História Pure Poison - Love

Trabalho o dia inteiro sem notícias de Justin, o que me deixa um pouco aflita, pego meu telefone na mesa e cogito a ideia de lhe mandar uma mensagem no WhatsApp. Caroliny passa pela porta e conversa algo com Travis, não presto atenção, minha mente está vagando

-Hannah! O pessoal da empresa vai sair hoje, você precisa ir! –Caroliny senta na minha mesa e junta as mãos como se estivesse rezando

-Não sei não... –Desconverso

-O Sr.Drew vai –Ela cochicha baixo, e sorri para mim

-Vai? –Ergo uma sobrancelha e sinto uma pontada de raiva. –Então eu também vou –Digo decidida

Me arrumo em frente ao espelho, visto um vestido preto e coloco um salto da mesma cor, escovo o cabelo e o enrolo com o babyliss, faço uma maquiagem bem-feita e caminho até a sala. Travis está vestido com uma calça preta, uma blusa branca e por cima uma jaqueta jeans, escorado no balcão ele parece entediado, meche no telefone e não me vê chegar, quando seus olhos me encontram ele abre de leve a boca, sorrio, pego minha bolsa e o levo para a saída.
Quando chegamos a boate já está lotada, eu e Travis entramos, lado a lado, passamos exprimidos pelas pessoas e andamos até a mesa do fundo perto do open bar, quando vejo Justin eu paro, fazendo Travis bater nas minhas costas. Ele está sentado na cadeira descontraído, veste uma blusa branca e um casaco militar dobrado nas mangas, ele não me vê de imediato, seu olhar está vagando. Travis me conduz com a mão na base da minha coluna, puxa a cadeira e eu me sento, Justin levanta o olhar e me olha, ele o prende no meu, estremeço, ele parece ver além de mim. Ele não sorri, o que me deixa receosa, dirige seu olhar para Travis e fecha a cara.

-Tem lugar do meu lado Hannah –Justin diz e atrai a atenção das pessoas na mesa

Eu êxito antes de levantar, caminho até a cadeira do seu lado e me sento sem graça. Ele segura minha mão por baixo da mesa e eu respiro fundo, depois de um tempo a mesa vai ficando vazia, as pessoas vão se levantando para dançar até que eu e Justin ficamos sozinhos.

-Você está linda –Ele sussurra no meu ouvido para ser ouvido pela música alta. Somente sorrio sem saber o que dizer, ele passa o braço no meu ombro.

-Cadê todo mundo? –Aquela mesma mulher do refeitório fica diante da nossa mesa, ela para por um instante e olha os braços de Justin em torno de mim, sorrio irônica e me aconchego mais em Justin, ela vira o rosto para o lado e volta a nos olhar, está vestida uma espécie de vestido que mostra mais pele do que pano, os saltos são altíssimos e sua maquiagem é tão forte que parece uma máscara por trás da sua pele.

-Foram dançar –Justin responde. Continuo do mesmo jeito, dispenso os cumprimentos esquecendo por um momento os modos.

-Quero dançar –Me levanto da mesa e puxo Justin, ele me lança um olhar de reprovação, dou de ombros.
Uma música animada toca na pista de dança, Justin cola seu corpo ao meu e começamos a dançar.

-Porque você anda me ignorando? –Pergunto a Justin

-Não te ignorei. Só ando cheio de trabalho anjo –Ele segura minha mão e me rodopia da pista de dança

-Você não me disse que viria hoje –Insisto

-E nem você –Ele diz. Bufo de frustação

A música termina e caminhamos para pedir algo no bar, a mesma mulher do refeitório está lá, sentada na banqueta do bar e bebericando uma bebida, as pernas cruzadas revelam mais do que deveria. Reviro o olho e dou meia volta, Justin me impede segurando minha mão e me conduzindo até o bar, para minha infelicidade fico bem ao lado dela.

-O que vai querer? –Justin se vira para me perguntar

-VIRA A CABEÇA –Fecho a cara e me ponho em frente à sua “amiguinha de trabalho”

-Oque? –Ele pergunta confuso

-Se você olhar para essa... você vai ver comigo –Cruzo os braços

Ele ri e vira sua cabeça para frente

-Tudo bem então, o que vai querer anjo? –Ele diz com a cabeça virada para frente sem me olhar, em um gesto engraçado.

-Nada –Seguro o riso

Justin pega as bebidas e vamos até a nossa mesa, mas ela nos impede, essa mulher está começando a me irritar.

