embora não soubesse o que esperar. Sentada sob a mesa em um dos últimos corredores da biblioteca, estava com os pés apoiados na estante vazia, movimentando-os também para que permanecessem quentes: havia esfriado relativamente nos últimos dias, e os casacos mais grossos, bem como os cachecóis, eram de extrema necessidade. Terminou o capítulo que lhe deixara bastante satisfeita e estava começando o próximo quando um bando de pássaros voaram perto demais da janela ao seu lado, chamando-lhe atenção para o sol que já ia embora e para o lago negro, coberto de neve e completamente congelado. 

Observou o caminho dos pássaros até que desaparecessem no horizonte, e voltou a abrir o livro antes de reparar em alguém caminhando a beira do lago, vestindo apenas a camisa do uniforme. Acompanhou com o olhar enquanto o rapaz se aproximava, apontando a varinha para o gelo e partindo-o, parado em frente ao lago como se considerasse entrar nele ou não. Reconhecendo os cabelos loiros dali, Hermione fechou o livro com força e guardou-o na mochila juntos com as outras coisas que havia espalhado, arrumando o cachecol da Grifinória de qualquer jeito antes de correr para fora do castelo, ignorando os olhares que lhe acompanhavam, confusos - eles não importavam naquele momento. 

Estava sem ar quando finalmente chegou as margens do lago, encontrando Draco Malfoy sentado na água congelante, o corpo tremendo dos pés a cabeça. Sabia que não era bom sinal, mas algo dentro de si não a deixava permanecer longe, não importava o quanto estivesse ciente que ele a afastaria e que brigariam, mas precisava agir: se ele estiver morto, não poderiam continuar odiando um ao outro. 

— Ficou longe de mim por alguns dias, e seu primeiro instinto é se matar? — anunciou sua chegada, abraçando-se por conta do frio extremo do vento que corria ali. 

— Diz a pessoa que me seguiu até aqui. — ouviu ele sussurrar, os ombros tensionando. 

— Apenas para impedir que fizesse uma burrada, se você morrer congelado e souberem que eu vi e não fiz nada, pode ser que a culpa caia sobre mim. — Hermione deu de ombros, aproximando-se e parando perto suficiente para se seus pés molhassem. — Por que não sai daí para eu poder continuar minha leitura em paz? 

— Eu não pedi para que viesse até aqui. — resmungou o rapaz, ainda sem se mover. 

— Mas eu vim mesmo assim. — respondeu, cruzando os braços. — Está congelando aqui, Malfoy. Vamos entrar antes que você congele e tenha uma hipotermia. 

— Fique à vontade, Granger. Ninguém aqui está lhe impedindo. 

— Malfoy. — Hermione bufou, respirando fundo antes de entrar no lago e caminhar até onde ele estava, fingindo não perceber os olhos vermelhos das lágrimas que havia derramado. Percebeu, porém, que ele segurava o braço esquerdo embaixo d’água, como se o frio o impedisse de sentir qualquer parte do membro. — Você vai congelar em poucos minutos se continuar aqui, e apesar de você não se importar consigo mesmo, tem muita gente que se importa.  Além do mais, congelar não vai resolver seus problemas. 

— Você também não vai, princesa. Então pode parar de fingir que se importa, está livre dessa encenação que estávamos fazendo. 

— Fale por si mesmo, Malfoy, porque eu não estava fingindo droga nenhuma. — retrucou, abaixando-se e agarrando-o pelos ombros, encarando o loiro nos olhos. — Agora levanta daí antes que eu chame um professor para resolver esse seu problema, já que você não precisa de muito mais do que uns dias para voltar a agir como um idiota. 

— Cale a boca, Granger. — o rapaz sussurrou, embora permitisse que ela o ajudasse a levantar. Não sentia mais nada além de frio, e percebeu de relance que seus dedos estavam roxos por conta da água congelada. Suspirou quando, já fora do lago, Hermione fez com que um feitiço secasse suas roupas e não relutou quando o cachecol da garota envolveu seu pescoço. O caminho até o sétimo andar, porém, fora um borrão. 

Sabia que era burrice um banho nas águas do lago negro naquela época do ano, mas se arrancassem-lhe o braço seria menos doloroso. A maldita marca recém gravada a ferro quente ardia e fazia com que Draco perdesse a sanidade mais vezes do que conseguia contar. Ter ido até o lago era prova disso, mas também havia sido a única forma de controlar algo em sua vida, além de que a água ajudava com a dor insuportável. 

Percebeu que Hermione conversava com alguém e ouviu algumas palavras aleatórias enquanto apoiava-se no sofá escuro da Sala que sempre imaginavam quando estava juntos, sentindo o peso de alguns cobertores sobre seus ombros enquanto o calor voltava lentamente ao seu corpo. Aproveitando onde estavam, desejou que a manga de sua camisa fosse um pouco mais grossa, o suficiente para que não deixasse que a nova companhia aparecesse sob o tecido, e voltou a fechar os olhos enquanto não ouvia mais a voz da garota. Sentia vontade de dormir, e estava realmente quase pegando no sono, quando o perfume de Hermione preencheu a sala, um sussurro dela o acordando.

— Hey, eu sei que os últimos dias devem ter sido desagradáveis, e que você está cansado, mas você está quase hipotérmico, Malfoy. Precisa se aquecer. — sentiu-a se aproximar e abriu os olhos, sorrindo ao observar a preocupação em seu rosto. 

— O que você ainda está fazendo aqui, Hermione? — perguntou, fazendo com que ela levantasse o olhar para ele. — Por que ainda está aqui? 

— Porque, apesar de não ter um motivo plausível para isso, eu não quero que fique sozinho. — deu de ombros, entregando a xícara de chá quente que segurava para o rapaz. — Eu não sei o que você tanto precisa fazer, e também não sei o que aconteceu na sua casa nesses últimos sete dias, mas eu sei que isso não lhe faz bem, e apesar de querer muito, eu não consigo mais não me preocupar com você. E eu sei o quanto isso é idiota, porque apesar de tudo isso você continua me tratando como lixo toda vez que acontece alguma coisa, mas você precisa aceitar que eu não vou embora tão cedo, e que eu não vou aguentar suas birras e falta de educação de cabeça baixa. 

— Eu nunca disse que deveria. — tentou sorrir, a mão direita ao redor da xícara aproveitando seu calor. 

— Mas continua agindo como se sim. 

— Você fala como se não me conhecesse, Granger. — Malfoy desviou o olhar, livrando-se das cobertas e largando a xícara sobre a mesa que ficava defronte ao sofá, caminhando alguns passos para longe da garota. — Sabe muito bem que eu sou assim, que eu ajo como um idiota. Não pense que isso vai mudar por você, princesinha. 

— Acho que está claro para nós dois que eu realmente não te conheço, Malfoy. Mas eu já disse e repito que eu não vou deixar que você se mate por algo que não sabe como resolver. — Hermione virou-se para ele, embora permanecesse sentada. Não entendia como uma conversa que deveria ser normal estava se tornando mais uma briga para a lista deles. — E nós dois sabemos que você não me quer longe. 

— Você se dá crédito demais, princesa. Eu aceito você aqui, porque sei muito bem que o tempo que passa comigo é apenas para fugir dos seus preciosos amiguinhos que não te suportam mais! Você não pode jogar toda a culpa pra cima de mim sabendo que não está me aturando por motivos completamente altruístas, Granger.  Nós não precisamos fingir que somos amigos. 

— Quer saber, Malfoy? Esse é o seu problema. Você sofre sozinho porque quer, e depois se queixa por isso, chora porque ninguém lhe apoia. — Hermione levantou-se, ainda mantendo distância do rapaz. — Só que toda vez que alguém tenta se aproximar, que alguém tenta agir normalmente com você, você simplesmente para de agir como uma pessoa normal! Você cria essa barreira entre você e a qualquer um que queira se aproximar, que queira se relacionar com você até mesmo numa amizade, e Mérlin sabe o motivo! — bufou irritada. — Você não se permite ser normal, você não se permite ter amigos e age como um idiota por isso, por algo que você faz consigo mesmo, Malfoy! E nem mesmo agora que está se arrastando, quase morrendo por isso, consegue admitir que precisa, sim, de ajuda. E, merda, eu estou tentando te ajudar, será que você não entende? 

— Eu nunca pedi que me ajudasse. — afirmou Draco, encarando os olhos castanhos da garota em sua frente. 

— Você não precisaria pedir a ajuda de ninguém se se permitisse ter amigos como uma pessoa normal. — Hermione decretou, pegando a mochila e tirando uma embalagem branca de dentro dela, pousando-a ao lado do bule de chá que havia conseguido com Dobby, o elfo doméstico. — Usei um feitiço para que permanecessem frescos, mas precisam ser comidos até no máximo amanhã. Sua xícara foi enfeitiçada para continuar enchendo até que você esteja aquecido o suficiente, e se precisar, é só desejar mais cobertores. Você não precisa fazer a ronda essa noite, não se preocupe que cuidarei disso. Boa noite, Malfoy. 

— O que pensa que está fazendo? — o rapaz questionou, ainda encarando-a. 

— Indo embora, como pediu. — respondeu, parando no meio do caminho até a porta. 

— Eu não pedi para que fosse embora, Granger. Apenas perguntei porque continua aqui, não significa que eu quero que vá. 