-Onde vai com tanta pressa Justin? –Ela diz. Por um momento eu vejo que ele hesita em responder, ele me olha e olha para ela de volta.
Então pra ela é Justin?  E ela fala como se não me enxergasse ao seu lado.

-Vamos voltar à mesa Amber –Justin responde e levanta as nossas mãos dadas.
Mas porque diabos eles se tratam pelo primeiro nome?

-Está cheio aqui né? –Ela puxa assunto e continua me ignorando.

-É –Justin diz

Puxo minha mão de Justin e caminho para o lado de fora, empurro as pessoas e vou me espremendo até chegar a saída, passo pelos seguranças e o ar frio de Nova York me invade, a raiva toma conta do meu corpo e eu ando de um lado para o outro com os braços em volta de mim para afastar o frio, meus olhos vão se enchendo de água e minha respiração se acelera, enxugo as lágrimas com força. Odeio ficar com raiva. Odeio chorar quando estou com raiva. Alguém segura o meu braço e me vira abruptamente

-O que foi Hannah? –Ele pergunta e sua raiva se esvazia quando ele me vê chorando. Justin me abraça e afaga meu cabelo, solto dos seus braços

-Eu quero matar aquela garota –A raiva me invade cada vez mais e minha cabeça começa a doer.

-Ei, calma Anjo –Ele me segura e seca minhas lágrimas. Ele me abraça e fica assim até eu ficar mais calma. 

Não lembro muito de tudo o que aconteceu, só me lembro que mais tarde eu bebi muito e a última lembrança é de desmaiar no colo de Justin, muito, mais muito bêbada.
Abro os olhos e minha cabeça dói insistente, estou embrulhada quase até a cabeça e chuto a coberta com os pés, reconheço o lugar, só pode ser o quarto de Justin

-Bom dia flor do dia –Justin aponta na porta do quarto, ele escora no batente casualmente, está sem camisa e com a calça jeans caindo da cintura, ele traz até mim uma xicara de café, agradeço imensamente e tomo o primeiro gole

-O que aconteceu? –Pergunto

-Depois que voltamos para a boate Amber já tinha embora, aí você encheu a cara, dançou escandalosamente e depois desmaiou nos meus braços, aí te trouxe para cá –Ele dá de ombros

-E a propósito, contra a vontade do seu amigo Travis –ele dá seu sorriso amistoso

Reviro os olhos e tomo mais gole de café, tentando relembrar a noite de ontem, mas parece uma névoa negra, não me lembro de absolutamente nada. Observo minhas roupas jogadas no canto do quarto de Justin e só agora percebo que uso uma de suas camisetas, o seu cheiro inebriante passa pelas minhas narinas, minha cabeça ainda dói um pouco e minha garganta está seca.

-Você precisa de algo para comer –Justin me segura pela mão e vai me conduzindo até a cozinha, me sento na cadeira preguiçosamente e ele coloca uma tigela de cereal na minha frente, coloco a primeira colher na boca de má vontade. O celular dele apita com uma mensagem, ele olha o visor e ignora.

-Não vai responder? –Digo

-Tenho coisas melhores para me preocupar agora –ele me olha e inclina a cabeça ficando incrivelmente sexy, dou risada e vou pôr a tigela na pia, sinto seu corpo encostar com o meu por trás, Justin beija meu pescoço carinhosamente e eu me contorço, meu corpo inteiro se acende quando ele segura minha cintura com firmeza, não resisto e me viro ficando de frente pra ele, nossos olhos castanhos encaram um ao outro, seguro sua nuca e o puxo para um beijo, minha língua acaricia a sua e suas mãos acariciam minhas costas, passo as duas mãos em torno do seu pescoço e o puxo ainda mais para perto, nossos corpos quase se fundindo. Justin me segura pelos braços e me coloca em cima do balcão da pia, seus lábios se desgrudam dos  meus e vão descendo pela extensão do meu pescoço, seguro seu cabelo com força e solto um pequeno gemido, ele puxa minha blusa pra cima e  com facilidade sua calça para baixo, nossos corpos se fundem em um só e fecho os olhos apreciando cada comento, cada toque que não me traz nada mais além de gratidão, meus olhos estão presos nos seus enquanto nossos corpos estão em movimento, o beijo apaixonadamente tentando demonstrar todo amor que sinto, e é assim que começa mais uma manhã ao lado de Justin.