— Mas também não me quer aqui. — Hermione bufou, acenando com a cabeça. — Quando você realmente decidir o que quer, volte a me procurar. Eu não preciso aturar esse drama todo por nada. 

— Eu sei muito bem o que eu quero. — Draco afirmou, caminhando até ela decidido. — Não entendo muito bem, e nem sei se realmente quero entender, mas sei perfeitamente que quero que você fique. Então, por favor, fique. — ele pousou as mãos frias no rosto de Hermione, as respirações próximas suficientes para se confundirem. Sentiu a garota relaxar sob seu toque e seu coração acelerar, esquecendo de todo o resto por breves momentos. 

No fundo, sua mente gritava que não deveria estar fazendo aquilo, não deveria estar tão próximo, mas não queria pensar naquele momento. Estar com Hermione, apesar de toda a confusão que causava, era o que lhe motivava, embora não admitisse em voz alta. E precisava saciar a necessidade de estar próximo a ela, que havia apenas se intensificado nos últimos dias. Afastá-la para pensar melhor não era mais uma alternativa. 

— Draco. — Hermione sussurrou, as mãos dele lhe causando um breve arrepio. Estavam próximos demais, e dessa vez ela não queria que aquilo terminasse. 

— Por favor, não fuja desta vez. — ele pediu, aproximando-se o suficiente para que seus lábios se tocassem, breve e levemente, como se pedisse permissão. Esta que Hermione cedeu pouco tempo depois, as mãos indo para os cabelos ainda molhados de Draco quando os braços dele rodearam sua cintura.

Evitaram pensar naquele momento, embora não fosse muito difícil: o toque macio dos lábios tirava o foco de qualquer outra coisa que pudesse estar acontecendo no castelo, e quando voltou a pensar nisso mais tarde, Draco percebeu que o castelo poderia ter explodido do seu redor que não teria notado - não enquanto estivesse perto dela. Quando se afastaram, procurando por ar, Draco colou a testa de Hermione na sua, ainda abraçado nela e com os olhos fechados. Queria que aquele momento de calma durasse para sempre e afastou-se alguns centímetros quando a ouviu suspirar baixinho, evitando olhá-lo nos olhos. Para sua surpresa, Hermione entrelaçou suas mãos e o puxou de volta para o sofá, voltando a enrolar os cobertores sobre seus ombros e entregando-lhe a xícara de chá outra vez, sentando-se ao seu lado, as pernas encolhidas no sofá. 

— Você ainda precisa se aquecer, está tão gelado como a neve. — comentou, pegando a embalagem branca e abrindo-a, sorrindo com o cheiro que saiu dela. — Como o prometido, apresento-lhe o croissant. — ofereceu os doces para o rapaz, que olhou-a surpreso. — Eu trouxe os menores e de sabores mais comuns, sei que você é fresco e pode acabar não gostando de algum, mas o de chocolate é o melhor com toda a certeza do mundo. 

— Você realmente trouxe isso da França? — Draco questionou, olhando para o folhado em formato estranho, e pegando um deles para experimentar. Sorriu com o olhar de expectativa vindo de Hermione e não conseguiu conter um suspiro ao colocar o croissant na boca, sabendo que era uma das melhores coisas que já havia provado na vida, tentando não pensar em como ainda sentia os lábios dela sobre os seus, mas não precisavam deixar o momento tenso. Se ela resolveu não tocar no assunto do beijo que acabaram de trocar, também não o faria. — Tudo bem, você venceu. Isso é maravilhoso! 

— É impossível alguém não gostar disso. — Hermione comentou, ainda sorrindo. — Se algum dia você for à França, posso lhe indicar os melhores lugares para comer. 

— Ou pode me mostrar pessoalmente. — arriscou Draco, mordiscando mais um pedaço e sujando as mãos de chocolate. Sorriu ao ver a reação da garota e emendou, olhando-a nos olhos. — Eu não falo francês. 

— É claro que não. — Hermione riu, estremecendo de frio logo em seguida. 

— Vem cá. — o rapaz chamou, largando a xícara no encosto do sofá, a mão estendida para a garota. — Acho que não sou o único que está congelando. 

— Estou bem. — respondeu, observando-o revirar os olhos e sentar-se ao seu lado, abrindo os braços para acomodar Hermione no meio das cobertas e de seu abraço. — Malfoy. 

— Pare de ser teimosa, Granger. Você esteve naquela água tanto quanto eu, está tremendo de frio. — passou os braços pela cintura de Hermione e sorriu quando ela revirou os olhos, acomodando-se melhor. Beijou-lhe a testa antes de pegar a varinha, conjurando um dos livros que haviam deixado na Sala Precisa. — Vou tentar retribuir o favor, mas não fique triste quando perceber que sou melhor contador de histórias do que você. 

— Em seus sonhos, talvez. 

— É o que veremos. 


Notas Finais




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